Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Então, pessoal, deixo com vocês o primeiro capítulo da minha fanfic. É a primeira que escrevo no universo de Jogos Vorazes. Espero que gostem.



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Estou andando na Campina. O céu está escuro e só posso enxergar o cenário onde estou pela luz do luar. Estou quase atravessando a cerca para adentrar a floresta quando sinto uma mão puxando minha perna. Olho para baixo e então observo um, dois, três, quatro, inúmeros corpos se levantando do chão de terra da campina. Várias mãos enegrecidas pela decomposição me puxam para baixo. O ar me falta e o desespero toma conta de todo o meu ser enquanto tento lutar, mas não sou páreo para tantas mãos.

Uma cova se abre no chão de terra e as mãos me arremessam para dentro. Tento gritar, peço por socorro, mas a ajuda não vem. Sinto a terra começando a cobrir o meu corpo enquanto vozes gritam: “Assassina! Assassina!”. Um grito agudo e desesperado escapa da minha garganta quando vejo uma enxada posicionada para jogar terra sobre a minha cabeça. Não há mais esperança. É o meu fim.

Acordo sobressaltada. Ao abrir os olhos, me deparo com o cenário do meu quarto. Está tudo escuro e a leve luz do luar entra pela janela. Sento-me na cama. Ainda sinto o desespero do que ocorreu no sonho. Apesar de eu sonhar quase todas as noites que estou sendo enterrada viva pelos que morreram na revolução, não consigo me acostumar. Choro e aqueles soluços horríveis escapam da minha garganta. Meu corpo inteiro treme descontroladamente e as lágrimas caem em cascatas dos meus olhos. “Foi só um sonho, Katniss. Está tudo bem.”; tento pensar, mas é inútil. Apenas uma coisa me acalma nessas noites terríveis de pesadelos: Peeta.

Como eu gostaria que seus braços estivessem aqui para me consolar nesse momento... Não sei lidar com meus pesadelos, não sem ele. Mas ele está lá, na casa dele, dormindo tranquilamente, presumo. Ele não é mais o mesmo, não depois das torturas que sofreu na Capital. Não posso desejar que nossa relação seja a mesma de antes, pois não será.

Afastando esses pensamentos da minha mente, levanto-me da cama e pego a jarra de água que fica na mesinha de cabeceira. Despejo a água no copo e bebo devagar, tentando me acalmar. Respiro profundamente, até que, aos poucos, a calma começa a retornar a mim. Meu coração volta a bater na sua frequência normal e o choro cessa. Agora meu problema é o medo de dormir e ter os pesadelos novamente.

É inevitável pensar em Peeta novamente. É inevitável desejar que ele estivesse aqui comigo, me envolvendo em seus braços, em seu calor. “Ele não é mais o mesmo, Katniss. Supere isso!”; minha consciência me diz, mas eu não consigo aceitar a realidade. Sinto tanta falta do antigo Peeta, do que me amava, que chega a doer.

Ultimamente, temos tido uma relação extremamente superficial. Ele vem todos os dias de manhã à minha casa com Greasy Sae, deixa pães recém-saídos do forno para mim e vai embora. É assim que tem sido desde o dia em que nos reencontramos aqui no 12. Ele havia trazido prímulas noturnas para plantar no meu jardim, uma forma bonita de homenagear minha irmãzinha. Mas a dor da perda recente me deixou transtornada e me fez ignorar completamente Peeta. Saí correndo de volta para casa e o deixei ali, sozinho no jardim. Depois daquele dia, não trocamos mais nenhuma palavra que não fosse “Bom dia”. Ele não tentou nenhuma aproximação, e eu também não tentei. Achei que, mantendo-me afastada dele, seria mais fácil não sentir falta de quem ele um dia foi para mim. Hoje vejo que isso foi totalmente inútil.

Apesar do medo de dormir, minhas pálpebras pesam e eu decido me deitar novamente. Soco o travesseiro para que ele fique mais fofo e me entrego ao sono, tentando não pensar em como seria se aqueles braços fortes estivessem aqui para me abraçar.

***

Abro os olhos. A clara luz do sol entra pela janela. Mal posso acreditar que não tive mais nenhum pesadelo no resto da noite. Após uma noite de sono parcialmente boa, o que para mim já é um luxo, sinto-me melhor e mais disposta.

Aproveito esse rompante de disposição e pulo da cama, indo em direção ao banheiro. Após tomar um banho relaxante, visto-me, faço minha costumeira trança e desço para tomar café da manhã. Hoje pretendo caçar.

Assim que adentro a cozinha, ouço uma batida na porta dos fundos. “Devem ser Peeta e Greasy Sae”, penso. Abro e dou de cara com Peeta, sozinho. Em sua mão, está uma cesta de pães fresquinhos, como sempre. Ao vê-lo em minha frente, é inevitável me lembrar da falta que senti dele na última noite. Meu coração começa a acelerar e uma vontade enorme de abraçá-lo toma conta de mim. Ele adentra a cozinha e coloca a cesta de pães em cima da mesa, tirando-me dos meus pensamentos.

– Bom dia, Katniss – ele diz timidamente. – Aqui estão os seus pães de hoje.

– Bom dia, Peeta. Por que Greasy não veio hoje? – pergunto.

– Ela me disse que não ia poder. Não entendi bem o motivo, mas, enfim, eu trouxe os pães e você deve ter frutas, leite e queijo aqui. Não vai ser difícil você preparar um café da manhã – Peeta me responde olhando para o chão.– Bem, acho que já posso ir.

Ele se encaminha para a porta e já vai abri-la, mas inexplicavelmente eu seguro seu braço. Não sei o que deu em mim, mas antes que eu possa pensar a respeito da minha estranha ação, percebo que Peeta se virou para mim. Seus olhos intensamente azuis me fitam com um ar de interrogação.

– Algum problema, Katniss? – ele me pergunta, visivelmente confuso.

– Fique aqui. Tome café da manhã comigo – antes que eu possa raciocinar, essas palavras saem da minha boca.

– Tudo bem – ele diz. Um leve sorriso brota em seus lábios. – Vou te ajudar a preparar as coisas, então. É só você me dizer o que quer que eu faça.

– Nada de mais. É só botar o queijo no pão e esquentar o leite – digo. – Greasy já deixou umas frutas cortadas na geladeira.

Vou em direção à geladeira e pego tudo o que preciso. Coloco o leite para esquentar no fogão e ponho o queijo e as frutas cortadas sobre a mesa. Peeta pega uma faca, corta os pães e coloca fatias de queijo dentro. Quando o leite começa a ferver, eu tiro o bule do fogão e despejo o leite em duas canecas.

– É um café da manhã simples, mas acho que está gostoso – digo tentando sorrir. Estou um pouco constrangida por ter Peeta tão perto de mim depois de tanto tempo.

– É, deve estar tudo bom – ele diz dando um leve sorriso e em seguida começa a comer. Eu o acompanho.

Comemos em silêncio. Em um momento, nossos olhares se cruzam e uma estranha sensação de borboletas batendo as asas cresce no meu estômago. Ele dá um leve sorriso e volta a atenção ao próprio prato. Eu não deveria me sentir assim. Não posso deixar que o sentimento que tive por ele volte. Ele nunca mais será o mesmo. Nada o impede de, a qualquer momento, ter aqueles malditos flashbacks e tentar me matar novamente. Tento afastar esses pensamentos da minha mente. Não é justo, não com ele aqui, do meu lado, me fazendo companhia. Ele termina de comer e diz:

– Bem, eu terminei de comer. Quando você acabar, quer que eu te ajude a lavar a louça?

– Você vai embora depois, não é? – pergunto de supetão, um tom de decepção pintando minha voz. Algo em mim deseja que ele não vá embora.

– Bem, vou... – ele me responde, confuso – Nos outros dias, eu nem fiquei para tomar café da manhã. Só fiquei hoje porque você me pediu.

– Se eu pedir para você ficar, você fica? – mais uma vez, digo algo impulsivamente. Peeta arregala os olhos, mais confuso ainda.

– Eu posso ficar, sim. Não tenho nenhum compromisso para hoje – ele diz tentando parecer natural, mas sei que ele está surpreso.

Olho para Peeta e me lembro da minha ideia do livro. Os pergaminhos que o Dr. Aurelius havia me mandado da capital haviam chegado no dia anterior, mas eu ainda não havia começado a trabalhar neles. Era como se eu, no fundo, esperasse que Peeta estivesse comigo nesse processo.

– Peeta, eu gostaria que você me ajudasse com uma coisa – digo a ele, que me lança um olhar de atenção. – Eu tive a ideia de fazer um livro com, sabe, memórias dos nossos parentes e amigos que se foram. O Dr. Aurelius aprovou a minha ideia. Ele acha que isso pode funcionar como uma terapia para mim. Você gostaria de me ajudar nisso?

– Claro – ele responde. – Isso vai ser bom para mim, também.

Sem saber exatamente o motivo, eu coloco minha mão em cima da dele, que pousa sobre a mesa. Ele me lança um sorriso tímido e diz:

– Bem, é bom a gente ir logo arrumando as coisas por aqui. Há um livro nos esperando para passar a existir.

É a primeira vez que realmente dou um sorriso após meses. Por mais tímida que seja nossa conversa, a perspectiva de aproximação me dá esperança de um dia ter o antigo Peeta a meu lado novamente. Espero que isso não seja uma ilusão.


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Notas finais do capítulo

Então, pessoal, esse foi o primeiro capítulo. Espero ter comentários, reviews e, se possível, recomendações para me animar para escrever o próximo. Sejam bonzinhos comigo, rs. Um abraço e até a próxima.



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