Aham, é amor escrita por Mark


Capítulo 9
Um domingo que passou rápido...


Notas iniciais do capítulo

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PERCY (Point of View)

Domingo, e eu aqui, acordado às nove e trinta da manhã. Ótimo.

Minha última semana de férias. Ótimo.

Sozinho em casa, de novo. Ótimo.

Com fome e com preguiça de fazer algo pra comer. Ótimo.

E pra completar, bati o pé no rodapé da escada. Ótimo.

Fui até a sala, e sentei no sofá com o celular na mão. Fiquei olhando para página inicial do meu Facebook, esperando alguém falar algo pra me alegrar, mas aí percebi que nenhum dos meus amigos estava on-line. Ótimo.

Deixei o celular jogado no sofá mesmo, levantei e fui até a cozinha. Preguiça, eu sei que você manda hoje, mas eu estou com fome e não tem ninguém aqui pra fazer café da manhã pra mim!

Chegando na cozinha, abri as muitas portas do armário, para procurar algo fácil de preparar. Na real, eu queria mesmo era um saco de alguma coisa pra abrir e comer, sem precisar de esforço, afinal... Hoje é domingo! Domingo é um dia para não ter esforço!

E minha sorte parecia estar melhorando, por que achei um pacote de batatas fritas. Quem precisa de algo melhor pra comer no café do que batata frita?

Acho que era o último. Que droga! Minha mãe viajou e não deixou pacotes de batata frita aqui?! Mas tá de boa, depois vou no mercado e compro mais alguns...

Fechei as portas do armário que estavam abertas, fui até a geladeira pra pegar uma latinha de refrigerante... Depois de longos dois minutos olhando para as latinhas tentando escolher um sabor, fechei os olhos e peguei qualquer uma.

Guaraná. Bom, eu gosto de guaraná.

Fechei a geladeira, peguei o pacote de batatas fritas que estava em cima da mesa, e voltei pra sala, jogando tudo isso na mesa de centro e procurando desesperadamente o controle remoto que gosta de brincar de esconder.

Quando o encontrei, liguei a TV. Bom, até que não foi tão difícil vencer a preguiça e pegar um pacote de batatas fritas, uma latinha de refrigerante, e o controle remoto.

Me joguei de qualquer jeito no sofá por que ainda estava com sono. Acordei muito cedo! Quem acorda de nove horas num domingo, e na última semana de férias?!

Fiquei lá, comendo as batatinhas e tomando refri, enquanto assistia à uma reprise de uma partida qualquer de futebol na televisão.

Minutos depois, meu celular vibrou e vi que ele estava jogado no chão. QUEM JOGOU MEU CELULAR NO CHÃO?

VOCÊ MESMO, SEU ANIMAL! – minha mente não é minha melhor amiga – QUANDO VOCÊ AFASTOU AS ALMOFADAS PARA SE DEITAR, O CELULAR CAIU E VOCÊ NEM SE IMPORTOU!

Ótimo, pelo menos disso eu já sei.

Peguei o celular, e o touch ainda funcionava. Ótimo. Bom, essa deve ser a primeira vez nesta manhã que eu usei a palavra “ótimo” sem sarcasmo... Ótimo (segunda vez).

Era uma mensagem de texto de Andrew. Bom, deixe-me explicar: Andrew é meu melhor amigo. Todo domingo ele me chama pra sair junto com a galera, tipo, pegar uma festa e tal, por que é domingo, e domingo é dia de pegar festa, e tal, e...

A MENSAGEM, ANIMAL! – minha mente não é minha amiga... Não é minha amiga...

“E aí cara, hoje tem festa na casa da Calipso e nós temos que ir. O Jason e a Piper disseram que vão. Talvez o Leo vá... Você também vai né? A Calipso é gostosa!”

Sorri ao ler isso.

“Será que a Sophia vai gostar de saber que você acha a Calipso gostosa?” – respondi a mensagem rapidamente, mandando uma pergunta.

Bem... Deixe-me explicar (de novo): a Sophia é a namorada do Andrew, e ela não vai com a cara da Calipso. Tenho que deixar essa mensagem salva aqui, aí eu vou poder usar como chantagem contra o Andrew e...

O celular vibrou de novo, uma nova mensagem.

“Você não pode contar nada pra Sophia!”

“Ah, claro que não vou contar nada cara. Contanto que você faça alguns favores por alguns anos, tá tudo bem.” – respondi. Não demorou e ele também respondeu.

“Não seja mau, Perseu. Vou contar pra Drew que você tá tentando me chantagear!”

Bem... Deixe-me explicar (mais uma vez): a Drew era minha namorada. A gente terminou no começo do mês... Já estamos quase no fim do mês agora! Esse cara ainda lembra dela é?

“Eu e a Drew não temos mais nada.” – não precisei esperar muito pela resposta dessa vez.

“Bom... Não é isso que ela tá falando pra todo mundo.” – O quê?

“O quê?!”

“Ela postou no Facebook que vocês ainda estão saindo. Isso é sério, Perseu? Nem fala pros amigos! Valeu hein, cara!”

Certo, perdi minha fome. Sente-me no sofá pra interpretar tudo isso, já que ainda estava deitado enquanto respondia aquelas mensagens. A Drew é mesmo uma imbecil! A gente terminou no começo do mês, e ela ainda tá com essas ideias?

“Claro que não é sério! A Drew é louca” – respondi.

“Pelo menos, é uma louca gostosa. Por isso que você tava com ela, né cara?” – o Andrew é bem idiota às vezes mesmo, mas ele tem razão. Eu só fiquei com ela mesmo por que ela é bonita e tals, eu nem gosto dela de verdade. Não como eu gosto de uma certa garota loira de olhos cinzentos e...

Esse com certeza foi meu maior erro dessa manhã: lembrar dela.

Lá estava eu, sentando no sofá olhando para o nada, lembrando do sorriso dela. Parece idiota, mas é difícil sair desse transe. Ela nem tá aqui! É incrível! Só preciso lembrar dela e... Como ela é linda!

“Responda, seu fdp...” – Andrew mandou outra mensagem de texto, só aí que eu consegui me livrar daqueles pensamentos por um instante...

“É, você tem razão, só tava com ela por causa disso mesmo... E você é o fdp da história.” – respondi.

“Tá, tá. Fala logo, você vai com a gente ou não pra festa da Calipso?”.

“Claro que vou. Na casa dela, que horas?”.

“Às 20h.”.

“Beleza. Até depois cara.”

“Até.”.

Levantei do sofá e olhei para o relógio da parede. Nove e quarenta e dois. Ainda tenho que falar com a louca da Drew pra saber o motivo dela tá por aí falando que a gente ainda tá junto... Louca!

Ah, que droga. Eu ainda podia estar dormindo...

*****

ANNABETH (Point of View)

Depois que eu consegui me livrar daqueles pensamentos que tive há pouco tempo, fui até meu quarto, tomei um banho relaxante e me vesti. Naquele momento eram nove e quarenta e cinco da manhã, só que alguém tinha que avisar pro domingo passar mais devagar...

As coisas ainda não estavam muito organizadas por causa da mudança, mas quase tudo já estava em seu lugar. Fui até a cozinha e preparei algo para comer. Pensei em Percy. Será que ele já comeu alguma coisa? Ou será que ele está lá, abandonado e jogado no sofá com fome?

Ah, ele deve ser responsável. Com certeza preparou algo e comeu.

Mas continuando... Comi uma omelete, e fui até a sala de estar para ver TV... Eu sei, esse domingo não está muito divertido... Mas está passando muito rápido!

Chegando na sala, sentei-me no sofá e liguei a TV. E parecia que um filme de romance iria começar agora. Mas eu não prestei atenção no filme.

Apenas lembrei do momento que acordei e estava abraçada em cima de Percy. O que será que é isso que eu sinto quando fico perto dele? Será que é... Não. Annabeth, você já sofreu muito. Não pode se apaixonar por um garoto só por que ele é bonito. Depois se arrepende e sofre mais ainda.

Estava imersa nesses pensamentos, que nem percebi que havia me deitado no sofá, e pouco depois adormeci.

Quando acordei, olhei para o relógio da parede e... Nossa! Cinco e quinze da tarde! Nossa! Eu falei que o domingo estava passando muito rápido!

Levantei rapidamente. E não pense que só por que adormeci deixei de pensar nele, muito pelo contrário. Pensei por mais alguns instantes, tentando sair daquele transe. E consegui. Pensei no meu pai e na minha mãe, que deviam estar voltando no próximo final de semana. Lembrei que esta era minha última semana de férias... Ótimo! Pode parecer estranho, mas eu amo estudar. Ao menos eu devo conhecer pessoas novas e não ficar nesse total tédio que serão meus dias aqui, sozinha.

Voltei para o sofá e sentei novamente, até que escuto uma gritaria vinda da casa da frente. Mas a casa da frente... É a casa de Percy!

Assustei-me. Saí de casa e olhei em direção à casa dele, mas não havia ninguém na frente dela. Atravessei a rua e fui até lá ver o que estava acontecendo. A porta estava aberta. Eu resolvi entrar.

Quando entrei, percebi que havia me preocupado por nada. Lá estava Percy, com uma camisa tricolor, certamente de um clube de futebol, com uma bandeira no ombro em preto, branco e vermelho, como a camisa.

– É GOL CARALHO! – Percy gritou – GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL!

Suspirei e tomei fôlego.

– VOCÊ ESTÁ LOUCO!? – gritei, e pareceu ter soado bem alto, por que ele olhou para mim rapidamente – EU PENSEI QUE TINHA ACONTECIDO ALGUMA COISA COM VOCÊ!

Eu acho que ele perdeu a graça. Ficou até assustado por eu ter gritado daquele jeito.

ANNABETH, VOCÊ DEIXOU O GAROTO TRISTE, E ELE ESTAVA FELIZ POR CAUSA DO GOL! – minha consciência dizia.

– Bom, desculpa, é que... – ele tentou se desculpar.

Suspirei novamente.

– Eu também peço desculpas. Não devia ter gritado desse jeito. – falei, sem olhar para ele – Futebol?

– Bem, sim. – ele disse, sentando no sofá – Eu gosto de futebol.

– Hum. Mas isso não é futebol americano. – notei ao me aproximar da TV, indo até o sofá.

– Não, isso é futebol mesmo. – Percy falou.

– Que time...

Santa Cruz. – ele respondeu sem que eu terminasse de perguntar.

– Hum. – fiquei um pouco confusa – Não lembro de ter um time de futebol chamado Santa Cruz nos Estados Unidos...

– Não é dos Estados Unidos. – Percy falou, vidrado na TV – É um clube de futebol do Brasil.

– Ah. Então você torce para um time de futebol do Brasil? – é óbvio, mas perguntei. Acho que não quis deixar a conversa acabar, e corei ao pensar nisso. Mas ele estava prestando tanta atenção na TV que nem notou. Que bom.

– Sim. – ele falou – Eu já morei no Brasil. E o Santa Cruz é a minha vida.

– Você já morou no Brasil? – perguntei surpresa. Sempre quis conhecer o Brasil. Ele apenas assentiu. - Que legal! Mas... Estamos nos Estados Unidos. Como você está assistindo e...

– Pay-per-view. – ele disse, sem deixar eu terminar a frase, novamente. Eu não gosto disso, Perseu.

– Ah. – falei – Bom, já que está tudo bem... Eu vou pra casa. E tenta não gritar de novo!

– Tudo bem... – ele disse, e nem pareceu prestar atenção no que eu disse.

– Sua família só vai voltar no próximo final de semana. – falei.

– Tudo bem...

– Você é um idiota... – falei, já segurando um sorriso.

– Tudo bem...

– O Santa Cruz não é um time muito bom... – falei, sorrindo de vez agora.

– Tudo... – ele pareceu ter ouvido dessa vez o que eu falei, e olhou para mim – O quê? Claro que é!

Comecei a sorrir, ele pareceu não ter entendido.

– Até depois. – falei, ele não disse nada, apenas franziu o cenho.

– Até. – por fim, ele respondeu, e saí da casa dele, voltando para minha casa.

Pelo menos ele está bem...


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Notas finais do capítulo

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