O Garoto Do Café escrita por Reky


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, estou morrendo de sono aqui, mas vamos lá!
Esta segunda parte da história foi muito divertida e, ao mesmo tempo, complicada de se escrever! Quer dizer, até certo ponto foi só diversão, o texto fluía tanto que até eu me surpreendi...! Mas aí chegou ao 'x' da questão da história e eu me perguntei: 'e agora? Como faço para x acontecer?'. Aí foi rachar o coco, né? Hahaha.
Mas, no fim, deu tudo certo e AGdC Parte II está aqui para vocês, fumegante como um café recém-preparado!
Sabem qual é a maior ironia nisso tudo...?
...
Eu realmente odeio café.
Mas a história é boa!
Espero que vocês gostem da continuação tanto quanto eu! :D
Uma boa leitura para vocês!



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Dia 03: 04/01

Hoje é o terceiro dia que não vou mais àquele lugar. O café, quero dizer. Eu, simplesmente, ainda não reuni a coragem necessária para voltar. Quando penso que consegui, já arrumada, com meus conhecidos e acolhedores livros à tira colo, deparo-me com meu rosto refletido no espelho e desisto. Simples assim.

Chame-me de covarde, à vontade. Não negarei. É verdade.

Toda noite, enquanto espero o sono chegar, meus pensamentos voam para onde tudo começou, quatro anos atrás. Quando o vi pela primeira vez. É ali, poucos minutos antes de dormir, que quase morro de vergonha de mim mesma. Não há um dia sequer que falhe: sinto minha face arder em chamas, a palma das mãos gelarem e os olhos piscarem, buscando conter as lágrimas.

Céus! Como pude ser tão estúpida?!

É o que vivo repetindo a mim mesma.

.

Preciso contar uma coisa.

Tenho um segredo guardado.

Não é algo de que me orgulhe ter feito, mas fiz mesmo assim.

E isso meio que só me faz sentir mais culpa.

– Faça algo para resolver isso, então. Para reverter essa situação, quero dizer. - Sim, acho que isso seria algo que alguém como você diria.

Mas eu não posso.

Não tenho como fazer algo.

Não dá para fazer nada sobre isso.

– Tsc! - Você revira os olhos. - Deixe de ser bunda-mole. Vamos, faça algo! Mas, antes, conte-me o que é esse segredo seu.

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Eu roubei algo.

.

Um pequeno caderno esquecido debaixo de uma cadeira em um café.

Ali está minha alma, os sentimentos que vomitei naquelas páginas durante quatro longos, dolorosos e apaixonados anos de minha vida.

Minha vergonha é tanta de voltar que nem por ele consigo sair de casa.

Não depois do que aconteceu da última vez que fui àquele café.

Meu bom Deus, quanta vergonha!

Eu ainda insisto em imaginar, mesmo assim, como seria se ele o tivesse encontrado, naquele dia. O que ele faria quando o abrisse e descobrisse que tudo ali, todas aquelas palavras, as frases construídas e a letra tremida, são sobre ele. Qual seria sua reação? Será que ficaria feliz ao ver que alguém prestou atenção nele por tanto tempo? Ou ficaria horrorizado? Será que ele levaria o caderno para todos seus amigos rirem?

Provavelmente.

A verdade é que não sei como ele reagiria. Foram quatro anos o observando de longe, praticamente todos os dias de manhã, em um pequeno café no centro de Londres.

Mas eu nunca sequer conversei com ele. De fato, nem sei qual é o tom de sua voz. Seria ele rouco por causa de todos aqueles cigarros? Ou seria gentil e caloroso como a fumaça que o café exalava?

Não quero mais imaginar.

Imaginar só traz dor.

.

Agora, não me olhe com esses olhos acusadores.

Eu não sou esse tipo de cara. Nunca fui. Nem tenho motivos para ser.

Minha família tem dinheiro, caramba! (E não me lance esse olhar também!) Para que eu iria querer um caderno usado?! Temos Moleskines em casa!

De qualquer forma... Meu roubo.

Foi algo do momento… Que, bom, estende-se até agora.

Mas, como eu disse antes, não há nada que possa ser feito.

Tudo que tenho agora é esse pequeno caderno achado embaixo de uma cadeira em um pequeno café.

E as palavras escritas nele.

As palavras… É o que mais me intrigam neste caderno.

Porque, entre elas, existem coisas que conheço, que são comuns ao meu mundo.

O nome de Emily, o nome de Annie. O meu próprio nome.

As palavras me conhecem.

.

Depois que esqueci meu caderno em um café, aprendi uma lição:

Nós não devemos confiar em nossa imaginação.

Pessoas como eu, principalmente.

Durante os cursos de férias que fazia para aperfeiçoar minha escrita, não faltavam histórias das outras garotas. Elas viviam para me contar como o romance que elas imaginaram com aquele garoto, aquele namorado perfeito, não passara de uma decepção. Elas idealizaram tanto seu romance, que a vida real se tornou sem graça e decepcionante.

Eu nunca acreditei que isso poderia acontecer comigo.

Mas era de se esperar.

Elas eram como eu. Aspirantes a escritoras como eu.

Era de se esperar.

Por que seria diferente comigo?

.

O que mais me surpreende, em toda essa história, você pode se assustar, não é o fato dessa pessoa – dessa garota, céus! – ter me observado atentamente por quatro anos. Não. O que me surpreende é o quão próximos da realidade os dados que ela coletou estão.

Ela realmente prestou atenção em mim.

E eu nem sei quem ela é, essa tal de Rose Weasley.

Só sei que, durante quatro anos, ela esteve incrivelmente longe e extremamente perto.

Tão longe que não a notei, tão perto que poderia tê-la notado.

.

Como escrevi no caderno esquecido, tudo começou quatro anos atrás, em um pequeno café. Em uma das muitas histórias que escrevi sobre ele - a última, na verdade - ele era um estudante de administração prestes a se formar. Ele tinha uma tal de Lista de Planos - agora que penso, a ideia foi um tanto ingênua; que tipo de cara, ainda mais aquele cara, teria uma Lista de Planos?! - que queria cumprir. Ele se interessou por uma garota que “tinha cara de apreciar um bom grão”.

Eu.

Durante quatro anos, ele a tinha observado. Durante quatro anos, ele fez de tudo para não dar em cima de uma menina mais nova do que ele - afinal, estava acostumado com mulheres mais velhas, como a desejável, sexy e esquiva professora de cálculo. Mas, finalmente, ele decidira tomar as rédeas de seu destino e ir conversar com a garota do café.

Comigo.

Que vergonha…

Se alguém ler isso, vou me matar. Meu Deus! O que pensariam de mim se lessem aquela história de uma menininha apaixonada?! E as outras?! As outras, de quando tinha quinze anos e tinha acabado de encontrar minha primeira paixonite? Meus devaneios de quando ele fora o príncipe em um cavalo branco em meus sonhos (clichês! Ai meu Deus, clichês!)?! Provavelmente pensariam que sou uma egocêntrica esquizofrênica - e, para piorar, perseguidora.

E se me acusarem de ser uma stalker?!

Eu prefiro a morte.

Só para deixar bem claro, caso alguém esteja lendo isso: eu não sou egocêntrica. Na verdade, sou bem o oposto disso. Não tenho nenhum caso de esquizofrenia na família - que eu saiba - e minha terapeuta nunca disse nada sobre eu ser uma - mas, de novo, nunca contei a ela sobre o… Garoto do café. E, bom, não posso ser uma perseguidora se eu não o persegui, tecnicamente falando, porque sempre que o encontrei, ele estava no café - no lugar em que eu, por acaso, também estava!

Isso esclarecido, vamos prosseguir…

.

Fui ao apartamento de Emily e Annie e tomei uma decisão. Vou procurá-la. A Rose Weasley, quero dizer. Emily quis me matar quando lhe contei o que decidi fazer.

– Seu babaca! – Ela gritou e eu segurei uma risada ao lembrar de uma das passagens que a Garota do Café havia escrito que Emily tinha essa mania irritante de chamar a todos de quem gostava de babaca. É, acho que ela também ouvira conversas. Não seria difícil, com a Emily sempre gritando desse jeito comigo. – Está louco?! Essa menina tem jeito de psicopata!

– Bom, então a menina-psicopata terá seu caderno de volta. – Digo, dando de ombros à tonalidade vermelha de seu rosto. Emily pode me tratar mal, eu admito, mas ela se preocupa comigo.

Tenho meus motivos para continuar com ela, certo?

– Seu maldito, - ela grunhe. Annie se adianta para abraçá-la por trás. Somente ela possui esse estranho poder de acalmar Emily apenas com o toque. – se você morrer, eu te mato!

Rio, despeço-me delas e me dirijo para o local onde tudo começou: o café.

.

A imaginação é a maior arma que seu próprio corpo possui contra você.

Já teve aquela sensação de não saber se algo aconteceu mesmo ou não?

Pois bem. Foi ela. A imaginação.

E quem vive dela - pessoas como eu - corre mais risco de ser enganada por ela.

Assim como eu sempre fui tentada a me enganar, durante quatro anos, sobre como um certo garoto-homem agiria caso me conhecesse. Caso conhecesse a pessoa que eu sou.

Só que… Eu não sou aquela pessoa que retratei.

Todos conhecem a história. Todos sabem: aquela, a de preencher um perfil em uma rede social. É a mesma história da maquiagem. O que fazemos? Realçamos as qualidades, escondemos os defeitos. Em todas as minhas histórias, eu não era eu. Era uma sexy secretária, uma estonteante aluna com dúvidas, a linda menina com quem ele esbarrava no meio da rua, a surpreendente estudante transferida da qual ele cuidava, a inocente prima mais nova do melhor amigo dele…

Todas elas, com personalidades e características diferentes das minhas. Uma coisinha aqui e ali semelhante, e só. Mesmo assim, eram todas a mesma pessoa.

Só não eram reais.

.

Charlie é teimoso, mas depois que lhe dou uma singela gorjeta, ele abre a boca e me conta quem, diabos, é Rose Weasley. Cabelos castanhos, não muito alta, de vez em quando aparece usando um óculos de armação grossa.

– Contudo, - Charlie diz à contragosto enquanto limpa um copo atrás do balcão. - já faz alguns dias que ela não vem. Isso é estranho, não me lembro de ela não vir algum dia. Faz o quê? Três dias?

Três dias. Esse é exatamente o tempo que o caderno está comigo.

Não posso deixar de me perguntar se aconteceu algo com ela e isso me preocupa.

– Você sabe onde ela mora, Charlie?

O garçom me olha com desconfiança.

– Não. - A sílaba sai de uma forma alongada, soando mais como ‘naaaaaaum’. Reviro os olhos. - E, mesmo se soubesse, não te contaria.

Solto algo que se parece com um grunhido - céus, desde quando faço esses sons assustadores?! - e me atenho à única opção viável: a internet.

.

O pior é quando a imaginação se confunde com a realidade.

Isso nunca aconteceu tanto comigo quanto naquela última história. Acho que minha mente estava pregando peças em mim. Tipo: “sim, escreva seu desejo mais íntimo aqui, com várias pessoas de verdade desta vez, e o esqueça para que qualquer um possa ler!”.

Não duvido nada. As pessoas tendem a pregar bastantes peças em mim. Tenho essa cara de ser lenta e ingênua, mas não esperava que até minha própria cabeça caçoaria de mim!

Incluí informações que jurei que nunca escreveria naquela história, naquele caderno.

Escrevi o nome da melhor amiga dele e de sua namorada.

Escrevi o que ele fazia.

Escrevi. O. Nome. Dele.

Escrevi o meu.

Dei todas as informações de mão beijada a quem quer que, Deus o livre, tenha pegado o caderno e lido seu conteúdo. Espero que Charlie, o garçom que me atendera naquele dia, o tenha achado e guardado. Espero que ele não tenha folheado aquelas páginas e que não tenha o entregado a outra pessoa. Principalmente, a alguém cujo nome esteja escrito ali.

Principalmente, não a ele.

.

Ah, a internet…!

Como eu amo a internet!

O resultado não é exato, mas há apenas quatro Rose Weasley morando em Londres.

A primeira é jogadora de vôlei, tão alta quanto um armário em sua foto de perfil. A segunda parece ter uns quilinhos a mais. A terceira tem um lindo sorriso, mas nada que me diga que é ela.

A quarta faz meu queixo, literalmente, cair.

Não dá para ver muito dela na foto, apenas uma pequena parte do rosto coberto por um gato gordo e peludo. Seus cabelos parecem ser castanhos, mas consigo identificar um tom acobreado neles. No entanto, são seus olhos que me mantém com o olhar fixo na tela do computador.

Aqueles olhos azuis parecem gritar para mim venha me encontrar.

Desafio aceito.

.

Meus pais não entendem o motivo para eu não sair de casa. Não que eu tenha lhes contato sobre o Garoto do Café, porque obviamente não contei. Acho que eles só estão preocupados porque meus primos - Albus, principalmente - vieram me convidar para sair (“que tal um cineminha? Depois poderíamos passar naquela cafeteria que você tanto gosta!”) e eu recusei.

Para falar a verdade, não sou uma pessoa que gosta muito de sair. Gosto de ficar sozinha e o silêncio não me incomoda. Entretanto, sempre apreciei a companhia da minha família e meus primos sempre foram o refúgio ideal quando nada dava certo. É na companhia deles que eu consigo esquecer um pouco o quão doida e idiota posso ser algumas vezes.

Mas, hoje, não.

Hoje, eu quero ficar remoendo minha estupidez. Quem sabe, abraçar o Mr. Neko e tentar me distrair. Falando nele, Mr. Neko está empenhado em arranhar os pés da minha cama. Geralmente, eu o pegaria no colo e daria uma mini-bronca nele…

Hoje, não.

.

Mando uma solicitação de amizade.

Meia hora depois, ela ainda não respondeu.

Suspiro um tanto impaciente. Céus, aquela garota parecia inalcançável!

Tão perto, tão longe.

Não queria fazer isso neste momento, mas me contento com minha última tentativa.

Envio uma mensagem com um sorriso no rosto.

Estou com algo que te pertence.

Poderia me encontrar?

–SM

.

Mr. Neko está inquieto.

Apesar de estar trancado em meu quarto comigo, seus miados reverberam por toda a casa. Meu pai está irritado - ele não é lá muito fã de gatos. Eu amo Mr. Neko, mas, de vez em quando, tenho que concordar com meu pai: o gato pode ser um pé no saco. E, sinto em dizer, porém a culpa é toda minha. Desde que era filhote, Mr. Neko se acostumou com a liberdade. Bom, “liberdade”. Quando o ganhei, ainda era pequena e tinha muito medo de deixá-lo sair sozinho, então sempre o acompanhava em suas escapulidas.

O gato se acostumou e, embora queira sair, nunca sai sem minha companhia.

Solto um suspiro resignado quando meu pai pede que eu, pelo amor de Deus, “leve o gato passear”. Minhas amigas davam risada quando lhes contava isso, mas a vida é assim na casa dos Weasley - nós levamos o gato passear.

E, bom, Mr. Neko era uma das únicas - se não a única - criaturas que seria capaz de me tirar do meu refúgio em um momento daqueles. Por isso, peguei o primeiro agasalho que encontrei, coloquei meus óculos e calcei meus tênis.

Pela primeira vez em três dias, eu saí de casa.

.

O vento frio de janeiro era cortante.

Faz meia hora que estou sentado em um banco na frente do café e nesse meio tempo já me arrependi um milhão de vezes de permanecer ali. Mesmo assim, não movi um músculo desde que cheguei. Meu objetivo era claro: eu queria estar atento quando ela aparecesse - quando e não se, porque era esse tipo de pessoa que ela era.

Eu não preciso conhecê-la para simplesmente saber.

.

Parece ironia do destino saber que meus pés me levavam diretamente para o único lugar que eu queria evitar.

Acho que, no fundo, eu sabia.

Sabia que, no momento em que pusesse os pés para fora de casa, o primeiro lugar para onde me dirigiria seria para o bendito café. Tinha certeza de que me arrependeria tão logo chegasse lá. Afinal, não passei esses três dias enfurnada em meu quarto por nada.

No fundo, eu me conheço muito bem.

Acho que eu pensava: “para que adiar o inevitável?”.

Não fiz nada para conter meus passos fluidos. Meus pés conheciam o caminho; minhas pegadas estavam marcadas há muito tempo no percurso. Mr. Neko parecia emburrado por eu não o estar levando ao parque, mas me seguia de perto mesmo assim com miados irritados.

Quando notei, estava quase correndo.

Quando notei, eu já tinha chegado.

E ele estava lá.

.

Um suave miado me tirou de meus devaneios.

Pela segunda vez no dia, fiquei boquiaberto.

Na verdade, acho que deslumbrado seria uma palavra melhor. Não é um adjetivo que costumo usar em meu dia a dia, mas, uau– simplesmente uau.

Deslumbrado.

Ela é mais baixinha do que tinha imaginado, mal chega ao meu peito. Ali, no meio daquela rua, com um gato aos seus pés e os cabelos bagunçados ao redor de seu rosto, posso ver que, realmente, havia um tom de vermelho ali.

Os olhos dela parecem mais azuis no frio daqui do que no calor de casa.

E isso a deixa ainda mais linda.

Dou uma risada.

Ela está corada, visivelmente desconfortável. Há, também, um tanto de surpresa em sua expressão.

Acho que ela não viu a mensagem.

.

– Acho que estou com algo que te pertence - ele diz.

.

– Eu sinceramente esperava que não estivesse - ela diz.

Rio de sua resposta. Eu a compreendo.

Dou alguns passos em sua direção e ela abaixa a cabeça assim que percebe que não vou parar tão cedo assim. O levo rubor de suas bochechas é adorável e realça as pequenas sardas em seu rosto.

– Bom, seria uma pena se este pequeno livro não tivesse parado em minhas mãos. - Digo, tirando o livro do bolso interno de meu casaco. Ela parece ficar ainda mais vermelha. - Assim, eu não teria tido a oportunidade de ler essas belas palavras.

– Ai, meu Deus. - Rose murmura tão baixinho que mal a ouço. - Por favor, não tire sarro de mim.

Oh, aquilo me surpreende…!

– Tirar sarro? Por que eu faria isso?

Ela levanta seus brilhantes olhos para mim.

– Porque é isso o que garotos como você fazem com garotas como eu.

.

Ele parece sinceramente aturdido com minha resposta.

– Garotos como…? Rose, você sinceramente não acha que eu sou esse tipo de cara, acha?

Apenas dou de ombros. Não tenho o que falar; tudo o que tinha a lhe dizer está escrito no caderno em suas mãos.

Ele já sabe todos os meus pensamentos.

Scorpius suspira. Olho para ele em confusão. Aquele suspiro soou… Derrotado?

– Tudo bem. Não vou me abalar por isso. - Ele pisca somente um olho para mim. - Acho que terei que provar a você que sou um cara legal. Quer dizer, não tenho nenhuma Lista de Planos como… Bom, como ele, mas juro que também não sou indecente.

– O que você quer dizer com… Provar?

Ele sorri.

Meu coração vai passear na London Eye e parece se perder por lá.

Eu realmente não poderia me importar menos.

– Tome um café comigo.

.

Acontece que animais não são permitidos na cafeteria, então eu e Rose combinamos de nos encontrarmos no dia seguinte. Eu a acompanho - eu ao Mr. Neko, como ela chamou o gato que “levara para passear” - até sua casa. Agora, Rose parece radiante e, sinceramente, parece não conseguir se conter de felicidade. Tenho vontade de passar as mãos por seu rosto e olhar o mais profundamente possível naqueles orbes.

Mas não faço nada disso.

Ainda é muito cedo.

É o que meu cérebro me diz, mas meu corpo a puxa para perto no instante em que ela se vira para entrar na casa.

Que se dane!, é o que quase consigo ouvi-lo dizer.

Rose não parece se assustar. É apenas um abraço - um longo e confortável abraço - e ela se aconchega mais em mim. Solto uma risada quando percebo que ela inala profundamente meu cheiro e me pergunto em que ela deve estar pensando naquele momento.

Então, me dou conta de que isso não importa.

Porque ela não está mais tão longe.

Na verdade, ela está bem perto.

Eu te alcancei, é o que penso.


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Notas finais do capítulo

E aí, aprovada? Hahaha.
Gosto muito de escrever one-shots como essa, nos moldes de Faux Pas e Kiss From a Rose. Elas são melosas, sim, mas e tão clichês que me fazem imaginar de onde consigo tirar tudo isso, porém tenho um carinho especial pelas minhas 'capítulo único' - talvez porque eu não ponho tanta pressão assim em mim mesma para "escrever o próximo capítulo logo", então consigo fazer algo mais bem feito. Acho que a única insegurança que tenho quando posto esse tipo de Fic é, justamente, o teor de melosidade, hahaha.
Sério, como falas assim surgem na minha cabeça...?
Por favor, comentem falando sobre o que acharam! :D
Nos vemos na próxima!



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