Aham, é amor escrita por Mark


Capítulo 15
O dia seguinte




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/461362/chapter/15

PERCY (Point of View)

Eu ainda não consigo acreditar... Será que tudo isso foi apenas um sonho? Não, isso aconteceu mesmo. Chegamos à mansão da Calipso, eu quase a beijo, fomos até o quiosque onde meus amigos estavam, conversamos descontraidamente, depois eu levei-a de volta para casa, aconteceu uma troca de olhares e uma conversa em frente à casa dela, e então, nós nos beijamos.

Sim, isso realmente aconteceu. Mas eu ainda não consigo acreditar. Eu beijei a Annabeth. Isso mesmo, eu beijei minha vizinha nova, a Annabeth! Será que ela gosta de mim? Deve gostar né, afinal uma garota como a Annabeth não sai beijando qualquer um por aí...

PRA TUDO TEM A PRIMEIRA VEZ. – não ouse pensar assim da Annabeth, cérebro idiota...

Bom, de uma coisa eu sei, eu estou perdidamente apaixonado pela garota de cabelos loiros e olhos cinzentos que mora em frente à minha casa. E talvez ela também goste de mim. Isso é bom.

Esta noite foi incrível. E nem transamos ou algo do tipo. Apenas um beijo da Annabeth me fez sentir assim. Agora eu estou deitado na minha cama, em meu quarto, na minha casa, no condomínio onde moro com meus pais há algum tempo, em Nova York, nos Estados Unidos, que fica na América do Norte, pensando nos instantes que antecederam esse momento.

Agora são 00h15, e aqui estou eu, com um sorriso bobo estampado no rosto, sem sono e nem vontade de dormir. Já que não tinha nada pra fazer, decidi tomar um banho, por que na falta do que fazer, tome banho... Tá, talvez eu já tenha dito isso aqui antes.

Depois de ficar uns quinze minutos em baixo do chuveiro, eu desliguei a água e me enxuguei, já que dessa vez eu lembrei de levar uma toalha junto comigo pra não molhar todo o chão do quarto, como fiz mais cedo.

Ao sair do banheiro, fui até o guarda-roupas, peguei uma boxer, um calção verde escuro leve e uma camiseta qualquer, por que hoje já é segunda e eu não tenho nada pra fazer além de ficar o dia todo curtindo uma boa música na piscina, e claro, na expectativa de encontrar alguma coisa pra fazer junto da Annabeth.

Depois de me vestir, sentei-me na cama. Não pude deixar de me questionar, novamente, se eu estava sonhando ou não. Mas é claro que eu não estava. Já tive esse mesmo pensamento antes, ora.

Vi que meu notebook estava jogado na cabeceira da cama, e decidi pegá-lo pra ver o que está acontecendo nos Estados Unidos e no mundo, por meio da minha conta no Facebook, que não tem lá as fontes mais confiáveis de informação.

Ao acessar o site, notei que não tinha muitos amigos online. Apenas o Leo, um amigo meu que não estava na festa da Calipso ontem (por que hoje já é hoje, hahaha), a Hazel, o Frank (o que significa que os pombinhos também já deixaram a festa da Calipso), a Samara (uma colega minha do colégio, apenas) e a Annabeth.

Sério, meu coração acelerou quando eu vi o nome dela na barra de bate papo. Mas por que será que a minha garota está à uma hora dessas numa rede social?

PRIMEIRO, ELA NÃO É A SUA GAROTA. – certo, certo – SEGUNDO, ELA PODE FAZER O QUE BEM ENTENDER. – entendi, entendi – E TERCEIRO, A CONTA É DELA, ELA ACESSA A HORA QUE QUISER. – tudo bem, tudo bem.

Agora que meu cérebro explicou o porquê da Annabeth poder usar o Facebook de madrugada, eu posso continuar a pensar em algo pra fazer... E bem, essa tarefa não é nada fácil.

Fiquei mais uns minutos ali olhando pra tela do meu computador, esperando pra ver se elamandava uma mensagem no bate papo, ou me marcava em alguma foto, ou curtia alguma das minhas postagens, ou qualquer outra coisa que ela fizesse e que me envolvesse, quando de repente o círculo verde ao lado do nome da Annabeth desaparece me deixando com cara de idiota, ainda olhando para o PC. Ela ficou off-line...

Certo, ela não veio falar comigo. Talvez ela já esteja cansada de mim, e nem começamos a namorar ainda. Ainda, pois isso vai acontecer. Mas por momento, ótimo.

Deixei o notebook jogado na cama mesmo, e decidi descer até a cozinha, por que à essa hora da madruga é legal fazer um lanche e ir pra frente da TV assistir alguma porcaria divertida. E foi isso mesmo que eu fiz.

Quando cheguei na cozinha, esquentei no micro-ondas as fatias da pizza do sábado que sobraram. Ei, não pense que eu não quis gastar dinheiro com outra ou algo do tipo, eu apenas não tive vontade de ligar pra pizzaria do prédio às 00h30 pra pedir uma simples pizza. Talvez nem estivesse mais funcionando à uma hora dessas, não sei.

Deixando isso de lado, quando o micro-ondas sinalizou que as fatias da minha pizza de quatro-queijos, que já não faziam mais alusão ao nome, já estavam quentes, peguei um prato e coloquei-as nele. Fui até a geladeira e peguei uma latinha de Coca-Cola. Depois de me certificar que já tinha tudo o que precisava, levei meus petiscos até a mesa de centro da sala e coloquei tudo lá. Sentei-me no sofá que ficava de frente para TV, e comecei à procurar o controle remoto com avidez.

Depois de algum tempo procurando, eu pensei em ver se ele estava atrás das almofadas do meu sofá. E lá estava ele: o controle remoto que curte esconde-esconde. Liguei a TV e coloquei no canal de esportes, e fiquei assistindo à uma partida qualquer de futebol enquanto comia a pizza e tomava o refri. E eu nem preciso dizer que não prestei atenção na TV, só lembrava do gosto de morango do beijo da Annabeth, e daqueles lábios rosados e macios que aquela linda garota que morava à frente da minha casa possui.

*****

ANNABETH (Point of View)

Será que o que eu fiz foi o certo à se fazer? Será que eu não podia ter ido contra o conselho de Thalia, que dizia que Perseu não era o garoto certo para mim? Será que eu vou me machucar por amor mais uma vez se der uma chance à ele? Eu não sei, eu não sei e eu não sei. Sei apenas que o que fiz já está feito, e não posso mais voltar atrás. O jeito agora é deixar o tempo passar e ver no que isso vai dar.

Nesse momento, eu estava na minha banheira, em meu quarto, aproveitando um longo banho quente. Perdi a noção do tempo, pois desde que me despedi de Perseu, o que deve ter ocorrido há uma hora, estou aqui lembrando dos momentos mágicos que vivi há pouco.

Mesmo ainda com todas essas dúvidas em minha mente, existe algo em Perseu que me transmite confiança e transparência. É difícil acreditar que aquele garoto que mora à frente seja do jeito que Thalia descreveu. Um cara sem sentimentos, que só quer se aproveitar de garotas que não conhecem o seu tipo. Definitivamente, Perseu não era assim. No fundo eu sabia que não.

Depois de vários outros minutos naquele banho, decidi sair da banheira e ir me deitar, afinal com certeza já estava bem tarde. Quando deixei o banheiro, concluí que estava certa. Vi no meu celular, já eram 01h17. Também vi que minha conta do Facebook estava logada, e desconectei, e em seguida coloquei o celular na cabeceira da cama. Enxuguei-me com uma toalha, fui ao meu closet e escolhi roupas comuns, porém bonitas, pois mesmo sabendo que vou ficar o dia inteiro em casa e sozinha, ao menos estarei apresentável para o caso do meu vizinho decidir aparecer por aqui qualquer hora dessas.

Assim que me vesti, deitei em minha cama. Eu tentava dormir, porém não conseguia. Um certo garoto de olhos verdes que mora à frente da minha casa invadiu meus pensamentos, deixando-me impossibilitada de realizar qualquer outra ação que não seja lembrar dele. Lembrar dele e de seus olhos verdes. Fiquei ali, pensando em quão profunda aquela tonalidade de verde é. E então, depois de alguns instantes, eu adormeci. Um sono calmo, bastante tranquilo, e sem sonhos.

*****

Eram mais ou menos umas duas da tarde daquela segunda-feira quando algo realmente interessante aconteceu. Eu estava na cozinha, lavando algumas louças e panelas que ficaram sujas após o almoço solitário que tive há pouco tempo. Mas então, eu ouvi a campainha tocar.

Lavei minhas mãos e enxuguei-as. Deixei a cozinha e dirigi-me à porta frontal da casa, e quando abro a porta, meu coração acelera.

Lá estava ele, Perseu e seus olhos verdes, bem vestido, segurando um buquê de rosas vermelhas com as mãos. Ele apenas sorriu quando me viu. Eu senti minhas bochechas esquentarem ao olhar para o rosto dele. Não me julgue, não é fácil para uma garota como eu olhar para um garoto que beijei há poucas horas. Sei que é tolice, mas eu fico simplesmente... Envergonhada? É, esse deve ser o adjetivo correto para descrever minha situação.

– Boa tarde, princesa. – Perseu falou, sorrindo e me encarando.

– Oi, Perseu. – falei, ainda um pouco corada.

– Ah Annabeth, não me chama de Perseu, por favor! – ele disse, fingindo uma cara de irritação. Ah, Perseu... Você é um péssimo ator.

– Você é um péssimo ator. – falei, sorrindo. Ele logo abandonou aquele fingimento e começou à sorrir também.

– Sou é? – perguntou e eu assenti.

Como um garoto desses pode não ter namorada? Mas espera... Droga. Eu me mudei pra cá com a minha família no sábado, e nem conheço meu novo vizinho direito. E não sei se ele tem namorada. Aquela hipótese fez meu coração bater mais rapidamente, e senti um aperto naquele órgão tão importante. Seriam ciúmes? Será que eu me precipitei demais? Mas será que ele teria coragem de me beijar, mesmo tendo uma namorada? Se ele fosse mesmo do tipo de garoto que Thalia descreveu, com certeza. E eu não gostei nada de ter pensado desse modo.

– E então, essas flores são pra sua namorada? – falei, um pouco ríspida. Como já falei antes, não gostei da ideia.

– Ahn? – ele pareceu ficar meio que confuso. Céus, como você consegue ser tão lerdo assim, Perseu?

– As flores... – falei, apontando para o buquê em sua mão – São pra sua namorada? – ele sorriu.

– Hm, talvez. – Perseu falou, brincalhão. Isso me irritou, confesso.

– Como assim, talvez? – perguntei, já deixando a irritação na minha voz transparecer.

– Se minha namorada for você, as flores são pra ela, sim. – ele disse, e senti meu rosto corar absurdamente.

ANNABETH, SUA CIUMENTA! O GAROTO ESTÁ SENDO TÃO ROMÂNTICO E GENTIL! COMO VOCÊ PODE TER PENSADO UMA COISA DESSAS DELE? – é, você está certo, cérebro.

– Eu queria mesmo falar sobre isso com você... – ele falou, agora um pouco mais sério.

– Ei, Percy... – o interrompi, já imaginando o que poderia vir pela frente – Eu possuo fortes sentimentos ao seu respeito. Mas vamos deixar o tempo passar mais um pouco, tudo bem? As coisas estão acontecendo muito rapidamente, você não acha?

– Annabeth, eu não preciso mais de tempo algum pra poder te dizer. – ele falou, olhando nos meus olhos. Eu estava perdida naquele profundo verde – Eu te amo. Soube disso desde o momento em que te vi pela primeira vez, aqui mesmo nessa porta. Mas se você quer ir devagar, eu entendo. Por você, princesa, eu posso esperar.

– Percy... – falei, absurdamente corada como antes, ou até mais – São as coisas mais lindas que alguém já disse pra mim... Mas, sim. É isso que eu quero, ir devagar. Já sofri muito antes, quero ter certeza de que não vai se repetir.

Realmente, aquelas foram as mais belas palavras dirigidas à mim. Então eu fiz certo em te dar uma chance, Percy...

– Eu prometo... – ele sussurrou em meu ouvido. Nós estávamos muito próximos – Não vou te fazer sofrer. – e voltou à me encarar. Sorri timidamente.

É, Perseu. Eu e você, isso pode dar certo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aham, é amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.