Amor Real - Peeta e Katniss escrita por MaryG


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Escrevi mais um capítulo para vocês rápido, pois fiquei com pena da ansiedade de vocês com relação à volta do Gale e tudo mais. Viram como sou boazinha? Haha!

Agradeço à leitora Lethy pela recomendação que ela fez à minha história. Obrigada, Lethy!

Espero que gostem do capítulo. Boa leitura!



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Depois que Greasy Sae saiu da Aldeia dos Vitoriosos e parou de vir cozinhar para mim, eu estou me empenhando em aprender a cozinhar. Ando pegando umas dicas com um programa de culinária que passa na televisão, e tenho feito alguns progressos. Estou sentada no sofá com um caderno, anotando uma receita enquanto assisto ao programa na TV, até que ouço a campainha tocar. Não faço a menor ideia de quem é, pois Peeta tem a chave e Haymitch deve estar bêbado demais para estar acordado a essa hora da manhã.

Levanto-me do sofá e abro a porta. Sinto minhas pernas tremerem ao ver quem é.

– Olá, Catnip.

– Gale?! – exclamo. O susto de vê-lo é tão grande que eu me sinto desnorteada. Ele é a última pessoa que eu imaginava ver neste momento. – O que você está fazendo aqui? Por que você voltou?

– Na verdade, eu não voltei. Minha mãe e meus irmãos não se adaptaram bem ao distrito 2 e quiseram voltar pra cá. Eu consegui uma folga no meu trabalho e vim acompanhando-os. Devo voltar daqui a três dias, a não ser que...

– A não ser que...?

– Você não vai me convidar para entrar? – pergunta ele, parecendo constrangido. – Nós precisamos conversar.

– Certo. Entre – digo, indicando com o braço o caminho para dentro.

Gale e eu entramos e ele se senta no sofá. Eu me sento na poltrona que fica junto, querendo evitar qualquer contato mais próximo. Ainda é estranho vê-lo à minha frente depois de tantos meses.

– E então, o que você quer falar comigo? – pergunto, fazendo o possível para me manter calma.

– Eu passei todos esses meses pensando na nossa última conversa. Acho que fui duro com você. Você não tinha culpa nenhuma de estar triste com a possibilidade de a bomba que atingiu sua irmã ter sido a minha.

– Gale...

– Não, eu preciso falar. Eu fui duro com você, sim. Ter pedido perdão a você era o mínimo que eu poderia ter feito.

– Mas você não fez aquilo de propósito... – começo, mas ele me interrompe.

– Não, não fiz, de fato. Eu não fazia a menor ideia de que Coin usaria aquelas bombas nas crianças. Também não fazia a menor ideia de que Prim seria enviada a combate. Mas mesmo assim, eu deveria ter te pedido perdão, porque desde o início você tinha sido contra aquele meu desejo de vingança. Eu sabia que elas iriam atingir pessoas inocentes, e nem por isso desisti do meu intento. No calor da guerra, eu não avaliei que estava sendo egoísta.

Fico calada, apenas deixando que Gale diga tudo o que precisa dizer. Ele logo continua:

– Em nossa última conversa, eu deveria ter sido mais compreensivo com você. Você estava sofrendo muito com a perda da sua irmã que você tanto amava – lágrimas começam a escorrer de seus olhos cinzentos –, e eu só pensei em mim, na minha tristeza de saber que você nunca deixaria de me culpar e que por isso eu nunca teria chance com você.

– Então foi por isso que você foi embora? – pergunto, sentindo a pressão das lágrimas nos meus olhos. – Porque não conseguia lidar com a minha desconfiança?

– Sim – responde ele, enxugando os olhos com as costas das mãos. – Mas não foi só por isso. De certa forma, eu mesmo me senti culpado, porque, como eu já disse, você mesma já tinha me repreendido por aquele meu desejo de vingança. Eu preferi ir embora a enfrentar você e o que eu estava sentindo. Eu fui um covarde.

Olhando nos olhos dele, eu digo:

– Gale, eu estaria mentindo se não dissesse que me sinto mal ao pensar na possibilidade de aquela bomba ter sido uma das suas, mas eu não quero que você fique se culpando por isso. Nós estávamos no meio de uma guerra, e você não tinha como prever que aquilo aconteceria. Não se culpe.

Ele baixa a cabeça e enxuga as lágrimas que caem insistentemente pelo seu rosto.

– Gale? Olhe para mim – peço, e ele obedece. – Eu também fui dura com você, de certa forma.

– Mas isso foi completamente compreensível – diz ele. – Você estava sofrendo. Eu provavelmente teria agido do mesmo jeito se tivesse acontecido algo assim comigo.

– Sim, foi compreensível, mas ainda assim foi injusto da minha parte ter te culpado por isso quando eu mesma já tinha cometido crimes muito piores do que construir bombas. Além disso, você sempre cuidou da minha família. Estou certa de que Prim era muito grata a você.

Não posso impedir que lágrimas escorram pelo meu rosto e que aqueles sons de quem está engasgando escapem da minha garganta. Coloco a mão no rosto, tentando me acalmar.

– Katniss? – Gale parece preocupado.

– Não, tá tudo bem – digo, ainda tentando me acalmar. – É que ainda é difícil falar dela sem me emocionar.

– Tudo bem. Eu entendo.

Um silêncio constrangedor se instala entre nós enquanto tento acalmar meus soluços e enquanto enxugo minhas lágrimas. Gale é quem o quebra:

– Então está tudo bem entre nós agora? – pergunta ele.

Eu levanto o meu olhar para ele e vejo uma expressão de esperança em seu rosto.

– Gale, eu estaria mentindo para você se dissesse que não estou mais associando o que aconteceu com Prim a você, mas deve ser porque isso ainda é muito recente. Eu sei que você não teve culpa. Eu não sinto mais mágoa de você nem nada e sou muito grata por tudo o que você já fez pela minha família. Vamos dar tempo ao tempo, certo? Há coisas que só o tempo cura.

– Eu entendo... Katniss?

– Hum?

– Se não tivesse acontecido nada disso e eu tivesse voltado ao 12, você acha que nós... bem, teríamos tido alguma chance?

Penso em Peeta e em tudo o que sinto por ele. Eu o escolhi por amor, não pelo distanciamento com Gale.

– Nós já vivemos momentos muito bons juntos, Gale, mas não. Acho que não haveria chance de nós ficarmos juntos, e eu acho que você pode imaginar o motivo.

– Peeta, não é? – pergunta ele, e eu assinto com a cabeça. – Eu sabia que você o amava, mesmo quando você ainda não sabia. Para mim, isso ficou claro quando você o beijou no Massacre Quaternário. Eu até disse isso a ele uma vez, quando estávamos na loja de Tigris, mas ele não acreditou muito. Disse que o beijo tinha sido só uma encenação.

Penso em dizer que ouvi a conversa, mas desisto. Pode parecer que eu estava fuxicando.

– Vocês estão juntos? – pergunta ele.

– Sim – respondo, fitando o chão. – Ele está morando aqui comigo há alguns dias.

– Então vocês estão vivendo como um casal? – pergunta ele, e sei o que está implícito em sua pergunta.

– Sim – respondo, ainda fitando o chão. – Não estamos casados oficialmente, mas estamos construindo uma vida juntos. Ele abriu novamente a padaria e está trabalhando. Ele está muito bem.

– E aquelas crises? Ele ainda tem?

– Muito raramente, e quanto tem, é algo fraco. Ele apenas agarra as costas de uma cadeira até que os flashbacks passem. Ele não me ataca mais nem nada.

– Você está feliz com ele?

– Muito. Ele me deu a vida de volta... Eu o amo, Gale. Eu demorei muito para entender isso, mas hoje entendo. Eu sei que teria ficado com ele de um jeito ou de outro.

– Era isso o que eu precisava ouvir para poder seguir em frente – diz ele.

Eu levanto o meu olhar para ele e vejo uma expressão de dor em seu rosto.

– Você está triste? – pergunto, embora já saiba a resposta.

– Eu ainda sinto algo forte por você, Catnip, e estaria mentindo se dissesse que não me dói ver você com ele. Mas o que eu mais quero é que você seja feliz, e ouvir você declarar seu amor a ele tirou um peso das minhas costas. Há uma moça que gosta de mim, lá no distrito 2, mas eu não estava conseguindo me abrir a ela por causa de você. Agora você me deixou livre para isso. Vou poder voltar tranquilo ao 2 daqui a três dias.

– Fico feliz por você, Gale – digo com sinceridade. – Você merece ser amado de verdade.

Ele sorri para mim.

– Eu também fico feliz que você tenha se acertado com o Peeta. Não posso negar que ele é uma pessoa maravilhosa.

– Sim, ele é. Gale?

– Hum?

– Como está a sua vida lá no 2?

– Está boa. Eu estou trabalhando como segurança no edifício da justiça de lá. É um trabalho bem mais ameno que o das minas, e o salário é maior. Só estou um pouco triste porque minha família vai ficar longe de mim, mas não posso ser egoísta. Eles estavam infelizes lá.

– Você pensa em voltar ao 12 um dia?

– Isso não faz parte dos meus planos no momento, mas quem sabe do futuro, não é mesmo?

Ele sorri para mim, e eu retribuo.

– Bom, agora eu preciso ir – diz ele, levantando-se do sofá. – Eu tenho que terminar de ajudar minha família a se instalar numa das casas daqui da aldeia. Eles vão ficar aqui até que eu tenha dinheiro para comprar uma casinha para eles.

– Estou com saudade de Hazelle e seus irmãos. Vou fazer uma visita assim que eles estiverem instalados.

– Faça! Eles vão adorar. Bom, agora eu vou mesmo – ele se encaminha para a porta, mas desiste na metade do caminho e se vira. Eu olho para ele, confusa.

– Posso te dar um abraço antes de ir embora? – pede ele.

– Pode, sim. – digo, e em seguida me aproximo dele e o abraço pelo pescoço. Ele passa os braços pelas minhas costas, espalmando as mãos nelas.

– Eu senti muito a sua falta – diz ele. – Sei que tudo ainda é muito recente, mas eu não queria perder o contato com você.

Antes que eu possa dizer algo, o barulho da maçaneta girando denuncia que alguém chegou e eu e Gale nos separamos sobressaltados. Olho para a porta recém-aberta e me deparo com um Peeta assustado olhando para nós dois.


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Notas finais do capítulo

Não me ameacem, ok? Esperem com paciência o próximo post. Haha!

Lembrem-se de dizer nos comentários o que estão achando. Quem estiver lendo sem comentar, por favor, comente. A opinião de todos os leitores é importante para mim. ;)

Beijos e até a próxima.