Elemente escrita por Luana Yukari


Capítulo 16
Eu lhes peço - Capítulo 16




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Escalei os corpos mortos e ensanguentados no chão.

Três dias. Essa maldita guerra durou três dias. Metade dos vários soldados morreram. Haviam corpos de Drakons, de magos, até mesmo corpos de pessoas do vento caídos no chão. Atrás de mim, milhares de pessoas lutavam por suas vidas e a vida de seus reinos.

Eu sabia o que eu devia fazer.

Subi o navio. Era um tipo de navio muito bonito, todo feito de aço. Bandeiras pretas com caveiras pairavam na frente do navio. Aquilo parecia um navio pirata, porém, um navio pirata com monstros e criaturas estranhas. Eu já havia ido em centenas e centenas de navios. Procurei por três dias um sinal do mestre. Alguém estava comandando isso, não estava? Eu só precisava matá-lo.

O ar estava estranho. Parecia que ele estava se direcionando a um único lugar. Segui o vento, subindo as escadas até o mastro. As velas brancas pareciam de seres inofensivos. Seres que nunca fariam mal a ninguém. Não sabem o quanto estão enganados. E lá estava ele. Tinha aparência de 15 anos, com cabelos negros e volumosos. Usava roupas brancas e rasgadas, como a do menino que matou John.

Contemplava o maravilhoso reino sendo destruído lentamente, enquanto as pessoas lutavam e suavam para cumprirem suas promessas dadas aos filhos de sobreviver.

— Bela vista. Sabe, de noite é bem mais bonita, especialmente quando a cidade não está destruída. – Eu disse.

O rapaz se virou. Ele parecia um indiano, como todos os cidadões de Feuer, Mas era branco e pálido. As vezes cheguei a confundir suas roupas com sua pele.

— Ora, o que temos aqui? Rei Allan? Eu esperava mais de você.

Sacamos nossas espadas.

O cara parecia ter sido treinado a vida toda em espadachim.

— Sabe, Allan. Eu era um príncipe muito famoso do Reino de Feuer. Eu era o forte. Eu era o “O Principe Henrique”. Mas quem disse que ligavam para mim? – Ele disse, em um tom cruel. – Eu era desprezado pelo meu próprio pai.

Ele quase me acertou um golpe na cintura, mas eu desviei.

— Então eu pedi aos espíritos do vento ajuda. E eles me deram. Eles me fizeram o rei de todo o reino de Luft. Lá, eu não era desprezado. Eu era idolatrado. Até, é claro, a merda dos seus reinos virem me impedir como se estivessem em um desenho animado.

A multidão parou. Todas as pessoas olharam para o barco.

— Como são atenciosos, o seu povo. Vou adorar fazer eles de escravos quando matar você e sua rainha. – Ele falou, com um sorriso malicioso. – Ela está grávida, não é? Assim, vai ser bem mais fácil matar ela. Mas vamos torturar um pouco ela, quem sabe? O que você acha de esperarmos ele nascer, para depois torturar ele na frente da mãe?

E então, o mastro começou a queimar.

Eu nunca tinha feito magia na minha vida, antes. Não era fácil, nem todos conseguiam. Mas o mastro começou a queimar rapidamente, e Henrique tentava desesperadamente apagar o fogo. Mas o fogo não fazia mais parte dele. Aquele fogo não seria impedido nem por ar, nem por água.

E então, ao mesmo tempo, nossos corações foram partidos. Ou algo como isso.

O único que me lembro agora é que nossas espadas encontraram nossos corações. No mesmo segundo, duas espadas foram trocadas e atiradas certeiras no lado esquerdo do meu peito. E do dele.

Enquanto admiro os espíritos do fogo e da água me pegarem no colo, uso minha última centelha de magia para criar essa história.

Eu espero que minhas filhas, Luna, Olívia, Kath e Thaís, se ainda estiverem vivas, por favor leiam e releiam essa história. Eu as amo mais do que tudo.

Mas agora, estou virando o fogo. Estou tendo o mesmo caminho que as gêmeas.

Eu lhes peço que não ouçam mais o crepitar do fogo

Eu lhes imploro que não ouçam o choro da água, o barulho da chuva.

Eu lhes peço que sejam pessoas normais, que vão para outros reinos, outros planetas.

Eu lhes peço que sejam felizes, e que não agarrem ursinhos de pelúcia tirados do lixo.

E eu lhes peço que odeiem profundamente aqueles que amam, como eu odiei e amei Katherine.

E eu lhes peço para sempre chamarem os homens de idiotas.

E por fim, peço para gostarem dos mendigos, porque eles são legais.


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Notas finais do capítulo

A história não acabou. Achou que eu ia deixar assim?



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