Baby Avengers - Os Bebês Vingadores escrita por Epic Annah


Capítulo 1
Capítulo 1: Introduzindo Anne Hop




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Entrei no elevador assim que este chegou ao térreo,apertando o botão referente à cobertura.

Meu nome é Anne Hop e acabei de chegar de um encontro de Shadowhunters. Meu pai é técnico de laboratório da agência secreta S.H.I.E.L.D. e amigo do Dr. Tony Stark desde os tempos de faculdade. Os dois nunca perderam contato um com o outro, tanto que ele acabou meio que virando membro da nossa família. Sempre o considerei como um tio, desde pequena, e ele sempre se mostrou um grande amigo para mim.

Eu não me considero normal. Aliás, não sou normal nem cientificamente! Poderia ter puxado o azul intenso dos olhos do meu pai ou o cinza misterioso dos da minha mãe, mas uma mutação genética fez com que minhas íris ficassem lilases. Todos dizem que fariam de tudo para ter a cor dos meus olhos, mas acho que o que queriam mesmo é a dádiva da incapacidade de crescer pelos do pescoço para baixo – principalmente as mulheres. Sim, eu sou uma mutante, mas não à ponto de fazer parte da equipe do Wolverine.

Também tenho como bênção, ou maldição, 20% a mais de capacidade auditiva. Por isso são pouquíssimos os lugares tumultuados que gosto de frequentar, mas não quer dizer que eu não ouça um som pesado – influências do Stark.

Como de costume, meu pai deixa eu passar as férias de verão na casa do Tio Stark. Dessa vez será na novíssima Torre Stark, ao invés da mansão. É o meu período favorito do ano – depois vem o Halloween - não porque passarei as férias com um cara super maneiro, mas também porque esse cara é o Homem de Ferro.

Como sei disso? Nunca mantivemos nenhum segredo entre nós, se não eu não saberia do local de trabalho do meu pai.

Apoiei as costas na parede espelhada atrás de mim enquanto o elevador percorria os dez últimos andares da enorme torre. Ouvi meu pai dizer que esses são reservados totalmente para pesquisas científicas – o que bilionários não fazem para realizar seus sonhos?

Os números no indicador de andares mudavam rapidamente. Até agora fiz um trajeto de seis minutos.

Mais dois minutos e o elevador para e suas portas se abrem, dando num pequeno saguão luxuoso. Peguei minhas malas e dirigi-me à única porta de design moderno do outro lado do saguão.

Toquei a campainha na esperança de o Stark me atender pessoalmente, mas J.A.R.V.I.S. – o Sistema Inteligente – foi quem o fez:

– Boa tarde,Srta. Hop. Infelizmente o Dr. Stark está em reunião e não pode atendê-la no momento.

– Deixe-me falar com ele, por favor! – insisti. Reunião? Essa era a primeira vez em que eu chego no meio de uma reunião.

– Só um minuto.

Houve uma pausa. Imaginei a voz de J.A.R.V.I.S. interromper qualquer que fosse o assunto da reunião para avisar o meu tio da minha chegada – se fosse algo realmente importane, ele ficaria irritado e diria a J.A.R.V.I.S. que me mandasse voltar mais tarde, o que não seria possível no momento.

O Sistema Inteligente retornou:

– Não seria de bom tom numa hora dessas, mas a deixarei falar com ele – disse, numa voz levemente exausta. O que estaria acontecendo?

Uma telinha apareceu ao lado esquerdo da campainha, mostrando a imagem do meu tio numa sala de paredes de vidro que davam vista para a cidade. Essa era a vídeo conferência que ele tanto gostava de usar.

– Tio Stark, é a Anne! – acenei para sua imagem na tela.

– J.A.R.V.I.S.! Eu disse que estava ocupado! – disse ele para o nada, irritado – Querida, estamos no meio de um assunto importante e não podemos ser interrompidos agora, ok? Por que não volta mais tarde?

– Não posso ao menos deixar minhas coisas aí? E que assunto é esse?

Prestei mais atenção nas poltronas ocupadas atrás dele. Eu reconhecia a maioria daqueles rostos: agentes Clint Barton e Natasha Romanoff, da S.H.I.E.L.D., e um cara que parecia muito o Capitão América – dizem que encontraram-no congelado no meio do Atlântico. Os outros dois, um de óculos e camisa roxa e um loiro totalmente bombado, já eram novidade para mim.

De repente, antes que meu tio falasse mais alguma coisa, uma ideia me veio em mente como num flash:

– Vocês estão realizando a iniciativa Vingadores?!! Cara,isso é tão maneiro!

– Anne,é sério,volte mais tarde.

– Ah,qual é,tio-

A tela ficou escura e desapareceu.

Como já havia mencionado antes, nunca escondemos um segredo sequer um do outro, nem eu, nem meu pai, nem o Tio Stark. Isso que ocorreu agora pode até ser novidade para mim, mas o que me deixa chateada mesmo é pensar que o meu tio não tem coragem de compartilhar um assunto desses comigo – seja lá o que for.

– J.A.R.V.I.S., deixe-me entrar!

Srta., tem certeza de que deseja interompê-lo numa hora dessas? – sua voz estava apreensiva.

– Absoluta – não foi minha intenção parecer dura ou mandona, mas minha voz saiu decidida.

A porta se abriu com um clique e eu entrei com minhas malas no apartamento, levando uma no ombro e a outra na mão.

Cheguei na sala e todos ainda estavam acomodados em suas poltronas. Notei que, na parede oposta aos presentes, havia uma tela gigante na qual via-se o rosto do Dr. Nick Fury, o cabeça da S.H.I.E.L.D. Todos olhavam na minha direção, seguindo seu olhar.

– Sério mesmo que não posso participar da reunião? – perguntei, tentando parecer o mais casual possível.

Stark virou-se e pareceu surpreso e confuso ao me ver, mudando seu ponto de visão de mim para a entrada, da entrada para mim.

– O que são essas coisas no seu corpo? – perguntou, fazendo uma cara estranha.

Olhei para mim mesma com uma cara um tanto óbvia e respondi, reproduzindo o mesmo efeito:

– Roupas?

– Não, eu quis dizer esses desenhos – ele apontou para os meus braços.

– Ahh! – finalmente entendi – Eu os fiz porque tinha ido a um evento.

Estava num cosplay completo de Caçadora de Sombras – só que com um toque mais Metal, usando calça headbanger, jaqueta de couro com spikes e corset por cima da regata – ,os braços e pescoço cobertos de “runas”.

– Anne, estamos discutindo um assunto sigiloso da S.H.I.E.L.D. – disse Fury – Ninguém mais pode ter conhecimento disso.

– Mas eu sou uma pessoa confiável! Quantas vezes eu não visitei a base da agência com o meu pai e jurei guardar segredo de tudo que vi por lá?

– E? – ele levantou uma sobrancelha.

– Estou cumprindo a promessa até hoje – o que era verdade.

– Deixa que eu me entendo com ela – Tio Stark disse, aproximando-se de mim e colocando as mãos nos meus ombros – Olha, eu acredito que você vai guardar segredo, mas nós só precisamos ficar um pouco sozinhos – e, entre dentes e baixando a voz, acrescentou: - Sabe como é o Fury...

Sei, sim, não precisa me explicar. Fury era um chefe bastante rígido. Nas visitas que eu fazia à base,meu pai sempre dizia Obedeça o Dr. Fury, ele me deu esse emprego e pode muito bem tirá-lo de mim se for o caso.

Olhei meu tio nos olhos por alguns segundos antes de assentir com a cabeça e me submeter às ordens.

– Tudo bem, então – disse.

Stark deu uma batidinha no meu ombro e sorriu de leve, satisfeito.

– Seu quarto fica no andar de cima, no final do corredor.

Levei minhas malas comigo enquanto dirigia-me à escada. Pude sentir os olhos dos outros presentes acompanharem meus passos, com certa curiosidade – acho que o Tio Stark não costuma falar de mim com os outros.

Se privacidade era o que queriam, então privacidade é o que teriam.

Mas não por completo.


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Notas finais do capítulo

Mais sobre a personalidade de Anne Hop será revelado ao longo da história,aguardem :)