Dois dias depois, Olívia nasceu. Ela era mesmo uma maga, tinha cabelos loiros escuros como os meus, mas bem mais bonitos. Seus olhos eram escuros como o da Kath, e o rosto era uma mistura do meu com o da Katherine. Ela era linda, assim como minhas outras filhas. Ela sempre dormia próxima à lareira, e não se queimava com o fogo. Porém, as vezes, ela tinha pequenos distúrbios enquanto estava brincando com fogo, e fazia ele evaporar, e no lugar ficava água ou gelo.

Anna passou a morar com a gente, em um dos quartos do castelo. Ela era legal, tinha algumas tendências loucas e as vezes ficava dançando do nada. Mas ela também era muito misteriosa. Se recusava a contar sobre o que tinha acontecido para ela ter ficado tanto tempo sem se comunicar com a gente. Katherine disse que talvez tenham conseguido iludir ela por um momento, e por isso talvez ela não queira dizer.

Uma semana depois, recebi uma carta do reino de Feuer. A carta tinha letra caprichada, e logo reconheci que era a letra da rainha.

Querido Allan.

Nosso rei morreu após ficar muito doente, e agora, eu estou tendo que tomar conta do reino de Feuer por mim mesma.

Um aviso de guerra foi mandado para cá, e estamos superpreocupados.

John está reforçando a guarda do reino, mas confesso que talvez não ajude muito. Como você deve saber, o reino de Luft acordou. As bombas podem ser jogadas pelo ar, e se isso acontecer, não teremos como nos defender, nem com magia.

Peço que você venha nos ajudar. Precisamos construir abrigos fora do castelo, abrigos que o vento não pegue. Nós gostaríamos de abrigos com a água do reino de Wasser, pois ela é a única que preveniria os ataques.

Peço também que, se a guerra começar, você venha lutar ao nosso lado.

Com amor,

Rainha Héstia.

Quando contei que eu deveria ir para o reino de Feuer, Katherine não ligou muito. Ela também estava ocupada, reforçando a guarda do seu reino. Ela não queria a cidade que não estava submersa na água, ficasse totalmente destruída caso a guerra começasse.

Fui para o reino de Feuer. Estava passando pela vila 5, quando uma mão me parou.

Me virei, e descobri que era o mesmo senhor de meia-idade que eu vi no meu casamento. Mas agora, ele já estava mais velho, e até estava usando óculos.

— Precisamos conversar, Allan.

Eu não sabia como ele sabia meu nome. Mas eu sabia que eu não deveria ter aceitado, mas, mesmo assim, eu fui até a loja onde ele trabalhava – cujo nome tinha Armor King, uma loja que fazia armaduras pros soldados – e me sentei em uma das mesas de madeira. A loja parecia um bar, só que com muitas armaduras e espadas – Até mesmo adagas – e o senhor de meia-idade disse:

— Allan, eu sou seu pai.