Dançando Sobre o Gelo escrita por Lyria


Capítulo 11
Epílogo




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Os três anos seguintes foram algo totalmente novo na vida de Jack e Elsa. Em suas várias viagens por aquele mundo, acabaram por descobrir mais sobre o que realmente eram, além de terem encontrado muitos outros iguais a eles próprios: um excêntrico velhinho barbudo e tatuado, com um forte sotaque de terras distantes; um coelho grande e, à primeira vista, rabugento, mas que se mostrou um grande amigo; uma simpática e colorida fada, que por algum estranho motivo, pareceu mais encantada em conhecer os dentes deles do que eles próprios; um pequeno e amável homenzinho de rosto redondo, como o de um bebê, que se comunicava através de símbolos de areia. Também conheceram um aterrorizante e ardiloso vilão, mas apenas alguns minutos foram o suficiente para saberem que, ao contrário de Hans, ele não era completamente mau por dentro, mas profundamente solitário.

E por último, mas não menos importante: o Homem da Lua, aquele que os havia escolhido, e dado a eles uma missão. Agora, eles eram Guardiões – ele, o da diversão, e ela, a da liberdade – e tinham como objetivo proteger às crianças de todo mundo, e seus sonhos.

Por isso, quando não estavam alegrando crianças ao redor do mundo com inesperados dias de neve, ou descansando juntos naquele castelo de gelo criado por Elsa, os dois Guardiões estavam em Arendelle, ao lado de Anna, a eterna criança favorita de ambos.

De início, foi difícil para a ruiva aceitar que se tornaria Rainha, mas com o apoio e a ajuda de sua irmã, ela não apenas aceitou a ideia, como passou a ter grandes planos para o futuro de Arendelle, provando que, apesar de sua alegria e sorriso quase infantis, Anna tinha potencial para ser uma grande Rainha, amada e respeitada por todo seu reino.

E, falando em Anna...

Por uma estranha coincidência, muitas das vezes que Jack e Elsa iam visitar a ruiva, a encontravam com um conhecido vendedor de gelo, que sempre se apressava em encontrar uma desculpa para sua visita.

“Ela me deu um trenó novo.” ele explicou a primeira vez “Só estou aqui para agradecer.”

Porém, após aqueles três anos, finalmente as desculpas pararam de vez.

“Elsa...” começou a dizer Anna à irmã, parecendo um pouco sem jeito “Tem uma coisa que eu...” ela se corrigiu “Quero dizer, nós, queremos te dizer...”

“Nós estivemos pensando muito nisso nos últimos três anos e...” continuou Kristoff, que estava ao lado da ruiva “Acabamos decidindo que...”

Ele hesitou, Anna prosseguiu:

“Sabe, nós queríamos saber se...”

“Saber se você poderia...”

Elsa olhou para Jack pelo canto dos olhos, e o garoto sorriu, dando de ombros: ambos sabiam exatamente o que se passava pela mente daqueles dois. Elsa forçou sua expressão mais séria, ao dizer:

“Vocês vieram pedir a minha bênção para o seu casamento, não é?”

Anna e Kristoff se calaram, voltando seus olhos para o chão, inseguros.

“Bem...” disse Anna, inconscientemente torcendo os dedos de sua luva com as mãos.

“Na verdade...” arriscou Kritoff.

“Sim” acabaram por dizer ambos ao mesmo tempo.

Elsa os observou silenciosamente os dois por alguns segundos, e então, permitiu-se sorrir.

“E vocês têm a minha bênção.”

Com aquela resposta, Anna e Kristoff encararam Elsa com os olhos arregalados, e em seguida, voltaram seu olhar um para o outro, passando a rir animadamente. Kristoff abraçou Anna pela cintura, girando-a uma vez no ar, sendo brevemente beijado nos lábios pela ruiva logo em seguida.

~*~

O casamento aconteceu pouco depois da coroação de Anna, no fim do inverno. Quando era mais nova, a garota costumava sonhar com uma festa “perfeita e impecável”, digna de uma princesa; mas, no fim, acabou percebendo que aquilo não combinava nem um pouco com ela. A festa aconteceu nos jardins cobertos de neve do castelo, com os portões abertos para que todos pudessem assistir. Porém, o que mais chocou os convidados foram os Trolls – dois dos quais haviam sido escolhidos como padrinhos – e a rena, Sven, que fora o encarregado de levar as alianças ao altar.

Como era de se esperar, muitos dos convidados mais nobres torceram o nariz para a incomum comemoração, mas o povo de Arendelle – que amava sua nova Rainha – pareceu gostar da festa, e o mais importante: Anna e Kristoff pareciam felizes como nunca.

“É bom saber que ela está em boas mãos.” disse Elsa, acenando para a irmã, que sorriu abertamente em resposta.

“Sim, ele é um cara legal.” concordou Jack “Tem um cheiro meio esquisito, mas é legal.”

“Jack!”

“Não que eu esteja culpando o Kristoff por isso... Afinal, ele foi criado por Trolls.”

Elsa riu, esbarrando levemente no outro com seu ombro, que retribuiu o gesto, acidentalmente quase fazendo com que a garota caísse, segurando-a a tempo pela cintura, abraçando-a contra seu peito.

“Ah, desculpe!” disse ele “Acho que usei um pouco mais de força do que deveria.”

“Não tem problema.” respondeu a loira, aproveitando-se da situação para roubar um beijo do outro.

Em algum lugar em meio aos convidados, eles ouviram uma criança perguntar aos pais se a Rainha de Gelo também estava se casando, o que fez com que eles rissem, e decidissem que era melhor deixarem para fazer aquilo quando estivessem sozinhos.

“Jack...” Elsa o chamou, de repente.

“Sim?”

“Agora nós temos música.”

“Uhn?” ele levou alguns instantes para entender o que aquilo significava ”Ah, é verdade!”

Com um gesto exageradamente pomposo, Jack curvou-se diante de Elsa, estendendo-lhe sua mão, a qual ela segurou de forma igualmente pomposa. E assim, eles começaram a dançar, da mesma maneira como tanto haviam feito antes.

Mas aquilo não durou nem dois minutos, pois logo eles tropeçaram nos pés um do outro, quase tombando de forma desastrosa.

“Parece que não somos mais tão bons nisso...” comentou Jack.

“É, acho que eu perdi o jeito.” concordou Elsa.

O garoto suspirou, afastando-se alguns passos.

“Nah, não tem problema...” disse ele “Nós temos bastante tempo para treinar de novo.”

No momento seguinte, ele criou uma bola de neve em sua mão, e antes que Elsa pudesse reagir, ele a atingiu na cabeça com ela. Ele riu, ela tentou parecer brava.

“Então, isso é guerra?” perguntou Elsa.

“A não ser que você esteja com medo de perder...” respondeu o garoto, em tom provocativo.

Aceitando o desafio, Elsa criou uma gigantesca bola de neve entre suas mãos, e passou a perseguir Jack com ela.

“Guerra de bolas de neve!” gritou uma criança ali perto, sendo imitada por outras.

E desta forma, os jardins do castelo, de repente, se tornaram o palco da maior guerra de bolas de neve já vista naquele reino: crianças e adultos adentraram a brincadeira, e apenas os mais esnobes dos convidados se distanciaram. Até mesmo os noivos participaram, até ambos estarem com suas cabeças cobertas de neve, parecendo um casal de bolinhos com cobertura de glacê.

Jack e Elsa riam alegremente – a historia deles estava longe de ser como um conto de fadas como os dos livros: ela não era mais Rainha, e ele estava longe de ser um príncipe encantado...

Mas, para eles, não havia como existir um final mais feliz.


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Notas finais do capítulo

É com uma mistura de alegria, satisfação e tristeza que eu digo: acabou.
A historia acabou sendo maior do que eu esperava (o dobro do tamanho, para ser exata), e quando me dei conta, já estava totalmente apaixonada por ela, e por isso, nem sei como dizer o quanto fiquei feliz ao ver que tantas pessoas estavam acompanhando. Muito obrigada a vocês, que leram até aqui, principalmente aos que deixaram comentários com suas opiniões sobre a historia. O incentivo de vocês foi muito importante para mim. ♥
Espero que tenham gostado de acompanhar minha fic, porque eu, certamente adorei escrevê-la. Novamente, muito obrigada - e, quem sabe, até a próxima. :)