A Ladra escrita por rafs ferreira


Capítulo 5
Espelho, espelho meu.


Notas iniciais do capítulo

olá, e então, aí está o quinto capítulo.
Duvido muito mesmo que seu dedo caia se comentar. E se cair, acho melhor consultar um médico, no mínimo urgentemente. Mas enfim,
até daqui a pouco.



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O que faz você ultrapassar seus limites?

Seus escrúpulos.

Será que são tão sólidos quanto pensa?

Auto- controle.

Essa é a minha resposta


P. O. V Miranda


Aula de aprendizagem língua russa número 1. Sala 22 do Prédio Lloyd WilsPatrick, terceiro andar. Dez horas da manhã em um pleno dia de inverno.

Estávamos andando em semicírculos na biblioteca, enganando o tempo para que a aula da senhorita Lerris acabasse antes que notássemos. Não demorou nada e Lindsay já estava frustrada, decidiu facilmente que melhor seria não correr o risco, bem como me convenceu, e agora estamos indo pra sala dela. Ao contrário da troca que ocorre todos os anos, a sala ainda permanecia a de sempre, a menor do prédio, uma vez que a aula é opcional e a maioria dos alunos não é lá muito interessada na mesma, alguém aí sabe de quem é a culpa?

Entramos, os lugares estavam retorcidos mas não tinha muita gente. Corri os olhos por toda a extensão do espaço e, por um segundo, até pensei ter errado de sala, cogitei sair dali e refazer meu caminho, mas eu não tinha errado, aquela era a sala.

Minha respiração disparou, meu corpo enrijeceu, minhas mãos ficaram descontroladas e meus olhos incrédulos, meu rosto sobrepunha brasas e minha língua estava lá, fumegando para praguejar todo o tipo de baixaria que eu conhecia.
Três totais desconhecidas haviam se instalado despreocupadamente em nossos lugares. Isso. Nossos lugares! Pior, no MEU lugar. E lá estava não só um alguém qualquer, como também a mesma babaca que havia entrado no MEU quarto mais cedo. O que é aquilo? É algum tipo de desafio. Eu topo.


– Mas o que...? – sussurrou Lindsay enquanto nos aproximamos, por baixo da delicadeza, eu sei, ela queria gritar e rosnar tanto quanto eu.

– Eu resolvo. – vai ser divertido, isto é, só se houver sangue.

– Ora, ora, ora. Sabe já é a segunda vez, – eu me preparei – Mas o que pensa que está fazendo?

– O q... – a garota me olhou com cólera. Não parecia ter visto problema algum no que fazia, apesar de estar claro que era por causa dos lugares. Mas eu até posso entender, ela é burra.

– Sério, essa sua obcessão por mim já está me assustando. Me diga então, mas entenda, eu simplesmente adoro joguinhos, mas definitivamente os seus não parecem valer a pena, querida...

– Eu pago pra sentar aonde me der vontade. E vo...

– Olha – berrei extendendo as mãos, toda a sala havia se calado, as outras garotas pareciam ansiosas. Pra não dizer apavoradas – Não sabe o quanto me sinto agradecida por guardarem nossos lugares mas agora, SAIAM! Ahh, mas é claro! Pois é, como eu pude me esquecer, você não ouve bem, não é? SA. I. A!

– Não são seus lugares, não têm seus nome aqui. – a garota ao lado replicou ofendida, nem me dei o trabalho de olhar sua cara. Olhei diretamente pra Lindsay, que já segurava o riso, ou, prestando bem atenção, o choro.

– Escuta bem, sua... – minha voz estava tão alta quando devia estar, pra...

– O que está acontecendo?! Posso saber por quê estão de pé Hewitt e Aldridge? – professora Lerris.

– Veja professora – pus minha máscara de cínica apontando o motivo, logo depois que me refiz do sobressalto. Falo sério, as pessoas estão brotando do chão hoje – Tudo bem, me sinto na obrigação de ser gentil com minhas novas colegas, mas como pode ver...

– Por favor, senhorita... ? – Lerris levantou a cabeça em sinal de reconhecimento. Falava com a garota, se é que posso chamá- la assim, sentada no MEU lugar mas, aparentemente, ela pensava que Lerris se dirigia a mim, pois não respondeu de imediato.

– Eu? – a expressão de surpresa no rosto flácido dela foi gratificante.

– Sim, exato. Seu nome.

– Harriet D' Miko, senhora... se-senhorita, e essas são Missy e Carly.

– Bem, se retirem imediatamente. – Ri um pouco, discaradamente na cara da Ha-Ha- Harriet, não é assim que ela fala?

– O quê?! Não vamos sair.

Eu me aproximei, tentando manter junto a mim, digamos, a calma e minhas mãos sedentas por uma lufada na cara daquela vaca.

– Desculpe, querida. Adorei seu cabelo. – MENTIRA, alguém riu – Aposto que sentirá mais orgulho de si mesma quando levantar as hastes da cadeira e ver meu liiiinndo nome talhado em uma placa de mármore bem abaixo delas, hunny. – ela me olhou feio e eu retribui – Vamos, faça. – hesitou por um momento e depois revirou os olhos deixando claro que não o faria.

– Senhorita Harriet, estes são lugares marcados. – COMPRADOS, foi isso que ela quis dizer – Leia, Aldridge, Griffiths e Evans. – explicou, já impaciente, a santa Lerris, mas não fez diferença.

– Muito bem, as senhoritas preferem sentar em outras cadeiras nesta sala ou na sala do excelentíssimo diretor?

A ameaça pareceu ter sido efetiva quando elas se levantaram. Afinal, todos concordam. Ser mandado a sala do diretor nas primeiras aulas, do primeiro dia de internato, não deixa marcas promissoras em fichas escolares. Pressionei meus olhos nelas e esperei, esperei até Harriet se voltar pra mim, para demonstrar um belo e amigável sorriso de “não se meta comigo de novo” que, obviamente, ela adorou. Isso vadia! Morda a língua, talvez sua saliva sirva de veneno. Seria memorável, não acha?

Nos sentamos e, graças aos céus, a bendita aula deu início. Mas não antes que ficasse claro para todos, que havia mais uma na minha lista de desafetos. Harriet D' Miko não faz ideia de quanto o fogo com que está brincando pode queimá- la.


P. O. V. Katheryn

Devaneios.

Nesses dias, às vezes, tenho me olhado no espelho e visto uma diferença.

Não sou mais a mesma de um ano atrás.

Me sinto mais presa a tudo a minha volta. Sinto carinho por eles, meus amigos. Um carinho que pode me levar ao extremo tanto quanto pode levar qualquer outra pessoa. É tão comum que achei que jamais fosse acontecer. Talvez seja amor.

Parece que a pessoa fria, manipuladora e sempre insatisfeita está indo embora.

Também tenho pensado muito sobre meu novo trabalho.

Tudo o que eu sei é que minhas dívidas serão perdoadas e que se eu fizer o que tenho que fazer da forma mais certa, eles me pagam em dinheiro vivo.

Nem sequer sei quem é o cabeça disso tudo. As minhas negociações foram tratadas com diversas pessoas até um fixo se estabelecer. Das poucas coisas que sei sobre ele é que primeiro, seu nome é Donovan e que segundo, se não me cuidar, seus olhos podem se tornar perigosamente atraentes e irresistíveis. Por enquanto.

Eles querem que eu descubra quem é a farsa, como um tipo de caça ao tesouro.

Dentro do internato há alguém tantando eliminar uma garota, eu preciso saber quem ela é quem é esse alquém. Mas não pense que vou me reter apenas a isso, estou planejando uma investigação particular, se é que entende. Quero descobrir porque têm tanto interesse nela, porque ela é tão importante.

Mas, no fundo, e realmente não sei o porquê, tenho medo de ser pega e perder tudo. Não sei se compreende, mas não quero ver tudo que eu conquistei fugir das minhas mãos, assim, do nada.

A curiosidade matou o gato, mas, e se, ele só estivesse fingindo.

É um risco que vou ter que correr.

Merda! Dois segundos e eu já estou atrasada! As aulas já começaram, tenho que correr se quiser evitar o interrogatório. De Miranda, é claro.



P. O. V. Miranda.

Internato Saint WilsPatrick. Quarto de Miranda Griffiths. Fim do dia.

Tá brincando comigo? Já anoiteceu e Kath ainda está sumida. Não atende o celular, não dá nenhum sinal de vida. Estou me controlando pra não chamar a polícia. Três dias e nada. Nada de Kath.

Alguém bateu na porta, o que seria animador caso eu não soubesse que Kath não bate em portas, não antes de entrar nelas, é claro.

Ótimo, quem é a pessoa em sã conciência que veio me encher o saco?

Continuei no sofá confortavelmente, esperando a pessoa desistir e ir embora.

Não, mas eu tenho sorte demais pra isso. O, digamos assim, espírito zombeteiro, não desistiria.

Principalmente porque era idiota o bastante pra entrar sem permissão.

Gavin. Ele entrou e se encostou na soleira da porta. Como se fosse pouco.

– O que você quer?

– Ai! – disse gesticulando dramaticamente como se tivesse sido acertado por uma flecha – Essa doeu. Pensei que havíamos combinado uma noitada hoje. Noitada. Noitada, lembra?

– Não estou no clima pra noitadas, Gavin.Tudo que eu quero e me deitar naquela cama macia e dormir até o sol raiar e, se eu der sorte, até domingo.

– Tudo bem, então. – ele disse fechando a porta. Okay, entendi. A intenção era se aproximar sorrateiramente. E era isso que ele estava fazendo – Dizem por aí que sou uma ótima companhia, já ouviu falar? Porque não conversamos um pouco até você dormir?

– Sei, conversar.

– Ei, não sou mal com moçinhas indefesas como você, que tal uma história?.

– Babaca. – falei enquanto me levantava. Eu estava deitada no sofá, conhecendo bem o Gavin como eu, é uma posição que não ajuda muito se você quer correr o mais depressa possível.

– Sexy, excitante. E você ainda não viu absolutamente nada. – disse convencido mordendo os lábios enquanto passava a mão por baixo da camisa.

– Isso era pra ser uma cantada ou é impressão minha, é assédio sabia? Eu posso te processar, ou melhor, vejamos, - disse apoiando a mão no queixo - sei que Kath tem um bastão de beisebol em algum lugar por aqui. – nós rimos.

– Gata selvagem, adoro isso em você. – ele rebateu irônico enquanto se afastava, provavelmente ia embora.

– Se o objetivo era tornar minha noite traumática. Ai meu Deus, Gavin! Você está se superando!

Tudo bem, ele está trancando a porta.





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Notas finais do capítulo

Tudo bem, agora comentem. Ou não.
Kisses!



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