Segunda Chance - Porque Eu Tenho Que Amar Você? escrita por Reptiliano


Capítulo 7
A Toca


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pra postar ):



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No dia seguinte, Stephen contou à Astrid que viajaria com John para descobrir mais sobre Morpheu. A amiga ficou boquiaberta com a história de Morpheu e John, mas estranhou de Stephen querer ir junto.

– Você vai com ele pra que? Você não está trabalhando com o seu tio?

– É, mas... Astrid, você precisa saber de uma coisa.

– Que você tem ciúmes dele? Isso eu já sei. – Ela disse tentando ser cômica, mas Stephen lhe lançou um olhar sério e então ela percebeu que coisa boa não vinha por aí. – O que foi?

Stephen respirou fundo, repensando se devia ou não contar à ela.

– Eu estou namorando.

– Nossa! – Astrid soltou todo o ar que tinha prendido sem perceber, aliviada – Você me assustou. Achei que era algo sério. Mas me conta, quem é ela?

– Na verdade... eu to namorando o John.

Astrid parou de andar, perplexa. Encarou o amigo boquiaberta. Não era possível Stephen estar namorando John. Pouco tempo atrás, estava louco pela Cara, agora está com o ex-namorado dela?

A garota começou a andar rapidamente deixando Stephen para trás. Ele tentou segurá-la pelo braço para conversar com ela, mas Astrid fez força e foi embora. Stephen percebeu que seria inútil falar com Astrid no momento, então entrou no beco mais próximo e se teleportou para a escola.

Durante a aula, tentou conversar com a amiga aos cochichos

– Astrid...

– Olha, se você quiser ficar com John, por mim beleza! – Os dois não perceberam, mas mesmo cochichando, despertaram a atenção de uma aluna da turma – Eu não ligo. Aliás, me desculpa pelo jeito que te tratei hoje mais cedo.

– Sem problema. Fico feliz que você tenha aceitado. – Stephen sorriu

– Desculpa mesmo. Foi um choque pra mim.

– Não se preocupe.

No subsolo, John estava sentado sozinho, pensando consigo mesmo sobre a viagem que estava por vir. Russell se despedira no dia anterior jogando sinuca com o amigo em um bar. Cara ainda não havia tocado no assunto da viagem, provavelmente com medo de que John demorasse e que por isso ficasse na liderança por mais tempo.

– John...

Ela entrou na sala onde ele costumava ficar, apenas na companhia de Tim.

– Cara, eu precisava mesmo falar com você.

– Quanto tempo vocês vão ficar fora?

– Espero que não fiquemos mais de uma semana.

– Stephen já sabe o que vai dizer à Jedikiah e à família dele?

– Ele tem uns parentes que moram fora do país por parte de mãe, então nós vamos visitá-los. É até melhor, porque assim teremos testemunhas de que estávamos lá.

– Verdade. Paranóico como Jedikiah é, capaz de eles colocarem alguém para vigiarem Stephen.

– Eu acho que já colocaram, vou até comentar sobre isso com Stephen mais tarde... Cara, eu preciso de um favor seu.

– O que é?

– Quando eu sair, quem vai liderá-los é você então...

– Tome cuidado?

– É.

Os dois sorriram um para o outro e se abraçaram.

– Te vejo na volta.

John se teleportou antes que pudesse ver a lágrima escorrer no rosto de Cara.

Stephen, ao sair da escola e deixar Astrid em casa para se despedir da amiga, foi até a Ultra tentar convencer Jedikiah que iria viajar para ver um parente distante. O chefe não aprovou essa viagem, dizendo que teria que falar com sua mãe, cheio de dúvidas sobre as intenções de Stephen.

– O garoto vai estar fora. Eu posso não gostar muito dessa idéia e por isso vou tê-lo vigiado, mas isso também é algo que podemos usar a nosso favor. – Dizia Jedikiah para Matt, o novato, assim que Stephen saiu – Aproveite e faça... Digamos, mais tranquilamente o que você vinha fazendo. E por falar na sua verdadeira missão, você tem notícias boas para me dar?

– Sim. Subornei uma colega da escola de Stephen e ela nos passou uma informação um tanto... esquisita.

– O que aconteceu?

– John e Stephen estão namorando.

– John? Hm, não é esquisito no mundo que vivemos hoje. De qualquer forma, procure por provas, Stephen pode ter percebido algo e entrado na mente dela.

– Com todo o respeito, senhor, mas não acho que o agente Jameson seja capaz de alterar a mente de alguém. Ele pode ser poderoso, mas mesmo os telepatas mais experientes têm dificuldades com isso.

– Cara é uma ótima telepata, tenho certeza de que, se ele tem mesmo entrado em contato com os amiguinhos dele, ela poderia fazer isso em alguém com o Q.I. não muito elevado. Mas enfim, eu tenho assuntos mais urgentes a tratar então por favor, deixe-me.

– Sim, senhor.

Luca abriu a porta do quarto de Stephen e viu John deitado na cama enquanto o irmão estava apenas de cueca.

– Luca!

– Relaxa aí, donzela! Só vim pegar meu celular que esqueci aqui. – Luca pegou um celular que estava em cima da escrivaninha, próxima à janela dando um rápido “oi” para John, que por sua vez, ria da cena – Pronto, moça. Podem voltar a se beijarem.

Stephen revirou os olhos e indicou a porta, para que Luca saísse.

– Devo admitir: Eu meio que gostei da idéia dele.

– John, eu vou passar dias só com você. Vamos ter tempo para isso. – Falou Stephen colocando uma camisa na mala e outra no corpo.

– É, eu sei... espera, você está fazendo mala?

– O que? Achei que ficaríamos pelo menos uma semana fora. – Stephen vestiu a calça.

– Uma mochila só está de bom tamanho, Stephen. – John se levantou e se aproximou de Stephen – Você exagera às vezes, sabia? – Uma mochila levitou do outro lado do quarto e voou em direção à John. – Toma, coloca tudo aqui.

– Você é tão mandão!

– Também te amo.

Stephen não se conteve e sorriu.

Os dois foram até o andar de baixo se despedir da mãe de Stephen e de Luca. John contou que era órfão e morava sozinho para que a mãe do namorado não pedisse o telefone de seus parentes ou tutores. Saíram pela porta da frente e entraram no primeiro beco que viram. Os dois deram as mãos e se teleportaram.

Primeiro os dois foram visitar os parentes de Stephen. A prima do garoto ficou excitada ao saber que o menino era gay e estava com o namorado logo à sua frente. A tia de Stephen também não mediu esforços para mostrar o quanto estava feliz ao saber que os dois estavam namorado. Stephen pediu descrição, claro, para que a novidade do namoro não vazasse para o resto da família.

Antes de saírem da América, John conseguiu, devido à Tim, passagens de avião para poderem viajar de um continente à outro. Quando chegaram à Grécia já estava escuro. Os dois saíram do aeroporto e foram direto para um hotel, pois acharam melhor começarem a busca por Morpheu no dia seguinte, já que estariam mais descansados. Talvez essa fosse a desculpa perfeita para Stephen, mas John sabia o que o rapaz realmente queria.

Assim que chegaram no hotel, Stephen largou sua mochila de lado e se jogou sobre o colchão de mola.

– Não gostei dessa cama. – Falou John.

– Pelo amor de Deus, John! Vai implicar com a cama agora?

– É que essa é mole demais pra gente. Vai ficar balançando tanto que não vou me sentir confortável.

– Se sentir confortável fazendo o que? – Stephen sabia qual era a resposta, mas quis provocar John. O mesmo deu um sorriso maléfico, jogou o casaco para o lado (assim como Stephen fizera com a mochila) e pulou na cama em cima de Stephen.

– Você vai descobrir.

Os dois começaram a se beijar. Um tirando a roupa do outro. Ambos loucos para sentirem os corpos juntos mais uma vez e dessa vez, sem pressa para ajudar os Seres Do Amanhã ou receber uma missão de Jedikiah.

No dia seguinte, levantaram e foram visitar alguns monumentos históricos, e entre eles, o Templo De Zeus. Olharam todo o templo por dentro, mas não acharam nenhuma pista de nenhum Ser Do Amanhã por ali. A verdade é que eles não tinham nem idéia de onde e com o que começar a procurar.

Saíram do templo frustrados. Desceram as escadas conversando sobre Morpheu e como poderiam encontrá-lo.

John viu, dentre os turistas, uma menina com seus longos cabelos pretos ao vento, sentada em cima de uma rocha, não muito distante. Sabia que já a tinha visto antes.

– John... – Stephen chamou ao perceber que o namorado não prestava atenção no que dizia.

Selena?”

A menina olhou para trás procurando quem a chamava.

“Somos amigos. Não vamos machucá-la. Morpheu me pediu que viesse me encontrar com ele.”

Selena continuava procurando quem estava entrando em sua mente.

“Aqui, nas escadas do templo.”

Ela olhou para onde John e Stephen estavam. Os dois acenaram para ela e ela sorriu de volta. Em poucos segundos, já estavam próximos um do outro.

– Meu nome é John, esse é Stephen. Morpheu pediu que eu viesse procurar por ele. Você entende inglês?

– Sim. Sei um pouco. Venham, vou levar vocês até Morpheu.

Os três deram a volta no templo. Selena tentou puxar um bloco de concreto do chão, mas precisou da ajuda de Stephen e John. Por trás do bloco, como os dois imaginavam, havia uma escada.

– Subsolo? Será que os Seres Do Amanhã do mundo inteiro se escondem no subsolo?

– Vamos encontrar seu pai e então, o Refúgio. – John sorriu para Stephen. – Aí não poderemos mais ficar no subsolo.

Os dois seguiram Selena que continuava silenciosamente. Assim que as escadas acabaram, seguiram por um túnel, iluminado por tochas. O túnel parecia não ter fim pelo tanto que andaram. Stephen não agüentava mais, no entanto John e Selena pareciam confortáveis tanto com o silêncio quanto com a distância percorrida. Louco por um pouco de água e com medo de que os estalactites caíssem sobre sua cabeça, Stephen pensou ter visto uma luz no fim do túnel.

– Estamos chegando ou estou morto?

– Estamos chegando. – Respondeu Selena

Sem perceberem, já estavam mais próximos ao esconderijo de Morpheu sentindo uma brisa refrescante ao barulho de água caindo ao fundo.

Quando atravessaram a luz, viram uma gruta imensa, iluminada por uma clarabóia natural no alto e uma pequena queda d’água, próxima ao lago que se formava ali. As pedras formavam caminhos e pontes, que levavam à pequenas cabanas construídas com palha e/ou barro. As pessoas iam e vinham, todas com sorrisos nos rostos. Uma menina pulou no lago, mas sua mãe a fez levitar de volta dando-lhe uma bronca, fazendo Stephen e John sorrirem.

Selena descansou a tocha na parede ao lado do portal de pedras com estalactites (pelo qual acabou de passar) e foi em direção à maior barraca que havia por ali.

Entraram na barraca e foram apresentados ao homem com tatuagens, que iam do peitoral até a nuca, espalhando-se pelos braços. O cabelo loiro estava amarrado às costas e no canto da barraca, estava o casaco com capuz que John o vira usar mais de uma vez.

– Olá. Temos companhia então. – Morpheu sorriu e estendeu a mão para John e Stephen – Me chamo Morpheu. Bem vindos à Toca.


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