Ao fim da apresentação de Whale e depois é claro de mais alguns drinks as três mulheres deixarem o clube juntas.

– Você tem sorte Regina – Nina olhou para ela ainda visivelmente empolgada – Esse foi um dos melhores shows que ele já fez!

– Sim, super sortuda – a morena forçou um sorriso enquanto tentava afastar as memórias desconfortáveis que tinha do único dançarino exótico da ilha.

A editora permaneceu em silêncio enquanto a avó e a mãe de Emma continuavam animadamente comentando sobre a performance.

Os pensamentos de Regina se voltaram para Emma e o casamento. Regina nunca tinha cogitado a possibilidade de um dia se casar, na verdade, ela tinha há muito tempo atrás, mas depois de ter perdido sua namorada num trágico acidente, ela parou de sonhar com esse momento, com alguém que tirasse seus pés do chão e lhe fizesse sorrir das coisas bobas da vida.

Mas a nova realidade dela era que ela iria se casar, com ninguém menos que sua assistente, não era por amor, era o que ela precisava fazer para se manter no seu emprego, que parecia ser a única coisa que lhe restava afinal de contas, um motivo para continuar.

Apesar de tudo ela não podia deixar de sorrir ao pensar na despedida de solteira que ela havia tido, por mais que no momento ela quisesse que um buraco surgisse no chão e a sugasse dali, ela não podia negar que era bom uma vez na vida ter pessoas que se preocupavam com ela o suficiente, que queriam vê-la feliz.

Sacudindo a cabeça ela afastou os seus pensamentos, aquela era a família de Emma e não a sua, ela também estava certa que assim que descobrissem a farsa eles iam odiá-la.

– Regina? Está tudo bem com você? – a voz de Mary tinha um tom sincero de preocupação – Você está calada há um bom tempo, querida.

A morena sorriu, mas seu sorriso era um mero repuxar de lábios que não chegava a seus olhos – Está tudo bem, eu só estou me sentindo um pouco cansada.

– Oh, mais é claro querida, já estamos chegando – ela sorriu e colocou a mão sobre o ombro de sua nora.

Logo estavam dentro da mansão, Regina pediu licença para deixar a sala.

Mary se aproximou de seu marido que estava sentado no sofá com os olhos fixos no jogo, colocando a mão em seu ombro, ela perguntou suavemente – Querido, está tudo bem?

Ele suspirou – Sim, porque não estaria?

– Eu conheço você, eu sei que algo está errado, o que aconteceu? Você não brigou com a Emma novamente, brigou?

– O que mais eu poderia fazer? – ele suspirou, desligou a tv e irritado se virou para ela – Tudo que eu tenho deveria ser dela, ela deveria tomar o meu lugar quando eu morresse.

– Querido...

– Agora ela me aparece aqui com aquela mulher e...

– David, as duas vão se casar, você precisa aceitar isso.

– Eu preciso Mary? Minha filha casada com uma editora renomada enquanto ela é uma simples secretaria? Eu poderia dar tudo a ela!

– Mesmo assim ela escolheu aquela vida, ela escolheu Regina, Emma a ama, nem com a Bell ela agia assim, não há nada que possamos fazer para mudar isso.

Ele abriu a boca para rebater, mas foi interrompido pela voz dela – Regina agora faz parte da família, nossa filha a escolheu, você precisa se desculpar com ela, eu não posso perder minha filha novamente – ao terminar a frase ela tinha lágrimas nos olhos.

Regina sentiu um aperto no peito do canto da sala em que ela estava escondida assistindo a cena, ela pensou em quando a verdade fosse revelada, no quanto ela ia machucar essa família, e além disso ela não conseguia parar de repetir mentalmente as palavras da mãe de Emma, uma parte dela queria acreditar que era verdade, que sim Emma a amava, mas outra parte de si sabia que ela não merecia Emma, não merecia aquela vida, e que aquela família nunca seria dela. Ela enxugou uma lágrima que tinha escorrido por sua bochecha e subiu as escadas até o seu quarto.

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Após chegar no quarto Regina tirou suas roupas e foi tomar um banho, a água quente caindo sobre seus ombros fazendo ela relaxar.

Só quando ela terminou seu banho notou que não tinha nenhuma toalha no banheiro.

Ela suspirou, e continuou procurando sem sucesso – Que ótimo.

Ela então ouviu um barulho vindo do outro lado da porta – Oi? Emma?

Não houve nenhuma resposta.

Ela entre abriu a porta e olhou para o guarda-roupa onde sabia que estavam as toalhas, dando uma olhada para baixo observando seu estado de completa nudez, ela se cobriu com as mãos o melhor que pode e abriu completamente a porta do banheiro, assim que o fez Pongo entrou pela porta latindo – Não, não cachorro mau!

Enquanto o cachorro latia para ela, Regina imaginava se ele tinha guardado rancor pelo acontecimento com a águia, ela suspirou imaginando um jeito de conseguir passar pelo pequeno animal.

Emma tinha entrado no quarto há pouco tempo, ainda brava pela briga com o seu pai, seu fone estava num altura máxima enquanto ela tentava esquecer a briga que havia tido, ela olhou para sua roupa suada após ter corrido pela praia, sentir o vento nos seus cabelos e correr até que tivesse gastado energia e não pudesse pensar em mais nada era uma coisa que ela fazia desde criança.

Ela começou a se livrar de suas roupas, imaginando que um banho lhe cairia bem.

Depois de ameaçar o cachorro com o secador de cabelo, apenas para descobrir que o animal gostava, Regina conseguiu enganar Pongo e correu para a porta trancando o cachorro no banheiro, ela correu e escorregou no chão liso de madeira e se chocou frontalmente com outro corpo igualmente nu, o movimento foi repentino e fez com que as duas caíssem no chão, Emma caiu primeiro e Regina caiu em cima dela.

– O que foi isso? – Emma perguntou desorientada, Regina levantou a cabeça que estava sobre um dos seios da loira, a expressão dela se transformou em pavor.

– Você está pelada! – Regina gritou ainda em cima dela – Por que você está pelada?

– Você está toda molhada!

Regina observou horrorizada que sua coxa estava entre as pernas da loira – Oh meu deus! – ela se levantou rapidamente, fazendo o máximo de esforço para se cobrir – Não olha para mim!

– Eu não estou entendendo nada, por que você está toda molhada? – Emma se levantou e deu as costas para ela.

Regina vestiu um robe e jogou uma toalha para Emma – Você pode me explicar o que está fazendo aqui?

– Por que eu tenho que me explicar?

– Por que você precisa!

– Eu estava lá fora...

– E você não me ouviu?

– Eu estava com o fone de ouvido – a loira gritou de volta – Você se jogou em cima de mim do nada!

– Eu não queria pular em você, o cachorro estava me atacando, eu tive que correr e...

– Você está culpando o cachorro novamente? – Emma perguntou incrédula abrindo a porta do banheiro e Pongo saiu correndo não sem antes latir mais uma vez para Regina – Oh meu deus ele vai nos devorar!

– Swan, vai tomar seu banho, você está precisando de um!

– Tudo bem, a propósito linda tatuagem – Emma falou e foi rápida em fechar a porta antes que o que Regina tinha atirado nela a acertasse.

A morena olhou para o delicado coração desenhado acima do seu seio esquerdo, ela se curvou para as suas malas, procurando algo para vestir e deixou o quarto.

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Quando estava voltando da sua caminhada pela praia ouviu vozes exaltadas.

– Você deveria ter feito as pazes com ela! – disse Mary – Como conseguiu brigar com ela novamente, o que acontece entre vocês dois?

Ela não esperou pela resposta do pai de Emma, e subiu as escadas rapidamente de volta para o quarto.

Regina abriu a porta do quarto para encontrar Emma deitada na cama com os braços cobrindo seus olhos.

– Emma? – A morena chamou suavemente e não obteve resposta – Emma.

A loira tirou os braços de seu rosto e relutante abriu seus olhos, quando os olhos castanhos encontraram os verdes, Regina entendeu o motivo pelo qual ela estava escondendo o rosto, os olhos dela estavam vermelhos, era obvio que ela havia chorado.

– Emma – ela falou mais uma vez suavemente se sentando ao lado dela na cama.

– Agora não Regina – a resposta foi ríspida, mas Regina decidiu ignorar.

– O que aconteceu? – ela perguntou e quando Emma olhou para ela pode ver que ela estava realmente preocupada.

– Eu não quero falar sobre isso – enquanto ela falava tinha o olhar fixo em suas mãos que estavam no colo.

– Você quer que eu te beije para te deixar melhor? – a morena perguntou num tom de piada, para ver um sorriso imediatamente aparecer nos lábios de Emma.

– Você faria isso por mim? – ela perguntou e piscou o olho para a morena.

Regina então pareceu se lembrar – Você!

– Eu o que? – perguntou ela confusa.

– Por sua culpa eu tive que aguentar o Whale fazendo strip tease para mim!

Emma então começou a gargalhar – E eu perdi isso? – ela conseguiu falar entre risos.

– Miss Swan, isso não é divertido! – a voz dela foi mais alta do que ela planejava.

Uma leve batida foi ouvida do outro lado da porta seguida por uma voz – Eu posso entrar?

Emma reconheceu a voz de sua avó – Entre, nana.

– Eu ouvi vozes alteradas, vocês estavam brigando?

Quando Regina abriu a boca para responder foi imediatamente calada pelos lábios de Emma se esmagando contra os seus.

O beijo terminou tão rápido quanto começou, Emma se virou sorrindo para a sua avó – Está tudo bem entre nós.

A vó de Emma sorriu – Eu vou deixar as duas sozinhas.

Regina manteve o sorriso até a mais velha ter deixado o quarto, assim que ela fecha a porta, a morena se virou para Emma e deu uma tapa no braço dela.

– Ei – Emma reclamou e começou a alisar seu braço.

– Por que você fez isso?

– Ela pensou que estávamos brigando – Emma rebateu.

– Isso é motivo suficiente para você enfiar a sua língua na minha garganta, Swan? – Regina perguntou cruzando os braços sobre o peito.

– Eu não ouvi nenhuma reclamação vinda de você – Emma respondeu e Regina bateu nela mais uma vez.

– Ei, isso machuca – ela se virou e segurou os pulsos de Regina sobre a cabeça, mudando de posição e ficando em cima dela.

– Me solta, Miss Swan – Regina reclamou, mas não fez nenhum esforço significante para se soltar.

– Se eu me lembro bem você me ofereceu um beijo – Emma respondeu se possível se aproximando ainda mais dela até que estavam dividindo o mesmo ar, Emma tinha seus olhos fixos nos lábios dela, o que a fez engolir em seco.

– Só por causa disso você pensa que – ela nunca terminou sua sentença por que os lábios de Emma mais uma vez tocaram os dela, ela conseguiu soltar sua mão e a colocou no ombro de Emma para afasta-la, mas em vez disso, seus braços envolveram o pescoço da loira a trazendo mais perto de si, impossivelmente perto, o beijo delas era cheio de desejo, quase desesperado, ele mostrava tantas coisas, coisas que elas tentavam esconder, mas ficava evidente pela maneira que se tocavam, seus corpos colados como se quisessem se tornar um só, como elas realmente se sentiam.

Regina trocou de posição ficando em cima dela, mordeu o lábio inferior de Emma e a beijou novamente, a loira envolveu seus braços forte ao redor da cintura fina, e naquele momento não existia mais nada para ela, a não ser o corpo de Regina cada centímetro tocando o seu, e seus lábios colados num beijo entorpecedor.

O som de um telefone tocando atrapalhou o momento, as duas se separaram imediatamente e trocaram um olhar, Emma percebeu que era o seu celular que estava tocando – Desculpa.

– Olá, Belle – a loira respondeu a voz do outro lado da linha, Regina olhou para ela com uma expressão que Emma não soube decifrar se levantou da cama e se trancou no banheiro.

Emma olhou impotente para a porta fechada – Belle, você poderia me ligar depois? Eu preciso resolver uma coisa.

Após ouvir a resposta dela, Emma se despediu e desligou o telefone.

Levantando da cama ela respirou fundo e bateu na porta do banheiro e chamou suavemente – Regina?

A porta se abriu, e ela pode ver a morena que possuía um olhar distante – Nunca mais faça aquilo novamente – foi a única coisa que ela falou antes de fechar a porta.

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Quando a noite chegou, as duas se prepararam para dormir, Regina ficou na cama e Emma se acomodou no chão como havia sido combinado, as duas deitaram em silêncio olhando para o teto, a tensão entre elas podia ser sentida no ar.

– Regina? – Chamou Emma, quebrando o silêncio que tinha se formado entre elas, não houve resposta – Regina? Eu sei que você está acordada, ninguém dorme tão rápido.

– Sim, Miss Swan? – ela perguntou, soando impaciente.

– Eu quero pedir desculpa – começou Emma.

– Por ter me beijado?

– Claro que não, por que eu me desculparia por isso?

Regina revirou os olhos, quase podia sentir o sorriso que tinha se formado nos lábios de Emma – Então, Swan, por que está se desculpando?

– Eu não sei o que de exatamente eu fiz de errado...

– Ter me beijado?

– Não, foi bom de mais para ser errado, quero dizer – ela coçou o pescoço procurando por outras palavras – Yeah, essa é basicamente a verdade.

Mais um momento de silêncio – Eu não sei, nós duas estávamos nos dando tão bem, tirando a parte que você me culpa pelo Whale ter te dado uma dança de colo é claro...

Regina revirou os olhos e respondeu – Isso não aconteceu!

– Eu entendo você Regina, se isso tivesse acontecido eu ia querer esquecer também – Emma respondeu, o tom de sua voz entregava seu sorriso.

– Você é impossível – Regina soou exasperada se sentando na cama.

– Regina?

– Sim, Miss Swan?

– Eu posso subir?

– Isso seria inapr- ela parou de falar quando viu que Emma já tinha se levantado e Regina olhou para ela incrédula quando ela se fazia confortável do outro lado da cama, sentado perto o suficiente até que seus ombros estavam se tocando.

– Oi – Emma abriu um sorriso bobo para ela, enquanto Regina resistiu a vontade de revirar os olhos novamente.

– A desculpa, Miss Swan?

– Yeah, hum, a coisa é que...

– Tão eloquente...

Emma decidiu ignora-la – Eu percebi que você ficou chateada quando a Belle ligou para mim.

– Eu não fiquei!

– Regina, eu posso dizer quando uma pessoa está mentindo, e você está – Emma se deliciou ao ver a face dela um pouco corada – Então, você estava com ciúmes?

– Absolutamente não – respondeu ela imediatamente.

– Mentindo novamente – falou Emma balançando a cabeça – Mas de qualquer forma, você me desculpa?

Regina pode notar que o pedido de desculpa era sincero – Sim, Swan – ela respondeu eventualmente.

Emma olhou para ela com um sorriso no rosto – Eu não consigo parar de pensar no quão nua você estava.

– Cala a boca Emma! – Regina atirou um travesseiro nela que continuou sorrindo.

– Tão nua – a expressão de Emma era sonhadora enquanto ela recordava os detalhes do corpo perfeito da morena.

– Volte para o seu lugar – a morena falou cruzando os braços.

– Tudo bem, mas eu posso te dizer algo antes? – Emma perguntou.

– Sim, Swan.

– Você é ainda mais perfeita do que eu tinha imaginado – Emma a deixou momentaneamente sem palavras, e se aproveitou disso lhe roubando um beijo antes de voltar para o seu lugar no chão.

– Boa noite, Regina – a loira sorriu e fechou os olhos.

– Boa noite – a morena apagou a luz e se envolveu com o coberto, quando ela fechou os olhos ela se recordou do beijo e seus dedos inconscientemente tocaram seus lábios.