Apenas, Catherine escrita por A pequena sonhadora


Capítulo 1
Prologo




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Hoje estava deitada em minha cama quando me recordei de tudo...

Acho tão linda a história de amor dos meus pais, Eles se conhecerem em uma espécie de baile de mascara que acontecia toda primeira sexta-feira de cada mês. Tudo começou quando eles trombaram na entrada do salão, de início não foi nada legal a relação deles, depois de sem querer, baterem de frente um com o outro e minha mãe levar um tombo, os dois se xingaram,discutiram, perderam a paciência e foram embora, mas como era um baile de mascara, nenhum dos dois viu diretamente o rosto do outro. No outro mês o quase namorado da minha mãe convidou ela para o baile e eles combinaram de se encontrar lá, só que ele acabou se atrasando e na hora da valsa dos casais, quando minha mãe já estava indo embora, meu pai que já estava a observando por horas a tirou pra dançar e eles começaram a conversar. Quando já estavam no maior rolo o ''amigo'' dela chega e ela se despede do meu pai, ele por sua vez já estava muito interessado e não ia deixa-la escapar assim, perguntou segurando sua mão:

– A dama frequenta sempre aqui? Nunca tinha visto uma mulher tão maravilhosa por aqui! Eu poderia te encontrar mais uma vez?

– Não frequento não, essa seria a segunda vez se não fosse um arrogante que me empurrou mês passado. E quanto ao convite, quem sabe um dia a gente se vê!

Ele então lembrou do ''incidente'' e que nem havia notado que era ela. Depois de um longo sorriso, a puxou e deu aquele beijo e então ela se foi deixando ele perdidamente apaixonado, ele ficou doidinho com aquela mulher que nem o rosto tinha visto direito, como a veria de novo? como saberia encontra-la? e se passasse por ela na rua? como ia a conhecer? e afinal, porque ele queria revela?

Depois de vários dias e semana os amigos do meu pai já estavam esgotados se tanto ouvir sobre a tal mulher que ele só sabia falar, não dava nem pra sair com ele pra ''paquerar'', porque ele não aceitava encontrar outra mulher a não ser minha mãe. Já ela estava ajeitando os últimos preparativos pra sua viagem a paris, onde tinha ganhado uma bolsa para estudar artes plásticas em uma requintada universidade, e mesmo com tantos problemas, também não esquecia daquele homem misterioso e lindo com tantas imperfeições e tantas perfeições que estava doida para descobrir todas elas. Os dois não aguentavam mais aguardar para a próxima sexta e quando ela chegou eles fizeram a festa, e se amaram por uma noite como nunca haviam amado alguém, mas já no domingo minha mãe ia partir, pra tristeza de seus corações.

No sábado eles se encontram no jardim do parque central e meu pai ajoelhado pediu a minha mãe em casamento, e prometeu que ia a esperar por todo o tempo que ela estivesse lá. Parece até coisa de cinema!

Minha mães passou 4 anos em paris, e sim foi difícil pro meu pai esperar ela todo esse tempo se comunicando apenas por cartas, e por isso já no segundo mês, ele pegou um avião e foi morar em Paris. Eles casaram assim que ela se formou e logo depois veio o Nícolas, meu irmão, e a situação acabou apertando lá, então eles voltaram pro Brasil e dois anos depois eu nasci.

Até que, quando completei 10 anos, mamãe teve leucemia e morreu. Foi um choque para todos nós. Ela já sabia da doença, mas não contou nada para a gente. Disse que se contasse iriamos ficar frios, á tratar como um doente, e iria ser pior, portanto ela não contou. E pouco depois ela faleceu, já em um estado bem avançado, foi só ai que o médico nos informou de todos os detalhes da doença e de quando ela havia descobrido.

Ela era tão linda, era minha rainha, minha protetora, minha companheira, minha amiga, minha mãe...

Depois da sua morte por um breve período da minha infância papai se fechou, ficou frio e grosso, se tornou um homem amargo e pretensioso, um homem chato, ignorante e severo. Passou a dedicar todo o seu tempo ao seu trabalho. Nos dias de semana ele saia as 7 da manhã e só voltava as 19 horas. Eu nunca o via, somente á noite onde ele jantava com a gente, mas não permitia uma só palavra. As vezes eu escutava barulhos de choro vindo de dentro do escritório. E nos fins de semana nos mandava para casa dos nossos avós.

Mas com o tempo ele foi aprendendo a lidar com perdas e aos poucos voltando ao seu normal. Mas ele nunca mais foi o mesmo. Ninguém foi. Ela era única, ela que alegrava a casa. Ela que dava cor em tudo, trazia alegria até onde só havia tristeza.


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