Um mês tinha se passado desde a destruição total da vila cinco.

O reino de Feuer estava passando por muitas complicações. Além da vila cinco, a vila quatro (incluindo Aisha, que já tinha sido libertada da cadeia) também foi bombardeada. E até mesmo a vila oito, a vila em que minha mãe morava, se transformou em caos e ruínas.

Junto com um grupo de soldados, íamos de vila em vila bombardeada para vermos se encontrávamos alguém sortudo. Nunca tinha ninguém.

Mas não era isso só no reino de Feuer; o Reino de Wasser também estava em sérios problemas. Pelo que Katherine tinha me contado, algumas das ruas tinham sido bombardeadas, e a extensão de danos era bem maior. Nem tantas pessoas morreram, mas muitas pessoas estavam se abrigando no fundo do mar.

Com as ocupações de rainha, Katherine só me visitava de duas em duas semanas. Em uma dessas semanas, ela me avisou que estava grávida. A gravidez iria ter sérios problemas, pela incapacidade de Katherine lutar direito. Mas acredito que isso não era problema para ela. Eu já a vi destroçar 10 bonecos de uma só vez enquanto estava grávida de 6 meses (gestação de Drakons dura 7).

E não era só isso: Em um só mês, 7 fénix bebês não querem mais acordar. Pareciam ter entrado em hibernação, e ao mesmo tempo, pareciam estar mortas. Algumas pessoas tentavam defender, falando que elas não tinham virado cinzas, e por isso, não estavam mortas, mas.. Tenho certas dúvidas.

Em um dia, foram vistos pássaros negros voando pelo reino de Feuer e pelo reino de Wasser. Eles carregavam pequenas bolas de ar em suas patas; bombas. Um modo antigo de declarar guerra. E acho que você já sabe contra quem é a guerra.

Já tínhamos começado a construir abrigos em baixo da terra, mas era impossível saber quando os ataques começariam. Por isso, os filhos menores foram tirados das mães de magos ou de Drakons, e dragões levaram eles para o mar abissal. Os filhos maiores eram tirados de suas mães para se prepararem para a guerra.

E então, pela primeira vez, a rainha me deixou visitar Katherine.

Quando cheguei, encontrei Kath ajoelhada perto da porta de seu quarto. Ela estava chorando, um choro muito baixo que se ela escondesse o rosto, ninguém perceberia. Seu rabo balançava para lá e para cá de um jeito meio nervoso.

— Pai, a minha mãe.. ela foi para o mar.. ela disse que aconteceu algo com o nosso dragão. O dragão que a criou, pai. Eu queria ir junto, mas.. – E ela começou a chorar de novo, pondo o rosto nas mãos.

Katherine só chegou de noite. Quando Kath dormiu, Katherine caiu de joelhos no chão.

– Ele estava fraco e doente.. Ele morreu com a cabeça no meu colo. Allan, eu.. eu..

Ela parecia aflita. Eu nunca tinha visto ela daquele jeito, só no nosso primeiro beijo (e na nossa primeira traição) ela estava assim.

Era assustador.

E então, descobrimos que Kath não estava dormindo. Olhamos para a trás, e lá estava nossa filha, olhando para nós com o rosto cheio de lágrimas. Assim que ela percebeu que estávamos olhando para ela, ela saiu correndo e chorando, subindo desesperadamente as escadas.

Assustador.