Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Escrevi um capítulo e vim logo postar para vocês, pois vou viajar. Agradeço aos leitores que fizeram comentários lindos elogiando a forma como escrevo a Katniss, depois das notas finais do último capítulo. Obrigada, pessoal! :D

Agradeço também às leitores Maluh22 e Carol Evans, que recomendaram a história. Obrigada, meninas!

Boa leitura!



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Ele sorri e se aproxima de mim para me dar um beijo, tomando o cuidado de não bater na tela que está no meu colo. A campainha tocando é que nos separa.

– Quem será a essa hora? – diz ele.

– Isso a gente só vai descobrir abrindo a porta – coloco a tela que estava no meu colo na pilha de telas em cima da mesa de centro e me encaminho para a porta. Assim que eu a abro, meu estômago se contrai em nervosismo. É Gale.

– Gale, nós já conversamos. O que você quer agora? – sei que estou sendo grosseira, mas meu medo de Peeta ter um ataque de novo está falando mais alto que a minha educação.

– Não é com você que eu quero falar dessa vez. Peeta está aí?

– Estou, sim – diz Peeta, chegando junto da porta.

– Amanhã cedo eu vou embora, e não poderia ir sem antes falar com você, Peeta – diz Gale, fazendo Peeta arregalar os olhos de surpresa.

– Bom – começa Peeta, após se recuperar do susto inicial –, pode falar.

– Será que eu poderia entrar pra gente ter uma conversa... – ele hesita – bem, em particular? De homem para homem?

Olho para Peeta, perguntando silenciosamente o que ele acha disso.

– Tudo bem – diz ele. – Katniss, por que você não vai dar uma olhada em Haymitch?

Eu me aproximo dele e sussurro em seu ouvido: - Você tem certeza de que vai ficar bem?

Ele assente com a cabeça e sorri para mim, tranquilizando-me. Eu então lhe dou um beijinho nos lábios e em seguida saio pela porta, rumando para a casa de Haymitch.

Ponto de vista de Peeta:

– E então, vamos entrar? – digo a Gale, e ele adentra a sala lentamente, parecendo constrangido.

Eu fecho a porta e me aproximo dele.

– Pode sentar. Fique à vontade – digo, tentando ser gentil.

Ele assente com a cabeça e se senta no sofá. Eu me sento na poltrona que fica ao lado.

– E então? O que você quer falar comigo?

– Bem – começa ele, parecendo nervoso –, como eu já disse, eu estou indo embora amanhã cedo, e eu não poderia ir sem antes te dizer algumas coisas. Eu percebi que você não gostou de me ver abraçado com Katniss naquele dia, embora você tenha sido educado demais para ter uma crise de ciúmes. Eu não sei o que você ficou pensando, então achei que era meu dever vir esclarecer tudo.

Katniss já esclareceu as coisas, mas fico calado, curioso pelo que ele vai dizer.

– Aquilo – continua ele – foi um abraço de reconciliação. Fui eu que pedi a ela. Nós estávamos estremecidos por conta da história da morte de Prim e eu vim pedir perdão a ela. Fiquei muito aliviado por ter resolvido as coisas com ela, mas foi só isso. Ela te ama, Peeta. Muito. Acho até que muito mais do que você imagina.

Ele suspira forte e continua:

– Você não imagina a aflição que ela sentiu quando você estava sequestrado. Ela chorava o dia todo, só conseguia dormir com sedativo... e quando você foi resgatado e chegou ao distrito 13 odiando-a, ela ficou péssima. Ela quis bancar a forte, a desencanada... tentou ignorar você, mas eu sabia o quanto ela não estava suportando ser desprezada por você.

Katniss sofreu muito por mim, afinal de contas, e ver isso sendo relatado por alguém que estava de fora da situação mexe comigo de uma forma inexplicável. Sinto a pressão das lágrimas nos meus olhos, mas as contenho. Não posso chorar. Quero ouvir o resto do que Gale tem a dizer.

– Foi aí – ele brinca com seu relógio de pulso, sem conseguir me olhar nos olhos – que eu percebi que ela amava você e que por isso eu não teria chance com ela, mesmo que você nunca se recuperasse. Eu cheguei a comentar com ela uma vez que ela nunca poderia ser minha porque sempre se sentiria mal por sua causa. Foi um artifício que eu usei para ver se ela admitiria que amava você, mas ela soltou uma mentira.

“Disse que também se sentia mal quando tinha que beijar você, por minha causa. No começo podia até ser, mas no Massacre Quaternário eu duvido que ela tenha se sentido mal por minha causa quando beijou você. Ela mentia, e não era só para mim. Era para ela mesma.”

“Nós tivemos uma coisa no passado, e eu creio que ela realmente tenha sentido algo por mim, sim, mas o que ela sentiu por mim foi muito menor que o que ela sente por você. Eu não estava mentindo quando disse a você na loja de Tigris que você a conquistou.”

Ele me surpreende ao levantar seu olhar para mim. Posso ver que seus olhos estão marejados.

– Eu estaria mentindo, Peeta, se dissesse que não sinto mais nada por ela. Porém, eu tenho que aceitar a realidade. É você que ela ama, foi você que ela escolheu, e quando a gente ama uma pessoa, a gente quer a felicidade dela acima de tudo. Eu sei que isso vai passar e que um dia eu vou voltar a vê-la só como uma amiga. Há no distrito 2 uma moça que gosta de mim, e eu estou disposto a me abrir para ela, a deixá-la entrar no meu coração. Agora, que eu sei que Katniss está feliz com você, eu sei que vou conseguir isso.

– Vai, sim – digo, com a voz embargada pelo choro sufocado. – Nós nunca fomos inimigos, Gale. Eu nunca tive nada contra você, embora sentisse ciúmes de Katniss com você.

– Digo o mesmo com relação a você – ele sorri. – Agora você sabe que não há mais motivos para ciúmes, não sabe? – pergunta ele, forçando um sorriso.

– Na verdade, eu já sabia – digo, sorrindo. – Katniss já havia me esclarecido isso antes, e eu confio nela.

– Ela me disse que ama você. Fiquei surpreso ao ver Katniss Everdeen falando assim sobre seus sentimentos. O que você fez com ela, hein? – ele diz a última frase em tom de brincadeira, arrancando-me um riso.

– Não fui eu que fiz algo, foram as dificuldades pelas quais passamos que fizeram – explico.

– Você vai cuidar muito bem dela, não vai? – pergunta ele.

– Tenha certeza disso. Eu a amo mais que tudo, Gale. Se eu consegui me recuperar, foi por ela, foi pelo amor que sinto por ela.

– Então eu posso voltar tranquilo para o distrito 2 – ele sorri.

– Com certeza – confirmo.

– Bom – ele se levanta do sofá, e eu o imito –, então agora eu vou indo. Obrigado por ter me ouvido, Peeta. Eu não ficaria tranquilo em ir embora sem deixar tudo às claras com você.

– Eu agradeço – digo. – Foi muito nobre da sua parte fazer isso. Você é um cara legal, Gale.

– Você também.

Ficamos alguns segundos parados, apenas encarando um ao outro sem saber o que dizer. Eu é que quebro o silêncio:

– Que tal um abraço? – sugiro.

Ele sorri e em seguida se aproxima de mim, me abraçando e dando tapinhas nas minhas costas. Assim que nos separamos, eu digo:

– Eu nunca te agradeci devidamente por você ter se arriscado na missão do meu resgate. Obrigado, Gale.

Ele dá um sorriso sem graça.

– Não foi nada. Eu não me perdoaria se não fizesse algo para aliviar o seu sofrimento e o de Katniss.

– Sei disso.

– Bom, agora eu preciso ir mesmo. Tenho que acordar cedo para pegar o trem.

– Boa sorte com a moça – digo com sinceridade. – Desejo que você seja muito feliz com ela.

– Obrigado.

Ele se encaminha para a porta e eu a abro.

– Tchau, Peeta.

– Tchau, Gale.

Ele sai pela porta, rumando para a casa onde sua família está instalada.

***

Ponto de Vista de Katniss:

– E então, como foi a conversa com Gale? – pergunto a Peeta assim que chego em casa. Ele está sentado no sofá da sala, assistindo TV com uma expressão serena no rosto.

– Venha cá – pede ele, dando batidinhas no assento do sofá.

Eu me sento junto dele e ele me abraça, beijando minha testa com carinho.

– Você não vai me dizer? – digo, impaciente.

– Vou, sim. Tenha calma, sua apressadinha – diz ele com ar de riso, fazendo-me revirar os olhos de impaciência.

Eu me afasto de seu abraço e me viro para ele, olhando em seus olhos.

– Foi tudo bem – diz ele. – Ele me explicou o que aconteceu entre vocês naquele dia em que flagrei vocês se abraçando, mas isso você já tinha me contado. O que me surpreendeu mesmo foi ele dizer que você me ama e que quer que você seja feliz comigo.

Dou um sorriso.

– Gale é uma boa pessoa, Peeta.

– Eu sei disso – diz ele.

– Eu não esperava que ele te dissesse outra coisa. Só tive receio de você ter um ataque no meio da conversa.

– Mas eu não tive. Deu tudo certo. Eu estou sentindo um grande alívio agora. Eu confio em você, mas ainda assim eu sentiria ciúmes se ele continuasse interessado em você, se ele quisesse te reconquistar ou algo do tipo.

– Eu entendo.

– Ele contou como você ficou quando eu fui sequestrado, quando eu cheguei ao distrito 13 te odiando... – ele mira seu olhar na TV, parecendo desconfortável. – Ele disse que foi aí que ele notou que você gostava de mim.

– Ele foi mais esperto que eu. Eu demorei bem mais para perceber – digo, sorrindo.

Peeta volta seu olhar para o meu, também sorrrindo.

– Fico feliz que tudo esteja esclarecido – digo.

– Sim, isso é ótimo. Mas me diga, e Haymitch? Como ele está?

– Continua deprimido, mas comeu o jantar todo e tomou banho. Já foi um avanço.

– Sim, claro – concorda Peeta. – Fico me perguntando por que ele está assim.

– Eu estou me perguntando a mesma coisa. Acho que aconteceu algo nessa viagem dele à Capital.

– Será?

– Acho que só isso explica.

– Seja o que for, temos que descobrir o que é. Só assim poderemos ajudá-lo.

– Você tem razão – concordo. – Eu o deixei dormindo. Amanhã, irei lá para tentar conversar com ele.

Peeta boceja, e eu então vejo o quanto ele está cansado.

– Você está cansado. Vamos dormir?

– Vamos. Eu estou mesmo precisando.

Nós nos arrumamos e depois deitamos na cama. Eu me aninho no peito de Peeta e ele me abraça, daquela forma protetora e carinhosa que só ele consegue.

– Boa noite, meu amor – diz ele, e em seguida me dá um beijinho nos lábios.

– Boa noite.

Envolvidos no calor um do outro, rapidamente nos entregamos ao sono. Eu acordo no meio da noite com um pesadelo, mas Peeta me conforta e me acalma como só ele consegue fazer. Em pouco tempo, estou dormindo mais uma vez.

***

Na manhã seguinte, após Peeta ir para a padaria, pego frutas, pães e suco para levar para Haymitch. Quando eu já estou me encaminhando para a porta, ouço a campainha tocar. Coloco a comida em cima da mesa de centro e abro a porta, para logo ver à minha frente um rapaz que eu tenho a impressão de já ter visto em algum lugar.

– Senhora Mellark – quase caio para trás quando ele me chama assim, até lembrar que Panem inteira pensa que eu e Peeta somos casados –, chegou essa carta para a senhora na estação.

“Então é da estação que eu o conheço”, penso.

– Ah, muito obrigada.

Ele me entrega a carta e vai embora. Eu fecho a porta e olho para o envelope. Sinto uma coisa gelada no estômago ao ver que o envelope é fechado com um adesivo com a insígnia de Panem. Olho para o nome da remetente e vejo que a carta é da Presidente Paylor. O que será que ela quer comigo?


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Notas finais do capítulo

É isso, pessoal. Digam nos comentários o que estão achando. A opinião de cada um de vocês é importante para mim. :D

Tenho uma notícia meio chata para dar: A fanfic está na reta final, gente. Eu não sei ao certo quantos capítulos ainda vou escrever, mas não serão muitos. A proposta inicial da história foi abordar a reaproximação de Peeta e Katniss, então não faria sentido eu escrever os dois casando, tendo filhos e afins. Porém, não quero que vocês fiquem tristes. Tenho em mente uma coisa que vocês vão gostar, caso realmente se concretize. :D

Beijos e até a próxima.