— Você ainda não me explicou o porque você fez aquilo. – Disse Zoe, uma hora antes da morte do rei.

— Isso o quê? – Perguntou Daniel, confuso.

Zoe suspirou.

— Por que a beijou? Sério, ela é tão ridícula..

— Eu achei que tinha sido ela que tinha me beijado. Não que eu a beijei, sabe?

Daniel olhou para Alice, rodeada de Áris, enquanto matava os que davam bobeira com um guarda-chuva.

— Não, sério, mas você quis. – Disse Zoe – Eu pensei que você gostasse de mim. Eu me sinto tão sozinha, Daniel.

— Você nunca conversa com ninguém, Zoe. Pare de me encher.

Zoe estava com fogo nos olhos. Assim que Daniel encontrou os olhos dela, ele saiu de sua posição e se juntou á Alice, matando todos os Áris do caminho.

— Já não era sem tempo, Daniel. Pensei que fosse mais idiota do que já é.

Zoe olhava perplexa para os dois, enquanto uma Drakon aliada do vento atravessava-lhe uma espada no coração. Zoe caiu dura, mais um corpo entre todos aqueles outros.

De costas um pro outro, Daniel e Alice acabaram com todos os Áris daquele canto, até verem que todas as outras pessoas olhavam para um dos navios. Fogo saia de lá. Dois corpos estavam deitados no chão, com sangue pingando do mastro do navio.

— Eu sei como parar isso, Daniel.

Juntos, os dois correram pelo lago congelado, enquanto lá longe, Anna arrastava Katherine para o portal. “Vai ficar tudo bem”, dizia Anna.

Daniel e Alice pararam em frente a uma fenda no gelo.

Tinha um formato de fechadura, grande o suficiente para uma espada. Era um truque que os reis dos reinos armaram sem contar para ninguém. Uma magia bem forte foi aplicada, uma magia que quando alguma guerra começasse, os lagos de todos os reinos congelariam. E a fechadura apareceria. Katherine tinha contado essa incrível façanha para Kath, caso as coisas ficassem ruins. Dentro daquela pequena fenda, existiam túneis com bombas rodeando todos os reinos. De Kath, passou para Alice, que a essa altura já era sua melhor amiga. Antes de, é claro, ela morrer.

— Não podemos fazer isso, Alice! – Disse Daniel, gritando contra a neblina. – Vamos morrer!

Alice suspirou.

— Tenha um pouco mais de honra, Daniel.

Relutantemente, Daniel inclinou sua espada em direção à fenda. Alice segurou, apertando nervosamente a mão dele.

— Juntos? – Disse Alice, engolindo em seco.

Daniel secou sua testa com a mão.

— Juntos.

Enquanto a espada se acomodava na fenda, todas as pessoas largaram suas espadas, aliviados.

Milhares e milhares de bombas explodiam uma atrás da outra, despedaçando tudo que encontrava no caminho. O portal se fechou, as pessoas foram despedaçadas ou congelaram com o frio que as bombas de gelo, ar e fogo faziam efeito nelas.

Não sobrou ninguém.

Mas ninguém disse que as bombas dominariam a região abissal do mar.

E ninguém disse que Katherine não teria entrado no portal.