Bad End Night escrita por Rize


Capítulo 3
Every Little Detail is Accordin' to the Script!


Notas iniciais do capítulo

SIM, eu sei que a fic foi deixada um HIATUS aparentemente inacabável, mas eu espero que entendam que eu realmente NÃO TINHA COMO ATUALIZAR. Eu me mudei na época que parei de escrever, indo de um estado para outro, e foi uma confusão sem tamanho. Minha mãe ficou muito doente, e por causa de ter aula de manhã e de tarde três vezes por semana (além das atividades extra-currículo) eu não podia pensar em mais nada, a não ser estudar para passar. Agora, já passada e sem mais nenhuma preocupação, pretendo levar a fic até o seu fim, sem demais interrupções. Fiquei MUITO feliz com todos os comentários que tive, sem nenhuma exceção. Espero que ainda acompanhem a fic porque vocês são meus amores - todos vocês - e é principalmente por vocês que escrevo, então vocês são minha principal motivação. Beijos e abraços!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/462700/chapter/3

O acordar foi como uma reação similar a um balde de água gelada sendo despejada sobre seu corpo.

Miku estremeceu, mas teve dificuldade para manter os olhos abertos. Era como se tivesse dormido por dias, e agora não sabia exatamente como se comportar acordada. Em seus sonhos, vira coisas.

Viu seus anfitriões, bibliotecas, caixões, um libreto e uma pessoa encapuzada. Ainda desnorteada por seus sonhos, ergueu-se da cama, arrumou os cabelos e praticou sorrisos contentes no espelho. Iria agradecer a estadia à todos e seguir viajem para onde quer que tivesse intenção de ir.

Com uma espreguiçada demorada, foi para a janela e abriu as cortinas com um empurrão.

A escuridão da noite a atingiu de surpresa, e uma interrogação tingiu seu rosto.

Ainda não amanheceu? Sua mente protestou sozinha, e ela espiou para fora da janela, para ver se havia algum resquício de sol nascente. Nada.

Se sentia bem descansada. Revigorada. Não via um item na lista de motivos para ficar na cama, e saiu do quarto com um pensamento feliz em mente. Ainda tinha muito tempo para ver toda a casa, se seus anfitriões não vissem problema nisso, é claro.

Desceu a escada de duas pontes, encontrando todo o salão vazio. Não havia música ou algum sinal de vida, quando ela adentrou onde há algum tempo, todos festejavam e riam.

Reparou no relógio, exibido com glamour no fundo do enorme salão.

– Olhe mais de perto. É tão bonito. Gosta de coisas assim, não é, Miku?

Um arrepio escorreu por seu corpo junto à voz, e ela se virou esperando ver alguém. Não havia ninguém por perto, o que a deixou ainda mais assustada.

Recuou alguns passos, chegando mais próximo do relógio. Era de fato bonito. De madeira clara com um marrom vívido, ponteiros dourados e afiados. Estes marcavam três para a meia-noite, o que ela achou estranho.

Não lembrava-se vividamente do que havia acontecido pouco atrás, mas esperava que já estivesse prestes a amanhecer. Pelo visto estava errada.

– É bonito, não é? – uma voz soou atrás dela, mas essa não causou nenhum arrepio ou sensação negativa.

Miku virou o rosto para olhar, e o homem elegante que formava a figura de Kaito a deixou decerto aliviada.

– Muito. – ela cruzou os braços na esperança de se aquecer. – Uma herança de família, eu suponho.

– Pertencia à meu avô. Ele colecionava relógios. Adorava falar do tempo, e depois que minha avó faleceu, era a única coisa que ele falava.

– Ele está bem?

– Morreu há muito tempo, eu devia ser um adolescente. Não foi ruim, ele parecia satisfeito.

Miku sorriu, olhando o relógio mais um pouco.

– Gosta de ler, Miku? – Kaito puxou mais assunto, erguendo os cantos da boca em um sorriso simplório.

Ela balançou a cabeça positivamente, sorrindo de volta.

– Temos uma biblioteca, você sabe. Ficaria mais em contente em mostrá-la a você, se estiver interessada.

Sentiu seus olhos brilharem, e não esperou nem um segundo para balançar a cabeça desesperadamente, sorrindo.

– Por favor!

***

Era difícil não se perder em uma biblioteca daquela proporção. Era enorme e arejada, com a luz da lua banhando grande parte do salão. Kaito estava afastado, sentado em uma poltrona grande e majestosa, na entrada.

Sentia-se num paraíso. Livros e livros, acharia qualquer coisa ali.

– Sim, você poderia imaginar algo melhor? É como se esse lugar tivesse sido feito para você.

Dessa vez ela apenas ignorou aquela voz, como se não tivesse a ouvido – mesmo que dessa vez, para seu pavor, ela tivesse captado algo escuro se movendo na fileira de livros ao lado.

Olhou livro por livro, título por título. Queria ler todos ali, mas uma sensação estranha a rodeava. Era como se, mesmo se todos livros fossem maravilhosos, não eram para seus olhos. No meio deles haveria um feito exatamente para que ela o lesse.

– Vejo que achou a biblioteca! – Meiko apareceu logo atrás dela, parecendo sóbria e bastante consciente. Miku sorriu e balançou a cabeça positivamente.

– Kaito me trouxe aqui. – ela explicou, olhando por entre os livros para ver se encontrava seu “precioso”.

– Sim, ele foi resolver algo com os gêmeos. – Meiko informou, abanando as mãos. – Aqueles dois! De qualquer jeito, precisa de alguma coisa?

Miku pensou e pedir por ajuda.

– Ajuda em quê, Miku? Achar um livro que você nem sabe se existe. Você só está alucinada. E se não quer que descubram isso, terá que se virar sozinha.

Miku colocou a mão direita sobre o ouvido disfarçadamente, e olhou ao redor. Uma figura encapuzada distante recostava-se numa prateleira, e não demorou muito até que a imagem se desvanecesse em sombras.

Miku engoliu em seco, tentando esconder o terror que pintava seus olhos no momento.

– Não. Obrigada, estou bem. – sorriu falsamente, enfiando o rosto entre os livros, para tentar livrar sua mente da imagem. Devo estar mesmo alucinada. Espero que não seja nada sério.

Meiko pediu licença e foi checar uma outra prateleira, mesmo que hora ou outra ela se virasse para olhar Miku.

A garota andou zonza entre as pilhas de livros, quando como em um sinal divino, um livro caiu de seu lugar, direto para seus pés. Era dourado, não muito grosso, e parecia como um livro para crianças.

“Final Feliz”

O título pegava parte da capa, e não havia autor em lugar nenhum. Não se preocupou em sentar-se no chão e começar a folear as páginas.

Sentia que aquele livro estava fadado a parar em suas mãos, mas não necessariamente ser lido.

Não se importava com o que estava escrito, mas que se a pegassem com aquele livro, estaria em apuros.

Colocou-o dentro da manta que usava, e quando viu que Meiko estava distraída demais para reparar nela, saiu da biblioteca às pressas.

Logo no corredor encontrou-se com os gêmeos, parecendo alegres e vibrantes.

– Miku-chan! Estávamos te procurando! Porque não nos acompanha?

Estava assustada demais para dar uma resposta. Logo atrás deles a figura negra e encapuzada erguia-se, alta e parada como uma estátua. Conseguia ver um sorriso cínico escapando pelo capuz, e aquilo foi o bastante para que o pânico preenchesse seu ser e ela corresse para longe.

Cruzou corredores como se já os conhecesse, descendo degraus quando necessário e desviando de esculturas que pareciam surgir do nada.

Estava de volta no salão de festa. Para sua sorte estava vazio, e alguma força a guiava para dentro, para perto do relógio.

Quase como se tivesse o propósito de se abrir naquele instante, uma porta pequena de porão se abriu logo atrás do relógio, e ela não pensou duas vezes antes de se esgueirar para dentro, fechando a discreta porta logo a seguir.

– Isso, doçura. Siga meus passos para acabar como eles. Você já é minha de qualquer jeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Espero que tenham gostado, de verdade! Mandem dúvidas, sugestões, críticas, o que quiserem! Digam se ainda querem ver o final dessa história, e assim será!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bad End Night" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.