The last picture escrita por Nyo


Capítulo 7
Find your way


Notas iniciais do capítulo

Oi gente o/ Desculpem a minha demora de dois dias, mas pelo menos eu estou aqui~ Na verdade, o capítulo ficou pronto na data, mas eu acabei me distraindo e acrescentando umas cosias a mais, então atrasou (e eu não tive como postar ontem).
Enfim, sobre a fic/capítulo. Acho que não tenho muita coisa pra dizer aqui, só que espero que vocês não fiquem desanimados com a conversa do Kise e do Kasamatsu... Eu não sei se ficou pouco dramática, ou dramática demais, chata, monótona, ou algo assim. Que medo ,-;
Ah, e de novo, minha escrita no início do capítulo não está me agradando, então me avisem qualquer coisa o/
Eu queria escrever as coisas que virão a seguir nas notas finais, mas o nyah não deixa, então, aqui vai:
Eu quero fazer essa fic um fluffy dramático, com um pouco de mistério e um enredo simples, então vai ter bastante cu doce, sinceramente falando. Só achei que seria legal avisar isso (se bem que as coisas que eu planejo quase nunca dão certo, mas enfim).
Obrigada a quem me deu opinião sobre os detalhes, foi muito legal da parte de vocês, eu fiquei tão feliz.
(Cortaram as notas inciais também, to chorando)
Agora vou calar aboca e deixar vocês lerem~



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Entraram no café em silêncio, Kasamatsu estava pensativo enquanto Kise tinha uma aura de felicidade em torno de si, mas seu rosto também apresentava preocupação. Ele mesmo estava nervoso, entretanto não via motivos para tal, afinal, era somente um encontro entre amigos para esclarecer a situação, não?

O fotógrafo prendeu seu o olhar no enorme atendente, que assim que percebeu o olhar sorriu de forma que não agradou o moreno. Não gostava muito de Murasakibara, ele parecia muito misterioso, passava um ar de quem sabia de algo, e Yukio não sentia-se a vontade com ele.

Em um acordo mudo escolheram a mesa mais afastada do café, ficava escondida atrás de uma planta, rente a parede. Sentaram-se frente a frente, ambos sem saber como iniciar a conversa, ou mesmo se deveriam falar algo.

Mursakibara logo tratou de antende-los, o modelo pediu um café, sendo acompanhado por Yukio. Enquanto se retirava o "garçom" deu-lhes um conselho.

– Não vai adiantar ficarem assim, escolham logo alguém pra começar fazendo uma pergunta.

Não era como se Kasamatsu não soubesse disso, mas como deveria começar? Tinha muitas coisas que queria saber. Enquanto pensava o que deveria dizer, seu olhar recaiu sobre o rosto de Kise. Desde seu último encontro as olheiras do modelo haviam crescido, assim como o cabelo estava mais despontado.

– Por que você pediu a mudança da equipe de fotografia? - Perguntou ainda distraído. Só deu-se conta que havia falado quando o modelo respondeu.

– Não fui eu - Kise falou de forma cautelosa. - Eu não faço ideia do motivo do meu empresário solicitado a mudança.

A surpresa de Yukio ficou estampada em seu rosto, não havia considerado a possibilidade de que Kise não tivesse escolhido aquilo. Seu coração ficou mais leve ao ouvir aquilo, mas não menos curioso, além de levemente irritado.

– Como assim, você não sabe?

Apoiou os cotovelos na mesa, analisando aquele a sua frente. Não havia indícios de nenhum tipo de mentira. O modelo coçou a nuca, pensando em como poderia se explicar.

– Eu já havia sido previamente avisado que você não iria mais me fotografar, mas não imaginei que Aijima fosse o culpado disso, não tenho ideia dos motivos dele. Além disso, ele mesmo disse que suas fotos são muito boas.

Kasamatsu não estava entendo, algo na história não se encaixava. Um suspiro pesado saiu de sua boca, apoiou a testa nas mãos tentando encaixar os fatos.

Haviam mudado a equipe fotográfica de Kise, porém a editora não era a responsável por isso, nem Kise, mas sim seu empresário, porém nem mesmo o modelo sabia o motivo de ter sido trocado.

– E como sabe que foi seu empresário? - Sua mente corria tentando descobrir os motivos.

Kise dobrou o corpo, sua expressão se tornou um pouco perturbada.

– Ouvi uma conversa particular dele com o dono da empresa, mas não consegui ouvir tudo, acho que perdi quando ele falou os motivos. E acaba que não pude fazer nada.

Aquilo soou estranho para o menor. Desconfiava de Aijima, ainda mais depois de tê-lo conhecido. Lembrar-se que o homem havia falado de Kise como se fosse um objeto deixou-o enjoado.

– Como você pôde aceitar isso sem saber o motivo?

– Eu... - o fotógrafo percebeu o nervosismo na voz do modelo. - Eu perguntei depois de ouvi-lo, mas ele se recusou a falar.

– Você tem o direito de saber - Yukio argumentou. - Você é o modelo, você aparece nas fotos.

– Ele ameaçou tirar o meu emprego se eu continuasse perguntando. E disse que tinha total autoridade para fazer isso.

Ao ouvir a sentença, Kasamatsu sentiu-se culpado. Kise havia tentado descobrir porque fora retirado e correu o risco de ser demitido por causa daquilo. Sentiu uma vontade enorme de socar o maldito empresário do modelo, quem ele pensava que era para fazer aquilo? Com certeza, se o visse de novo não iria deixar o homem sair ileso.

– Mas como assim? Ele não pode tirar o seu emprego por querer saber sobre uma mudança súbita! - Kasamatsu estava começando a sentir a raiva lhe subir a cabeça, quanto mais pensava, mais irritado ficava. - Ele não é seu dono, nem deveria ser seu chefe. Já tentou ligar para o centro da sua empresa?

– Não posso - o maior respondeu prontamente.

– Por quê?

Kise suspirou, seu ar alegre havia sido tomado por algo mais sombrio, nada característico do jovem modelo.

– Pode não parecer, mas aquele cara é muito desconfiado. Por isso é um dos melhores agentes do ramo. Ele tem muitos contatos, já falou que pode contatar pessoas importantes que fazem coisas importantes. Eu realmente acho que é exagerado da parte dele, mas e se for verdade? Ele pode me monitorar 24 horas por dia e eu não sei de nada.

– E por que você? - Yukio estava começando a se preocupar.

– Aparentemente, eu sou "o melhor objeto" deles. E - Kise cortou sua fala momentaneamente. - E Aijima só tem a mim como contratante - a hesitação que surgiu no final da frase fez com seu corpo se atiçasse. - Aijima é um homem assustador.

O ar escapou dos pulmões do mais velho. Se estavam lidando com alguém de tamanha influência, teriam que tomar cuidado. Um turbilhão de emoções o consumia, sua mente tentando achar respostas, criando perguntas e vendo coisas que não gostaria de lembrar.

No linear entre sua consciência e a realidade, percebeu uma linha de preocupação no rosto do mais novo, que logo tratou de mudar o rumo do assunto.

– Mas vamos deixar disso - Kise sorriu, parecendo ainda tenso pelo assunto anterior. - Eu estou aqui para me desculpar e já o fiz. E também para dizer que quero continuar me encontrando com você Sr. Kasamatsu.

O fotógrafo sentiu seu rosto aquecer, tão rápido quanto surgiu, o turbilhão de emoções negativas desapareceu, dando lugar à sentimentos que... bom, não considerava exatamente ruins.

Perguntava-se como aquele rapaz conseguia ser tão espontâneo, o que o irritava um pouco. Não tinha ideia se deveria xingar o loiro, ou retribuir seu sorriso tão convidativo. Acabou optando pela primeira opção.

– Seu idiota, não aja como se o fato de você ter simplesmente sumido fosse algo irrelevante. Não podia te contatar e você não explicou nada, eu ainda estou com o seu casaco, sabia?

Kise riu, fazendo sua irritação aumentar. Kasamatsu não queria se mostrar muito preocupado com o ocorrido, mas quase havia se entregado.

– Quem liga para o meu casaco? Eu o emprestei pra você porque quis.

O olhar maroto que lhe foi lançado era quase insuportável, por isso ergueu-se e bateu na cabeça de Kise. Acreditava que alguém deveria colocar aquele modelo mimado na linha, e se tivesse que ser ele, seria.

– Eu ligo. Você pode resolver me acusar de rouba-lo só pra me ver preso, não vou deixar isso acontecer.

– Sr. Kasamatsu, isso doeu, droga - o loiro acariciava o local onde ele havia batido.

– Kasamatsu - falou de repente, recebendo um olhar inquisitivo por parte do outro. - Tire esse "senhor" daí, me chame só de Kasamatsu.

O loiro voltou a sorrir, mas antes que pudesse falar algo mais, seus cafés chegaram.

– Aceitaram meu conselho? O clima aqui parece bem mais leve agora.

Murasakibara colocou os cafés sobre a mesa, retirando-se em seguida.

Observando o rapaz ir em direção ao balcão, Yukio percebeu que o clima anterior realmente havia sumido. Não só o inicial, mas também já não pareciam mais preocupados, discutindo algo sério. Ambos pareciam melhor com a mudança de assunto.

– Kasamatsu - Kise chamou-lhe.

O moreno voltou sua atenção para o outro, deparando-se com um sorriso incrivelmente largo e bobo. Estava pronto para pegar uma câmera e fotografar o momento, porém, interrompeu-se no meio do movimento, lembrando que não estava com nenhuma máquina fotográfica.

– O que foi? - Observou o loiro rir e pegar seu copo para tomar um longo gole de café.

– Nada, só estava com vontade de chama-lo.

O fotografo deu mais um tapa em Kise, que dessa vez o ignorou, continuando a aproveitar seu pedido calmamente. Como não tinha ideia do que dizer, acompanhou o loiro, tomando um gole de café. Assim que a bebida quente tocou sua garganta, um calafrio percorreu seu corpo.

O silêncio que predominava não era tão confortante quanto gostaria. Observavam um ao outro enquanto bebiam, nenhum dos dois sabendo o que falar, afinal, não conheciam nada um sobre o acompanhante.

Kasamatsu percebeu quando Kise começou a ficar inquieto em seu lugar, não precisava ser um gênio para saber que o loiro estava pensando em algo, ou mesmo que queria falar algo.

– Kise, você quer falar algo, vá em frente. Eu não mordo, sabe? - Perguntou entre um gole e outro.

Viu o loiro quase engasgando-se, colocando a xícara na mesa com mais força que o necessário, fazendo um barulho que machucou seus ouvidos. O mais jovem tossia, tentando recuperar-se do choque.

– Como você- - Não pode terminar sua frase, mas aquilo era o suficiente para que Yukio entendesse.

– Eu não sou besta, você ficou inquieto, isso quer dizer que tem algo pra dizer.

Observou o loiro com atenção, não diria que ele estava com medo de falar, mas parecia ter certo receio, como se o assunto lhe fosse desagradável. Várias coisas se passaram por sua cabeça, mas não achava que alguma seria apropriada. Kise agora olhava-o com um sorriso envergonhado, batendo a ponta de seus indicadores, indicando nervosismo.

"O que há com essa sinceridade? O corpo dele o entrega de tal forma que parece brincadeira.", pensava. Havia estudado um pouco sobre reações humanas, principalmente reações corporais, para que pudesse aprimorar suas técnicas. Não sabia quando a raiva ou o medo poderiam prejudicar a qualidade de seu trabalho, então, sempre tentava procurar uma forma de adequar o modelo para suas fotos mesmo que ele não estivesse em condições perfeitas.

– Bem, eu queria perguntar se você já recebeu uma edição da Zunon Boy desse mês...

Kasamatsu congelou. Por que estava com receio de responder? Se havia perguntado era claro que Kise havia recebido uma edição da revista. Ou seria justamente por aquele fator? Estava receoso de saber se o modelo havia gostado das fotos?

Respirou fundo, sentou-se ereto na cadeira e segurou sua xícara com força, pensando como deveria se comportar. O loiro não parecia completamente tranquilo também, o que de certa forma o deixou mais calmo.

– Recebi - respondeu. - Não pude ficar mais do que alguns dias com ela, mas foi o suficiente para avaliar o trabalho.

Percebeu quando Kise tencionou os ombros e olhou-o quase amedrontado.

– E o que você achou? Quero dizer, como eu fiquei? Como você que me fotografou, gostaria de saber o que achou do meu desempenho.

Yukio tinha vontade de rir da forma como o modelo estava. O nervosismo era evidente, seu rosto estava levemente vermelho e as palavras saiam de forma embaralhada.

– Você foi - parou sua frase um momento para pensar - muito bom.

Não diria para Kise que as fotos estavam perfeitas, que eram as melhores que já havia tirado, que estava lindo. Não arriscaria deixar aquilo subir à cabeça do modelo, ou mesmo descobrir que Kise era convencido de tal forma que responderia algo como "Claro, sou eu". Por mais que sua intuição lhe dissesse que a resposta não seria nem um pouco parecida com o que imaginava.

O loiro relaxou instantaneamente, seu rosto, que havia se contorcido em tensão, ficou mais leve, apresentando uma feição tão amena que Yukio sentiu um calafrio passar por sua espinha.

– Sério? - O loiro riu. - Que bom, isso me deixa aliviado, estava nervoso por esse ter sido o meu primeiro trabalho para essa revista, então.

A surpresa do fotografo foi tamanha que mais uma vez ficou sem ação. Kise agora falava animadamente sobre como havia ficado curioso para saber a opinião de Kasamatsu, de como havia gostado das fotos, que queria poder aparecer de novo na revista. Se não estivesse tão surpreso, teria batido mais uma vez no loiro para que este ficasse quieto, porém, de certa forma, ficou admirado por ouvir aquelas coisas. Kise era sincero, animado e até mesmo cativante. Além de ser a primeira pessoa "famosa" que Yukio conhecia que era daquela forma.

– E você, Kasamatsu? Qual foto você acha que ficou melhor? - Kise apoiou o rosto nas costas das mãos e os cotovelos na mesa, sorrindo tão abertamente que seus olhos pareciam estar cerrados.

Kasamatsu atrapalhou-se um pouco para responder, ainda perdido em seus próprios pensamentos.

– Eu? Ah, a que mais me chamou a atenção foi a foto de capa. Acho que foi a mais bem trabalhada.

Sua resposta desencadeou um enorme debate sobre qual havia sido a melhor foto. Yukio ficou ainda mais admirado ao descobrir que o modelo realmente entendia pelo menos um pouco sobre aquele tipo de coisa. E o satisfez ver como ele tinha argumentos válidos, e uma boa percepção. Kise o deixou intrigado naquele momento, estava se divertindo conversando com alguém sobre um de seus assuntos preferidos, surpreso por ver como o modelo era perceptivo e admirado pelo simples fato de como aquele rapaz a sua frente era.

Não viu o tempo passar enquanto falavam, mas quando deu por si, ele e Kise estavam andando para fora do café, um silêncio confortável pairando entre eles. O sol já estava baixando e a sensação térmica estava mais fria. Um arrepio percorreu o corpo do fotógrafo, o que não passou despercebido pelo modelo.

– Eu gostaria de te dar meu casaco novamente, mas eu preciso dele para ir pra escola amanhã. Quer a manta? - Kise perguntou já retirando a peça.

– Nem tente - Yukio o interrompeu - Eu não vou aceitar dessa vez. Não estou com frio.

O loiro riu - algo que havia feito várias vezes depois que "acertaram-se" - enquanto Kasamatsu soltou um estalo, dando-lhe um empurrão.

Começaram a caminhar sem rumo, aproveitando o ar do crepúsculo. O fotógrafo observava a cena, sua mente idealizando fotos que poderia tirar para guardar a imagem maravilhosa. Perdido em seus pensamentos, demorou para perceber que Kise o observava.

– Você é bem observador, não é? - Perguntou.

– Sou? - O loiro riu mais uma vez. - É você chama minha atenção, por isso convidei-o para almoçar naquele dia quando ainda nem tínhamos conversado, para começar.

Kasamatsu corou, limitando-se a ignorar o outro observando uma loja qualquer pela qual passavam.

– O que vamos fazer amanhã? - Kise perguntou chamando sua atenção novamente.

Olhou-o de forma curiosa e indignada.

– Amanhã? Não me lembro de ter aceitado fazer algo com você amanhã - retrucou.

Não se importava realmente de sair com o modelo, mas não o deixaria achar que era um cachorrinho que faria o que quisesse.

– Por favor, Kasamatsu - o modelo abraçou-o pelos ombros. - Vamos lá, vamos fazer algo amanhã.

O instinto de Yukio apitou, dizendo que o outro estava muito perto. Seu rosto esquentou, e instintivamente afastou-se, batendo no estômago de Kise.

– Seu idiota, não venha pra cima de mim assim - falou com coração acelerado.

O modelo pareceu se divertir com sua reação, então passou uma mão por seus ombros, puxando-o para mais perto.

– Certo, certo. Não precisa ficar tão envergonhado.

O fotógrafo usou toda sua força para se liberar, mas não parecia estar a altura do mais jovem, pois todas as suas tentativas foram infrutíferas, então só pode resmungar.

– Pode me soltar? - Perguntou já cansado.

O modelo o soltou, voltando a caminhar ao seu lado. Ele parecia tão estupidamente feliz que que Kasamatsu sentia uma pequena ponta de irritação somente de olha-lo, mas não podia deixar de sentir-se contente também, fazia muito tempo que não tinha um tempo tão bom como aquele.

– Estava pensando, esse final de semana vou ao cinema com alguns amigos, quer ir também? - O mais alto pareceu tão sereno que Yukio teve que encara-lo. Kise olhava para frente de forma pensativa, como se houvesse algo que o incomodasse e leva-lo consigo seria a solução para tudo.

– Eu não- - o fotógrafo interrompeu-se pensando se estava tomando a decisão certa. - Eu não quero, não com os seus amigos junto - o modelo pareceu subitamente triste. - Mas aceito fazer algo com você amanhã, se a oferta ainda estiver de pé.

Kise voltou a sorrir, talvez não tão abertamente quanto antes, percebeu, mas havia voltado a sorrir.

– Mas você escolhe onde vamos, não tenho saco para ficar pensando nisso.

A risada alegre de Kise quebrou a leve tensão que havia se criado.

– Claro, mas você não tem o direito de reclamar se não gostar.

– Claro que tenho - falou andando mais rapidamente para deixar o modelo para trás.

Ouviu o loiro rir ainda mais, logo correndo até ele.

– Que cruel, Kasamatsu.

Apressou ainda mais o passo, fazendo o máximo para se distanciar do modelo que choramingava tentando alcança-lo. Recusava-se a deixar que Kise visse o sorriso que havia se aberto em seu rosto.

***

Na manhã seguinte ao seu reencontro com Kise, Yukio recebeu uma mensagem do modelo - pelo celular de Aomine - perguntando-lhe onde iriam se encontrar. Como teria aquela manhã de folga, Kasamatsu resolveu aproveitar para ficar em casa. Estava olhando algumas notícias na internet quando a pergunta chegou e pelo horário, calculava que Kise estava no meio de alguma aula.

Enquanto respondia, fez uma nota mental para repreender o loiro quando o encontrasse. Por mais que não fosse, sentia-se responsável pelo modelo - que pelo jeito, não tinha ninguém para colocá-lo na linha. Havia refletido durante a noite - em meio a mais uma crise de insônia - que conviveria com Kise, mas não o deixaria fazer o que quiser, pois estava a par da personalidade desleixada do mais novo. E esforçou-se ao máximo para esquecer a parte desagradável da "história".

Sua resposta consistiu em um horário após o último trabalho a tarde. Havia medido o tempo que precisaria para se arrumar propriamente para encontrar com o loiro e esperava que não tivesse nenhum problema novamente.

Assim que recebeu uma confirmação, largou o celular e voltou a se concentrar na tela a sua frente, até que ficasse enjoado das mesmas coisas e resolvesse finalmente deixar o conforto de seu apartamento.

Por sorte o dia estava ameno - Kasamatsu não gostava de usar roupas pesadas - então pode sair somente com uma camisa e um casaco leve. Andando sem um rumo concreto, o que havia se tornado uma atividade relativamente comum e interessante, sua mente vagou.

Em meio a planos, histórias e devaneios, voltou-se para a conversa com Kise. Havia esperado muitas coisas mais, explicações desesperadas, desculpas infinitas ou até mesmo certa descrença por parte do outro, mas havia gostado de como as coisas transcorreram.

Não havia recebido a principal resposta que buscava, porém sentia-se relativamente satisfeito, apesar de um tento assustado. Como nem mesmo o próprio Kise poderia lhe oferecer as resposta, não deveria esquentar muito a cabeça. "Ele não pode me contar o que eu quero, mas eu conheço alguém que talvez possa.". Kasamatsu tinha convicção que a única pessoa que poderia lhe oferecer as respostas que procurava era o empresário de Kise, entretanto não era como se pudesse simplesmente aparecer e exigir respostas por parte dele.

"Se o cara já ameaçou demitir o Kise só porque ele queria saber, o que poderia acontecer comigo? Ou pior, o que ele poderia fazer com o Kise? Se ele for tão influente como Kise falou, não poderemos fazer nada dessa forma."

Não achava que adiantaria fazer suposições, mas sentia-se na obrigação de refletir sobre o que poderia acontecer, afinal, não era somente o seu futuro que estava jogo, mas o do jovem modelo também.

Ao dar-se conta que estava pensando mais no futuro do loiro do que no seu, Kasamatsu parou. Em toda sua vida, nunca havia colocado alguém à frente de si próprio e ter agora Ryouta Kise em primeiro lugar em sua mente foi um fato que o surpreendeu.

Sem que ao menos percebesse, Kise havia tomado sua mente e estava aos poucos entrando em sua vida. Se viesse de outra pessoa, provavelmente nunca teria aceitado sair em pleno meio da semana quando tinha uma tarde apertada, mas como era ele, abriu uma exceção. Aquela já lhe era uma grande mudança, mas no momento em que aceitou, pareceu a coisa mais normal do mundo.

O pensamento que lhe ocorrera tantas vezes, mas só naquele momento pareceu se tornar real, veio com a realização que já não desconfiava mais do jovem. Ou melhor, quando havia realmente desconfiado de Kise? Fazia parte de sua personalidade questionar, todavia, quando pensou seriamente em afasta-lo?

"Tão rápido ele quanto apareceu, ele sumiu, mas agora voltou, o que eu devo fazer sobre isso?".

E o que mais lhe incomodava, o que faria se o loiro sumisse novamente?

Inconscientemente estava se apegando ao modelo, mesmo o tempo que ficaram separados o fez ter ainda mais apreço à figura irritante, bela e teimosa de Kise.

Um questionamento passou por sua cabeça, assim como Kise era perfeito para suas câmeras, poderia ele ser perfeito parar sua vida? Nunca havia conhecido alguém que conseguiu mexer tanto com seu emocional e psicológico em tão pouco tempo.

Enquanto refletia, acabou em frente à um anuncio.

"Viagens com até 50% de desconto. Preço especial, Hokkaido. Venha conhecer a incrível praia de Gennadai Kaihin Koen."

– Eu conheço esse nome - sussurrou para si mesmo, esquecendo-se completamente de seus pensamentos anteriores.

Sentiu um leve latejar em sua cabeça, algo comum quando sua mente tentava lhe impor lembranças desagradáveis.

Não soube dizer quanto tempo ficou observando o cartaz - seus neurônios insistindo em vasculhar sua memória em busca de uma lembrança que gostaria de esquecer -, mas teria ficado ali para sempre se um vento forte não tivesse feito seu corpo se arrepiar.

***

O dia passou como um risco para o fotógrafo, se soubesse que sua tarde seria tão cheia não teria aceitado a manhã de folga. Para sua sorte, nada atrasou, então exatamente no horário previsto chegou em casa para se preparar.

"Aonde será que ele vai me levar?". Perguntou-se. Havia dito a Kise que poderia escolher aonde iriam, mas esperava que o loiro não escolhesse um lugar absurdo.

Assim que terminou de se arrumar, correu para o ponto de encontro e para sua surpresa, quando lá chegou, Kise já o estava esperando.

– O que você? - Perguntou atônito.

Tinha certeza que chegaria na hora e não deixaria o modelo esperando - mais ainda do que detestava esperar, odiava atrasar-se, ou no caso, ser esperado.

O mais novo riu perante sua expressão. Um largo sorriso manteve-se nos lábios finos assim que a risada se extinguiu, deixando os dentes brancos a mostra.

– Oi pra você também - ao ver a expressão irritada que se formou no rosto de Kasamatsu, o maior coçou a nuca e tratou de começar a explicar-se. - Eu estava ansioso, e além do mais, estava passando perto daqui, por isso resolvi ficar.

– Sei, passando aqui perto - o fotógrafo retrucou.

– É sério, mas enfim, vamos lá? Tenho nosso encontro todo planejado.

Kasamatsu analisou o modelo. Não conseguia acreditar que ele era real, não podia ser. Era a imagem de beleza e ingenuidade. Mas como dizia um velho ditado, não julgue um livro pela capa.

– Não é um "encontro". E onde você pretende me levar dessa vez?

– Tudo bem, tudo bem, não é um encontro, mas mesmo assim, o lugar é uma surpresa, além de um dos meus preferidos - Kise estava radiante enquanto andavam.

O moreno ergueu uma de suas sobrancelhas, não tinha certeza do que Kise gostava, mas duvidava que aquela ideia iria dar certo, afinal eles não pareciam ter muitos gostos em comum.

Fora dito e feito, surpreendeu-se ao chegar em frente a um caraoquê e ficou ainda mais estupefato quando o loiro arrastou-o para dentro do estabelecimento.

Lutou com todas as suas forças para se liberar dos braços do modelo, mas esqueceu-se novamente que era mais fraco, o que feriu imensamente seu orgulho e rendeu belos xingamentos direcionados a sua companhia.

Chegaram em uma sala privativa, reservada pelo mais novo, onde havia uma enorme TV de tela plana, um equipamento e caraoquê, uma enorme mesa e um estofado que cobria três paredes do local.

– Você realmente acha que eu vou cantar? - Perguntou segurando-se para não bater em Kise.

– Ah, mas não tem graça. Eu trouxe você aqui para cantarmos o quanto quisermos, vamos, não seja chato, Kasamatsu - um bico decepcionado formou-se nos lábios do maior.

Perante a resposta que recebeu, Yukio decidiu-se por bater uma vez na cabeça do outro. Como havia dito, iria colocar aquele garoto na linha.

– Por que você fez isso? - O rosto do modelo aparentava uma magoa infantil.

– Eu disse que reclamaria se não gostasse do lugar, vamos embora.

– Mas eu reservei tudo! Vamos, Kasamatsu, é tudo pra você aqui, além disso, pode pedir comida, o menu é liberado - o sorriso que surgiu naqueles lábios era tão convicto que Kise parecia ter certeza que Kasamatsu ficaria pela comida.

E o fotógrafo realmente fraquejou, mas não pela comida e sim pelo sorriso nos lábios do modelo. Queria capturar aquele sorriso, queria bater uma foto e nunca mais solta-la, gabar-se de seu trabalho para todos e falar sobre ele, porém mais uma vez não estava com sua câmera. Repreendeu-se profundamente por ter cometido esse erro, e teria que lembrar-se de quando andar com o maior, sempre carregar uma de suas máquinas fotográficas.

– Você reservou tudo? - Perguntou.

– Uhun, pensei em tudo para nós dois podermos aproveitar, afinal, não é certo que nos veremos todos os dias.

O coração de Yukio falhou uma batida, sentiu-se tocado por aquela ação do loiro e o pré-remorso de recusar aquilo tudo começou a se instalar nele. Observou o ambiente, olhou para Kise e encarou a TV. Teria chances de se arrepender depois, mas naquele momento, a única coisa que conseguiu fazer foi manear a cabeça.

– Tudo bem, eu aceito. Mas você começa cantando.

O mais novo sorriu e fez menção a abraça-lo, mas antes que pudesse concluir a ação, o fotógrafo acertou-lhe um soco.

– Muito obrigado por ficar, Kasamatsu.

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios. Sentou-se no canto mais próximo a TV e observou o loiro.

– Você começa cantando - declarou.

Kise concordou, indo em direção ao caraoquê. Enquanto o loiro ligava o aparelho, começaram a discutir qual deveria ser a primeira música que cantaria.


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Notas finais do capítulo

Hey o/
O que acharam? Ficou uma droga, né? XD
Desculpem pelas explicações meio fail, mas isso é pro desenvolvimento do "enredo" da fic.
Eu fiz o Aijima meio "wow", acho que até demais, ele vai ser o segundo cara mais foda da fic. Dou um prêmio pra quem adivinhar quem vai ser o primeiro~ (E ele pode ou não já ter aparecido, vai ter praticamente TODO mundo de KnB aqui).
Tehehehehehe, eu amo o gostinho de mistério do passado do Kasamatsu~
Não tem como escrever mais nada aqui, então me desculpa gente ,-;



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