Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 56
Senhora de seu próprio destino


Notas iniciais do capítulo

POV Narrador
4 dias depois....



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Isabella dava as mãos para as duas filhas no alto da escada da casa grande enquanto olhava seu sogro entrar na diligência e partir. Havia visto o dia amanhecer, pensando em tudo que lhe acontecera na vida desde anos mais remotos até o dia de hoje, mas não se sentia cansada, ao contrário. Uma força começava a se instalar em suas veias, fazendo seu sangue borbulhar e sua mente trabalhar.

Pensou que em vários momentos precisou ser salva por alguém. Agora ela sentia que precisava salvar a si mesma. Foi novamente para o quarto das meninas e ficou observando enquanto elas brincavam. Quase dois anos de diferença de idade, mas ela sentia que as duas seriam muito amigas.

Pegou papel e pena e enquanto suas filhas brincavam com suas bonecas no chão, ela começou a escrever. A princípio, seria algo como uma relação de todos os momentos felizes que ela se lembrava, depois as palavras começaram a tomar força e inspiração. Quando deu por si, Isabella estava escrevendo cartas. Cartas de despedida.

─ Sinhá? – Alice perguntou da porta.

Isabella virou os papeis de costas.

─ Sim, Alice. Entre.

─ Vim trazer o mingau de aveia das meninas.

─ Muito obrigada. – agradeceu.

Alice sentou-se no chão para dar o mingau à Milla enquanto Renesmee pegou da colher e já mostrava como era independente, comendo sozinha.

─ Elas estão crescendo rápido. – Isabella falou nostálgica.

─ Se estão! – Alice enfiava uma colher na boca de Milla.

─ Elas vão sentir sua falta. – Alice franziu o cenho com a afirmativa de Isabella. – Quando te casares. – emendou e sorriu.

─ Ah! Mas eu não vou deixar elas não. Vou vim todos os dias pra ficar com elas. É só a sinhá deixar.

Isabella estreitou os olhos.

─ Alice, o quanto ama essas meninas?

─ Daria minha própria vida por elas, sinhá! Por que a pergunta? – Alice era esperta, Isabella não lhe contara nada sobre sua ida a casa de Edward ontem à noite, ficou muda na mesa do café da manhã, até seu sogro estranhou e agora vinha com essas falas.

─ Por nada. – Isabella suspirou e se recostou na cadeira cruzando os braços. – É bom saber que a gente tem alguém em que confiar a segurança das pessoas que mais amamos no mundo.

─ A sinhá... quer falar sobre...

─ Não. – as duas olharam para a porta. – Agora não.

Os escravos da casa, estavam estranhando o novo comportamento de sua senhora, calada, pensativa, melancólica. Só abria sorrisos na presença das filhas. Mike não dava atenção a ela, mas a procurava toda noite, como que para marcar território ou simplesmente para lhe trazer desgosto mesmo.

Isabella aturava ser penetrada por ele sem o menor cuidado, a respiração em seu ouvido querendo lhe dizer coisas que ela não queria ouvir. As lágrimas haviam secado, fechava os olhos e tentava imaginar algo que tirasse sua alma dali e só deixasse seu corpo, inerte. Na maioria das vezes ela se imaginava no lago, se afogando.

Um dia, arrumando seus armários, encontrou um pedaço de papel que escondia de si mesma, um desenho que Edward lhe fizera dela mesma e numa brincadeira, no lugar do sorriso ele moldara um arco-íris. *“Mon arc personnelle ... Pour la femme qui a apporté la vie à mes jours nuageux. Je t'aime aujourd'hui et éternellement. Bien à vous, Rochester”. Ela leu a escrita em francês e de súbito foi tomada por uma excitação sem igual.

Uma quentura lhe subiu pelas pernas, ela esfregou o pescoço, havia começado a suar. Mordeu os lábios e escondeu de volta o papel. Sabia que Mike havia ido a corte a negócios e foi para seu quarto de banho. Ela mesma quis preparar sua banheira, carregou os baldes de água quente e pôs loções aromáticas que espumavam sobre a água. Foi temperando a água com água fria e quando estava na temperatura desejada, tirou toda sua roupa e entrou relaxadamente na água.

Mike entrou minutos depois que Isabella tinha entrado na banheira e quando se deu conta do que ela estava fazendo ficou enfurecido.

─ Uma meretriz! É isto que tenho dentro de minha própria casa? – falou aos berros.

Isabella tomou um susto, mas não teve tempo de se recompor, Mike pegou-a pelo braço a tirando da banheira quase que arrastada. Foi puxando ela pelo braço sem se importar se algum escravo poderia ver. Quando chegou em seu aposento, jogou Isabella no chão e lhe deu um tapa no rosto.

Ela juntou forças e ficou de pé o encarando.

─ Bata! Bata com vontade! – ele ergueu a mão aberta para ela. – Mas lhe darei um bom motivo para isso agora. – ele ficou com a mão parada no ar. – Saiba que em nada diferencio-me das prostitutas com que ficas por aí! – ele arregalou os olhos. – Está vendo esta cicatriz? – ela mostrou a parte interna de seu cotovelo. – Esta cicatriz foi concebida na primeira noite em que me deitei com o senhor meu marido! O sangue no colchão, sim era meu, mas não vinha de onde imaginaste! O sangue da minha pureza fora vertido aos meus 15 anos dentro de um bordel de segunda categoria em Paris.

Mike fechou a mão em punho e lhe proferiu um soco. Isabella caiu no chão novamente. Sentiu sua boca arder. Passou os dedos no rosto e olhou o sangue. Não se importaria se Mike lhe tirasse a vida agora, afinal, já estava morta há muito tempo.

─ O que dizes eu já desconfiava. – ele estava bufando. – Pois agora que confessaste, tirarei todo e qualquer vintém de seu nome. Não terás mais nada de mim. Comerá apenas o que eu permitir e torça para que suas vestes sejam de boa fazenda, pois não a vestirei mais, apenas quando eu desejar. – ele queria perguntar sobre a paternidade de Renesmee, mas ele próprio temia o que poderia fazer se ela dissesse que ele não era o pai. – Não ficarás mais sozinha com as meninas, uma mãe dessa estirpe é melhor que mantenha distância. E não me dirija mais a palavra, a não ser quando solicitada. – ele abaixou-se e segurou o queixo dela com a ponta dos dedos, não queria se sujar de sangue. – Agradeça aos céus por eu ter vergonha que outros saibam com quem me casei, tu bem sabes que poderia jogá-la na sarjeta para que fosses apedrejada e ganhar a vida como uma prostituta suja de rua, ganhando o desprezo de todos, inclusive de suas filhas. – Agora se vista e nunca mais ouse ficar nua nesta casa, sem a minha permissão. Irás se lavar, sempre, com suas roupas de banho. – ele se levantou e a olhou com desprezo. – Ouviste-me Isabella?

Ela baixou o olhar.

─ Responda!

─ Sim.

─ É assim que respondes ao seu senhor, insolente? – gritou com raiva.

─ Sim, eu ouvi senhor meu. – terminou de falar e olhou para ele.

Mike cuspiu no chão próximo a ela e saiu batendo a porta atrás de si.

Isabella se encolheu abraçando as pernas, mas não chorou. Estava aliviada. A imagem de pai Billy lhe veio à mente, ela queria que ele estivesse vivo para poder lhe dizer alguma palavra que lhe consolasse. Ela ainda se lembrava das palavras do dia em que o encontrou. E pensou: Não tenho mais o corpo frágil e delicado, pai Billy. E dessa vez o poço está tão fundo que não consigo nem ver a luz do sol. Mas de uma coisa sei, não preciso que alguém me salve, desta vez serei heroína da minha própria história. – pensou.


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Notas finais do capítulo

Tradução: "Meu arco-íris pessoal ... Para a mulher que trouxe vida a meus dias nublados. Eu te amo hoje e sempre. Com amor, Rochester "



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