H.a.c.k escrita por Chaotic


Capítulo 2
Capítulo 2 - Somos Anonymous


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por qualquer erro! Tô meio sem tempo aqui... Mas espero que gostem!



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POV- Pierre?

Não acredito que consegui fugir. Fiquei dias acordado caminhando do distrito 2 para o distrito 1, alguns guardas me perseguiram, mas acho que consegui escapar. Tive que escapar. Não podia voltar para aquele lugar onde maltratam pessoas. Parecem que eles querem ver até aonde os seres vivos conseguem sobreviver, parece que eles estão nos testando. Somos ratos de laboratório?! ... Eu acho que não, e eu vou provar que não.

Eu estava cansado, com fome e com sono. Não conhecia o local e as pessoas me olhavam como se eu tivesse feito uma coisa errada, perecia que eles sabiam que eu não era dali. Não aguentava andar por debaixo daquele sol, estava muito quente. Andei alguns metros, mas tive que sentar. Me encostei no que sobrara de uma parede e abri minha bolsa. Ela estava encardida. Peguei o livro de escola, sim, temos escola, ela vai te perseguir para sempre. Era o livro de francês, achei melhor trazê-lo, já que estava indo para um território francês. Nós temos aulas de línguas, uma coisa essencial. Aprendemos chinês, japonês, francês e alemão. Russo e no meu caso inglês, são as nossas línguas natais.

Não nasci no distrito 2, nasci nos EUA, meus pais foram transferidos pra lá quando eu era só um bebê. Minha vida foi marcada por desastres e acontecimentos catastróficos, o que fez eu me tornar mais fraco. De repente, me lembrei de tudo. Lembrei do que eu deixei para trás. Meus pais, como eles iriam se sentir ao chegar em casa depois de um dia exaustivo e não me encontrar... Nunca mais? E se eu nunca mais os encontrasse novamente? Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, não podia acreditar no que eu fiz. Não tinha mais volta.

POV- Heinz

Saí de casa. Bom, aquilo não é bem uma casa. Ela é normal no primeiro andar, uma sala com pouquíssimos móveis, o chão era feito de azulejos brancos e pretos, mas já estavam perdendo a cor. Debaixo dessa suposta “casa” é onde se encontra o nosso “covil secreto do mal”... Tá, é a nossa sala secreta, todos os nossos materiais estão lá, como, computadores, lousas touch sceen da última geração, gráficos, hologramas, tudo o que você pode imaginar, e principalmente as armas. Temos armas de todos os tamanhos, para longa distância, de armas mais silenciosas à armas mais barulhentas. Por que nós temos um andar subterrâneo? Pelo nosso distrito ser o mais perto e o que tentou invadir Gorod mais vezes, guardas e soldados são enviados para cá em busca de prender ou matar pessoas fugitivas de seus distritos e pessoas que tentaram alguma coisa contra o governo da Cidade.

Tirei meu casaco, estava no mínimo uns 45°C, uma temperatura considerada normal hoje em dia. Caminhei um pouco, o sol estava atordoante, a terra seca do chão era misturada com lixo. Não cheirava muito bem.

– Heinz! – Gritou.

Virei, era J.K se aproximando, mas continuei andando.

– Espera – Disse encostando no meu ombro.

– O que você quer? – Perguntei impaciente.

Vi que ele ficou sem graça, eu não queria falado daquele jeito, mas ele me estressa! Percebi que ele não parava de olhar pra mim... Tinha alguma coisa no meu rosto? Não sei, mas ele não tirava os olhos.

– O que foi? – Perguntei desviando o olhar.

– D-desculpa – Respondeu sem jeito – Eu não queria te irritar, eu só estava cansado.

Me senti culpado, mas depois me perguntei por que ele se desculpou, isso não coisa dele.

Andamos mais um pouco, só de olhar para o J.K me dava calor.

– Tira esse casaco! Está quase 50°C! – Reclamei.

– Não vou tirar o casaco só por que você pediu – Disse cruzando os braços.

Continuei a caminhar deixando J.K para trás, mas ele me seguiu do mesmo jeito, parecia uma pulga. Quando eu ia virar a esquina, ouvi uma pessoa chorando. Será que alguém se perdeu? Me aproximei da onde o choro estava vindo.

– A-ah... – Disse levantando a cabeça.

Era um garoto, deveria ter uns 16, 17 anos, seu cabelo estava bagunçado, ele era castanho claro e três presilhas brancas prendiam seu cabelo do lado esquerdo. Seu rosto estava sujo, parecia fuligem. Ele tinha um pequeno corte na bochecha direita. Seu nariz estava vermelho e escorrendo. Seus olhos eram caramelos. Sua blusa azul-marinho e seu macacão jeans estavam rasgados e sujos. O garoto parecia assustado, ele estava paralisado olhando para J.K. Ele fez algo de errado?

Me ajoelhei para ver se ele ficava mais a vontade com a nossa presença. Do lado dele tinha um livro, estava escrito “Français” nele. Será que ele era francês?

– Posso saber qual é seu nome? – Perguntei num tom amigável.

O moreno permaneceu em silêncio. Nem tinha ouvido o que falei, ele não tirava os olhos de J.K.

POV- Pierre?

Eu estava imóvel, não conseguia parar de olhar para o homem alto que estava na minha frente. Ele usava um casaco comprido que ia até os pés e aberto verde, uma blusa social branca com uma gravata marrom, havia também em sua cintura um cinto grosso e marrom. Em sua cabeça, ele usava uns óculos de motociclista. O homem estava olhando sério para mim. Seus olhos verdes me davam medo, seu cabelo castanho refletia a intensa luz do sol.

– Está tudo bem?

Era o garoto do meu lado. Ele perecia ser uma boa pessoa, usava uma bermuda e uma blusa sem mangas branca, mas não o conhecia, não iria contar meu nome. Poderia ser o ajudante do guarda me chantageando. Acho que ele era um pouco mais alto do que eu, seus olhos azuis e seu cabelo quase branco me chamavam atenção. Muito estranho ter pessoas com essas características nesse distrito. Quis saber quem era.

– Q-quem é você? – Perguntei enxugando meus olhos.

– Sou Heinz – Sorri – E esse é meu amigo, J.K.

“J.K”? Esse “nome” era muito estranho para ser um nome...

– “J.K”? – Perguntei novamente.

O homem imediatamente tirou as mãos dos bolsos e sorriu. Eu realmente não esperava por isso.

– Você não entenderia – Fala se agachando do meu lado – Agora é melhor você contar o seu nome e pra quem trabalha antes que eu...

– J.K! – Bate no homem – Seu retardado!

O medo que eu tinha se duplicou. Eu queria fugir.

– Você é francês? – Perguntou o loiro pegando meu livro.

– U-uhum – Respondi perplexo olhando para “J.K”.

Eles se entreolharam. Não sabia o que estava acontecendo, será que sabiam que eu tinha fugido do meu distrito? Será que eles trabalhavam para o governo de Gorod?

– Mas... Ele não parece ser um soldado – Questionou o moreno.

– Isso ninguém precisa saber – Disse o loiro se levantando.

– Você acha que a chefe não vai perceber? – Levantou J.K – É um garoto que nem saiu das fraldas.

“Garoto que nem saiu das fraldas.”?! Eu queria matar aquele tal de “J.K”. Mas estava na cara que os dois não eram guardas de Gorod. Eles eram...

– Pierre- Disse me levantando.

Eles viraram pra mim.

– Huh? – Perguntaram sem entender.

– Meu nome é Pierre – Falei encarando-os.

– Temos um sobrenome? – Perguntou J.K estalando os dedos.

– “Você não entenderia.” – Imitei.

A expressão do homem mudou. Não acredito que o respondi, eu estava morto. Eles permaneceram em silêncio por alguns segundos.

– Heh – Riu o homem – Gostei desse cara. Ele sabe me provocar.

– Eh?! – Fiquei abismado.

– Vamos levá-lo – J.K deu as costas.

– Vamos leva-lo só porque ele te provocou? – Perguntou o loiro inconformado.

– Gosto quando as pessoas me provocam... E aliais, você que teve a ideia de levar esse garoto – Sai andando.

Heinz acompanhou a saída de seu amigo do meu lado, depois sorriu.

– Vamos? – Perguntou sorridente.

Eu ia perguntar qual era a dele, mas o sorriso do garoto já falou tudo. Peguei minha bolsa no chão e comecei a segui-lo. Não demorou muito para eu avistar uma casinha no meio dos escombros. Na porta estava J.K com os braços cruzados nos esperando.

– A-ah... – Gaguejei incomodado.

– Tudo bem, ele não morde – Brincou Heinz – Só não o provoque muito.

Essa última frase me preocupou um pouquinho. Mas quando nos aproximamos J.K entrou na casa. Heinz pediu para acompanha-lo. Entrei na casa, J.K tinha sumido. Pra onde aquele cara foi?! Ouvi um barulho, um barulho muito estranho. Senti algumas pedrinhas caírem em minha cabeça... O teto estava caindo! As paredes estavam se mexendo, o chão estava tremendo...

– TERREMOTO! – Gritei correndo em círculos.

O garoto ficou parado olhando pra minha cara.

– Corre! – Gritei novamente.

Ele permaneceu parado. De algum jeito, consegui me acalmar. A casa não estava desabando. Ela estava... Abrindo? No canto da casa, de repente, o chão começou a se abrir, virou uma escada.

– Ahahahahah~! Riu se apoiando num móvel.

Não sei o que era mais constrangedor, eu ter surtado que nem um idiota, ou a risada do Heinz. Ele não parava de rir, isso me incomodava um pouquinho...

Quando finalmente Heinz se acalmou, nós descemos. Cara... Cara! Nossa, cara! Era I-N-C-R-Í-V-E-L! Parecia que eu tinha batido a cabeça, porque aquilo não podia ser real. Estávamos num distrito e não em Gorod.

Senti uma presença atrás de mim. Quando me virei, me deparei com...

SEINS! – Gritei segurando meu nariz – Seins!

Era uma moça, e que moça, hein? Aquelas curvas... Ahhh...

– Esse é o cara? – Perguntou revirando os olhos para Heinz.

– S-sim, senhora – Respondeu quase se escondendo.

Por um segundo, achei ter visto J.K rindo da minha cara... Acho que me ferrei...

– Eu pedi um soldado e não um pirralho tarado por peitos! – Briga enfurecida com loiro.

– D-desculpa, senhora – Disse se encolhendo.

– E você? – perguntou ela se dirigindo para J.K.

– Eh? – Tira as mãos dos bolsos.

A dona começou a brigar com todos, eles ficaram calados e de cabeças baixas. Logo depois uma menina saiu de um quarto.

– Senpai? O que houve? – Perguntou a garota.

Ela era... Linda, delicada, eu precisava conhecê-la.

– Oi, meu nome é Pierre – Me apresentei.

– Quem? – Perguntou – O que esse pirralho tá fazendo aqui?

– Foram esses inúteis – Disse a moça apontando para J.K e Heinz.

A garota pegou a vareta que estava segurando e bateu ela em suas cabeças.

– E-e agora? – Questionou Heinz – O que faremos?

A dona suspirou.

– Livrem-se dele – Disse friamente.

– EH?! – Gritei surpreso.

Eu não podia acreditar que aquilo realmente estava para acontecer, eles iam me matar.

– Mas – Argumentou o garoto – A senhora pediu uma pessoa que conhecesse o local mais que a gente. Aí está.

Todos me olharam de baixo para cima, eu me sentia desconfortável. A moça não queria acreditar que eu era francês.

– Quantos anos você tem, moleque? – Perguntou me rodeando.

– D-dezesseis, senhora – Respondi ficando em postura.

Ela ficou rodando em minha volta, analisando todos os detalhes.

– Nome? – Perguntou.

– Pierre – Respondi imóvel.

Chegou uma hora que ela parou em minha frente.

– Pierre, você promete que irá ceder sua vida para salvar qualquer pessoa de sua nação? – Perguntou.

Que tipo de pergunta foi aquela?!

– P-prometo – Gaguejei.

– Promete que irá ceder sua vida para salvar seus companheiros? – Perguntou novamente.

– P- prometo – Respondi.

– O quê? – Perguntou mais precisamente.

– Prometo! – Falei.

A expressão dela mudou, ela parecia mais amigável. Quando eu percebi, vi que aquelas pessoas na minha frente não eram más.

– Sou Aidê- A moça se apresentou.

Fiquei sem palavras.

– Sou Rei – Falou a menina – Prazer.

Ela tá tão na minha, cara!

– Você já conhece aqueles dois, então nem vou perder tempo com eles – Apontou Aidê – Então, Bem-vindo a Anonymus.

– Eh? – Disse surpreso.

Caí no chão. Não acreditei no que aconteceu!

– Alguém pega um papel pra limpar o nariz desse garoto? – Perguntou J.K.

Eles realmente... Existem!

– Fim.


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Notas finais do capítulo

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