Regina saiu da casa sem pressa, mas assim que chegou à varanda, ela correu até se perder em meio à floresta.

Quando ela finalmente parou, e repousou a mão sobre uma árvore ainda ofegando, olhou ao seu redor com uma expressão nada feliz ao perceber que não sabia exatamente onde estava, não que ela conhecesse a floresta de alguma forma, perdida na floresta, naquele momento ela pensou por que não tinha seguido o exemplo de João e Maria e deixado os pedaços de pão pelo caminho, ela sacudiu a cabeça, seria difícil fazer isso correndo do jeito que ela estava.

Ainda suspirando ela se sentou em uma pedra imaginando quanto tempo levaria para que Emma fosse procurar por ela, talvez levasse certo tempo para que encontrassem seu corpo, ela franziu o cenho e inclinou a cabeça enquanto imaginava suas possibilidades, seu pensamento estava longe de ser otimista, quando ela finalmente se lembrou o por que de estar ali, ela sentiu dificuldade de respirar novamente, mas antes que pudesse entrar em pânico, ela ouviu o barulho das folhas sendo pisadas, seu coração se acelerou e seus olhos aumentaram de tamanho, ela não podia acreditar nos seus olhos quando ela viu um enorme lobo cinzento, ela não conseguia se mover, se mantendo parada e hipnotizada pelos grandes olhos amarelos, enquanto ela não podia fazer mais nada além de fixar o seu olhar nos olhos amarelos, ela sentia o animal a encarar de volta, ela o viu lentamente se aproximando, até que parasse na sua frente, se mantendo estática, fechou os olhos com força e esperou, quando os abriu novamente, não havia sinais do lobo, confusa em olhou seus arredores, mas o animal tinha desaparecido, ela sentiu que podia respirar novamente, apesar de estar completamente intrigada pela presença inesperada do animal, respirando fundo ela começou a seguir o que ela pensava ser o caminho de volta, até que começou a ouvir o som cada vez mais nítido de tambores.

– Que diabos...?

Seu primeiro pensamento foi de que esses tambores eram de alguma tribo de canibais, que sorte a minha! Analisando suas opções, ela viu que deveria provavelmente correr dali mesmo que isso significasse ficar ainda mais perdida na floresta, onde estava Emma quando se precisava dela? A curiosidade fez com que ela se aproximasse mais da fonte do som.

Olhando por entre os galhos das árvores, ela avistou uma figura vestida como um xamã, ela continuou observando a figura e ouvindo o que ela estava dizendo, bem Regina não conseguia entender bem o que a pessoa estava cantando, alguma coisa nas linhas: ia ii ia?

Regina se aproximou ainda mais ainda que cautelosa, então ela congelou no lugar quando ouviu o seu nome ser chamado – Venha até mim Regina de Nova York!

A voz ecoou no ar. Que diabos, como ela sabe...

Tudo bem, talvez não fossem canibais.

– Sou eu a nina! – A mais velha falou se virando com um sorriso largo e Regina teve que se segurar para não escorregar, forçando um sorriso e tentando disfarçar o susto ela olhou como a avó de Emma estava vestida, por um momento ela imaginou se Emma também participava desses rituais de “agradecimento” de sua avó.

– Ah Regina, estou vendo que você é curiosa!– a vovó falou acenando com os braços, O rosto da morena se contorceu em uma careta brevemente e ela soltou um som parecido com um grunhido, não era a primeira vez que sua curiosidade a colocava numa situação estranha.

– Imagina, não sou tão curiosa assim, Nina eu não quero atrapalhar, eu já estava fazendo meu caminho de volta e...

– Regina venha ver como eu agradeço à mãe terra! – a vovó falou com um sorriso contagiante que Regina retribuiu com dificuldade, oh céus, no que ela tinha se metido?

– Não vovó, eu estou bem aqui – sua voz foi acompanhada de um sorriso, sua relutância estava no fato dela não saber exatamente como funcionavam esses rituais de agradecimento.

– Mas, Regina temos tanto para agradecer! – a voz dela soava animada – Graças à mãe terra, Emma encontrou seu amor verdadeiro e vocês duas vão se casar, precisamos agradecer!

– Yeah... Valeu mãe terra? – ela falou sem saber exatamente para onde olhar, mãe terra, eu sei que nunca fui exatamente devota, mas por favor, me tira dessa!

– Não, você precisa agradecer direito, Regina!

– É claro – ela suspirou, obrigada por nada mãe terra! – Mas eu não posso fazer isso daqui?

– Não, Regina nós precisamos cantar e dançar é assim que o ritual acontece!

Regina suspirou vendo que não havia escapatória ela se aproximou da mais velha – Então... O que vamos fazer, dança da chuva ou algo do tipo?

Quando estava lado a lado com a vovó ela viu a fogueira, e o aparelho de onde vinha o som dos tambores, ela tinha que admitir a vovó era bem original.

– Olhe para mim e aprenda! – a vovó falou, começou a cantar e a dançar abrindo e fechando os braços.

Regina abriu os braços tentando imitar os movimentos da mais velha, isso era ridículo!

– Vamos Regina! Ia Ii Ia!

Mãe terra se você está ai eu imploro, me tira daqui! Ela pensou enquanto continuava imitando os movimentos da mais velha.

A vovó olhou para ela e balançou a cabeça.

– O que? Eu estou fazendo isso errado? – A morena perguntou cessando os movimentos e arqueando uma de suas sobrancelhas perfeitas.

– Regina querida, você precisa sentir a música, sinta a batida da música!

A principio aquele momento estava sendo extremamente embaraçoso até que a morena se viu dançando seguindo o ritmo da música.

– Agradeça a mãe terra Regina! Cante com seu coração!

Regina então começou a cantar a música vinda de seu coração – I like big butts and i can’t not lie.

A vovó olhou ao seu redor e depois para a morena com uma expressão cômica, aquela definitivamente não era uma música apropriada para cantar para a mãe natureza, ou para qualquer outra pessoa.

A morena continuou - You other brothers can't deny. That when a girl walks in with an itty bitty waist. And a round thing in your face…

A mais velha forçou um sorriso, e tentou seguir o ritmo da música.

– Vamos vovó, canta!

– Regina, eu acho que...

– Vamos vovó.

– I like big butts and i can not lie – a avó de Emma começou a cantar e dançar tentando acompanhar os movimentos, e logo as duas estavam dançando ao redor da fogueira, Regina não conseguia se lembrar a última vez que ela tinha dançado assim, o que ela não sabia era que estava sendo assistida por uma surpresa Emma.

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Emma entrou no bosque procurando por Regina, depois que ela tinha saído, a loira ficou preocupada que ela pudesse se perder, ela continuou seguindo até que ouviu vozes cantando uma música, baby got back? Ela não tinha certeza, frangindo o cenho ela se aproximou ainda mais e não pode conter seu sorriso quando viu a mulher que não saia de seus pensamentos dançando e cantando ao redor da fogueira com sua avó, ela não podia negar que a morena era cheia de surpresas.

A loira não conseguia lembrar da última vez que a tinha visto tão livre e feliz, o sorriso da morena era uma das coisas mais lindas que ela já tinha visto, e isso a fazia cada vez mais querer ser a causa dos sorrisos dela.

Se aproximando ela limpou a garganta, a morena congelou na posição em que estava, olhando para a trás ela viu Emma que tinha um sorrisinho divertido no rosto, porcaria!

– Então, o que vocês estão fazendo? – ela se aproximou de Regina, com um braço ela envolveu sua cintura por trás, e com sua mão livre ela afastou o cabelo castanho de seu pescoço e aplicou um beijo suave em sua pele, o que a fez sentir um arrepio.

– Nós estávamos, agradecendo a mãe terra... – a morena respondeu fechando os olhos por um momento, sentir a respiração de Emma em seu pescoço estava fazendo ela sentir coisas, que ela definitivamente não devia sentir por sua assistente.

Emma a virou em seus braços ainda sorrindo – Seu celular chegou, quer ir buscar comigo na cidade?

– Quero sim – ela respondeu e se virou para a mais velha – Vovó está tudo bem se eu for? Você vai ficar bem?

A mais velha sorriu e colocou sua mão sobre a dela – Pode ir querida, eu vou ficar bem.

Regina sorriu de volta e se afastou se aproximando de Emma.

Elas andaram em silêncio por um minuto antes que Emma perguntasse mordendo o lábio – Então, você dança?

– Emma, cale a boca – a morena rolou os olhos e deu as costas para ela.

A loira apressou o passo e a acompanhou até que estava ao lado dela, ainda sorrindo ela perguntou – Regina, por que você estava cantado e dançando?

– A gente estava agradecendo a mãe terra Emma, a vovó queria que eu cantasse com o coração – ela respondeu olhando para a loira.

– Só pra esclarecer – Emma perguntou visivelmente divertida –Essa foi a música que saiu do seu coração?

– Emma, a batida... Ah cale a boca – ela deu uma tapa no braço da loira que apenas sorriu e segurou sua mão a guiando para fora do bosque.

– Você estava gostosa dançando daquele jeito – Emma comentou olhando para ela.

– Emma! Continue andando – foi a resposta da morena que agora tinha sua face corada.

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Na viagem até a cidade de barco foi tranquila, ainda que Emma insistisse em comentar sobre o incidente na floresta sorrindo, Regina apenas rolava os olhos a ignorando, e também tentando ignorar o medo que ela tinha de andar de barco.

Não demorou muito para que as duas chegassem à cidade, elas caminharam juntas, Emma envolveu a cintura dela enquanto sorria e acenava para as pessoas conhecidas.

Quando as duas estavam quase na entrada de uma das lojas de sua família, Emma encontrou seu amigo Killian.

– Emma! – ele sorriu para ela, e olhou a morena que estava ao seu lado de cima abaixo – e olá para você também Regina.

– Olá Killian – Emma respondeu e Regina forçou um sorriso.

– O que está fazendo por aqui camarada? – ele perguntou enquanto envolvia sua amiga de infância em um abraço.

– Minha dama – ele pegou a mão de Regina entre as dele e aplicou um beijo, Emma o fuzilou com o olhar, nada contente com a situação, e envolveu a cintura da morena a puxando para si, tudo na expressão dela gritava minha!

Killian sorriu com o olhar assassino que a loira estava lhe lançando – Relaxe, camarada, um brother nunca rouba a mulher do outro, é a regra!

Emma rolou os olhos, naquele momento ela percebeu que estava com ciúmes, que não queria absolutamente ninguém se aproximando de Regina daquela forma, mas por mais que a loira quisesse pensar que Regina era dela, que era sua noiva, ela sabia que aquele tudo era uma farsa, que estar casada com ela não significava nada, a morena era livre pra escolher quem ela quisesse, e no fundo ela sabia que não seria escolhida por ela, tentando engolir o nó que se formou em sua garganta ela forçou um sorriso para o seu amigo.

Regina podia sentir o braço tenso de Emma envolta de sua cintura, ela nunca viu a loira agir assim, ela era sempre tão amigável e brincalhona, Emma estava com ciúme dela? Por mais que ela quisesse que aquilo fosse verdade, ela sabia que não, Emma não tinha sentimentos por ela, Emma tinha uma vida perfeita, uma família perfeita, e nunca iria querer alguém quebrada como Regina, a morena não achava que a merecia, que era suficiente para ela, alguém como a Belle deveria ser, ela sim poderia fazer Emma feliz, ela não tinha um passado como o dela, não tinha medo de amar por medo de perder, ela sentiu um aperto no peito ao pensar na morena, mal notando quando Killian foi embora deixando as duas sozinhas.

Os olhares delas se encontraram, mas elas não falaram nada, ainda com o braço ao redor de sua cintura, Emma a guiou até a entrada da loja, as duas permaneceram em silêncio.

O atendente da loja para a sua surpresa também tinha sido o garçom da festa de boas vindas e o dançarino exótico.

Assim que viu Regina entrando na loja Whale sorriu com uma expressão sonhadora.

Emma foi direto ao assunto não aparentando muita paciência, quando o atendente que também era seu amigo começou a flertar com Regina, Emma só precisou olhar para ele, mantendo sua posição possessiva com a morena.

– Emma... – Regina tentou conversar, mas a loira apenas continuou andando, a deixando para trás confusa, a seguindo para a saída da loja, ela sentiu seu coração despencar quando viu que Emma tinha atravessado a rua e que estava conversando com Belle.