Where's Santa Claus? escrita por Bernard Okumura


Capítulo 1
Capítulo Único




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“O senhor Noel foi visto pela última vez nos arredores de sua mansão, no Polo Norte, dia 23 de dezembro de 2013. O trenó e as renas foram encontradas no local, no entanto, não existe nenhuma pista do paradeiro dos presentes e do próprio Papai Noel. Todas as autoridades mundiais foram acionadas para a resolução desse mistério.”. O repórter falava na tevê.
Ninguém sabia o que acontecera com Papai Noel, ou como desapareceu. As autoridades estavam ficando malucas, os detetives que estudavam o caso já estavam cansados. Era véspera de Natal, e Noel ainda não havia aparecido.
Todo esse escarcéu começou no dia 23, quando o Papai Noel desapareceu. Agora, o governo de todos os países do mundo, inclusive os mais pobres, prometiam prêmios para quem encontrasse o ícone mundial. Esse, que distribuía presentes a todas as crianças do mundo, não dava sinal de vida desde a manhã do dia 23. Esperava-se que ele aparecesse antes do Natal, caso contrário, o evento seria arruinado.

Dia 23, Dezembro. 09h15min. Paris.

O renomado detetive francês, Bernard, estava em sua casa, quando o telefone tocou.
– Alô, quem fala? – Ele perguntou após atender ao telefone.
– Bernard, precisamos de você aqui no Q.G. Agora. –
Quem falava era um amigo seu, outro detetive.
– Precisam? Pra quê? – Perguntou ele com desânimo, afinal, estava em seu recesso. – Pensei que estivesse em meu dia de folga.
– Sim, está. Mas este é um caso importante. Eu acho que você vai querer me ajudar a resolvê-lo.
– O que aconteceu? – Ele perguntou sem entender nada.
– Não posso falar por telefone. Mas, posso lhe assegurar que é... – Ele fez uma pausa, provavelmente pensando na palavra ideal– Interessante. Compareça o mais rápido que puder.
– Tudo bem, estou indo. – Ele desligou o telefone. Pensou um pouco sobre o que poderia ser. Estava irritado, mas simplesmente não podia deixar um caso “importante” escapar. Talvez se o resolvesse, podia até ter os seus dias de folga prolongados. Deu um sorriso. Seria ótimo um tempo sem estresse. Pegou seu casaco de couro e saiu em seu Cadillac.

Ele não era do tipo de pessoa que gostava de se gabar, mas, tinha dinheiro suficiente para se aposentar. Mesmo tendo apenas 33 anos.
Ele estudara em uma faculdade muito boa, na Inglaterra, e sempre que tinha chances, como um dia de folga - o que não era o caso – voltava para ver seus antigos professores. Era considerado um bom detetive, respeitado por todos da sua área, inclusive os mais experientes. Pois resolvera os maiores mistérios do século XXI. Chegando ao Q.G, ficou impressionado com o tanto de pessoas que trabalhavam ali. Sabia que tinha muitos, mas nunca vira tantos detetives famosos em um só lugar, e nunca pensara em ver. Detetives são extremamente inteligentes – Sherlock que o diga – porém, não podiam se dar ao luxo de confraternizar entre si. Poderiam ser pegos de surpresa por terroristas, ou qualquer outro que quisesse acabar com eles. Eram detetives, afinal, resolviam crimes. Ver todos juntos era um prato cheio para qualquer chefe da máfia, pois poderia matar todos de uma vez.
Bernard entrou no Q.G e se dirigiu a sala de reuniões, que apesar de estar com a porta fechada, aparentava estar cheia. Apesar disso, eles com certeza tinham deixado uma cadeira para ele.

Entrou na sala de reuniões e se surpreendeu novamente. Lendas vivas estavam lá, conversando com o líder da Liga dos Detetives da França. A LDF era a maior liga de detetives do mundo, e quase nunca todos eles estavam lá. Como dito anteriormente, não podiam se dar ao luxo de ficar de bobeira em salas num prédio. Geralmente, ficavam só as pessoas que conseguiam os casos, estagiários e o líder dentro do prédio. Mas, agora era diferente, dezenas de detetives famosos estavam lá, com a surpresa estampada no rosto, falando alto com o líder, que respondia com pedidos de calma.
– Bom dia. – Bernard falou, todos olharam para ele, respondendo-lhe com um bom dia. Ele se sentou na cadeira que “guardaram” para ele.
– Ah, ótimo! Bernard chegou. Bem, agora, vou explicar novamente o caso para ele e quem ainda não entendeu: O Papai Noel sumiu.
Todos se entreolharam. Bernard finalmente entendeu a gravidade da situação.

– Como vocês sabem, daqui a dois dias já é Natal, o Papai Noel precisa reaparecer até lá, caso contrário, o Natal será arruinado. Tudo começou hoje de manhã, e como eu tenho certeza de que não viram o noticiário, vou falar como aconteceu. Na véspera de Natal, como é de conhecimento geral, monitoramos o senhor Noel. Ele foi visto rondando a sua mansão durante a noite, e logo depois entrou. Depois de um tempo, ninguém mais o viu. Nem os duendes, nem os Yetis. Já tentamos entrar em contato com os guardiões, mas, nem eles sabem o que aconteceu.
Sim, os guardiões. O que vocês viram naquele filme “A Origem dos Guardiões” é verdade. Mas não são somente as crianças que conseguem vê-los. Todas as pessoas que acreditam neles conseguiam vê-los. Algumas organizações, como o FBI e a CIA mantinham contato com eles, assim como a LDF.

– O que você quer que nós façamos? Ele é o Papai Noel, pode estar em qualquer lugar do mundo. – Falou Louis Chanpoudry, um detetive do sul da França
– Não, Louis, ele não pode estar muito longe. Suponho que esteja em algum lugar da América. Noel sempre falou que os EUA é lindo, e que se pudesse, iria pra lá. – Respondeu o parceiro de Bernard, Jean Louvain. O que tinha ligado para ele
– Tenho certeza disso, Louvain. Então, pelo menos já sabemos por onde começa – Falou um dos agentes que estavam na frente.
– Acho que seria melhor nós nos dividirmos. Uma parte na América, a outra na Europa, ficaremos em duplas. Seria muito mais fácil para todos nós. – Sugeriu Thomas Moreau, um detetive experiente.
– Concordo. Vocês agora sabem um pouco do que aconteceu. Depois, quero que cada um de vocês informe seu parceiro, mais tarde, vejam na lista que eu farei para saberem se foram escalados para a Europa ou a América, e em qual estado e cidade – Com isso, o líder encerrou a reunião e todos saíram.

Dia 23, 15h32min. Paris
Todos os agentes já haviam informado seu respectivo parceiro, eventualmente, já sabiam para onde iriam. Bernard iria para Manhattan, com a parceria de Jean, seu amigo desde que eram pequenos.
Dia 23, 17h30min. Algum lugar sobre a Europa
Bernard e Jean já haviam arrumado suas coisas e pego o voo para Manhattan, que duraria aproximadamente 7, portanto iriam dormir para trabalhar durante todo o dia 24. Precisavam garantir que o Natal não fosse arruinado. Durante o voo, antes de conseguirem dormir, algumas pessoas falavam sobre o Papai Noel, sobre como ele poderia ter desaparecido e por qual razão:
– Acho que ele já estava cansado de dar presentes para tanta gente. São sete bilhões de pessoas no mundo. Uma hora ele ia cansar. – Falou uma senhora próxima.
– Não sei, ele deve ter tirado uma espécie de férias. Também acho que foi por cansaço, já que passa o ano todo construindo brinquedos. Mas não sei se fazer isso é correto. Acho meio egoísta da parte dele querer se beneficiar quando vai deixar milhões de crianças tristes – respondeu a mulher que acompanhava a senhora.
Bernard pensou naquilo. Podia ser verdade. Por mais que ele não acreditasse, isso podia ser uma alternativa. Não pensou muito, apenas fechou os olhos e dormiu imediatamente.

Dia 24, 01h12min. Manhattan
Depois de chegarem a Manhattan, eles foram ao hotel que haviam reservado e deixaram suas coisas no quarto após o check-in. Precisavam descobrir onde o Papai Noel estava o quanto antes.
Procuraram em toda Manhattan, olharam em toda a 5ª Avenida, na estátua da Liberdade, no Central Park. Todos os lugares que acharam que o Noel gostaria de estar. A procura por Papai Noel durara a madrugada, dia e tarde. Sem que percebessem, o céu já havia escurecido. Estava tarde.
Já eram 19h do dia 24, e nada do Papai Noel.
Infelizmente, também não estava no Empire State. Este era o último lugar que procurariam. Já estava tarde, eram quase 23 horas e ainda não haviam achado, nem pista, do Papai Noel. Nenhum dos outros agentes informara para a central que o tinham encontrado. Sendo assim, o Natal estava, perdido.
– É, Jean. Parece que nós não vamos acha-lo mesmo. O Natal será arruinado. – Bernard falou com tristeza.
– Eu não sei Bernard. Esse caso parecia tão promissor. Mas, se ele não está em nenhum lugar que nós já procuramos, e nenhum outro agente o achou ainda, para onde ele foi? – Jean perguntou, e fazendo Bernard pensar.
Os guardiões só desapareciam definitivamente, se as pessoas perdessem a fé neles. Mas isso era gradativamente, não de uma hora para outra. De alguma forma, Bernard sabia onde Noel poderia estar.
– Jean, acho que sei onde devemos procurar! – Ele falou e Jean o olhou com uma sem entender
– Como assim?
– Siga-me. – Bernard andou mais um pouco e chegou até a frente do World Trade Center – Aqui.
– Ahn, o que nós estamos fazendo aqui mesmo? – Jean olhava para seu parceiro como se ele fosse louco – Não sei se ele vai estar ai, não.
– Espera, vou fazer uma coisa. – Eles entraram no prédio e passaram pela recepção. A recepcionista de alguma forma já conhecia Bernard. Ela deu um chaveiro a ele e depois, Bernard abriu uma portinha no fundo, seguiu por um corredor abrindo a uma porta que se localizava no fim do mesmo. Lá dentro tinha uma escada, que por acaso, parecia bem comprida.
Eles subiram. A escada era mesmo bem extensa. Depois de mais ou menos 10 minutos subindo, Bernard parou e andou chegando a frente de uma porta, adentrou-a.
Aquele lugar era lindo. Jean conseguia ver boa parte de Manhattan, com o rio Hudson brilhando ao fundo com a luz do luar. As luzes das casas deixavam o cenário pontilhado de luzinhas amarelas, e mesmo lá em cima ainda era possível ouvir o barulho dos carros. A única diferença era que naquela região o barulho parecia, até mesmo, calmante se comparado com a movimentação da cidade lá em baixo.
Para a surpresa dos dois, Noel, sim, ele estava lá. Sentado na beira do prédio, com o saco de presentes ao seu lado.
– Eu disse que ele estaria aqui.
– Como você sabia que ele estaria ai?
– Eu gosto daqui. Consigo ver todas as crianças que acreditam em mim. – Papai Noel interrompeu a conversa dos dois. Sua voz era calma e relaxante.
– Como assim “consegue ver todas as crianças” – Jean perguntou confuso.
– Não todas as crianças, Jean. Todas as crianças que acreditam. – Papai Noel o corrigiu.
– C-como você sabe o meu nome? Não o disse a você, d-digo, senhor. – Jean estava ainda mais confuso. Ele sabia que os Guardiões existiam, mas nunca os tinha visto.
– Bem, Jean, se você sabe que eu existo então você acredita em mim. – Papai Noel continuava de costas. Mas sua voz ainda era calma e paciente.
– O que o senhor veio fazer aqui? – Bernard perguntou
– Eu? Eu vim aqui olhar a paisagem. Conversar com o Homem da Lua também. Afinal, ele é o único que eu consigo conversar abertamente.
– É véspera de Natal, e já são... – Bernard falou, olhou no relógio – 23h e 34min. O senhor não vai entregar os presentes? Todos vão acordar amanhã e descobrir que não teve Natal.
– Não sei. As crianças de hoje não são mais as mesmas. Estão deixando de acreditar em mim e no resto dos guardiões. Tooth é a que mais sofre com isso. Muitas crianças estão deixando de acreditar nela, pois alguns pais descrentes contam que nós não existimos, e que é bobeira deixar dentes em baixo do travesseiro. Dizem que vai atrair formigas. – Riu. – Acreditam nisso? Formigas!
Bernard e Jean se entreolharam. Ele estaria bem?
– Papai Noel, por favor. Acredito que se o senhor entregar os presentes, pela manhã, as crianças verão que o senhor e os outros existem. Aliás, tive uma ideia.
Bernard contou sua ideia para Jean e Papai Noel, desta forma ele conseguiu convencer o Papai Noel de que ele devia entregar os presentes.
– Ótima ideia, meu jovem! Agora as crianças vão saber que nós existimos! Vamos, vamos! Preciso chegar logo à minha mansão. Já é quase dia 25, precisamos nos apressar. – Papai Noel levantou-se rápido, animadíssimo.

Bernard revirou os olhos. Papai Noel pegou uma esfera transparente de seus bolsos e começou a agitá-la. Só então Bernard e Jean perceberam que a esfera era um globo de neve – mágico, aliás – que se transformava em um portal e logo depois em esfera de novo. Noel costumava usa-lo para se teletransportar para lugares distantes. Polo Norte era um lugar bem longe, ao menos de Nova Iorque. Seu uso seria muito útil.
Assim que Noel parou de agitar a esfera, ele a jogou no ar, e ela se transformou em um portal, que ao fundo mostrava a mansão de Papai Noel.
Papai Noel podia já estar acostumado com a viagem, mas, nenhum dos dois acompanhantes estava. Depois que chegaram ao Polo Norte, sentiram enjoo. Provavelmente, iriam vomitar e dizer que algum Yeti mal-educado fez suas necessidades no lugar errado. Bem, eles iam pedir desculpas, provavelmente.
Quando os Yetis que estavam fora da casa e viram Papai Noel, enlouqueceram. Começaram a pular, acenar e gritar, para que todos que estavam dentro da casa viessem ver seu “pai”
Os duendes também saíram de dentro da casa e começaram a festejar. Era quase Natal. O dia em que Papai Noel ficava mais forte, como a páscoa para o Coelhão, ou a madrugada para Tooth e Sandman.
– Bem, vocês me acharam e vieram comigo. Proponho o seguinte: venham comigo para entregar os presentes e mais tarde deixo vocês no seu, hum, Q.G., combinado?
– Será um prazer! Mas nós precisamos contatar ao Q.G. – Bernard falou e pegou o seu celular. Ligou para a central e pediu para falar com o líder.
– Alô, chefe? Bem, tenho uma boa notícia para o senhor. – Bernard explicou tudo ao seu chefe. Depois disso, ele ouviu o líder gritar “Acharam ele!” e todo o pessoal que estava lá gritou de felicidade.
– Bem, Bernard, você também receberá uma boa noticia quando chega aqui.
– Tudo bem, chefe. Tenho que desligar. Até mais.
Bernard subiu no trenó e assim, ele, Jean e Papai Noel foram entregar os presentes para as crianças do mundo todo.

A boa notícia? Bernard se tornara o líder da LDF. Jean se tornou seu assistente e o Natal fora salvo graças aos seus esforços.
Bem, como o senhor Noel disse, as crianças não acreditam mais nele e nos guardiões. Provavelmente, por causa de seus pais descrentes, que os fizeram acreditar que eles não existem, e que imaginar eles seria estupidez. Se você que está lendo também não acredita, deveria. Afinal, não são todos os dias que se vê um velhinho andando num trenó voador, puxado por renas mágicas. Essa oportunidade é única, e ver ou conversar pessoalmente com um dos Guardiões deve ser uma coisa mágica para qualquer criança. Não destrua os sonhos deles também. Provavelmente, os Guardiões existem e você nem sabe. Talvez até estejam te observando. Se você foi uma boa pessoa esteano, eles acham que você merece uma recompensa, não? Bem, como dito anteriormente, as crianças acreditam neles. Vocês também, deveriam...


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Notas finais do capítulo

Espero que eu fique entre os 10 melhores. É uma divulgação e tanto. Boa sorte pra mim ^^