Ao acordar Mary se deparou com uma figura feminina pouco familiar ao lado da sua cama.

– Lola e Green, ela acordou! – Entusiasmada a moça sentada ao seu lado saiu falando com alegria e gritando o nome de suas amigas.

Não passou nem dois minutos que a desconhecida havia saído, no entanto ela já se viu rodeada de empregadas perguntando como ela se sentia. Logo em seguida a eufórica estranha vinha trazendo suas amigas e damas de companhia.

– Oh, desculpe-me rainha de Escócia, acho que você não me reconheceu longe das roupas de baile. Sou a princesa da Noruega. – Mary olhou para a moça sentada do lado oposto de suas amigas na cama. Olhando fixamente em seu rosto percebeu a semelhança com a moça que sentará próximo a ela no jantar do dia anterior.

– Olá, Beatriz, não é? Desculpa ser rude, mas o que faz aqui, você não deveria estar se arrumando para o baile de hoje? – Virando para as suas amigas, Mary disse. – O que aconteceu? Eu não me lembro de nada. Eu estava com o delfim da França e...

– Oh acho que sou qualificada para explicar as duas perguntas. Estou aqui porque te achei desmaiada na saída o bosque enquanto cavalgava.

O flash back do que aconteceu passou pela cabeça de Mary em uma velocidade que a deixou tonta. Explicou tudo as amigas e a moça que se mostrará diferente das outras pertencentes à realeza.

– Tenho certeza que foi vindo de sua imaginação. Não se ouve falar de hereges na França por pelo menos 50 anos. Dizem que foram extintos. – Disse Lola calma enquanto ajudava Mary a se levantar da cama.

– Imagino que possa ser isso mesmo. Beatriz, porque você não se junta a nós enquanto se arruma. Segundo dizem você não trouxe consigo muitas pessoas amigas. – Segundo as fofocas presentes entre os empregados ficou sabendo-se que uma das suas damas de companhia teria sido pega roubando comida da cozinha e a outra teria sido pega dando sua virtude a dois guardas do rei.

– Estou lisonjeada com o convite, no entanto não pretendo atrapalhar. Estou me dirigindo ao meu quarto. Qualquer coisa mande um empregado me procurar, ficarei feliz em ajudar. Vemos-nos no baile. Com licença.

As moças começaram a se arrumar animadamente para o baile de aniversário. A ansiedade pairava pela corte. A ansiedade e curiosidade de saber quais seriam as possíveis novas garotas escolhidas apresentava-se visíveis desde nobre a empregados. No entanto do outro lado do castelo o conselheiro da Rainha Catherine de’ Medici, Nostradamus, andava aflito de um lado para o outro.

– Cadê a rainha... Ela já deveria ter respondido o meu recado. – Falava consigo mesmo enquanto pensava em um modo de dar a notícia a sua rainha.

Nostradamus, dito como herege pela igreja católica por “prever” o futuro e fazer “poções” medicinais, aliou-se a rainha consorte da França, o que lhe deu grande reconhecimento. Em pouco tempo suas visões do futuro mostraram-se certas fazendo com que se tornasse conselheiro da Rainha.

Chegando cerca de uma hora após o chamado de Nostradamus, a Rainha, sentou-se em um dos sofás presentes no cômodo.

– O que foi? Espero que seja importante, estava finalizando os preparativos para o baile de hoje.

– É sim minha Rainha. Eu vi uma visão que envolve o seu primogênito. Nessa visão uma das garotas levará ele a morte, no entanto ainda não posso dizer qual delas causará a sua morte após o casamento.

– Como não? – Catherina de’ Medici disse se levantando irritada.

– São muitas opções ainda minha rainha

Saindo irritada Catherine de Medici se esbarra com Bash.

– Desculpe-me rainha. - Disse antes de sair.

Irritada Catherine resmungou umas palavras e continuou seu caminho não dando atenção ao que ele disse. Bash continuou a se dirigir ao quarto de Francis. Chegando lá percebeu que seu amigo não estava lá, questionou alguns empregados, mas nenhum deles sabiadizer aonde ele se encontrava.

Do outro lado do castelo, Mary contava as amigas do seu encontro com Francis, dos quases beijos e do pânico que a vez desmaiar. Em meio a risadas e trocas de vestido um guarda entra pedindo a licença de todos pois o príncipe gostaria de falar com a Rainha da Escócia.

– Desculpa interromper as moças, mas preciso falar com a Rainha Mary nesse exato minuto. – Francis foi entrando antes mesmo de o soldado terminar de falar.

Todos se retiraram rapidamente e Francis começou a explicar sobre o ocorrido.

– Eu acho que te devo explicações sobre os barulhos ouvidos na floresta, eram apenas umas lebres andando por perto, não consegui encontrar nenhuma pessoa em perigo.

– Francis, eu acho que vi algo, eu não sei, as imagens estão confusas em minha mente mas, eu acho que vi um corpo pendurado no topo de uma das árvores, ele estava amarrado ao troco de cabeça para baixo e sua garganta estava cort... – Sem perceber Mary avia começado a chorar, de forma que Francis se viu abraçando de forma protetora.

Se acalmando em alguns minutos Mary se sentiu desconfortável quando se viu abraçada em Francis, ela se sentia muito mais quente que o normal e aquela sensação de alguma forma pareciam incomodar. Ela não sabia o que estava sentindo, na verdade ela não sabia se o desconforto era causado por ela se sentir culpada de estar abraçada com ele sem estar em um encontro, cada segundo que aquele abraço durava Mary se sentia menos desconfortável, cada vez parecia mais certo, os medos foram sumindo. Nesse momento Mary se viu olhando Francis, aquilo parecia mágico, ambos se sentiam atraídos.

– Vossa Senhoria, eu sinto em informar, mas a Rainha Mary precisa se arrumar para o baile de hoje à noite. – Lola disse enquanto entrava.

Acenando com a cabeça Francis disse. – Pois não, lamento ter atrapalhado, mas concordo com você, a Rainha precisa estar bela em meu baile, não é? – Terminando com uma piscadela em direção de Mary, deixando-a com as bochechas levemente rosadas.

Passando-se mais ou menos duas horas após Francis ter saído do quarto de Mary, é a vez de Beatriz de ir até o quarto da Rainha da Escócia.

– Olá garotas, como eu disse, após me arrumar retornaria até aqui. – Sorrindo som simpatia e timidez, Beatriz foi recebida com muitas risadas e brincadeiras.

– Nossa você está belíssima! – Lola comentou sorrindo enquanto colocava um brinco de perola com rubis dados por seus pais. Lola vestia um vestido na cor vermelho sangue e contrastava com o seu tom claro de pele, o seu decote tinha um formato coração, o vestido marcava bem a sua cintura devido ao fato da saia se abrir, deixando-o estufado, a partir da altura do quadril. Os cachos rebeldes de seu cabelo castanho escuro estavam presos de forma bagunçada com o auxilio de pequenos grampos com perolas na ponta.

– Vocês todas estão lindíssimas, o credito não deve vir só para mim! – Disse Beatriz com um sorriso tímido no rosto. Beatriz vestia um vestido com de rosa claro com um decote oval e com pequenas contas de diamante bordadas em volta do decote. O seu vestido marcava bem a sua cintura devido o espartilho. A saia caia em camadas que lembravam a uma rosa aberta. Seu cabelo loiro foi preso em uma trança lateral com pequenos diamantes presos na extensão do penteado.

– Vamos antes que a gente se atrase, preciso encontrar um possível marido hoje! A minha família precisa me ver casada! – Disse Green rindo. Green vestia um vestido dourado co um decote coração, o vestido continua uma renda preta por cima de toda a extensão do vestido, a fina renda também formava uma pequena alça que saia do decote e ia até a parte de traz de suas costas. Seu cabelo estava solto com longos cachos, o único enfeite era uma tiara com diamantes e pequenos brincos de diamante.

As quatro logo foram em direção ao baile que estava prestes a começar. Faltava-se pouco para saber quais seriam as 10 selecionadas.