Antagônicos escrita por Runway Ing


Capítulo 4
De ruim, para pior




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Friedrich McAllister. Era ele na foto. E fora ele na noite passada. Lembrei todos os detalhes, desde o momento que ele chegou me chamando de ridícula e de como falou que “me faria ir até o céu e voltar” até o momento que falamos que precisávamos fazer isso mais vezes.

Ele estava no chão e meu irmão estava batendo nele, o que foi uma cena incrível de se ver, pois resultaria no fim da amizade deles, logo, não teria mais de ver a cara de Friedrich.

— Eu não fiz por querer, eu juro — ele gritava. — Você sabe, cara. Sua irmã seria a última pessoa no mundo que eu ficaria...

Deixei a cozinha e fui para meu quarto. Comecei a caminhar de um lado para o outro. Eu e Friedrich tínhamos feito sexo, certo. Agora, a pior parte, tinha sido muito bom. Aqueles músculos dele serviam para algo, ele tinha pegada forte. Como eu deixei isso acontecer? Agora o melhor sexo da minha vida tinha sido com o cara que eu mais odiava no mundo todo.

— Merda. Merda. Merda. Merda Charlize!

Comecei a sentir o cheiro dele no vestido, tirei-o rapidamente, coloquei uma calcinha Box e uma camisa de Wax.

A porta abriu, era Wax com Friedrich.

— Vocês precisam conversar. Entra, Judas, resolvam-se.

— Eles vão se matar. — disse Jane.

Eles nos trancaram. Legal, agora eu estava com Friedrich num quarto, só nós dois e tínhamos que nos resolver, o que seria bem difícil.

— O que deu na gente? — ele riu.

— Não ria.

Nos dois estávamos rindo. Olhei para ele. Os olhos castanho escuro dele me encaravam. Eu tinha visto naquele momento o quanto ele tinha dentes bonitos, os caninos pontudos, bem brancos e a boca fina, roxa. Engoli seco. Eu odiava ele, não podia pensar essas coisas.

— Não vai acontecer mais isso, tchau. — falei e entrei no banheiro, escondendo-me dele.

— Que babaca. — arfou num muxoxo. Continuei escondida. — Char?

Ele estava tentando me seduzir. Desgraçado. E com aquela voz que dá vontade de você ir naquela pessoa e abraçar ela, dizer para que por favor, mostre como fez a noite passada. CHARLIZE, se controle, você o odeia.

— O que você quer?

— Que você me desculpe por ter ido lá e ocasionar toda essa bagunça.

— A culpa também é minha. — falei colocando o fone de ouvido e escolhendo alguma música que acalmasse meus nervos. “I see fire – Ed Sheeran”.

Ele bateu com os dedos na porta e me olhou mordendo os lábios. Suspirei. Eu realmente o odiava e talvez fosse por isso ele estava me atraindo. Engoli seco. Minha cabeça ainda doía. Olhei para o chão. Ele se aproximou e depois, mais ainda, tanto que senti sua respiração na minha testa. Olhei para cima, meus olhos encontraram o dele. Coloquei as mãos no pescoço dele e fiquei de ponta de pé, mordi o lábio debaixo. Ele puxou minhas pernas e ficou segurando-as na cintura. Encostei meu tronco no dele e o beijei. O fone saiu do celular e começou a tocar The A Team. Parecíamos um casal apaixonado. Ele estava com uma mão nas minhas costas e outra na minha coxa. Ainda estávamos nos beijando.

— Cadê minha Char? — ouvi alguém gritar. A voz mais familiar impossível. Era Duda, que tinha acabado de chegar de Londres. Como eu queria a ver, queria poder perguntar como foi a viagem, olhar todas as fotos, todos os presentes, pedir conselhos, ela era a melhor em me dar conselhos e em me conhecer sem que eu precisasse dizer nada, era como uma irmã. Mas, espera Duda, estou em um momento que não pode ser interrompido.

Desci minha perna e ele olhou para mim, respirou e colocou uma mecha do meu cabelo para trás.

— Agora vamos voltar a nos odiar. — disse. Assenti sem ar.

Ele saiu do banheiro e depois do quarto, deixando a porta aberta. Duda apareceu no meu quarto, pulando e se jogou nos meus braços.

— Eu vim porque soube que faziam oito dias que estava presa no quarto e não queria sair. — ela riu. — Vamos conversar, preciso lhe contar muitas coisas. Eu passei na casa da sua mãe antes de vim, ela está de namorado novo. Quem é aquela com cara de puta na sala?

— Calma! Deixe eu me recuperar. Eu transei com o Friedrich.

Ela parou por cinqüenta segundos, sem falar nada e depois deu um riso forçado.

— Com camisinha?

— MERDA! — gritei mais alto.


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