Gokudera sempre fora um bom vizinho, nunca incomodava os outros, muitas vezes ajudava a senhora do terceiro andar com as compras, emprestava açúcar para a mulher do lado, nunca fizera bagunça a noite, e vice versa, nem mesmo uri os incomodava, ate achavam o pequeno felino adorável.

Batalhava para pagar o aluguel, mas não se importava afinal, não se é todo dia que se acha um lugar desses para morar, certo?

Era oque pensava nos últimos dois anos, e foi assim que foi vivendo, sempre ao lado do seu chefe completando qualquer missão que lhe era ordena, e nesse últimos dois anos o numero de inimigos contra o 10º Vongola havia amentado, ou seja sem muita folga, chegava cansado em casa e não reparava para muita coisa.

Oque foi um GRANDE erro.Talvez, se tivesse sido mais atencioso teria visto a bomba que estava crescendo na sua casa.

Uri.

Ele era comportado em si, a sua relação com o felino tinha melhorado consideravelmente com o amadurecimento de ambos, e isso era maravilhoso, mas tinha um problema.

Uri não só amadurecera mentalmente mas fisicamente também. Ele já sabia disso, afinal quando lutara contra Gamma no futuro viu como o felino ficaria, mas deixou a informação de lado, sem dar muita importância, afinal quem se lembraria dessas coisas no calor da batalha?

Mas agora se arrependia amargamente. Olhava para o felino GIGANTESCO na sua sala, a mesinha de centro havia sido destruída no tempo que estivera fora, fora quanto? Dois meses?

O sofá se encontrava em um estado irreconhecível, quem pensaria que em tão pouco tempo o sofá estava novo, e estava mesmo, acabara de compra-lo, e tinha jogado o velho fora. E a destruição não parava por ai, pelo menos aonde podia ver parado a soleira da porta, as paredes estava arranhadas, o local todo sujo de comida e deus nem queria ver a "caixinha" de areia do outro, que há muito tempo deixara de ser uma caixinha e passara a caixona.

Soltou um suspiro alto ao ver o estado das cortinas,Gokudera AMAVA as cortinas, fora um presente da Nana, a mãe de seu chefe, ele lhe dera de natal ao saber que ainda não havia comprado cortinas para o seu apartamento, eram lindas e o faziam lembrar de sua própria mãe.

E agora não passavam de simples pedaços de pano.

Uri se levantou de um canto que não tinha sujeira e veio ronronando em sua direção.

O CARA DE PAU AINDA TINHA CORAGEM DE RONRONAR?

Soltando um miado, que agora era mais um rugido baixo se sentou aos pés do seu dono e lhe deu uma pata, que pelo tamanho das patas quase o derrubou no chão e lhe lançou seu olhar pidão.

Ele queria comida.

Depois de comer toda a casa o filho da mãe ainda queria comida?

Falando em comida se lembrou de quem era a encarregada de alimentar Uri quando estivesse fora, e de repente sentiu uma enorme compaixão pela sua vizinha. Ele deve ter se assustado, quero dizer, ela não o via a tempos afinal Gokudera evitava aparecer em publico, uri já estava grande antes de viajar, mas agora ele estava GIGANTE. O que "gatos" fazem pra crescerem tanto em tão pouco tempo?

Escutou barulho de portas se abrindo ao seu lado e virou o rosto para a figura pálida de uma mulher de 30 anos que tremia diante do outro garoto.

Coitada, deve ter passado por maus bocados.

–G-Gokudra–san...eu não pude fazer nada...ME DESCULPE! - A pobre mulher começou a soluçar histericamente na porta enquanto seu filho de 12 anos vinha ver oque estava acontecendo e arregalava os olhos ao ver Uri olhando a cena.

Provavelmente ainda com fome.

–A-AH! Não precisa se preocupar, na verdade eu que peço desculpas e eu, eu ahhh ME DESCULPE! Eu esqueci completamente como o Uri estava!

–Você tem um tigre de estimação?! - Gritou o garoto com os olhos brilhando enquanto olhava para o Uri, ainda hesitando se se aproximava mais ou não.

–Na verdade é um leopardo. - Respondeu automaticamente, assim fazendo a mulher chorar ainda mais.

Oh, céus oque fizera?

O garoto deu um passo a frente fazendo a mãe soltar um gritinho meio abafado, e o garoto me olhou preocupado.

–Hahah tranquilo, pode passar a mão ele não vai te morder a não seja que ele esteja com fome - O garoto e a mãe me encararão ainda com mais medo, ERA BRINCADEIRA! Esse pessoal não tem senso de humor, não? -Hã é brincadeira, ele é super dócil - A não ser claro que você seja da máfia e queira me matar.

O garoto finalmente tomou coragem e fez carinho no Uri que respondeu com seu ronronado, que mais parecia o barulho de uma serra elétrica, ou o motor de um caminhão.

Enquanto o garoto brincava com uri Gokudera tentava controlar os gritos da mulher e o choro incontrolável com palavras amigáveis, o que não parecia estar ajudando muito.

–COMO você quer que eu me acalme Gokudera-san? Eu entro no seu apartamento para alimentar o seu gatinho e oque eu vejo? UM TIGRE!

–Na verdade é um leopardo.

–NÃO ME INTERESSA! OQUE VOCÊ ESPERAVA? QUE EU ENTRASSE E SERVISSE DE COMIDA PARA O SEU BICHINHO?

–Ele é dócil e não come ninguém, lembra ainda é o mesmo Uri de sempre - Tentou argumentar, sem sucesso com sua vizinha histérica, ah cara isso estava complicado.

–NÃO quero saber! Você tem um dai para arrumar as sua coisas e sair desse prédio, ou eu chamo a policia, a defesa contra os animais OU ATE MESMO A MÁFIA!

Gokudera não aguentou e soltou uma risada baixa com a ultima alternativa da mulher, ele era a máfia. Mas aparentemente isso irritou ainda mais a mulher que começou a gritar ainda mais alto e histericamente fazendo suas falas serem praticamente incompreensíveis para o Guardião da Tempestade que rapidamente se desculpou e correu apartamento a dentro com Uri logo a trás de si.

Ouviu a mulher gritar ainda mais alguma coisa sobre mandar arrumar os reparos do apartamento , oque fez doer ainda mais seu bolço, aquela reforma ia sair caro.

Arrumou rapidamente uma mala com roupas pegou Uri, que como um ultimo presente, antes de sair mordeu um pedaço da porta o arrancando e deixando aos pés da mulher que corria apartamento a dentro com o filhos nos calcanhares.

Quando finalmente estava fora do prédio suspirou aliviado por ser noite, seria mais fácil andar por ai.

Então, aonde iria morar ? Um lugar de preferência que aceite leopardos.

Isso era, sem sombra de duvidas, impossível.

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Omake– Um lugar para ficar...

O guardião da chuva não havia chegado há muito tempo em casa quando ouviu sons de batidas na porta, deveria ser importante, afinal já era tarde. Quando abriu a porta se deparou com uma cena no mínimo inusitada.

Gokudera estava parado a frente de sua casa com uma pequena mala em mãos e uri sentado ao seu lado lambendo sua pata, aparentemente contentíssimo.

–Yamamoto -Gokudera estava com as maçãs do rosto coradas e meio ofegante, será que havia acontecido alguma coisa? - Posso morar com você por um tempo?

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Omake 2– Por que todos são compreensíveis!

–Pai... - Chamou inseguro, seu velho era compreensível mas, bem não sabia se aceitaria o felino ali na sua casa.

–Oh Takeshi oque foi? Sentiu tanta falta do seu velho que resolveu vir dormir comigo como quando era criança?

–Hã, não na verdade ahahah– Riu meio nervoso - Será que o Gokudera pode ficar um tempo aqui em casa?

–Oh claro que sim, sem problemas! - O velho sorriu animado se levantando da cama pronto para cumprimentar o novo convidado, mas Takeshi se pôs entre ele e a porta.

–É que bem o gato dele vem também hahaha. -Riu animadamente, não era bem mentira Uri era um felino, certo?

–Tranquilo Takeshi! - E sem poder fazer nada enquanto seu pai abria a porta e dava de cara com Uri e Gokudera totalmente corado.

–Gato... - Sussurrou seu pai ainda meio desconcertado.