Desabafo escrita por Snapette


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

aqui pra vocês :3
eu pus toda a minha alma nessa fic, espero que gostem



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Há um tempo que Julia e Barnabas estão juntos. Juntos mas não assumidos. Barnabas também estava com Victoria. Também não assumido. Às vezes ele não sabia a quem estava traindo. Ele tinha afeição pelas duas. Não sabia como seu coração morto poderia se comportar assim. Apenas sentia isso. Sua mente estava em constante confusão, estando com uma ou com outra. Victoria não sabia de sua afeição por Julia, mas Julia conhecia a afeição de Barnabas pela governanta. Isso fazia a médica chorar todas as noites. Mesmo com todos os 'eu te amo' 'gosto de você' 'você me faz bem' que o vampiro dizia, ela sabia que aquilo não duraria para sempre. Há um tempo que Julia não aguenta isso. Ela tenta, sutilmente, iniciar uma conversa sobre isso com ele, mas ele nunca quer falar sobre isso. Ultimamente, ele não quer falar sobre nada. As conversas dos dois nunca chegam a algum lugar. E ele nunca quer falar sobre sentimentos. Ela constantemente diz e demonstra que o ama, e ele costumava fazer isso. Costumava, porque nesses dias ele não faz mais do que responder as perguntas dela ou conversar sobre besteiras que ele poderia conversar com qualquer uma. E Julia se sentia cada vez mais sozinha. Mesmo perto dele. Sentia que não era a mesma coisa de antes. E ela tinha medo. Medo de ele e Victoria se resolverem e ela ficar sozinha para sempre, porque em seu futuro ela só conseguia ver o vampiro.

Há um tempo que Julia quer gritar, se espernear, desabafar tudo. Gritar exatamente o que seu coração sente. Ela todos os dias abraça um travesseiro e finge que é ele. Sim, é triste pensar que ela não pode dormir em seus reais braços. Ela pensava milhares de coisas. Boas e ruins. Algumas vezes pensava na possibilidade de eles ficarem juntos para sempre. Vivendo no mesmo quarto, compartilhando da mesma cama. Mas outras vezes ela só conseguia visualizar os dois brigados, ele indo embora para ficar com Victoria e Julia ficando sozinha. Na maioria das vezes ela adormecia de tanto chorar.

Mas é obvio que ela nunca contaria isso à ele. Ele a acharia ridícula. Como ele deve achar sempre que ela menciona alguma coisa do tipo. Quando eles estavam juntos, Julia procurava não fazer tantos planos quanto fazia anteriormente, porque estava se tornando cada vez mais doloroso olhar para ele sem pensar como seria se aquele 'nós' não existisse mais. E ela faria qualquer coisa por ele. Qualquer coisa que estivesse ao seu alcance. Qualquer coisa para fazê-lo sorrir, qualquer coisa para vê-lo feliz. Tudo.

Há um tempo que os dois não tem uma conversa sobre sentimentos. Não por causa dela, por causa dele. Ele não quer falar sobre isso com ela. Na verdade, na maioria das vezes ele parece que não quer falar sobre nada. E Julia se sente mal com isso, mas procura fingir que esta tudo bem. Afinal, ela não quer aborrecê-lo. Certa noite, Julia concluiu que não importava o que ela estava sentindo. Se ele estivesse bem e feliz, ela estava satisfeita. Ela já estava acostumada a fingir. Julia esperava o momento para desabafar. Talvez um dia que estivesse psicologicamente preparada, porque ela bem sabia que esse desabafo faria ele ir embora. Mas, por outro lado, ela não precisaria estar fingindo. E se livraria de um peso que a consumia cada vez mais.

E isso aconteceria antes mesmo que ele ou ela percebessem.

Terça-feira. Julia e Barnabas estavam sentados no sofá. Ela queria explodir. Ele queria ficar calado. Ela estava prestes a fazer a maior besteira de sua vida. E ele não tinha mais nada para fazer.

- Barnabas, nós precisamos conversar. Ele demorou um pouco para sair de seu devaneio.

- Sobre o que?

- Sobre nós - o tom de voz dela já havia aumentado consideravelmente

- O que tem nós?

- Não é mais a mesma coisa.

- Como assim? Julia respirou fundo. Estava na hora de desabafar.

- Você está diferente. Você está sempre distante. Não fala nada, espera que eu comece a falar. Constantemente ficamos sem assunto. E ainda tem Victoria. Você acha que é fácil pra mim ficar ao seu lado sabendo que você gosta de outra pessoa? E não me diga que gosta de mim porque uma pessoa não pode amar duas ao mesmo tempo. E já que diz que me ama mas não tem coragem de deixá-la, é porque você ama ela. Não eu. Ela.

- Julia, já falamos sobre isso. Eu te amo e você sabe disso.

- AMA NADA - ela gritou, já com lágrimas nos olhos.

- Julia, por favor, se acalme.

- Eu não vou me acalmar. Eu estou sofrendo. E guardando isso pra mim durante muito tempo. E agora você vai me ouvir.

- Julia, por favor...

- Eu aguentei tudo. Aguentei quando você disse que amava ela, quando você disse que eu não era única, eu aguentei tudo por você. E você tinha me prometido que não ia me iludir, que não ia me fazer imaginar coisas que nunca iriam acontecer. Mas você mentiu.

- Eu não menti, eu juro...

- Eu sempre te disse pra não me iludir. Sempre. Você tinha me prometido. Mas você mentiu pra mim. E eu não quero aguentar isso. Eu não consigo mais.

- Eu me sinto muito mal por estar te envolvendo nisso, minha querida...

- Eu te pedi uma única coisa e você não foi capaz de cumprir.

- Eu juro que não queria isso.

- Eu lhe disse aquela vez. A culpa não é sua. Eu me apaixonei por você. Você sempre foi apaixonado por ela. E eu cheguei e baguncei sua vida. A culpa é toda minha. E agora eu estou pagando o preço por isso.

- A culpa não é sua...

- É sim. E eu me sinto mal por ter confundido a sua cabeça. Você sempre a amou, eu não tenho o direito de acabar com isso. Me perdoe, mas acho que o melhor a fazer é nos afastarmos.

- Quantas vezes eu já te disse que você me faz bem, que eu gosto de você?

- Recentemente, nenhuma.

- Eu lhe disse aquela vez que não lhe perdoaria se você fosse embora. Você sabe o quanto significa para mim.

Julia deixou as lágrimas correrem por seu rosto.

- Eu sei. Me odeie se quiser, mas é o melhor pra nós dois. Eu me afastando vai doer no começo. Vai doer não ter você por perto pra me ajudar, vai doer saber que mesmo que eu beije outra pessoa eu nunca vou esquecer do seu beijo, vai doer te ver com ela. Mas é o melhor. Você vai ser feliz ao lado da pessoa que realmente ama. Ninguém enganando ninguém. Você não finge que me ama e eu não fingo que estou bem.

- Eu nunca fingi que lhe amava.

- Tudo bem, só... Vamos encerar isso de uma vez?

- Julia, porque está fazendo isso?

- Porque eu não aguento mais. Se eu ficar com você vou sofrer muito mais. Eu sinto que tudo isso é uma mentira. Todos estão se enganando.

- Não vá embora.

- Só posso ficar com você se você for verdadeiramente meu. Me diga, você a deixaria para ficar comigo?

- Julia, eu lhe disse que por mais que eu queria ficar com você eu me sinto relutante em deixá-la ir.

- Então você a ama.

- Julia, por favor, pare.

- É isso, já esta terminado. Não há porque continuar. Eu te amo, mas você não é meu.

- Me perdoe.

- Não há o que perdoar.

Os dois estavam chorando, mas concordavam que seria o melhor a fazer. Eles se abraçaram e trocaram um beijo antes que ela saísse da sala pela última vez.


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Notas finais do capítulo

amores, eu quero avisar que vou ficar um tempo sem postar. por alguns problemas meus. eu não sei quanto tempo vou ficar sem postar mas espero que vocês me entendam.
é isso, obrigada ♥