A nova garota escrita por Ahelin


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Gente, agora eu estou programando a postagem para todo dia às 10:20, mais ou menos, ok?? Melhor assim, com um horário definido. Fiz esse capítulo com muito carinho, espero que gostem!



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Depois de comer até não aguentarmos mais, resolvemos caminhar enquanto analisávamos a "profecia" que Apolo havia nos deixado. Agora, olhando par trás, eu vejo que poderíamos ter feito isso antes, mas tudo bem.

- Os seus medos devem enfrentar para a tarefa completar. - Eu lembrei. - Acho que temos que reviver o momento em que sentimos mais medo. Eu já fiz isso, agora falta você.

Ele fez uma careta.

- Melhor não. Na escuridão, mas não total, o arco-íris será o sinal. Um lugar escuro, mas com água e claridade o bastante para formar um arco-íris. Uma caverna, talvez? Esse rio ou qualquer outro pode passar por dentro de uma em um lugar onde a luz do sol penetre um pouco. Mas e a outra parte?

- E para finalmente o tesouro achar, a jóia frágil deve se quebrar. - Recitei. - Supondo que o tesouro seja o colar...

- O que vem a ser essa jóia? - Ele completou por mim. - Acho que não é nada que está com a gente, a única jóia que temos é o medalhão no seu pescoço.

Ele reparou no meu medalhão? Eu tinha até esquecido dele... Não sei de onde veio, na verdade eu sempre o tive. É um medalhão simples, pequeno e dourado em formato de coração, com um J gravado no centro. A diretora do orfanato em que eu morava me disse que ele era da minha mãe. Basicamente, a única lembrança que eu tinha dela. De acordo com o que descobri fuçando nas coisas de Alan e Marta quando eu era pequena, o nome dela era Jane, e ela morreu logo depois que eu nasci.

Mas, seguindo a linha do pensamento de Nico, acho que a profecia não se tratava do meu colar. Por que os deuses iriam querer que eu o quebrasse?

- Não faz sentido. - Reclamei, depois de pensar. Mas aí uma ideia começou a pulsar em minha mente. - A não ser que...

Não pude concluir a frase, pois ouvi um barulho na água. (n/Aut: Estou cansada de ver as pessoas sendo interrompidas nessa história.) (n/Julie: Ah, é? Pois você está me interrompendo.) (n/Aut: Você também está me interrompendo! Dá pra deixar eu fazer meus comentários em paz?) (n/Julie: Ahn... Não. Agora, por favor, alguém interne essa maluca!) Quando vi o que era, tentei disfarçar e afastar Nico do rio, mas não deu muito certo. Ele também viu. Olhando para nós, um pouco longe da margem, estava uma jovem mulher muito bonita. Tá, ela tinha calda de peixe, mas mesmo assim era bonita. Uma nereida. Ótimo, era tudo o que eu precisava.

(n/Aut: Muita gente pensa que o nome da criatura metade mulher e metade peixe é sereia. Mas, pelo menos na mitologia grega, as sereias são grandes pássaros com cabeça e busto de mulher, que atraem os marinheiros com seu canto.) (n/Annabeth: Eu sabia.) (n/Julie: Annie, quando você não souber de alguma coisa, vai chover canivete.) (n/Percy: Canivete? Oba! Me lembrem de sair para pegar um, o meu já está bem velho.) (n/Annabeth: Gente, alguém viu o remédio do Percy?) (n/Julie: Não, agora me deixem continuar.)

Assim que Nico a viu, seus olhos ficaram vidrados. Ele caminhou lentamente até a água com um sorriso idiota no rosto.

- Pare! - Gritei para ele, puxando seu braço com força, mas ele continuava caminhando. A nereida sorriu para mim, como se falasse "Perdeu, queridinha."

Nas lendas, as nereidas fingiam ser doces e prestativas, mas dominavam o coração dos homens e chamavam-nos para dentro do rio, até eles se afogarem.

- Eu sou Erato. - Ela disse. - A que desperta o desejo. - Completou, sorrindo para Nico.

- Pare de caminhar, idiota! Vai acabar se afogando! - Falei para ele, que nem olhou. Bom, o jeito era tentar distrair a nereida. - Erato? - Perguntei ainda tentando empurrar Nico para longe. - Esse não era o nome de uma musa?

- Aquela criatura idiota. - Erato balançou a mão no ar, com desprezo. - Incrível nos chamarmos da mesma maneira. Quer dizer, ela escrevia poemas e músicas sobre amor, mas era uma donzela! Não sabia nada de amor! - A nereida parecia indignada. Parei de falar, pois não estava dando certo.

Nota mental: Não adianta tentar distrair uma nereida.

Nico continuava andando. Nossos tornozelos já estavam submersos na água do rio. Num último esforço, entrei em sua frente e segurei seu rosto com as duas mãos, obrigando-o a olhar nos meus olhos. Para isso, tive que ficar na ponta dos pés. Por quê? Oh meus deuses, por quê?

O nariz dele estava a centímetros do meu. Continuei olhando fundo em seus olhos (lindos olhos castanho-escuros, oh meus deuses) até que eles se desenevoaram. Voltaram ao normal...

Soltei seu rosto rapidamente, e eu tinha certeza de que estava vermelha. Tão vermelha que algum foguete poderia pousar na minha cabeça pensando que era Marte. Ah, esqueçam, essa comparação não presta.

A nereida piscou para mim, como se fôssemos cúmplices, e mergulhou. Nico andou pelas pedras até a margem parecendo completamente envergonhado pelo negócio todo de quase ter se afogado. Eu me virei também, mas mal dei um passo e escorreguei no musgo. Coloquei a mão esquerda na frente do rosto para não estragar ainda mais a cara (já não sou nenhuma beldade, imagina com metade dos dentes faltando), e ela bateu na rocha violentamente. Uma dor aguda subiu da minha mão até o ombro e eu quase gritei.

Me forcei a levantar e seguir em frente. Nico percebeu que eu estava aninhando o braço na frente do corpo, e pareceu preocupado.

- Deixe-me ver. - Hesitei, mas deixei que ele olhasse. Meu pulso latejou, e eu fiz uma careta. - Está quebrado. Como conseguiu fazer isso?

- Não me viu caindo? - Perguntei com um pouco de raiva. Ele fez uma cara culpada.

- Não... - Ele olhou para os pés. - Desculpe. Pela coisa da... Você sabe.

- Tudo bem. - Eu disse. - Mas não faça de novo. Não vou mais te salvar de afogamento. Tome cuidado com nereidas ou coloque uma venda nos olhos.

Ele riu um pouco. Depois correu para uma árvore próxima, arrancou dois pequenos galhos que estavam meio verdes e veio novamente até mim. Rasgou a manga da camiseta e, com ela, amarrou os galhos no meu pulso, imobilizando-o.

- Melhor? - Perguntou e eu assenti. - Vamos ver se achamos alguma coisa ainda hoje.

Sem querer falar muito, eu o segui rio acima. Precisávamos escolher uma direção, e eu achei que a nascente poderia ser dentro de uma caverna, onde Nico acreditava que o tal colar estava escondido.

Andamos e comemos algumas mangas, tomando o cuidado de economizar. Quando o rio finalmente começou a ficar menor, avistei alguma coisa bem longe. Sorrindo, corri como uma louca até a grande formação rochosa que se erguia à minha frente. Eu tinha realmente encontrado uma caverna.

Como já estava escuro, procuramos um lugar para passar a noite. Exatamente como havíamos feito antes, paramos (lá dentro, não muito longe da entrada ) e ele acendeu uma fogueira com galhos secos que pegou no chão perto das árvores.

- O primeiro turno é meu. - Eu falei. Ele protestou, mas continuei insistindo. - Foi muito difícil acordar você de manhã. Não quero nem tentar fazer isso de novo.

Aí acabei convencendo-o a dormir. Ele tirou os tênis e enrolou a jaqueta neles, improvisando um travesseiro.

- Uau. - Eu disse. - Alerta de gambiarra.

Ele deu risada.

- Amanhã vamos sair procurando um arco-íris. E depois dele devemos achar um tesouro. Onde será que eu já ouvi isso? - Dizendo isso, fechou os olhos. - Boa noite. - Murmurou baixinho.

- Boa noite. - Respondi, enquanto pensava novamente no que aquela profecia maluca poderia significar. Aquela ideia que eu tivera mais cedo ainda estava me incomodando.


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Notas finais do capítulo

E aí, gente?
Comentem o que acharam!