How Far We’ve Come escrita por Lithium


Capítulo 13
11 — All The Hammers Of The Gods


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey ♥ Vocês provavelmente esperam o mesmo discurso de cada cap, mas não, ele não vai rolar aqui. Demorei esse tempo todinho porque eu estava justamente lapidando-o, até que ficasse do modo que eu queria. Eu particularmente gostei do resultado. Acho que tive êxito até mesmo nesse título. "All The Hammers Of The Gods". "Todos os martelos dos deuses". Perfeito até para um AU, não? Ironicamente, enquanto eu pensava em um título para substituir o antigo (também muito bom, mas que prefiro usar depois), o nome de uma das biografias sobre o Led Zep me veio a cabeça. The Hammer Of The Gods. Encaixou perfeitamente e eu só fiz algumas alterações.

Queria dedicar esse aqui para a Ash, essa diva ♥ A Ash fez aniversário uns tempos atrás e eu criei uma personagem nova que vai aparecer aqui nesse capítulo pensando nela ♥ E eu queria agradecer também a Isa e a Amara Volkova, que me mandaram MPs me incentivando a continuar ♥

Falando em Led Zep, eu devo 4/5 da trilha sonora desse capítulo a eles. Eu sou simplesmente viciada e se eu ficar sem ouvir música, eu não tenho ideias. Se não fossem as músicas do Led Zeppelin, esse capítulo seria meio que oco, sem som, se é que me entendem. Aliás, esse capítulo também está coberto de coincidências, porque, vejam: hoje é dia 09/01. Aniversário do Jimmy Page. 71 anos ♥

Link das músicas, caso não peguem. Ninguém é obrigado a ouvir (exceto a música tema, porque né), mas acho que melhoraria o clima. Conselho para quem for ouvir: repitam-nas quantas vezes for necessário.
Good Times, Bad Times: https://www.youtube.com/watch?v=gAVB25yjY5I
Over The Hills And Far Away: https://www.youtube.com/watch?v=6bD9t44JUD4
Thank You: https://www.youtube.com/watch?v=u1z4vkPWkLQ
Tangerine: https://www.youtube.com/watch?v=_Xm3SykupD0
How Far We've Come: https://www.youtube.com/watch?v=73Sdfr80QgM

Percabeth shippers vão surtar com esse, porque Percy e Annabeth foram o foco. Grande parte do cap é deles. Uma pequena parte do começo dele foi inspirado em uma das muitas conversas loucas que eu tive com meu BFF uns tempos atrás. Nem me perguntem '-'

Eu, pela primeira vez, abri o Polyvore para fazer roupas para as meninas:
Annabeth: http://www.polyvore.com/annabeth_chase_02/set?id=143791057
Thalia: http://www.polyvore.com/thalia_grace_02/set?id=143792202
Lilith: http://www.polyvore.com/lilith_lightwood_02/set?id=143794484
Bianca: http://www.polyvore.com/bianca_di_%C3%A2ngelo_02/set?id=143792825
Piper: http://www.polyvore.com/piper_mclean_02/set?id=143795017

O da personagem está nas notas finais (LEIAM LEIAM LEIAM). Vou liberar vocês logo. Não me matem pelo fim. E perdoem qualquer erro, revisei rápido.

Hope you enjoy!

P.S: LEIAM AS NOTAS FINAIS LEIAM AS NOTAS FINAIS MUITO IMPORTANTE LEIAM AS NOTAS FINAIS.



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Led Zeppelin – Good Times, Bad Times

– Nem ferrando que eu vou a essa festa vestido de Robert Plant! – exclamou Percy. – Isso de se vestir de rockstar é papel do Nico. Não, não, vou com minhas roupas de sempre mesmo. Não é uma festa a fantasia. E, mesmo se fosse, imagine. Eu com aquela cabeleira loira do Robert Plant.

Lyly imaginou a cena. Perseu Jackson usando uma jaqueta jeans enfeitada e com o peito exposto, calça jeans de boca larga e um cabelo louro, longo, cacheado e cheio e toda aquela aura do cool dos anos ‘70 que Robert tinha. Nada a ver.

– É, realmente, Robert Plant + Você não ia funcionar.

– Viu só? O Jason ou o Luke se sairiam melhor de Robert Plant do que eu. Se fosse para eu me vestir assim, acho que seria de Jimmy Page.

Lilith bufou. Percy e ela estavam sentados na cama do moreno, esperando a chegada de Nico, Leo, Luke, Jason e Bianca para que finalmente fossem a festa.

– Jimmy Page?!

– Algum problema?

– Todo. O cara é um Guitar God, o fundador do Led Zeppelin, líder da banda. É aquele guitarrista que a queremos ser, mas nunca vamos ser.

– ‘ sabendo. Mas o mencionei porque acho que ele combina fisicamente comigo.

Lyly riu. Hora de zoar.

– Vocês não se parecem.

Ele ergueu uma sobrancelha para ela.

– Por quê?

– Jimmy Page é lindo, Percy. Alto, talentoso, um tanto reservado, e, Jesus amado, aquele cabelo...

Percy grunhiu ao lado dela.

– Menos, Lyly, menos.

– Por que os garotos de hoje em dia não têm cabelos tão legais? Por exemplo, todo mundo lembra de todo aquele cabelo e das franjas quando pensam nos Beatles, mas de ‘67 para frente, o cabelo cresceu ainda mais. E o cabelo do George Harrison em 1971? Maior do que o de muita mulher. E há Keith Richards. Ah... Aquilo é que era cabelo!

– Lilith.

– Richards tinha o cabelo antigamente. O do Eric Clapton também era legal, principalmente em 1968. Mas não tão legal quando o do Keith. Eu sacrificava um dedo só para ver pelo menos uma porcentagem mínima dos garotos de Nova York com cabelos assim. Eu só quero um cabelo legal. Será que é pedir muito?

– No seu caso é, sua tarada maluca. Eu nem me lembro da última vez que você teve um namorado.

– Ah, cale a boca, Perseu.

– Não me chame de Perseu!

– E quer que eu te chame de quê? De Rob? – ela ironizou, lembrando-se do antigo apelido de Robert Plant, que, coincidentemente, era Percy.

– Eu acho que eu ficaria legal de John Bonham. – Percy disse, mudando subitamente de assunto.

– Percy, você tem uma grave carência de um conjunto de coisas que os caras do Led tinham: talento, estilo, cool e toda aquela áurea de fodásticos. E, claro, beleza. E se disser que então vai ser John Paul Jones, eu juro que te dou um soco.

– Mas eu acho que eu ficaria legal de Jonesy.

Lilith bateu na própria testa. Só de imaginar Percy tentando imitar a cor do cabelo de John Paul Jones... Ele ficaria no mínimo muito engraçado.

– Já pensou no quanto você ficaria engraçado com uma fantasia do Jonesy, Percy?

Percy finalmente acompanhou-a no raciocínio e riu.

– É, realmente não daria certo. Enfim, o que você acha dessa roupa? Eu quero pegar umas meninas hoje.

Lilith analisou-o. Percy usava roupas comuns – uma camiseta com os dizeres “Time Kills” em caixa alta, uma bela calça jeans, botas e uma jaqueta.

– Gostei.

– O que na sua linguagem significa “se você não fosse meu amigo eu pegava”, estou certo?

– Com certeza!

Percy e ela riram.

– Você é tarada, garota.

Ela deu de ombros, como quem diz que não pode fazer nada, e levantou-se.

– Vou procurar os caras.

.

*

.

Uma festa é um evento muito... Vasto, diga-se de passagem. Principalmente uma festa entre amigos que está cheio de convidados. E eu não vejo um modo mais simples de contar sobre as experiências de Annabeth, Thalia, Bianca, Percy, Nico, Leo, Jason, Lilith, Piper e Luke senão um método antigo. Aquela velha e gasta expressão: enquanto isso. Portanto, a expressão “enquanto isso” será bastante repetida aqui.

A festa fora ideia de Luke. Ele planejou tudo nos mínimos detalhes para tirar Hermes no sério e se divertir muito. Uma jogada de ouro.

Antes de usar nosso primeiro “enquanto isso”, precisamos começar. E começamos justamente com nossa Annabeth.

Led Zeppelin – Over The Hills And Far Away

Annabeth Chase odiava essas festas enormes. Ela participava de quase todas, era fato, mas aquilo tinha um motivo chave: Thalia. Ela faria qualquer coisa por Thalia, e sua presença nas festas estava no pacote. Porém, ela não encontrava maneiras de se animar naquela festa. Estava adorando voltar aos velhos tempos, porém ela ainda não encontrara o que iria fazê-la deixar o livro de lado e ir se divertir de verdade. Desde o começo da festa, a loira estava sentada, tomando vinho e lendo Paper Towns. Então, alguém pareceu, arrancando-a da paz de seu livro.

– Minha nossa.

Annabeth ergueu o olhar de seu livro e pousou o vinho em uma mesa de centro delicadamente. Ela conhecia aquela voz. E estava pronta para esquartejar Percy Jackson sobre o mínimo comentário. Porém, o moreno disse algo que ela nunca esperava ouvir dele:

– Não pense besteira nem nada, mas, caramba, Annabeth. Você está linda.

Ela arregalou os olhos, embasbacada, e sentiu o rosto esquentar. Ele estava doente ou algo assim? Os olhos cinzentos da loira voltaram a cair no livro. Ele só poderia estar tirando uma com a cara dela.

– Está lendo o que, CDF?

Annabeth bufou. Ela sabia que não podia ser um elogio sincero.

– Vai à merda, Jackson.

– Nossa. Realmente não se pode ter uma conversa civilizada com você. Deixe-me ver o seu livro...

– Toque no meu livro que eu faço você cuspir as suas lindas bolas. E eu não estou falando de bolas de basquete.

Jackson fez uma cara horrorizada e Annabeth quis bater nele. Preferia mil vezes que ninguém tivesse vindo falar com ela.

– Qual o seu problema? – ela perguntou, casualmente, sem sequer erguer os olhos do livro. Sabia que iria irritá-lo e aquela era justamente a intenção.

– A pergunta é qual o seu problema – devolveu Jackson, devagar. Quando Annabeth se deu conta, ele estava bem ao seu lado, sentado no mesmo sofá que ela. – Annabeth, sei que você gosta de mim tanto quanto Thalia gosta de cor-de-rosa, mas, Jesus Cristo, vamos fazer uma trégua pelo menos por uma noite. Você está aí, sentada, lendo um livro. Lendo um livro! Vamos, venha comigo, vamos fazer alguma coisa.

Ela ergueu uma sobrancelha de leve para ele. Annabeth sempre ficava com o pé atrás quando um cara a chamava para fazer algo em uma festa. E tinha seus motivos.

– Jackson... – ela começou, desconfiada.

Como que para transmitir confiança, Percy ergueu o dedo mindinho.

– Juro que não vai ter nada demais. De mindinho. Faço até um juramento militar, se você quiser.

A loira revirou os olhos. Mas não pôde esconder o sorriso de canto em sua boca.

– Menos, Jackson, menos.

Percy sorriu e estendeu uma mão para ela.

– Bom, vamos?

Ela olhou para ele, mordendo o lábio. Mas, no fim, Annabeth abriu um sorriso e colocou a mão sobre a dele. Que fosse o que tivesse que ser. Ela só sabia que, por algum motivo e de certa forma, confiava em Percy Jackson.

O moreno a guiou cuidadosamente através das pessoas, até que chegaram a mesa de bebidas. O que ele fez em seguida, ela nunca esqueceria: encheu duas taças de champanhe e entregou uma a ela. Ela riu. Riu porque achou que nunca viveria para ver Jackson ser gentil daquele modo com uma garota, e riu porque achou adorável.

– Sério, Jackson, diga o que você quer que eu faça – disse ela, sorrindo.

– Nada, oras. Já te expliquei. Eu, você e nossa trégua de uma noite.

– Eu estou falando sério, Jackson. Por que você me convidou?

– Porque você estava sozinha.

E, de repente, Annabeth sentiu-se vazia.

– Você foi até aquele sofá falar comigo por pena?

– Não! – negou, rapidamente, com os olhos arregalados. – Meu Deus, Annabeth, não. Olha, só relaxa, ‘tá bom? Você é um ser humano e seres humanos precisam se divertir. E algo me diz que você não faz isso com muita frequência...

– Quieto.

Percy riu e fez sinal para que ela o seguissem. Os dois abriram caminho entre mais algumas pessoas até voltarem aos sofás e sentarem-se novamente. Annabeth podia odiar admitir, mas precisava: Percy Jackson estava bonito. Ele usava um jeans que parecia ser novo, botas e uma camisa azul.

– Mas o que eu disse era verdade. Você está mesmo bonita, Annabeth – comentou ele. Seu tom era casual, como se fosse normal dizer coisas daquele tipo a ela.

Annie sentiu seu rosto esquentar de novo. O porquê, ela não sabia. Também não sabia se devia dizer que ele estava bonito também. Não, essa opção faria com que ela simplesmente gaguejasse. Porque Annabeth estava espantada, balançada, embasbacada e mais uma série de palavras com esse mesmo significado. Ela não conseguia entender. Não via cabimento para tamanha gentileza. Portanto, a única coisa que ela conseguiu dizer foi:

– Obrigada, hm, Percy.

– De nada, hm, Annie – devolveu ele, no mesmo tom, e soltando uma curta risada depois. – Enfim, um passarinho está me contando que você não quer estar nessa festa...

Ela assentiu.

– Não queria mesmo. Eu vim pela Thalia – admitiu. – Sempre que eu apareço em festas, é por ela. Ela é minha melhor amiga e acho que é o mínimo que eu posso fazer, apesar de eu só saber o que ela apronta no dia seguinte... Mas e você? Por que veio?

– Talvez porque eu ame festas. Luke arrumou com o intuito de... – ele se interrompeu. – É melhor deixar para lá. Não interprete errado nem nada, lembre-se da nossa trégua. É só que eu acho que não devo.

– Entendo.

– Sério?

Ela sorriu e assentiu.

– Sim.

– Bom... – Percy disse, olhando para o que sobrava de seu champanhe. – Annabeth, posso perguntar uma coisa a você?

Annie deu de ombros em resposta e Percy fez a pergunta mais estranha que ela viria ouvir naquela noite.

– Por que você me odeia?

Seu queixo caiu. Ela fora pega com a guarda baixa. E o pior é que era uma pergunta complexa, porque Annabeth não se lembrava de seus motivos. Suas memórias traziam uma pequena imagem congelada de uma antiga briga de infância que ocorrera há muito tempo, quando ambos tinham doze anos. Mas não se lembrava de nada daquela briga. Apenas aquela foto mental, aquela imagem congelada. E desde então, havia aquela extrema antipatia. Claro que ela o detestava por ter sido o cara mais irritante que ela já conheceu em vida; sempre egocêntrico, sempre usando o time para se promover, sempre se achando melhor que tudo e todos ao seu redor. Para ela, ele achava que o mundo girava ao redor de seu próprio umbigo.

Mas, por outro lado... Se Jackson era mesmo assim, por que teria oferecido uma trégua? Por que teria decidido passar a festa com ela? Annabeth começou a se sentir perdida. A confusão é um sentimento estranho, que faz com que você pense em hipóteses inimagináveis. Annabeth se encontrava assim. Ela descobriu a resposta daquela pergunta. Percebeu que jazia embaixo do seu nariz há anos, e tornou a pensar nisso que chamamos de ridículo. Todo mundo tem rixas de infância. Mas talvez Percy e ela tenham julgado um ao outro a vida inteira erroneamente, sem sequer conhecer um ao outro.

– Eu... não sei. – Respondeu ela, pasma.

– Imaginei que não. Pois bem, eu também não sei.

E ficaram absorvendo isso por um tempo, em um silêncio estranhamente desconfortável. Percy conseguiu surpreendê-la novamente ao quebrá-lo:

– Você pareceu meio receosa quando eu te chamei.

Ela deu de ombros, desconfortável. Não gostava de falar disso.

– Você não gosta de falar disso? – perguntou Percy, praticamente lendo seus pensamentos. – Vamos lá, Annabeth. Você pode confiar em mim. Sei que não nos conhecemos direito, mas te juro que o que você me falar morrerá aqui.

Ela suspirou pesado. Bom, que seja.

– Quando eu tinha quinze anos, fui ao meu primeiro baile de formatura.

– O do Ginásio.

– Isso. E eu ia com Peter Klein. Lembra do Klein?

Percy fechou a cara e Annabeth gostou disso.

– Lembro.

– Pois bem. Aquele idiota, que todas idolatravam, me convidou só para tirar uma com a minha cara. Eu me arrumei todinha. – Annabeth deu um sorriso triste com a lembrança. – Eu estava radiante. Podia-se dizer que eu parecia uma princesa. Mas quando eu ouvi o som da buzina da limusine e cheguei aos jardins da minha casa, ele apareceu no teto solar e jogou... ovos em mim.

Percy a encarou embasbacado e ela deu apenas de ombros.

– Já superei isso – prosseguiu –, mas acho que parte do meu rancor por bailes e festas se deve a isso.

– Olha, nem sei o que dizer. Mas eu, particularmente, estou achando isso aqui agradável. E você?

Ela sorriu.

– Eu também. Tem sido agradável. Odeio ter que dizer, mas talvez você seja legal, Jackson.

Ele sorriu de volta.

– E talvez você seja legal, Chase.

.

*

.

Led Zeppelin – Thank You

Nico estava começando a encontrar o caminho para o fundo do poço.

Seus dias pareciam durar anos e ele não tinha ânimo para... Nada. Era como se algo tivesse morrido dentro dele. Nem Leo, que geralmente conseguia fazer qualquer um rir, estava conseguindo arrancar risadas dele. Era aquilo que estava em seu peito. Uma melancolia, uma angústia que parecia estar o engolindo.

Até aquela festa.

Quando ele soube da ideia de Luke, Nico quis, literalmente, dar o segundo dos três maiores gestos de afeto que um amigo pode dar em outro: um beijo na bochecha. Ele quis vibrar de alegria. Após dias, finalmente aquela angústia havia ido embora. Luke iria dar uma festa. As festas que marcaram sua adolescência. Ninguém dava festas como aquele cara. As festas de Luke eram perfeitas. Rolava loucura, bebida, diversão, ressaca, boas memórias para o futuro e, inevitavelmente, putaria.

Luke, Leo, Jason, Percy, Lilith, Bianca e ele foram as primeiras pessoas a chegarem. Nico estava andando para todos os lugares desde que aquela festa começara, mas ninguém ficara fixamente ao lado dele no início ao fim. De um modo ou de outro, ele estava se divertindo. Naquele momento, Leo e ele estavam em pé em um canto, olhando as garotas atentamente. Como cães caçam gatos seria uma boa comparação.

– Leo, olha aquela – dizia Nico, apontando para qualquer garota que achasse bonita.

– Estou vendo! E aquela outra, cara!

– Ah, aquela é mais bonita. Cabelos pretos, olhos verdes. E esse corpo, Deus tenha piedade.

Leo sorriu safado para a menina a qual Nico se referia e tornou a olhar ao redor. Ele avistou mais uma e começou a esfregar a palma de uma mão na outra, de tão excitado.

– Nico, olhe para aquela.

O moreno seguiu o olhar do amigo e percebeu que ele tinha razão. Aquela festa estava cheia de garotas atiradas, usando roupas curtas e bancando as vadias, mas aquela menina era diferente. Ela era maravilhosamente bonita e estava totalmente na dela, sentada, tomando um copo de algo que Nico presumiu ser vodka devido a distância que os separava.

– Jesus Cristo – foi tudo o que Nico conseguiu dizer.

– Eu sei! E olha aqueles peitos! Eu vou mexer com ela...

– Não, não, é melhor não. Ela não me parece ser uma daquelas semi groupies que ficavam babando em cima da gente na época do time. – Observou ele. – Não, não, ela não é uma vadia. Vai é te bater se você for encher o saco dela.

– O que quer dizer?

– Quero dizer – ele fez uma pausa dramática – que eu vou fazer isso.

Leo bufou.

– Ah, qual é, Nico, esse discurso todo só para dizer que quer pegá-la? Eu vi primeiro!

– Leo, eu estou avisando, cara. Você vai apanhar se for mexer com ela.

– Não vou!

– Vai sim! Esqueceu-se da última vez em que eu te alertei e você me ignorou? Você chegou naquela menina dando cantadas que você lê em sites de heavy metal e ela quase te matou.

Leo enrubesceu com a memória.

– Ela não me bateu tanto assim...

– Imagine, claro que não. Certo, vamos fazer um trato. Eu vou puxar conversa com ela e se eu não estiver beijando-a depois de quinze minutos, ela é sua. Você pode ir lá e tudo.

– E por que eu tenho que ir depois de você?!

– Porque eu quero testá-la antes, caramba!

Leo bufou como uma criança injustiçada, fazendo biquinho e tudo. Nico apenas revirou os olhos.

– Por favor, vai, Leo, deixa.

Ele suspirou.

– Tá legal. Mas cinco minutos!

– Pode deixar que eu vou pegar aquela garota bem antes disso – garantiu Nico, sorrindo convencido, e foi em direção a garota.

Ele foi se aproximando dela aos poucos e foi reparando em suas características físicas. Ela tinha uma pele branca tão alva que parecia leite, assim como a dele. Seus olhos eram grandes e castanho-escuros, moldados por cílios longos. Os cabelos longos eram ruivos, mas não aqueles ruivos alaranjados naturais. Eram tingidos, puxados para vermelho, e tinha um destaque inacreditável na pele alva dela.

– Olá – cumprimentou Nico, postado ao lado dela e sorrindo.

Ela ergueu uma sobrancelha de leve para ele, mas ainda assim devolveu o cumprimento.

– Hm... olá.

– Tudo bem para você se eu me sentar aqui ao seu lado?

A garota franziu o cenho para ele e cruzou os braços.

– Certo, o que você quer?

– Hey, calma. Quero conversar com você, oras.

– Sei – ela fez uma pausa para beber um pouco mais da vodka. – Olha, eu estou cansada do seu tipo. Jogadores de basquete que se acham os reis da escola e saem usando garotas por aí.

De certo modo, aquilo atingiu Nico como um tapa no rosto.

– Hey! Como você sabe que eu jogava basquete?

– Hm, será que é porque eu estudei na Half-Bloody? – ela perguntou, extremamente sarcástica, e Nico gostou disso.

– Olha, ela sabe usar o sarcasmo. Amei isso. Como é seu nome, linda?

– Não me chame de linda.

Nico sorriu. Caramba, ela não estava dando mole! Ele amou isso. Todos os homens adoram um desafio.

– Eu nunca te chamaria era de feia, para falar a verdade.

– Já sentiu a sensação de ter um copo cheio de vodka derramado na cara?! – ela exclamou, irritada. – Me deixa em paz. Não quero nada com você e acho que está mais que óbvio.

Ele jogou-se no sofá, sentando-se ao lado dela. Iria arrancar uma conversa daquela garota ou ele não se chamava Nico Di Ângelo.

– Ora, não seja tão fechada. E você ainda me disse como é seu nome.

– E nem vou dizer.

– Vamos lá. Veja, vou me apresentar para você. Sou Nico Di Ângelo.

– Eu sei que você é Nico Di Ângelo. Todos na Half-Bloody sabem o seu nome, inteligência.

O moreno fechou a cara.

– Pelo amor de Deus, garota. Eu estou tentando ser legal! Dói pelo menos dizer o seu nome?

A menina suspirou, entediada.

– Ambrose. Ambrose Entwinstle.

– Como John Entwistle, baixista do The Who?! – exclamou Nico, admirado.

– Não. Meu nome tem um “N”.

– Ah. Então, Ambrose, me diga. De que tipo de música você gosta?

– Por que está perguntando?

– Porque você parece ser do tipo que gosta de conversar antes de cair nos meus braços.

– Eu não vou beijar você. Sabe, Di Ângelo, homem não falta no mundo. Eles são tão vastos quanto vadias. Se quer algo casual, vá caçar vadias, porque eu não sou uma.

– Certo, certo. Que tal se nós dois fizéssemos uma trégua? – ele propôs. Claro que ele não ia desistir de pegar aquela garota tão cedo, mas precisava pelo menos dizer algo como aquilo. Ela era difícil e aquele desafio o estava motivando demais.

Ambrose Entwinstle suspirou. Ela ainda parecia desconfiada.

– Tanto faz.

– Você ainda não me respondeu sobre a música...

– Sou super fã da Gwen Stefani.

– A esposa do Gavin Rossdale, guitarrista do Bush?! – ele piscou por um momento. Falar do marido da mulher provavelmente não iria impressioná-la. – E que é daquela banda, a No Doubt, certo?

Ambrose assentiu devagar e Nico sorriu amarelo. Parabéns, Nico, você falhou.

– E você, Di Ângelo? – perguntou ela, parecendo desinteressada. – De que tipo de música você...

– Rock também – ele interrompeu, sorrindo. – E curto uma porrada de bandas, mas as minhas favoritas são The Beatles, The Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Guns N’ Roses, Lynyrd Skynyrd, AC/DC, The Who, Plastic Ono Band, Wings, The Traveling Wilburys, Cream, Jethro Tull, The Yardbirds, Metallica, Imagine Dragons, Cinderella, Creedence Clearwater Revival e The Doors. E o que você faz ou quer fazer da vida?

– Quero ser escritora.

– Sério?

– Sim. Eu escrevo faz um bom tempo e quero lançar uma série de livros. É a minha meta de vida, sabe? E eu sou simplesmente apaixonada por investigação, mistério e romance policial. Você lê, Nico?

Nico assentiu.

– Gosto de fantasia épica.

Ambrose sorriu verdadeiramente para ele pela primeira vez e comentou que adorava o gênero. Quando Nico se deu conta, os dois estavam literalmente conversando. Ela era fã de Harry Potter, The Hunger Games e The 39 Clues. Seus seriados favoritos eram Once Upon A Time e American Horror Story. Estar conversando com ela deixou Nico embasbacado. Ele geralmente partiria para cima dela de uma vez e depois simplesmente esqueceria, como fazia todas as festas, mas era interessante conversar com ela. Porque, apesar do sarcasmo inicial, Ambrose era legal. E engraçada. Com poucas palavras, ela tinha feito Nico Di Ângelo rir.

Talvez passassem a festa inteira conversando, mas não puderam, porque os dois foram interrompidos por um carinha magrela que parecia um elfo de Papai Noel e que Nico iria simplesmente esquartejar.

– E aí, gata, você tem extintor de incêndios? Porque eu preciso que alguém apague o meu fogo!

Nico não aguentou. Caiu na risada. Ambrose apenas olhou para Leo com uma expressão que só pode ser descrita como “cara ‘WTF?!’”. Leo sorria, esperando algum tipo de reação dela, mas Nico sabia que não viria.

– Leo, eu te avisei! – ele berrou entre risos.

– Como é seu nome, gracinha? – Leo insistiu, ignorando Nico completamente.

Ela olhou dele para Nico e balançou a cabeça devagar.

– Vocês são malucos ou o quê?

– Ele é – disse Nico. – Eu não.

Ambrose bufou e revirou os olhos. Nico quis bater em Leo. Ele estava quase conseguindo ficar com ela e Leo tinha que interferir. Irritada, ela levantou-se bruscamente e começou a caminhar para longe dos dois. Nico não podia deixar. Ele tinha encontrado uma meta, um desafio, algo que pudesse pelo menos diverti-lo, e não ia deixar escapar.

– Espere! – ele gritou. – Onde eu posso te encontrar?!

Ela virou-se para ele, fuzilando-o com o olhar, e disse algo que Nico com certeza diria.

– Eu não vou pular do navio, não é, inteligência?!

.

*

.

Led Zeppelin – Tangerine

Enquanto isso, Piper literalmente esbarrava em Jason.

Foi decepcionante. Não só a bela blusa vermelha de Jason tinha sido destruída por causa do refrigerante, mas ela sentia tanta vergonha que chegou a adorar a ideia de enterrar não só a cabeça, mas o corpo inteiro em uma vala.

– Jason! – choramingou ela. – Me desculpe! Oh, meu Deus do céu, eu sou um desastre. Deixa eu te ajudar a limpar isso...

– Hey, relaxa – disse o loiro, sorrindo para ela. – Não tem problema, Pipes. É só uma camisa.

Pipes. Ela adorava esse apelido. Jason fazia isso com ela. Ela ficava tão nervosa na presença dele que chegava a cometer gafes como aquela. Porém, ela gostava dessa sensação. Gostava da companhia de Jason e do efeito que essa companhia causava nela.

– Gostando da festa? – o loiro perguntou.

– Ah, com certeza! – Piper respondeu, com um sorriso. – Tem sido bem nostálgico. Só consigo pensar nas festas do colegial. Luke dava as melhores. Principalmente quando nossa escola vencia a Goode.

Jason sorriu com a memória.

– Bons tempos! Nós simplesmente acabávamos com eles! Ah, acho que eu nunca vou viver nada mais divertido do que o que eu vivi quando estava naquele time.

Piper sorriu.

– Vocês têm muita história, não é?

– Demais. Tantas histórias que eu juro que se eu te contasse algumas em especial, você não acreditaria. Mas minhas preferidas vieram dos dias que passamos na estrada, viajando para algum jogo.

Ela lhe deu um sorriso aberto. Piper se sentia confortável com Jason. Mesmo que ela não soubesse explicar, ela sabia, sentia que ele era diferente das outras pessoas. Jason tinha algo em especial, e ela adorava isso. Ele retribuiu o sorriso com um terno e carinhoso.

– Você está linda hoje à noite, Piper.

Aquilo foi como um incêndio inteiro em seu peito. Ela amava quando Jason a elogiava.

– Obrigada – disse ela, sentindo o próprio olhar brilhar e sendo mais sincera do que nunca. – Você também está bonito, Jase.

Os dois sorriram um para o outro. Não precisavam de palavras, apenas disso. O sorriso, que mesmo um gesto tão pequeno, era um dos mais sinceros.

A música mudara e a introdução de outra começou a tocar. Era Tangerine, do Led Zeppelin.

– Eu amo essa música – comentou Piper, timidamente.

Jason segurou as mãos dela.

– Quer dançar comigo? Tangerine não é uma música dançante, mas...

Ela sorriu e assentiu. E logo estavam dançando. A vida tem muitos caminhos e dedicamos a encontrar o nosso. E é inumerável o número de obstáculos que encontramos nessa jornada, mas essa é a graça da vida, porque é nos obstáculos que encontramos os momentos, as dores, os valores e toda a gama de sentimentos que encontramos ao longo dela. Essa jornada, apesar de ser finita, tem rumo ao infinito. E o melhor é que não a percorremos sozinhos. Encontramos pessoas importantes no meio do caminho. Pessoas que nos acompanhariam para qualquer lugar, independentemente das circunstâncias.

Muitas delas são amigos fieis. E outras muitas são amores.

.

*

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Matchbox Twenty – How Far We’ve Come

Enquanto isso, Luke beijava uma garota.

Ele não sabia quem ela era, sequer o nome dela, só sabia que ela beijava bem e por enquanto era só isso que importava. Ele prensava o corpo dela contra a parede, quase a engolindo ali mesmo. Ele estava se divertindo. A menina era ágil também – ágil até demais.

Luke não fazia a menor ideia de quanto tempo passaram naquilo, apenas que só vieram parar quando alguém o puxou bruscamente. Ele deu de cara o semblante furioso de Hermes e deu um sorriso. A festa acabou, pensou, amargamente e ao mesmo tempo, orgulhosamente. Ele não só se divertira como nos velhos tempos, como também conseguiu atiçar a raiva do pai.

– Luke Castellan! – Hermes berrou, enlouquecido de raiva, enquanto Luke apenas sorria. – Será que você pode me explicar o que é isso?

Ele não respondeu, o que só pareceu irritar Hermes ainda mais – e, consequentemente, trazer ainda mais satisfação a Luke.

– O que é que falta para você agora? Você só pode querer estourar meus neurônios de vez! Quantas vezes eu já te disse que o salão de festas não é lugar para essas suas festinhas? Aliás, lugar algum é lugar para essas suas festinhas!

Hermes continuou discursando, mas Luke não sabia mais o que ele falava. Seus lábios estavam se movendo, mas ele não podia ouvir. A voz dele estava soando, mas as palavras não eram claras. Eram apenas letras desconexas que ele não conseguia unir.

– Está me ouvindo, Luke?! – ele tornou a gritar.

Apenas de pirraça, Luke não respondeu novamente. Então, Hermes se irritou ao ponto de perder a razão. Agarrou a camisa verde de Luke e puxou-o bruscamente, quase o arrastando por metros em direção ao aparelho de som. Luke gritava para que ele o largasse, xingava, se debatia, mas Hermes era inevitavelmente mais forte que ele.

Quando Hermes finalmente alcançou o aparelho de som, largou Luke com um empurrão e desligou a música. Todos ali se sobressaltaram e olharam para ele ao mesmo tempo.

– Chega! A festa acabou! Caiam fora, todos vocês!

Era uma cena tão estranha que chegava a ser vergonhosa. Luke queria gritar para que Hermes calasse a boca. Ele simplesmente o odiava nesses momentos.

– NÃO! – Luke gritou de volta. – Muito pelo contrário! A festa acabou de começar!

Ele voltou a ligar o som, que continuou tocando a música de onde parara no volume máximo. Todos, ainda chocados, voltaram a dançar; não durou nem um pouco, pois Hermes logo voltou a desligar a música. Luke, em contrapartida, ligou o som novamente e postou-se em frente a ele, quase que em proteção.

– Por que você sempre ferra com tudo? – berrou ele para o pai. – Porra, pai! É só a droga de uma festa! Será que dá para você parar de ser careta por um momento?! Você nunca viveu, não? Porque, sinto muito, mas eu quero viver!

– Não fale assim comigo, garoto! Eu sou o seu pai!

– Não parece!

Luke queria quebrar alguma coisa. Aquilo não devia estar acontecendo. Seu pai não devia estar ali, interrompendo mais uma festa e discutindo aos berros com ele. Não aquela festa. Não, não, não.

– Sem dramas adolescentes, Luke! Eu dei meu sangue a vida inteira para te criar e todos esses anos eu não ganhei nenhuma retribuição da sua parte além de dor de cabeça!

– Que pena, não?! – Luke devolveu, a voz carregada de veneno. – Sinto lhe informar, pai, mas eu não sou o filho prodígio que você tanto queria! E é você quem devia parar de ser hipócrita!

– Hipócrita?! Hipócrita?! Como você pode me chamar de hipócrita?!

– Como eu posso te chamar de hipócrita?! Pois bem, vamos ver por que eu te chamo de hipócrita! Você fica aqui, destruindo a minha festa, berrando, desligando o som e depois ainda vem fazer um discurso só para jogar na minha cara que eu sou um péssimo filho, como se você fosse um ótimo pai! Porque você não é, pai! Você é o pior pai do qual eu já ouvi falar!

– Respeito, Luke! – bradou, ainda mais alto. – Você pode estar bem grandinho, mas eu ainda posso lhe dar um belo de um castigo!

– Ah, é? Então vá em frente, pai! Me castigue! Prove-me que você ainda pode me castigar, porque eu sempre tive tanto medo dos seus castigos! Nunca estive tão amedrontado quanto agora! Eu já tenho dezoito anos! Posso não poder entrar em eventos proibidos ou comprar bebidas ainda, mas tecnicamente eu já sou maior de idade, o que significa que você não tem mais nenhum controle sobre mim!

E foi bem aí que tudo desabou. Luke Castellan tinha acabado de atirar no próprio pé.

– Ah, não? – Hermes perguntou. Sua voz agora era baixa. Tão baixa que Luke quase não ouviu, principalmente se levarmos o som bem ao lado deles em consideração. O tom era calmo e cauteloso, quase como o de um juiz ao proferir, bem devagar, uma sentença final. – Eu não tenho mais controle sobre você? Você realmente acha isso, Luke? Pois bem. Sabe, eu planejei isso com todo carinho e pensava que teríamos uma conversa agradável quando eu te contasse. Parte o meu coração ter que usar essa arma contra você, você não tem ideia. Mas eu não tenho mais opções. Você arrancou todas as minhas escolhas, garoto.

Luke revirou os olhos.

– Diga logo o que te faz pensar que ainda tem tanto controle!

E Hermes sorriu para ele. Um sorriso quase cruel.

– Não faço a menor ideia do que você vai fazer da sua vida, mas consegui uma vaga para você na Aarhus University. É uma universidade renomada, importantíssima. Fica em Aarhus. Na Dinamarca.

Luke Castellan descobriu o que um homem sente ao levar um soco no peito. É uma pressão avassaladora, que te pega de surpresa, que arranca todo o ar do seu pulmão e que parece esmagar suas costelas. Que deixa suas pernas bambas, seu corpo mole e sem equilíbrio. E por um momento o ar te escapa, como se tivesse sumido do mundo, e você fica em escassez, sufocando, dominado pelo choque a falta de ar. E então, você cai.

Não.

Foi tudo o que Luke pôde dizer. Um suspiro sofrido, sufocado. Não.

– Eu arrumei direitinho. Sua presença está confirmada lá. Não dá para voltar atrás; você vai ter que ir, de uma forma ou de outra.

– Não! – ele gritou. – Meu Deus, pai, eu odeio você! Como você pôde fazer isso comigo?

– Eu te ajudei, garoto. O que te prende aqui? Seus amigos? – ele debochou. – Vocês iriam se separar de uma forma ou de outra. Acha que amizades de colegial se preservam? Existem milhares de faculdades no mundo. Você escolhe uma, um curso, arranja um emprego e segue sua vida. E as amizades se perdem. Eu só adiantei o processo.

– Nossa amizade não vai se perder!

– Ah, não? Pois eu tenho certeza de que daqui a alguns anos tudo o que restará de Percy, Jason, Leo e Nico serão memórias. É impossível vocês continuarem juntos na faculdade. Aceite isso.

Talvez Luke sempre soubesse que tudo teria um fim. Talvez estivesse subtendido para ele que ele teria que se separar de Percy, Nico, Leo e Jason algum dia. Mas não daquele modo. Não por causa de uma universidade estúpida na Dinamarca.

Dinamarca, pai?!

Hermes apenas sorriu. Luke sentiu raiva, ódio, um rancor descomunal. Depois, quis chorar. Ele não costumava chorar, mas tudo o que ele queria fazer naquele momento era contar toda a situação aos amigos e chorar. Mas ele não iria chorar agora. Não ali, na frente do pai. Não ia dar aquele gosto a Hermes nem morto.

– Eu... Eu te odeio. Você não sabe o quanto eu te odeio! – ele gritou com amargura. Sua garganta estava seca e entupida com o nó do choro que estava preso ali.

– Se você não fosse assim... Você me deu motivo todas as vezes, Luke. E agora não foi diferente. O que eu não entendo é... por quê? Por que, Luke?

– Não é óbvio?! Porque eu quero que você me dê atenção de alguma forma.

Ele deu meia-volta e correu para longe dele. Não queria mais ficar perto do pai, ver o rosto dele, ouvir falar dele. Não queria mais ficar naquela festa. Só queria sair daquele maldito navio e voltar para o pequeno apartamento que dividia com os meninos. Queria sair daquele inferno. Mas, principalmente, não queria ir para longe dos amigos.


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Notas finais do capítulo

LEIAM, LEIAM, LEIAM!

Vou direto ao ponto: quero aumentar a classificação de HFWC. Eu sou bastante insegura em relação a minha própria escrita e não sei se daria conta de fazer um hentai bom, afinal, só escrevi dois na vida inteira, mas quero tentar. Porém eu preciso do consenso de vocês. O que vocês acham? Se vocês não quiserem, eu não vou mudar nada. Vai ser votação, ganha o lado que receber mais votos. Mas se por acaso o hentai entrar, aqueles que não gostam não precisam se preocupar. Eu vou avisar sempre que houver um. Enfim, o que vocês acham?

Mais um pronunciamento: o spin-off ainda está bem de pé, obrigada. Só preciso terminar logo o primeiro capítulo e.e E o bônus vai demorar, porque se eu for dar prioridade a ele, eu vou demorar ainda mais.

Agora... ~se esconde atrás da cadeira~ É sério, o que acharam? Era para ser um mini Angst...

E a nossa Ambrose Entwinstle? O que acham dela? O cabelo dela não é natural, só para ressaltar, então não imaginem como um ruivo natural. Eu revirei meio mundo atrás de uma atriz perfeita para ela e ainda estou procurando, mas em matéria de cabelo, a que tem um tom mais parecido com o dela é a Simone Simons, vocalista do Epica: http://terrademordor.files.wordpress.com/2014/01/simone-simons-3.jpg

Ambrose: http://www.polyvore.com/ambrose_entwinstle_01/set?id=145608012

Como deu para perceber, sim, finalmente esse pessoal vai desencalhar ~vivas de alegria~

Eu infelizmente não sei quando vou postar o próximo, porque eu realmente preciso escrever dois contos para uma coletânea de Halloween que estou participando, atualziar outras fanfics E dar corda para uma ideia nova que eu preciso desenvolver, porque HFWC surgiu em janeiro do ano passado, essa também, e eu estou muito empolgada porque quero muito que dê certo. PORÉM eu quero voltar aqui no dia dezessete, aniversário de um ano de HFWC ♥ Sinto que vou levar um soco, mas... Vocês poderiam esperar um pouquinho?

Comentem, meu povo! Vamos lá, coloquem os dedinhos para funcionar!

Beijos.

Mel ♥



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