Quebrando as correntes do destino escrita por Jose twilightnmecbd


Capítulo 22
O tronco


Notas iniciais do capítulo

POV - Edward



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Edward

Empurro minha porta e antes mesmo de vê-la sinto seu cheiro. Madeira e frutas amarelas. Entro no quarto e lá está ela, com meu sorriso de arco-íris, lindamente nua, deitada na minha cama, lendo um livro. Parece uma obra de arte. Eu a desenhara numa pose parecida noutro dia. Ela me dava água na boca.

─ Gostou da surpresa? – pergunta depois que a beijo.

─ Como sempre... maravilhosa..

─ A surpresa ou eu? – pergunta divertida.

─ As duas. – beijo-a novamente.

─ Onde esteve? Fiquei preocupada.

Provavelmente ela deve ter procurado por mim durante a tarde. Não quero dar explicações. Ainda não decidi o que fazer conosco. Afrouxo a gravata e saio de cima da cama.

─ Estive na companhia de alguns amigos que fiz na corte. A proposito, soube noticias de que seu pai já está para chegar. – ela me avalia. Coloco água na caneca e olho para ela enquanto bebo. Estreito os olhos. Há alguma coisa. – O que há? – ela prende o lábio e tenta não rir. – Vamos, Isabella, o que há? – pergunto rindo, coloco a caneca na mesa e vou até ela.

─ Não brigues comigo, mas... – ela olha para o lado e só então noto que a fivela de meu baú está solta. Passo a mão no cabelo e espero ouvir o que ela tem a dizer primeiro. – O que são aquelas coisas?

─ Que coisas?

─ Não se faças de desentendido, Edward. – ela se levanta e escancara a tampa do baú. – Isso! – ela levanta umas correntes com punhos de ferro. – E isso! – Ela puxa de dentro do baú uma chibata de couro. – Se tu fosses um feitor eu até entenderia, mas... não é.

─ São coisas... minhas. Ora, Isabella! – tento retirar de suas mãos, mas ela se afasta colocando as mãos nas costas. Poderia usar de força com ela, mas não quero fazer isso.

─ Isso, são correntes e... e... – ela levanta as mãos e analisa os objetos. – são utensílios de castigo!

Por um momento tenho vontade de rir.

─ Depende do ângulo em que se vê as coisas... para mim são ferramentas de prazer. – falo e espero sua reação.

Isabella parece absorver o que acabara de ouvir e então um lampejo de reconhecimento passa por seus olhos. Ela olha e se vira para o lado. Está exatamente do lado do tronco que fica no meio do casebre.

─ Você... usa essas coisas para sentir prazer? – pergunta devagar.

Penso em ir até ela, mas ainda não sei de fato o que ela faria. Espero.

─ Na verdade, nunca usei em mim. – olho para o tronco e Isabella, nua, ao lado dele, segurando aquelas coisas. Sinto uma excitação crescer dentro de mim. Preciso me controlar, ela é uma flor não uma batata, lembre-se! Fecho os olhos para me concentrar e quando os abro, nada mudou. – Uso... Usava nelas. – estou sem jeito para falar sobre isso.

Durante toda essa semana, Isabella só extraiu o meu melhor, eu sou uma pessoa melhor com ela, aprendi a fazer amor e não posso destruir tudo o que ela pacientemente construiu. Todavia também eu ainda não sei exatamente o que lhe acontecera no passado, me magoa o fato dela não querer se abrir para mim, mas eu a respeito. Ela também me respeita, não posso quebrar isso.

─ As escravas aceitavam ser açoitadas por você?

─ Sim. E não escravas.

─ Rosalie também?

Sabia que ela chegaria aí.

─ Rosalie também. Na verdade, Rosalie até... pedia. – vi o queixo de Isabella cair. – Olha, meu amor, esqueça isso. – tomo coragem e vou até ela. Ela dá um passo atrás e põe os objetos atrás das costas de novo. Suspiro quase impaciente. Não quero brigar.

─ Como... funciona isso? – ela olha de esguelha para o tronco.

─ Tu viste o prego. É só passar a corrente e...

─ Não! – ela sacode a cabeça de olhos fechados. – Como isso acontece? Vocês são escravos, desculpe dizer assim, mas o tronco não seria o lugar menos prazeroso para vocês? O tronco não representa dor e humilhação?

Olho para ela e vejo que está de fato tentando entender como aquilo é possível. Não há outra maneira de explicar. Então começo:

Quando eu era molecote, ainda no Engenho, dormi no meio do feno e acordei com o barulho da chibata. Estava escuro e assustado, me escondi. Mas, de onde eu estava, fiquei bem de frente para o tronco e via o rosto da negra que apanhava. E também do feitor. Feitor Demetri. Ele era um feitor que as escravas adoravam, era bem apessoado e bom para elas. Só para elas, para os homens ele era o cão. Então nessa noite eu vi a expressão de prazer daquela mulher, e foi ali, que eu me toquei pela primeira vez. Quando percebi que ele sabia como bater, e batia e depois passava uma estopa umedecida e a tocava. Enfim, não sinto orgulho disso, mas sim, sinto prazer em causar dor. Porém sei que causo uma dor suportável e além do mais, o prazer que vem depois supera qualquer dor. Nunca machuquei a ponto de sair sangue, Deus me livre, mas... já quase. Fui aprendendo a moderar minha força e as escravas que me deitei depois, me ensinavam onde e como bater. Mas era algo de dentro de mim, eu já sabia exatamente como fazer. Uma vez uma escrava brincou dizendo que eu devia ter nascido feitor ao invés de escravo. “

─ E então, quando madrinha me deixou ficar com esse casebre, a primeira coisa que fiz foi colocar esse tronco aí. Já ouviu dizer que “Não há sensação mais intensa e ativa que a dor; as suas impressões são inconfundíveis”? – cito e espero.

─ Marquês de Sade. – ela fala em tom baixo. Os olhos perdidos em mim. Sim, ela provavelmente já leu algum de seus livros.

Isabella desencosta do tronco e vem na minha direção.

─ Quero saber como é. – ela estica a corrente e a chibata para mim.

Arregalo os olhos.

─ Não, não, nem pensar! – ela recua as mãos e volta para perto do tronco.

─ Deixe-me só saber como é a sensação... por favor?

Não consigo entender o que ela quer dizer. Ela arfa, se vira e ela mesma abre a argola do pregão preso no alto do tronco, enfia a corrente pelo meio e vejo quando ela coloca uma mão dentro da pulseira de ferro.

─ Espere! – corro até ela e paro sua mão. – Não posso fazer isso.

─ Edward, não vamos fazer nada, está bem? Só quero ver como é. – ela me olha e não consigo decifrar nada em seu rosto.

─ Está bem, então. – falo afinal. Deve ser apenas uma curiosidade de sinhazinha. – Aqui. – pego a outra pulseira e passo ajeitando em seu pulso. Afasto-me para olhar e perco o ar.

Isabella está nas pontas dos pés, com as mãos presas acima da cabeça penduradas pelos pulsos da corrente. O cabelo cai como um véu negro nas suas costas. E ela está sorrindo. Meu arco-íris pessoal. Ver Isabella naquela posição, daquele jeito, me deixa enlouquecido por dentro. Automaticamente minha excitação cresce e minha respiração fica irregular. Não posso fazer isso.

─ Ei! – ela reclama e puxa a corrente com os braços para o lado, quando tento tirá-la de lá.

─ Isabella, eu disse... não posso fazer isso com você.

─ Não irás me machucar, Edward. Eu sei.

Passo a mão no cabelo, na nuca, estou começando a suar.

─ Isabella... – começo a falar com o rosto bem próximo ao dela. Ela avança e me beija.

─ Sei que consegues. – fala ainda com os lábios nos meus.

─ Por quê? – minha voz está rouca e sei que meu olhar deve estar sombrio, pois ela estreita os olhos.

─ Por que eu sou sua salvação, lembra? Sou seu arco-íris, seu rouxinol...

─ Tu és meu universo.

─ Então, quero girar em torno de você. Quero ser tudo... Se não conseguir, tudo bem. Mas quero que pelo menos tente. – lá estava ela me desafiando de novo.

Pego a chibata e olho para as tiras de couro. Isso vai machuca-la. Arranco mais da metade num puxão só.

─ Está bem, se a senhorita quer tentar, vamos fazer do meu jeito. – ela me olha em expectativa. – Para que isso de alguma forma dê certo, precisas confiar em mim, sobre todas as coisas, se eu vir uma única menção de medo em seus olhos eu a arranco daí com tronco e tudo, estás me ouvindo? – ela assente fervorosamente – E nem adianta usar de fingimento, por que eu saberei se estás com medo. – Coço a cabeça. – Veja. – mostro a ponta da chibata para ela e estico as tiras de couro. Ela enruga a testa, obviamente notou que eu arrancara algumas tiras. – Preste atenção. Isso não vai machucar, mas pode arder um pouco e... deixar marcar avermelhadas. – olho para seu rosto de menina-mulher-que-adora-desafios. – Quer mesmo fazer isso? Eu não preciso...

─ Eu preciso.

─ Está bem.

Puxo seu cabelo para frente e coloco no vão entre seus braços. Passo a mão pelas costas dela e ela se arrepia. Eu me excito. Vou para trás dela e me afasto. Não consigo ver seu rosto por causa do cabelo que coloquei para frente. Peso a chibata na mão e bato. Sem força alguma, como se estivesse alisando suas costas. Melhor assim.

─ O que? Edward! – ela se contorce no tronco. – Bata de verdade!

Aperto a ponte do meu nariz e massageio. Ela quer arrebatar minha sobriedade.

─ Bella... não sabes o que estás a me pedir...

─ Sei. E se não fizeres direito, irei embora e ficarás dias sem me ver! Vamos com isso... Ai! – ela grita quando resolvo bater para valer.

Analiso sua expressão. Nenhuma sombra sequer de medo. Chego mais perto e esfrego onde bati. Seguro um seio dela e massageio o mamilo enquanto isso. Ela geme. Levanto uma sobrancelha. Talvez isso possa funcionar. Afasto-me e dou outra chibatada. Agora enquanto esfrego suas costas, passo a mão em seu sexo. Holy shit! Ela está ficando realmente excitada com isso também. Xingamentos em inglês... acho que posso fazer melhor do que isso. Com ela sei que posso.

Dessa vez dou duas chibatas, uma nas costas e outra na nádega. Esfrego onde bati com uma mão e com a outra, coloco dois dedos dentro dela. Ela está completamente molhada. Subo a mão molhada de seu sexo, passando os dedos por sua barriga e chego em seus seios. Levo os dedos à minha boca e chupo sentindo seu gosto delicioso. Ela sorri. Sua face está rosada, ela começa a suar.

Sigo nesse jogo e conforme minha excitação aumenta, vou tirando a roupa. Já estou nu e meu membro pronto para penetrá-la. Chego perto dela e passo meu membro em sua coxa, ela sente sua pele ficar melada e passa a língua nos lábios.

Não suporto mais. Pego ela por trás segurando seus quadris e puxo o pregão do tronco, fazendo que suas mãos caiam, mas continuem presas à corrente. Ela apoia a testa no tronco.

─ Diga o que a sinhazinha quer que eu faça, diga!

─ Quero que... me possua...

─ Você já é minha... – falo e entro nela sem cerimônia, ela está totalmente pronta para mim. Ela geme quando me sente dentro dela. Saio e entro de novo, tiro tudo e depois entro até o limite. Ela começa a gemer mais alto. Penso em pegar o mordedor, mas não quero sair dali. Aumento o ritmo das estocadas, está tão gostoso... Ela começa a balbuciar alguma coisa. – O que? Fale mais alto.

E então ela começa a gritar palavrões em francês e a rir, uma risada gostosa e inebriante. Jogo a cabeça para trás e rio também, como ela é gostosa e linda e adorável. Ela se contorce à medida que sua liberação está chegando, já conheço seu corpo, seu jeito, sua forma de prazer.

Merde! – ela grita quando goza forte.

Alcanço minha liberação praticamente ao mesmo tempo. Mas não posso descansar. Saio delicadamente de dentro dela e segurando seus braços, retiro as braçadeiras de ferro. Pego Isabella no colo, ela está mole e relaxada. Coloco com todo cuidado na cama. Arrumo seu cabelo, retirando os fios do seu rosto. Ela tem a face corada e uma expressão feliz. Deito ao seu lado e a abraço com todo meu amor.

─ Conseguimos. – ela fala quase sem voz com a boca no meu peito. Sinto seu sorriso.

─ Sim, meu rouxinol, conseguimos. – levanto seu queixo para que me olhe nos olhos – Nós conseguimos. Juntos, podemos tudo.

─ Eu o amo. – ela diz de relance e uma lágrima brota em meus olhos. – Está chorando? – ela pergunta pegando a lágrima com o dedo.

─ Uma vez me ensinaram que as lágrimas também podem ser de felicidade, lembra?

─ Como iria esquecer? – ela me olha com aquele olhar de que ainda falta alguma coisa.

Respiro fundo e resolvo pôr em palavras o que já é uma verdade intrínseca dentro de mim já há muito tempo.

─ Senhorita Isabella Swan, eu a amo e serei seu escravo para todo sempre.

─ Somos nós dois escravos do mesmo senhor, Edward. “No amor, todos os cumes são tempestuosos...

E recitando mais um trecho do Marquês de Sade, ela se estica e me beija com toda verdade. Ali, com Isabella em meus braços, nada mais importa. Juntos, podemos tudo.


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Notas finais do capítulo

Diário da história: Este capítulo se passa no dia 23/06/1883. Sábado.



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