Elemente escrita por Luana Yukari


Capítulo 13
Os magos experientes ou não - Capítulo 13




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A guerra piorava cada vez mais.

Abrigos recém-formados eram atingidos, mães corriam com seus filhos pelas ruas em ruínas, tentando achar alguma sobra de comida. Soldados corriam de lá para cá tentando se arrumar. Todos os planos de se infiltrar no reino de Luft tinham dado errado.

E então, a rainha me disse para voltar para casa.

“Você já fez seu trabalho.” – Ela disse. Eu queria ficar, queria ajudar as pessoas.. mas do que adiantaria? Estávamos condenados por nós mesmos, e quando mais precisávamos de aliados, nós nos lembrávamos que éramos o fogo.

Andando e observando a destruição do meu reino, enquanto seguia a estrada de cristais, parei e fitei o céu, agora sempre nublado. Decepção poderia ser meu nome agora. Eu sabia que o verdadeiro confronto chegaria. E eu nem mesmo sei se estaria vivo até lá para contar a história.

Agora, o reino de Wasser estava em ruínas. As primeiras ruas tinham janelas fechadas, portas trancadas, e em algumas, madeiras bloqueavam quem tentasse entrar ou sair de casa. E então começaram as ruínas. Colunas gregas caídas no chão, janelas quebradas, prédios abandonados e com tinta desbotada. Logo, virei para a esquerda e encontrei várias e várias pessoas chorando, desoladas, fitando as ruínas. Um pai tentava acalmar seu filho. Uma Drakon chorava de joelhos. Crianças se ajoelhavam em baixo das poucas tendas em pé, todas chorando, ou com as mãos em cima dos rostos, ou com os rostos escondidos nas pernas. Aquele lugar tinha acabado de ser atacado, eu sei. Desviei e segui meu rumo em caminho ao castelo.

Subi as escadas brilhantes e ouvi duas vozes. Katherine e Anna.

— Não estou dizendo isso, é só que eu vi.. – Anna falou, em uma voz baixa.

— Anna, você não tem certeza sobre o reino de Erde e o de Metall. É improvável que seja verdade..

— Eu disse que eu vi!

As duas pararam de conversar.

— Um segundo, por favor. – Disse Katherine – Querido, poderia, tipo, sair de trás da porta? É chato ter pessoas ouvindo suas conversas escondido.

Saí de trás da porta, envergonhado, e disse:

— Me desculpe, Katherine.. é só que.. a Rainha me despediu do reino de Feuer. Posso ficar aqui, e.. desculpe. Vou ver a Kath.

— É claro. Mas ela está em estado de depressão. Não incomode muito ela.

Subi as escadas, ainda um pouco envergonhado, e ouvi pequenos choros e gemidos de trás de uma das portas. Kath estava lá, com o rosto coberto com as mãos, enquanto Luna e Olívia tentavam acalmá-la. Abri as janelas do quarto onde ela estava, e homens cortavam o gelo de um dos lagos enquanto cantavam uma canção fria de soldados em alguma língua estranha.

Quando me virei, Luna, Olívia e Kath olhavam para mim.

Agachei-me e abracei as três, enquanto Kath chorava descontroladamente.

Depois de me despedir delas, Katherine me chamou e nos sentamos perto da porta do quarto da Kath.

— Anna disse que viu ruínas do reino de Erde e do reino de Metall em uma das suas viagens para o reino de Luft.

Suspirei. Katherine continuou:

— Disse que viu pedaços de robôs. Muita terra e lama, árvores mortas e muitas pedras preciosas.

Disse que desconfia que todas as pedras que temos foram trazidas pelo reino de Metall. – Ela suspirou – Por isso, contratei um grupo de magos experientes para estudarem o local. Sei que isso não importa muito durante uma guerra, mas ela insiste que história é história e que precisamos conhecer mais das nossas origens, e toda essa coisa.

Mais tarde, os tais magos experientes chegaram.

Uma menina que parecia ter passado algum tempo na academia ficava do lado de um garoto magrelo. Ela tinha cabelos escuros e presos por marias-chiquinhas gigantes. Meu pescoço chegava a doer de pensar qual seria o real tamanho dos cabelos dela. Ela estava usando um casaco preto com detalhes brancos e um short jeans escuros. Usava botas estilosas e pretas de salto que iam até o joelho.

O menino magrelo parecia cair se tentasse correr até o reino de Feuer. Tinha cabelos castanhos e arrepiados, e se não fosse pelo fato de ser magrelo, ele seria um pouco bonito. Ele usava um casaco verde-claro berrante e shorts verde marinho. Usava botas pretas de cadarço vermelho com meias verde berrante. Se ele não tivesse um cabelo curto e arrepiado, iria, sim, se parecer com uma menina de 14 anos.

Uma outra menina, mais normal, estava encolhida em um canto atrás da maria-chiquinha da outra garota. Tinha cabelos loiros e usava um vestido floral rosa. Mas logo notei que na outra maria-chiquinha tinha uma menina de calça jeans e camisa preta. Seu cabelo era liso e azul-turquesa, indo até a cintura. Sua franja estava penteada para trás, de modo que nem parecia que ela tinha uma franja. Ela usava um tênis comum e girava descontroladamente um guarda-chuva do mesmo tom de seu cabelo, com só dois dedos. Como ela fazia isso? Eu não faço mínima ideia.

Katherine pôs-se a frente deles, e então, todos se curvaram. Menos a menina da calça jeans, até a de vestido delicadamente empurrar ela para baixo.

— Majestade. Sou Daniel. Bella é a de vestido, Zoe é a das marias, e a mais esquisita entre nós se chama Alice. – Disse Daniel, o garoto magrelo, apontando para a menina de cabelo azul-turquesa.

Não sei bem como é o padrão de esquisitices dele até hoje.


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