“You're the voice I hear inside my head” escrita por Douglas Antônio


Capítulo 11
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Eu sentia meu corpo todo congelando com aquelas últimas palavras dela. Em minha mente aquelas palavras ainda estavam formando eco, como se fossem surreais demais.

—Não. – disse para ela. – Eu saberia se estivesse aqui.

—Saberia mesmo?

—Ele não sabe onde moro.

Demi me olhou com aquela expressão: “Sério mesmo?”
—Um bom detetive, uma pesquisa rápida do no facebook e voilá.

—Mas como vamos achar ele aqui?

—Minha cidade não é das maiores, mas há muitos lugares que ele pode estar.

Demi pensou e me perguntou:

—Algum lugar que você comentou com ele que goste muito? Pode ser uma boa pista.

Mentalmente fiz uma varredura das minhas conversas com Joe, mas nenhuma delas eu me lembrei de ter entrado nesses detalhes.

—Não consigo me lembrar de nada.

—Deve haver algum lugar que você fale muito. Ou que sempre vá aqui.

—Isso tem. – eu disse. – Há uma praça, algumas quadras daqui. Que sempre vou quando estou com muita coisa para pensar ou quando eu apenas quero ficar sozinho.

—Ótimo. – disse ela batendo palmas. – Isso diminui nossa pesquisa. Podemos ir lá agora?

Assenti e seguimos de carro até a praça, o que não demorou nem 20 minutos. Ela estava como sempre. Não havia muitas pessoas, afinal aquele não era o lugar mais bonito naquela cidade. Mas era o meu lugar. Onde eu podia me sentir à vontade para estar com meus pensamentos e o fato dela estar tão sem movimentos, fazia dela tão minha.

—É aqui. – disse para Demi.

Ela olhou o lugar por alguns minutos. Olhou os prédios em volta prestando a atenção em cada detalhe.

—Não há hotéis por aqui. – disse para ela. – Apenas uma pensão que fica naquela esquina.

—Então devemos ir lá.- disse ela. 

—E dizer o que? – perguntei ela.

— Vou mostrar uma foto dele e perguntar sobre.

—Tem certeza sobre isso? – perguntei ela.

Ela me olhou.

—O que está acontecendo com você?

—Eu apenas não sei estou pronto para conversar com ele de novo. Não depois de tudo.

—Eu sei que pode parecer difícil. Mas vocês precisam conversar. Precisa contar para ele a verdade.

—Eu não estou pronto para isso. – disse para ela.

—Você tem alguns segundos para estar. – disse ela. – Olhe para trás.

Tremi. Senti minha cabeça girar. E meu estomago doer ao olhar novamente naqueles olhos que não via alguns dias. Tentei dizer o nome dele, mas minha voz havia sumido.

—Acho que preciso ir agora. – disse Demi. – A gente pode conversar depois. Principalmente você. – disse ela apontando para Joe e fazendo um sinal para que ligasse para ela.

Eu queria pedir para ela ficar, parecia que seria mais fácil. Mas meu cérebro não conseguia processa a informação rápido o suficiente e ela apenas foi embora.

Voltei o meu olhar para Joe novamente, tentando entender o que o olhar dele queria me dizer. Não consegui traduzir. Nunca havia visto ele assim. Ele estava mais magro e com olheiras fundas, como se não dormisse bem muitos dias já. Seus cabelos não estavam arrumados como sempre. E ele me olhava fixamente sem piscar.

—É realmente você. – disse ele tocando em meu braço.

—Sim. – eu disse sentindo meu corpo tremer com o toque dele.

—Venha comigo. – disse ele me arrastando para a pensão. – Temos muito o que conversar.


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