A Lenda dos Santos de Atena escrita por Krika Haruno


Capítulo 50
O cravo e a Rosa


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao capitulo 50! ( e eu queria escrever no MAXIMO 40 capitulos.... T.T) mas pelo menos está chegando ao final.



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Hian deitou Jules na cama, a brasileira estava gelada.

– Rodrigo chama a Heluane, por favor. – pediu o chinês completamente atordoado.

– Está bem...

O baiano não chegou a porta, uma expansão de ar jogou todos no chão, uma energia negra circulava a paulista.

– Jules. – Julia tentou aproximar, mas algo a empurrou.

A brasileira começou a flutuar, a energia negra condensou formando uma espécie de nuvem circundando-a. Shion se lembrou na hora.

– Andrasta colocou alguma coisa nela.

– Que cosmo é esse? – Aioria começou a sentir uma poderosa energia vindo de Jules.

– É o cosmo do inimigo. – disse Aiolos.

Atena fixou o olhar em Jules. Ela corria risco de vida.

– Precisamos retirar esse cosmo dela, ou...

– Ou... – Ester não gostou desse ou..

– Ela corre risco. – disse Shion. – cosmo em pessoas normais pode ser fatal.

– Fatal??!! – exclamou Gabe. – como assim?

– Cosmo em pessoa normal afeta o organismo, ainda mais quando entram nele. – olhava para a paulista. – lembram-se da Juliana e Paula? Só de entrarem em contato com o cosmo maligno do anel começaram a passar mal. O caso de Jules é pior, pois o cosmo está dentro dela. Ela nem teve os primeiros sintomas foi logo para a febre, é quando a situação está grave. Andrasta deve ter colocado uma boa quantidade para afeta-la tão rapidamente.

– A quantidade afeta? – indagou Rodrigo.

– Sim. O primeiro sintoma é cansaço, seguido de sangramento e depois febre e falta de ar. Esse é o ultimo estado. Quando a quantidade é mediana leva vinte e quatro horas até o corpo entrar em estado grave.

– E o que podemos fazer? – indagou o leonino.

– Retirar. – Shion elevou seu cosmo, criando a muralha de cristal em torno dos demais e isolando Atena.

– Atena... – Dohko estava apreensivo, sabia que esse tipo de “operação” era delicada.

– Ela vai ficar bem Dohko.

Outro que estava apreensivo era Rodrigo. O que Saori iria fazer? Ela estava debilitada por causa da perda de energia.

Atena elevou seu cosmo, mas ao contato com o cosmo negro, esse reagiu violentamente, jogando a contra a muralha.

– Atena!

A energia de Jules expandiu um pouco mais antes de retrair, a brasileira desmaiou.

– Atena. – Aiolos a amparou.

– O cosmo combate quem ele acha que é uma ameaça. Temos que tira-lo de outra forma.

O.o.O.o.O

Marcela sentia a cabeça rodar.

– Estou com frio... – Marcela enrolou-se na colcha.

– O que está sentindo? – Miro sentou ao lado dela.

– Não sei... minha cabeça está rodando, estou fraca.

– Talvez seja efeitos dos remédios. Descanse um pouco. – disse Paula.

– A Heluane te examinou? – indagou Dite.

– Sim. Eu só tive ferimentos mais leves.

– O único que não está cuidado é o pequeno orifício. – disse o escorpião.

– Que orifício? – o sueco aproximou.

Miro abriu um pouco a blusa de Marcela, Dite ficou pálido.

– É o efeito da rosa branca.

– COMO? - berrou.

– Eu lancei uma rosa branca contra o inimigo, mas ele rebateu, acabando por acerta-la. A rosa não tem veneno, mas puxou um pouco do sangue. Você precisa descansar.

– Tem certeza que não tem veneno?

– Sim. – Dite sentou ao lado dela, olhando mais atentamente o machucado. – se repousar, amanha estará bem.

– Ainda bem que a situação não é tão grave. – Bel sorriu. – chega de complicações.

O.o.O.o.O

Ares deitou a mineira, ela ardia em febre.

– Afaste-se dela! – gritou Kanon.

– Eu não fiz nada. – defendeu-se, visivelmente preocupado.

– Saia Ares.

Shaka aproximou, o geminiano apenas afastou um pouco. O indiano examinou o corpo todo, todos os ferimentos dela estavam tratados. Só poderia ser algo interno. O cavaleiro impôs a mão na testa dela. Acessou a memória da hora da luta, não encontrando nada. Percebeu que ela já estava com sintomas estranhos horas antes.

– Não é de agora... – murmurou, olhou para Ares que permanecia ao lado. – você fez alguma coisa.

– Já disse que não fiz nada.

Shaka teve um estralo. Novamente impôs as mãos sobre ela, voltando ao dia que Ares manifestara. Vasculhou todos os momentos até encontrar o motivo da febre dela.

– Seu canalha!

O cosmo do virginiano elevou de uma vez, sendo direcionado para o geminiano que sem prazo para se defender, bateu com violência contra a parede.

– Desgraçado! Você não vai descansar enquanto não mata-la!

– O que ele fez Shaka? – indagou Kanon já fitando o “irmão” com ódio.

– Lançou o satã imperial nela! E já tem vinte e quatro horas!

– Patife!

O marina partiu para cima de Ares, dando lhe um soco. Ele não reagiu surpreso, pois achava que o ataque não tinha funcionado.

– Eu vou acabar com você!

– Achei que não tinha funcionado!

Shaka ignorou a pequena luta, voltando a atenção para a mineira. Tinha que anular os efeitos do golpe de Saga. Enquanto isso Ares estava prestes a revidar, mas Kamus retirou Kanon antes.

– Seu desgraçado! – berrou o marina ainda sendo contido pelo francês.

Ares limpou o canto esquerdo da boca, não tinha imaginado que o golpe tinha acertado.

O indiano continuou com o processo, até anular o golpe, mas por conta das horas exposta a ele, o corpo da mineira estava bem debilitado.

– Fiz tudo que eu podia, mas não sei até que o ponto o corpo sofreu danos. – Shaka levantou. – ela tem que ir para um hospital.

– O que houve Shaka? – indagou Su.

– Cosmo reage diferente em pessoas normais. – fitou Ares com ódio. – o que ainda faz aqui? Sua presença é uma afronta a todos.

Ares levantou. As costas doeram, pois ainda não tinham melhorado por conta da queda. O cavaleiro olhou para Cristiane, antes de sair pela porta.

– O que a gente faz? – indagou Isa preocupada.

– Torcer para que o estado dela não seja grave.

No andar debaixo, Mask pegava alguns remédios com a fluminense.

– Sou vou checar mais uma vez a Sheila e subo. – entregou os últimos remédios.

– Tá.

– Obrigada.

– De nada. – deu um sorriso tímido, para em seguida arregalar os olhos.

Heluane notou olhando para trás, Sheila tremia.

– Oh meu Deus!

A paulista remexia toda na cama.

– O que está acontecendo? – indagou Mask pálido.

– Chama a Atena rápido!

O cavaleiro saiu as pressas. Heluane pegou o termômetro para medir a temperatura, Sheila estava com trinta e nove graus.

Mask usou a velocidade da luz, indo para onde sentia o cosmo de Atena.

– Atena! – berrou abrindo a porta de uma vez.

– O que foi Gio?

– A Sheila!

Aiolos perdeu a cor. Desceu as pressas, sendo acompanhado por Atena e os demais que nos outros quartos viram a movimentação. Quando o grego chegou a biblioteca, Helu estava tensa, mas sem demonstrar o desespero que sentia.

– O que houve? – indagou o grego.

– Atena, - olhou para a deusa. – a Sheila precisa de um hospital agora. Eu temo...

O simples “eu temo” foi o suficiente para Aiolos apoiar na outra cama.

– Atena, a Cristiane também. – disse Shaka. – o Ares lançou nela o satã imperial.

A deusa respirou fundo.

– Aiolos traga a Sheila, Shaka pegue a Cristiane. Shion, Afrodite, Aldebaran e Kanon venham comigo. Peçam Dohko para trazer a Jules.

Não entenderam as ordens, mas obedeceram. O restante das pessoas seguiam atrás num profundo silêncio. Atena passou pelos fundos do templo, ganhando o jardim. Andou mais um pouco indo para o pequeno templo que ficava atrás da estátua. Shaka entendeu na hora.

– Atena, a senhorita não tem condições...

– Não há outro jeito Shaka. – o fitou.

Shion arregalou os olhos.

– Ele tem razão Atena, seu cosmo...

– Ainda me resta trinta por cento.

Rodrigo que acompanhava o dialogo ficou preocupado, o que ela faria?

A deusa parou em frente a pequena fonte.

– Ao meu sinal coloque-as aqui dentro, depois vocês entrem.

– Mas Atena. – disse Mu. – a senhorita não está em condições de usar mais o seu cosmo.

– O que vai fazer? – Rodrigo aproximou.

– Usar a fonte. – segurou no braço dele.

– Mas seu cosmo está fraco e não pode...

Saori o silenciou com uma caricia no rosto.

– Eu preciso fazer isso. – disse firme.

– Está bem. – sorriu, concordando. Nada a faria mudar de ideia. – quer que te segure?

– Quando eu sair quero que me ajude.

– Ok.

O baiano apenas a ajudou a entrar na fonte. Atena estremeceu ao sentir a água fria.

– Atena. – Shura aproximou.

– Ela sabe o que está fazendo. – Rodrigo o segurou.

A grega ajoelhou no meio da fonte, passando a liberar seu cosmo. Os cavaleiros observavam atentamente. Depois de alguns segundos ela olhou para trás, pedindo que colocassem as meninas em contato com a água. Dohko colocou Jules, assim como Aiolos colocou Sheila e Shaka a mineira. Ao simples contato da água, as feridas mais graves de Sheila melhoraram. Com Jules viram sair do corpo dela uma bola negra, que dissipou em meio a energia dourada. Atena contraiu o rosto, quando isso aconteceu. Cristiane, também banhada pela água teve a febre suspensa.

– Heluane também deve entrar.

– Eu??

– Cuidou de todos, você precisa ficar cem por cento recuperada.

– Vai. - Giovanni tocou nos ombros dela.

Ainda meio receosa entrou. Atena então pediu para que Shion, Kanon e Aldebaran entrassem.

Os três olharam entre si, mas obedeceram. Foi visível a recuperação ao contato com a água. Atena pediu para que as demais também entrassem. Ester e Juliana não quiseram entrar, pois seus ferimentos eram poucos e era melhor utilizar a água com os demais.

A deusa respirava lentamente, aquela ação demandava uma boa quantidade de cosmo, apenas lhe restaria vinte por cento que seria usada para fortalecer a barreira e lutar contra Hell.

Depois que todos entraram, Atena voltou a atenção para Afrodite.

– Entre Gustavv.

– A água poderá ser usada depois Atena.

– Entre Gustavv. – disse séria.

– Vá. – Dohko tocou o ombro dele.

Afrodite esperou Rodrigo ajudar a deusa a sair, para entrar. A fonte era realmente milagrosa. O sueco sentiu seus ferimentos serem curados e seu cosmo fortalecido.

Aiolos olhava Sheila em seus braços. A brasileira abriu os olhos.

– Aiolos...?

– Como se sente lindi.... Sheila?

– Muito bem. O que aconteceu? Por estou molhada? – arregalou os olhos.

– Te explico no caminho.

Todos sorriram ao ver que ela, Jules e Cristiane estavam bem. Dohko conduziu a namorada para o quarto e Kanon, agora restabelecido, a cunhada. Rodrigo levou Saori para o quarto, ela precisava descansar.

Aos poucos foram saindo um por um, restando apenas Heluane e Mask. A fluminense não cabia em sorrisos, todos estavam bem.

– Fez um ótimo trabalho. – disse Mask parando ao lado dela.

– Fiz o que pude. Ainda bem que tínhamos Atena. O risco de perder a Sheila era grande... eu não sei o que eu faria.... – os olhos começaram a marejar. – eu... eu...

A brasileira começou a chorar, o italiano aproximou abraçando-a, Helu chorou ainda mais.

– Chora... – acariciava as madeixas dela. – precisa aliviar toda a tensão.

E ela chorou. Durante os cuidados tinha que parecer firme e tranquila, mas por dentro estava em pânico. E se alguma das meninas morresse? E se Hell voltasse? E se Giovanni ferisse com gravidade? E se?

– Cuidou de todo mundo. – ele a pegou no colo de forma gentil. – agora vou cuidar de você.

O.o.O.o.O

Aqueles que aqui entrarem, devem perder todas as esperanças. – Kalisha leu alto e bom tom. – gostei dessa frase.

– Hades tem bom gosto. Vamos.

Hell e o guerreiro atravessaram o inferno, chegando a Guidecca. A construção estava em ruínas.

– O que houve aqui? – indagou o guerreiro.

– Os cavaleiros de ouro de Atena abriram o muro das lamentações. É como se eles destruíssem uma raiz de Yaggdrasil.

– Eles realmente têm esse poder?

– Tinham. – o fitou. – agora não passam de lixo. Segura a minha mão Kalisha, vamos passar pela hiper dimensão.

O guerreiro obedeceu e segundos depois os dois estavam em Elíseos.

– Que lugar bonito. Posso ficar com esse lugar para mim?

– Quem sabe. – sorriu, Kalisha as vezes parecia uma criança.

Caminharam até o conjunto de templos que ficava no alto de um monte. Tudo estava num profundo silêncio, mas Hell sabia que Hades e Perséfone estavam ali.

Dentro do mausoléu, Perséfone sentiu um cosmo poderoso aproximar, mas nem teve tempo de pensar em algo, a porta abriu lentamente.

– Quem são vocês?

– É um prazer conhecer a imperatriz do submundo grego. – disse a nórdica. – sou Hell e este é meu guerreiro.

Kalisha fez uma leve reverencia.

– Foi você quem roubou a espada do meu marido e os demais artefatos.

– Sim.

– E o que faz aqui? – Perséfone já deixou seu cosmo a postos.

– Apenas quero o poder de Hades.

– É bastante petulante por vir até aqui. Não deixarei que encoste nele.

Perséfone atacou rapidamente, direcionando seu cosmo para Kalisha. Quando o guerreiro estava prestes a revidar um cosmo negro o envolveu, parando o cosmo dourado.

– O que...?

– Não se atreva a levantar essas mãos imundas contra meu guerreiro.

A voz de Hell saiu fria. O cosmo dela explodiu de uma vez, jogando Perséfone contra a parede. A barreira que envolvia o corpo de Hades se desfez. Algo negro saiu do corpo dele.

– Quem ousa ferir a imperatriz? – a voz tomou conta do ambiente.

– Kalisha, fique do lado de fora. – Hell mantinha o olhar na bola negra.

– Mas...

– É uma ordem.

O guerreiro não disse nada, saindo. Quando a voz de Hell se tornava fria era melhor obedecer.

– Finalmente se mostrou Hades.

– Quem é você?

– Eu sou Hell, a deusa do submundo dos nórdicos.

– A filha de Loki... – a voz saiu séria.

– Estou surpresa por saber sobre meu pai.

– Hades, - Perséfone levantou. – ela roubou sua espada e as armas de Poseidon e Atena!

– Como??? O que pretende mulher?

– Abrir o selo de Kaya.

Perséfone arregalou os olhos, sabia sobre aquilo.

– Que selo é esse? – indagou Hades.

– Poseidon sabe do que se trata. – disse para provocar. – logo você não sabe de nada?

– Não tem poder para isso Hell. – disse Perséfone. – ele não pode ser aberto.

– Não pode ser aberto por você que é uma simples deusa. Quanto a mim...

– Que selo é esse, Perséfone? – Hades a “fitou.”

– É o selo que prende a Arris. Foi feita pelos primordiais.

Hades gargalhou.

– E você quer abrir? – riu ainda mais. – pode ser filha de um gigante, mas não passa de uma reles deusa de segunda classe!

– Se eu sou de segunda e você? Perdeu para Atena.

– Ora...

– Não tenho tempo a perder com vocês.

Hell ascendeu seu cosmo. Primeiro Perséfone foi envolvida por uma luz negra, em seguida o corpo de Hades.

– Meu corpo!

– Preza tanto assim seu corpo imortal? – sorriu. – comporte-se e eu o pouparei.

A energia de Hell envolveu todo o templo, do lado de fora Kalisha se afastou um pouco. Hades deveria ser poderoso a ponto de fazer sua deusa gastar um pouco mais de energia. Perséfone logo caiu, completamente esgotada. Hades via seu cosmo sendo sugado.

– Sua vadia... – tentava fazer algo, mas ainda estava fraco pelo ferimento provocado por Atena.

– Não fique triste. Poseidon e Atena estão no mesmo patamar.

Com Hades, Hell demorou um pouco mais, pois ao contrário de Poseidon e mesmo ferido, o deus era bem mais forte. Ao final tinha uma grande quantidade de cosmo dele e de Perséfone.

– Obrigada pela cooperação.

– Não vai conseguir o que quer Hell. – a voz de Perséfone saiu bem fraca. – Atena vai te deter.

– Ela não conseguirá. Seu marido fez um bom trabalho.

Do lado de fora, Kalisha aguardava sua deusa, sorriu ao vê-la.

– Conseguiu?

– Que pergunta Kalisha...

– Desculpe. - abaixou o rosto.

– Vamos para casa. - sorriu.

O.o.O.o.O

Apesar das ordens de não deixar o templo, Aiolos levou Sheila para Sagitário. A paulista espreguiçou quando sentiu a maciez da cama.

– Que colchão bom...

– Está tudo bem mesmo? - deitou ao lado dela.

– Sim. Nem parece que eu apanhei.

– Sheila...

– Eu corria perigo mesmo?

– Precisava ver seu estado. - retirou uma mecha de cabelo. - se não fosse Atena...

– Como levariam meu corpo para o Brasil?? - arregalou os olhos. - meu pai colocaria fogo em Athenas por causa disso.

– Meu sogro é bravo? - se estava fazendo piadas é que estava bem.

– Tenho dó de você quando for conhecê-lo.

– Então quer que eu o conheça? - gostou de ouvir aquilo.

– Claro. Sou uma menina de família!

– Uma menina que pegou na ficção todos os meus amigos.

– Isso é detalhe. - desconversou. - só detalhe. - virou o rosto para não encara-lo.

Tudo que Sheila sentiu foram os lábios serem pressionados. O beijo foi quente e possessivo a ponto de deixa-la sem fôlego.

– Eu preciso apanhar mais vezes...

– Não brinque. - disse sério. - não imagina a dor que sentir ao vê-la daquele jeito.

– Não exagera. - sorriu. - logo colocaria outra no meu lugar.

– Não existe outra, Sheila e nunca existirá. - segurou o queixo dela. - nunca duvide do meu amor por você.

A paulista ergueu as sobrancelhas.

– Você é única.

– Sou? - ergueu um pouco o corpo. - então esse corpinho só pertence a mim? - tocou no peito dele. - essa faixa é só minha?

– Só sua. - sorriu. - Atena vai manda-la para o abrigo.

– Que abrigo??

– Um abrigo para a proteção dos moradores e agora sua. Não quero que fique nas doze casas ou no templo. Não quero correr o risco pela segunda vez.

– Eu não quero ficar presa!

– Mas vai ficar sim. É pela sua própria segurança.

– Aiolos não vai acontecer nada.

– Já aconteceu e por minha culpa.

– Do que está falando? - indagou estranhando.

– Não quero correr risco do inimigo atacar novamente e você no meio. Você chegou intacta aqui, pretendo te devolver para seus pais da mesma maneira.

– E se eu não quiser.

– Isso é uma ordem, para todas. Eu sou o patriarca. - a voz saiu firme.

Agora sim Sheila ficou surpresa. Aiolos havia dito com tanta firmeza e determinação.

– Repete...

– O que...?

– Isso que você disse. - ele tinha sido tão homem ao dizer aquilo.

– É uma ordem?

– Não. A segunda parte.

– Eu sou o patriarca. - a voz saiu baixa.

– Coloque mais firmeza.

– Não estou entendendo...

– Então você é o patriarca. - o empurrou deitando-o na cama. - o homem mais poderoso da elite de Atena.

– Sim...

– Isso faz de mim a primeira dama. - tirou a faixa dele, amarrando em si. - interessante...

– Sheila... não é hora... - não era hora, mas bem que ele queria.

– Por que não? E se o mundo acabar amanha? Pelo menos vamos felizes.

Ele ficou calado. Em parte ela tinha razão. Ao julgar pelo poder de Hell e de seus guerreiros era bem provável que ele não sobreviveria. Ao menos quando voltasse para o inferno teria uma boa lembrança dos momentos que passou com sua lindinha.

Num gesto rápido, Aiolos inverteu a posição.

– Tem razão.

Sorriu de forma safada...

O.o.O.o.O

Ao contrário de Aiolos, Dohko achou melhor levar Juliane para o templo. As meninas nem entraram no quarto, para deixar os dois mais a vontade.

– Tenho uma calça e uma blusa na mala.

– Seria melhor tomar um banho quente. - disse o libriano. - pode ficar resfriada.

– Estamos na Grécia, até a água é quente.

– Vá logo senhora Hohko. Vou te ajudar.

– Ah... entendi... - sorriu. - é uma desculpa.

– Também. - sorriu de forma marota.

Dohko a levou para o banheiro. Ligou o chuveiro no quente.

– Está queimando!

– Está ótimo.

– Não vai entrar?

– Não.

– Aquilo... que o cara fez... poderia realmente me matar?

– Sim. - o chinês tirou alguns fios grudados na testa. - se isso acontecesse, uma parte de mim iria junto.

Jules sorriu.

– Atena nos mandará para o abrigo?

– É o melhor Jules. Estará mais protegida.

– Eu queria ficar com você.

– Eu também. - entrou no box. - mas eu prezo muito a sua segurança.

– Nós vamos sair dessa. - acariciou o rosto dele.

– Nunca se esqueça de que eu te amo. Muito. - segurou o rosto dela entre as mãos. O coração estava apertado e se acontecesse algo de ruim com ela de novo? - muito.

– Eu também.

Ele aproximou tomando os lábios dela.

O.o.O.o.O

Kanon e Suellen aguardavam a mineira sair do banheiro.

– A água estava muito quente. - disse fechando a porta.

– Como se sente?

– Muito bem cunhadinho.

– Eu juro que mato aquele cara.

– É o Saga, Kanon...

– Tem noção do que poderia ter acontecido? Estaria morta se não fosse Atena!

– Ares foi embora? - indagou Suellen.

– Quero que aquele traste morra!

– É o Saga, Kanon. - a mineira agachou diante dele. - nós precisamos que o Ares volte.

O marina arregalou os olhos.

– Ficou doida??

– É a única forma de recuperarmos o Saga. Se ele se juntar a Hell, o perderemos para sempre.

– Tem razão. - soltou um suspiro desanimado, se não bastasse a deusa inimiga ainda tinha Ares. - temos que ajudar o meu irmão.

O.o.O.o.O

Rodrigo ajudou Atena a deitar. Era visível o cansaço dela.

– A senhorita agora vai dormir e levantar quando eu mandar.

– É uma ordem? – sorriu.

– Sim. Perdeu parte de seu cosmo, ainda utilizou na fonte. Precisa descansar.

– Eu estou bem Rô. Estou aliviada que todos estejam bem.

– Então está na hora de preocupar-se consigo mesmo. Todos precisamos de você firme e forte.

– Eu sei. Vou descansar um pouco, mas se precisar, promete que me chama?

– Dependendo da situação...

– Rodrigo, me chame, por favor. – sabia que o baiano não a chamaria.

– Só vou te acordar se for a pedido de Shion, Dohko, Aiolos ou a Marin. Caso contrário...

– Rodrigo. – suspirou.

– Sem questionamentos. – dirigiu para porta. – vou ficar aqui fora vigiando, se precisar é só gritar.

Atena rolou os olhos. Humanos as vezes eram exagerados.

O.o.O.o.O

Kamus arredava algumas estantes, a procura dos livros mais antigos do santuário. Isabel acompanhava.

– Quer ajuda? – indagou paulista.

– Daqui a pouco... – olhou uma estante. – Aiolos sumiu...

– De certo está com a Sheila. – sorriu.

– Ele precisa aproveitar mesmo. Achei. – disse, deixando Isa sem entender o comentário. O aquariano arrastou uma cadeira para alcançar a última prateleira.

– O que quis dizer com que ele precisa aproveitar?

– Estamos numa guerra. - Pegou dois livros bastante antigos. Isa foi logo ajuda-lo.

– Esses são antigos... – murmurou ao olhar a capa de um.

– Espero que sejam uteis. – disse o francês. – vem.

Os dois puxaram uma mesa.

– Em que língua está?

– Grego. – Kamus abriu um deles. – bem antigo por sinal.

– Nem posso te ajudar...

– Claro que pode.

Fez sinal para ela aproximar. Isa parou bem perto dele, esperando o pedido, contudo ao invés de palavras recebeu um beijo. A paulista ficou admirada com o gesto. Kamus não era espontâneo.

– Isso foi inesperado... não é disso.

– Percebi que inibir gestos é idiotice. Depois de hoje, quero sempre demonstrar tudo o que eu sinto por você.

– Vai demonstrar em todos os sentidos?

– Vamos ver quais serão as futuras ordens de Atena. - respondeu entendendo as intenções dela. - Além do mais preciso fazer um novo colar para você.

– E quando ela dará as ordens? – indagou toda animadinha.

– Paciência senhora Saunierre. – puxou uma cadeira. – antes precisamos encontrar informações sobre o selo. Pode anotar os dados mais importantes?

– Posso. – puxou outra cadeira. – vamos terminar logo com isso.

Kamus sorriu.

O.o.O.o.O

Fernando acompanhava o vai e vem dos moradores de Rodorio. Marin, através de um mega-fone tinha chamado a todos para um comunicado. Eles teriam algumas horas antes de Shion, Aioria e Aldebaran promoverem a evacuação.

Todos estavam reunidos na praça central da vila. Os rostos estavam apreensivos, pois a noticia do ataque ao templo havia se espalhado. Tanto os mais velhos, quanto os adultos aguardavam o pronunciamento na torcida de não ser nada grave. Testemunharam a guerra de doze anos atrás e agora temiam por suas crianças. Fernando ficou junto dos moradores, a tensão vinda deles era palpável.

– Peço a atenção de todos. – disse Marin. – Atena queria fazer o comunicado pessoalmente, mas todos sabem que o ataque ao templo não é uma coisa simples.

Começou o zunzun.

– Novamente estamos prestes a entrar numa guerra e como medida de segurança, Atena pediu que todos pegassem seus pertences mais importantes, pois serão levados para o abrigo.

Agora sim o zunzun aumentou. Se Atena queria evacuar a vila era porque a situação era grave.

– Por volta das sete e trinta da noite, mestre Shion, Aioria e Aldebaran vão auxilia-los na evacuação. Sejam rápidos.

Rapidamente a população dispersou, indo cumprir as ordens de Atena.

– Eles devem está muito assustados. – disse Marin aproximando do namorado.

– Eu estou assustado. – a abraçou. – onde fica esse abrigo?

– Vem comigo.

Os dois atravessaram Rodorio, indo em direção a floresta que ficava entre a vila e o rochedo que abrigava o templo de Atena. Passaram por entre a vegetação, até aos pés da montanha.

Fernando olhava para os lados a procura da entrada do abrigo.

– Fica no chão?

– Na montanha. – a amazona apontou.

O mineiro não viu nada que indicasse que havia uma porta ou uma passagem. Marin puxou alguns galhos, que escondia incrustado na rocha o emblema de Atena.

– É aqui. – ela tocou o símbolo, elevando um pouco seu cosmo. – somente quem tem o cosmo dedicado a Atena consegue abrir.

– Então é a prova de que apenas cavaleiros e amazonas podem entrar.

– Sim.

O emblema dividiu-se em dois. Fernando ficou surpreso ao ver a instalação. Havia um cômodo enorme com diversos bancos, um corredor se estendia montanha a dentro. Nesse corredor várias portas, eram os quartos que continham dez beliches. Ao final um amplo refeitório e cozinha. Como moveis e tudo que poderia garantir conforto de quem ali permanecesse.

– Atena construiu um abrigo de guerra.

– Esse lugar tem a capacidade de abrigar todos os moradores de Rodorio. – Marin sentou num banco.

– E nem parece que estou dentro de uma montanha. O ar está fresco. – sentou ao lado dela.

– Sistema de ventilação. – pegou as mãos dele. – aqui é muito protegido. Por isso quero que fique aqui.

– E te deixar sozinha?

– Vou ficar mais tranquila sabendo que está aqui. Por favor, Fernando.

– As meninas não vão querer ficar aqui. Principalmente a Isa. Ela é claustrofóbica. Kamus terá que revelar.

– Entre ter uma crise claustrofóbica e a eminência da morte, Kamus vai deixa-la aqui.

– Ela vai surtar.

– Para isso existem os soníferos.

– Se fosse comigo faria isso?

– Claro. A sua segurança em primeiro lugar. Ainda mais... – abaixou o rosto.

– Ainda mais... – o mineiro ergueu o queixo gentilmente.

– Estamos em desvantagem Nando. A força que o grupo tem hoje nem se compara com a de doze anos atrás. Atena e Shion estão muito preocupados com isso.

– E você também. – aproximou um pouco mais a envolvendo nos braços.

– Sim... - soltou um suspiro desanimado.

– Está com medo?

Marin o fitou, surpresa, não pela pergunta e sim pela resposta. Desde pequena aprendeu a não sentir medo, ou pelo menos controla-lo, mas agora...Dias atrás não se importaria com seu destino, mas depois que Fernando surgiu em sua vida...

– Antes de ser uma amazona você é humana. - brincou com os fios ruivos. - não se sinta constrangida se estiver com medo.

– Está estampado na minha cara? - deu um meio sorriso abaixando o rosto.

– Está com um olhar perdido.

– A situação hoje é diferente Nando. - o fitou. - dá um pouco de medo pelo que pode acontecer... ao santuário... a nós... a você... passa um monte de coisas pela minha cabeça.

– Pois não deveria. - acariciou o rosto dela. - já passaram por muita coisa, vão passar por essa eu não tenho duvidas.

– Assim espero.

O mineiro a beijou longo e carinhosamente.

– Vamos sobreviver para contar essa história.

O.o.O.o.O

Quando Heluane deu por si estava na sala de Câncer. Ainda com ela no colo, Giovanni a levou para o quarto.

– Na última gaveta tenho camisas e shorts apertados. Tome um banho. - a desceu. - no armarinho tem uns sais que o Dite me deu. Fique a vontade com a banheira. Vou fazer alguma coisa para você comer.

– Obrigada.

O italiano acariciou o rosto, demorando um bom tempo no gesto. Percebendo a "demora" saiu.

Heluane pegou as roupas dita por ele e foi para o banheiro.

– Realmente vou aproveitar essa banheira.

Na cozinha, o canceriano pegou os ingredientes.

Cerca de quinze minutos depois, Heluane saiu do banheiro. Queria ter ficado mais, mas a pele já estava enrugando. A camisa ficara grande, quase um vestido e o short, teve que fazer um nó para segura-lo na cintura. Caminhou até a cama dele, deitando. O cheiro estava impregnado e era um cheiro muito bom. O cansaço abateu pegando no sono...

... acordou sentindo um cheiro delicioso e foi inevitável o estomago roncar devido as horas sem alimentação. A passos lentos foi para a cozinha, parando na porta.

Giovanni acabava de preparar a mesa. Helu ficou observando-o. Nem parecia o temível Mascara da Morte. O cheiro da comida era delicioso e a mesa que tinha arrumado era singela mas linda.

– Acho que Kurumada não viu isso. - disse.

Ele levou um susto.

– É... - ficou vermelho. - estava boa a água?

– Sim. Aqueles sais do Dite são divinos.

– Ele gosta dessas coisas... - abaixou o rosto. - é... senta... deve está com fome.

Helu abafou o sorriso. Era impressão sua ou o canceriano estava encabulado com a presença dela?

– O que cozinhou? - acomodou-se.

– Filé a Parmegiana.

– Hum...

– Não gosta? - indagou preocupado. - posso fazer outra coisa.

Não segurou, riu.

– Relaxa Mask. Senta aí e me faz companhia.

– Eu arrumei um vinho. - Mask estava preocupado com si mesmo. O que estava acontecendo com ele? Estava com medo de fazer algo errado!?

– Isso é bom. Podemos brindar a "paz."

– Eu não vou beber, trouxe para você. - disse sem graça. - o santuário está sitiado.

Ela arqueou a sobrancelha surpresa.

– Tudo bem. Podemos beber suco e guardar o vinho para depois.

Ele concordou. O "jantar" iniciou num clima ameno. Heluane contava sobre sua profissão e Giovanni ouvia atentamente. A conversa fluía tanto que nem perceberam que a fluminense usava o anel de Atena. Ao final já estavam rindo.

– Ele ficou com a cara cheia de bolhas, mas foi divertido.

– Como teve coragem Gio? Coitado do Dite! - limpava uma lágrima.

– É um fresco!

Helu olhou o relógio, já passava das sete.

– Você cozinha muito bem Giovanni. - levantou levando seu prato. - ainda bem que não cozinha para mim todos os dias, eu viraria uma baleia.

– Mas eu gostaria de cozinhar... - soltou sem perceber, só quando notou a expressão surpresa dela é que caiu em si. - eu não cozinho tão bem assim. - desconversou.

– Se não fosse um cavaleiro poderia ser um chef, ou um cantor. Sua voz é bonita.

– Obrigado. - ficou encabulado.

– Mais uma vez obrigada, mas preciso ir. Tenho que ficar de olho nas meninas.

– Tá... - disse desanimado. - quer que eu te leve?

– Não precisa. A caminhada vai ser boa para manter o peso. Até mais.

– Vou com você até a porta.

O trajeto do corredor foi feito no absoluto silêncio, mas apenas no exterior. Heluane escutava as batidas fortes do seu coração. Aquilo era porque o italiano estava bem atrás dela? E o que tinha sido aquele jantar? Parecia até que estava num encontro!

– "Foco Heluane, foco." - pensava. Lembrou-se do beijo. - "por que tinha que se lembrar disso agora?!"

Mask evitava olhar para ela, mas não estava tendo muito sucesso. Desde que a vira chorando na fonte, queria ficar abraçado a ela para sempre.

– "Giovanni... é um cavaleiro... além do mais..." - lembrou-se do que tinha feito a ela. - " não tem como ficarmos juntos..."

Chegaram a sala. Helu parou na porta.

– Mais uma vez obrigada.

– De nada...

– Bom... vou indo...

– Tá...

Ela olhou para a porta.

– Ah... desculpe. - ele abriu. - não estou muito acostumado...

– Até que não se trata disso. Talvez o Deba tenha comentado, mas no Brasil se queremos que a pessoa volte em nossa casa, precisamos abrir a porta para ela. - o fitou. - eu quero voltar aqui...

– A casa é sua. - sorriu.

Foram poucos segundos entre o sorriso e os lábios colados. O beijo começou possessivo, contudo com o passar do tempo foi ficando suave, envolvente, apaixonado... era a mesma sensação do beijo da noite anterior. Mask ficou com medo, nunca tinha sentido aquele sentimento cálido por alguém, nem sabia qual era o nome daquilo. Falava de Shaka, mas no fundo ele era igual ao indiano. Não sabia o que era amor. Não tinha noção até ver Heluane em meio as chamas e agora era a constatação: estava apaixonado por ela. Muito. E agora o temor de perdê-la era o dobro. O que faria se a perdesse? "Você já a perdeu no momento que fez aquilo." Disse sua consciência.

– Me perdoe... - disse, afastando seus lábios. - eu fui um completo idiota.

– Gio...

– Eu sei o que eu fiz não tem perdão. Nem o mereço como não mereço pelos vários crimes que eu cometi no passado. - deixou uma lágrima escapar.

– Gio...

– Eu errei muito... - enxugou uma lágrima, mas outra desceu. - principalmente com você. - me perdoe.... me perdoe... estou sendo sincero.

– Giovanni. - ficou penalizada por vê-lo daquele jeito.

– Eu vou entender se não me perdoar. Eu sei que sou um canalha, mas eu... eu... - a garganta deu um nó. - eu gosto de você.

Heluane arregalou os olhos, completamente surpreendida. Já Mask interpretou de outra forma. O que ele havia dito era tão absurdo que ela estava pasma. Heluane jamais o perdoaria. Jamais.

– Me perdoe... - as lágrimas desceram.

A brasileira no primeiro momento ficou atônica. Mascara da Morte de Câncer chorando?!! Depois do impacto do primeiro momento, ficou com dó. Por que ele seria diferente dos demais cavaleiros? No fundo eram apenas homens normais. Como dissera Julia anteriormente, meninos com super poderes, mas no fundo meninos... ainda mais ele. Um garotinho assustado, escondendo atrás da máscara da frieza.

– Giovani... - tocou no rosto dele. - já passou. Vamos virar a página?

– Eu te fiz muito mal...

– Passou. Ficou no passado, vamos seguir em frente.

Ele ainda ficou ressabiado. Talvez ela tenha dito aquilo para não constrange-lo ainda mais, mas no fundo... deveria ter ódio dele.

– Passou...

Tudo que ele sentiu foi os lábios dela sobre os seus.

– Passou Gio. - não afastou seus lábios.

– Me perdoa?

– Sim.

Ele sorriu, passando a mão pelo rosto dela. Ele aproximou um pouco mais colando seu corpo ao dela. As bocas se encontraram novamente dessa vez mais avidamente.

– Gio...

Ele a pegou no colo, levando-a para o quarto. De forma gentil a deitou.

– Posso? - perguntou antes de dar vazão ao que estava sentindo.

– Pode...

Mask tomou novamente os lábios da brasileira. Não agiria de maneira impulsiva como foi com as outras mulheres que encontrou por aí. Com ela seria bastante gentil. Passou dos lábios para o pescoço, suas mãos passavam pelo corpo dela. Heluane puxava a camisa dele, ele a ajudou revelando o dorso trabalhado e repleto de cicatrizes. Não perdeu tempo, passeando suas mãos pelo local e de forma lenta desceu até a região de seu membro. O canceriano soltou um pequeno gemido.

Giovanni retribuiu retirando o short dela e depositando a mão na intimidade dela. O gemido dela foi abafado por um beijo. O restante das roupas sumiram como num passe de mágica. Ele agora estava com a boca em um dos seios enquanto a mão massageava a intimidade da brasileira.

Come questo?

– Sim... - sabia que Giovanni deveria ser bom, mas não imaginava que fosse tanto, ele a faria gozar só de.... - sim...

Cravou as mãos nas costas dele. Giovanni deu um sorrisinho safado.

Sei mio.– desceu até a cavidade, agora utilizando a língua.

– Cara...lho... - gaguejou.

Ela gozou. Giovanni sorria satisfeito, mas aquilo só estava começando. Já tinha muito tempo que a queria e aproveitaria cada minuto. Por ele fariam sexo a noite inteira, o que não era muito diferente dos pensamentos de Helu. Queria agora o membro dele dentro dela, não antes de provoca-lo. Ela ergueu seu corpo beijando-o intensamente. Começou pela boca, queixo, pescoço, descendo lentamente... quando encontrou o membro dele escutou palavras em italiano e grego de forma misturada.

Rapidamente o cavaleiro a jogou na cama e sem delongas a penetrou. O ritmo foi aumentando.

– Helu... - a voz se perdeu.

– Não... pare...

O ato chegou ao ápice com o italiano sussurrando o nome da brasileira. Deitaram lado a lado, suando e as respirações descompensadas.

Giovanni ergueu o corpo olhando para Heluane. Ficaram por algum tempo em silencio.

– Valeu a pena esperar... - acariciou o rosto dela.

Ela sorriu.

– Aquela caveira doida pretende destruir o mundo, não sei se tenho chance de sobreviver e...

Heluane o calou com um beijo.

– Pensei que fosse o durão Mascara da Morte.

– Já fui... eu não tinha muito expectativa de viver por muito tempo, ainda mais com alguém, só que... - aproximou-se. - se sobrevivermos... tem um lugar para mim no Brasil?

– Mas e o seu posto? – indagou completamente pasma com as palavras.

– Nunca fui muito certo com as minhas obrigações.

– Giovanni sendo Giovanni. - rolou os olhos.

– Posso ir com você?

– Vou pensar no seu caso. - disse divertida.

Ele a beijou, fazendo-a deitar.

Non lasciarmi... perché sono innamorato di te.

– Eu também.

Voltaram a fazer amor.

O.o.O.o.O

Os guerreiros de Hell estavam espalhados quando sentiram o cosmo da deusa. Rapidamente foram para o salão onde as armas divinas estavam reunidas.

– Senhora. - Andrasta ajoelhou diante dela. - temi por sua segurança.

– Eu fui com ela. - disse Kalisha com a expressão fria.

– É uma criança ainda. - deu um sorriso maldoso.

– Retire o que disse!

– Já chega vocês dois. - disse Hell, brincando com três bolas de energia. - guardem suas provocações para a batalha.

Os dois ficaram em silencio. A deusa caminhou até o pentagrama, ergueu a três bolas de energia que saíram voando em direção as armas. Quando as três foram absorvidas o pentagrama emitiu uma luz muito forte que cegou os guerreiros por segundos.

Hell sorriu o processo seria acelerado.

– Quando Alfarr voltar, tudo estará completo. O mundo dormirá em paz para acordar em meio ao caos.

O.o.O.o.O

Os cavaleiros que haviam ficado no templo estavam reunidos na sala do trono. Atena não demoraria em fazer uma reunião com todos. Kanon estava num canto pensativo. Estava com um mau pressentimento.

– O que foi Kanon? – indagou Shura.

– Está acontecendo algo.

– Saga?

– Não... é algo...

Seu cosmo começou a elevar, em segundos seu corpo foi encoberto por sua armadura.

– O que foi Kanon? – Aioria e Deba aproximaram.

– Aconteceu alguma com Poseidon.

– Mu e Aioria sigam com Kanon. – disse Shion.

Os dois tocaram nos ombros de Mu, desaparecendo.

Kanon sabia que o deus estava em sua casa a beira mar e orientou o ariano que seguisse para lá. Quando chegaram viram um lado da mansão destruído.

– O que houve aqui... – murmurou o marina.

– Sorento? – Aioria o viu caído. – Sorento!

Os três correram até ele.

– Sorento. – Kanon ajoelhou ao lado dele. – Sorento!

– Ka-non... – abriu os olhos. – salve nosso deus... – fechou os olhos.

– Mu, leve-o para o santuário.

– Está bem.

Aioria e Kanon correram para o interior da mansão.

Quando o ariano chegou ao santuário com Sorento, Heluane não estava no templo, alias ninguém sabia do paradeiro dela. Juliana, Mabel e Ester tentariam ajudar. Levaram-no para a biblioteca.

– Quem fez isso? - indagou Deba, ajudando a retirar a armadura do marina.

– Encontramos o caído no chão. - disse Mu.

– Desconfia quem pode ter atacado? - Shaka surgiu assim que soube do ocorrido.

– Só pode ser a Hell.

– Eu não sei bem fazer curativos, - disse Juliana. - não acharam a Helu?

– Sumiu.

– Ela não sumiu. - Dite entrou na sala. - eu ajudo. Mu volte talvez eles precisem de você.

X.x.X.x.X

Kanon e Aioria entraram na mansão. Tudo estava num profundo silêncio.

– Poseidon! - gritou o geminiano. - Adrian!

– Deve ter acontecido algo. - disse o leonino. - não duvido que seja a Hell.

Os dois subiram as pressas as escadarias, chegando ao segundo andar. Notaram os buracos feitos na parede. Com cautela aproximaram do local. Kanon o viu caído na varanda.

– Adrian! - correu até ele. - Adrian!

O deus abriu os olhos lentamente, estava pálido.

– Kanon...

– O que foi Poseidon? Quem atacou?

– Hell... - perdeu os sentidos.

– Poseidon!!

– Vamos leva-lo. - disse Aioria.

Mu voltou algum tempo depois, os quatro seguiram para o santuário. Atena assim que soube do ocorrido, desceu para ver o estado de Sorento, apesar dos protestos de Rodrigo. Ao mesmo tempo que chegou a biblioteca, Kanon e os demais traziam Poseidon.

– Adrian! - a deusa aproximou. - Adrian... - percebeu que o cosmo dele estava muito fraco. - Adrian... - tocou no rosto gentilmente, Rodrigo pregou os olhos nela.

– Nós o encontramos assim Atena. - disse Kanon. - suspeito que Hell lhe fez uma visita.

– Atena... - murmurou acordando.

– Estou aqui. - pegou na mão dele. - como se sente?

– Muito fraco... aquela desgraçada....

– Foi a Hell.

Poseidon a fitou imediatamente.

– Sabe sobre ela?

– Ela veio até aqui. Foi ela que roubou todos os artefatos.

– Eu tentei... entrar em contato, mas algo bloqueava a comunicação.

– Foi a barreira. Ela está fechada.

– Ela quer abrir o selo!

– Eu sei. Descanse um pouco. Logo conversaremos sobre isso.

– Está bem.... - não soltou a mão dela, o que deixou Rodrigo com cara fechada.

– Shion, - a deusa teve que puxar de leve. - convoque uma reunião com todos, dentro de meia hora. Suellen avise as meninas para preparem suas coisas, vocês vão para o abrigo.

– Ok... - murmurou não muito animada. Queria ficar com Kanon.

Todos foram avisados. Assim como na reunião de mais cedo, foi feita na sala do trono. Sorento havia sido tratado e Poseidon estava dormindo.

Aiolos levou um susto quando sentiu o cosmo de Shion convocando-o para a reunião. Ele e Sheila vestiram-se de qualquer jeito partindo imediatamente para o templo.

Antes de entrar, Aiolos e Sheila arrumaram a roupa.

– Seu cabelo está todo bagunçado. - Sheila tenta ajeitar as madeixas castanhas.

– Todo mundo vai perceber. - estava vermelho. - ajeitou?

– Não, continua cabelo pós foda.

– Sheila!

– Brincadeira. Está ótimo. Ninguém vai perceber. Só aja com naturalidade.

– Então tira esse sorriso bobo da cara.

No andar de cima, Jules usava o secador de Marcela para secar o cabelo de Dohko.

– Seca isso direito ou o Shion me mata! No meio de uma batalha e eu... – balançou a cabeça negativamente.

– Ele não vai perceber!

– Aquele lá... não conhece a peça.

– Já acabei.

Dohko correu para o espelho. Soltou um suspiro desanimado. O cabelo estava todo arrepiado.

– Olha o que virou...

– Está lindo. - segurou o riso. - vamos.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanham a fic



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