Harry Potter - A História de Ellie escrita por Bia


Capítulo 49
Quinto Ano em Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Olha quem apareceu aqui de novo, na maior cara de pau! EUZINHA.

Não tenho mais desculpas, sim a minha vida está corrida, terceirão chegou, e pensar que eu tenho que crescer é horrível, queria ter cinco anos de novo.

Depois do meu pequeno desabafo, vem a minha declaração:
Eu amo essa fic, e eu quero um dia termina-la, eu realmente quero, mas depois de ler esse capitulo ( o qual eu escrevi há muito tempo ) eu decidi que tenho que repensar algumas coisa na história ( não fiquem tão animadas o Sirius vai morrer ), não sei exatamente o que é ainda, mas algo eu tenho que mudar...

VIRAM ANIMAIS FANTÁSTICOS??????? MELHOR FILME DA VIDA. Eddie é um amorzinho, já dizia isso desde os Miseráveis.

Saiu o trailer do homem aranha genteeeee.

Itálicos: Jo

Enjoy xx



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—Harry – Ellie entrou no quarto – Estava te procurando... 

—O que houve Ell? - Harry se aproximou da loira. Mas se afastou ao ouvir um craque, Fred e Jorge haviam aparatado. 

—Sabe, já está ficando sem graça esse negocio de aparatar – Ellie fechou a cara para Jorge – Ainda mais quando você faz isso no meu quarto... 

—Ah qual é - Jorge abraçou Ellie - Eu achei hilário... 

—Hermione não achou – Ellie falou sério, Jorge e Fred riram – Ela estava se vestindo Jorge! 

—Ela estava o que? - Rony perguntou bravo de repente. 

— Feliz Natal — desejou Jorge aos meninos antes que Rony pudesse continuar — Não desçam agora. 

— Por que não? — perguntou Rony. 

— Mamãe está chorando outra vez — comentou Fred pesaroso. — Percy devolveu o pulôver de Natal. 

— Sem nem um bilhete — acrescentou Jorge. — Não perguntou como vai o papai nem o visitou nem nada. 

— Tentamos consolá-la — disse Fred, contornando a cama para espiar o quadro de Harry. — Eu disse a ela que Percy não passa de um monte de bosta de rato metido a besta. 

Ellie olhou feio para Fred, que tacou uma teia de aranha em sua direção

— Não adiantou — comentou Jorge ajudando Ellie a tirar a teia do cabelo e se servindo de um Sapo de Chocolate. — Então Lupin nos substituiu. Acho que é melhor deixar que ele a console antes de descermos para o café. 

— Afinal, que é que isso pretende retratar? — perguntou Fred, apertando os olhos para entender o quadro de Dobby. — Parece um gibão com dois olhos negros. 

— É o Harry! — exclamou Jorge, apontando para as costas do quadro. — É o que diz aqui! 

— Está bem parecido — comentou Fred rindo. 

Harry atirou nele a nova agenda de deveres; ela bateu na parede oposta e caiu no chão dizendo alegremente: Se você pôs os pingos nos is e cortou os tês então pode fazer o que quiser!. Ellie riu da cara de Fred. 

Na descida, encontraram Hermione. 

— Obrigada pelo livro, Harry — disse ela feliz. — Há séculos que eu andava querendo essa Nova teoria de numerologia! E aquele perfume é realmente diferente, Rony. 

— Nem por isso — disse Rony. — Para quem é esse aí? — perguntou, indicando com a cabeça o presente muito bem embrulhado que Hermione carregava. 

— Monstro — disse ela animada. 

— É melhor não ser roupa! — preveniu-a Rony. — Você lembra o que o Sirius disse: o Monstro sabe demais, não pode ser libertado. 

— Não é roupa — respondeu Hermione — embora, se eu pudesse, certamente lhe daria outra coisa para usar em vez daquele trapo imundo. Não, é uma colcha de retalhos, achei que poderia alegrar o quarto dele. 

— Que quarto? — perguntou Harry, baixando a voz para cochichar, pois estavam passando pelo retrato da mãe de Sirius. 

— Bom, o Sirius diz que não é bem um quarto, é mais uma toca — explicou Hermione. — Pelo que sei, ele dorme embaixo do aquecedor naquele armário junto à cozinha. 

A Sra. Weasley era a única pessoa no porão quando eles chegaram. Estava parada ao lado do fogão e parecia ter tido uma forte gripe quando lhes desejou “Feliz Natal”, e todos desviaram o olhar. 

— Ah, então esse é o quarto do Monstro? — disse Rony, indo até uma porta encardida no canto oposto à despensa. 

Harry nunca a vira aberta. 

— É — disse Hermione, agora um pouco nervosa. — Hum... acho que é melhor batermos. 

Rony bateu na porta com os nós dos dedos, mas não houve resposta. 

— Deve andar bisbilhotando lá em cima — disse ele, e, sem maior hesitação, escancarou a porta. — Irra! 

Harry espiou para dentro. A maior parte do armário estava ocupada por um enorme aquecedor antigo, mas no espacinho embaixo da tubulação Monstro arrumara para ele um lugar que se assemelhava a um ninho. Um emaranhado de trapos variados e cobertores velhos malcheirosos em que Monstro se aconchegava para dormir toda noite. Aqui e ali, entre as roupas, havia pão dormido e farelos embolorados de queijo. Em um canto, brilhavam pequenos objetos e moedas que Harry imaginava que o elfo tivesse salvo, como uma pega, do expurgo que Sirius estava fazendo na casa, e também conseguira salvar as fotografias de família que Sirius jogara fora durante o verão. Os vidros podiam estar partidos, mas as pessoas em preto e branco olhavam-no com arrogância, inclusive – ele sentiu um solavanco no estômago – a mulher de cabelos negros e pálpebras caídas a cujo julgamento ele assistira na Penseira de Dumbledore: Belatriz Lestrange. Pelo jeito, a fotografia dela era a favorita de Monstro; ele a colocara à frente das demais e colara o vidro inabilmente com fita adesiva. 

— Acho que vou deixar o presente dele aí — disse Hermione, colocando o embrulho bem-feito no côncavo dos trapos e cobertas, e fechando silenciosamente a porta. — Ele o encontrará mais tarde, isto resolverá. 

— Pensando bem — disse Sirius saindo da despensa com um enorme peru na hora em que eles fechavam a porta do armário — alguém tem visto o Monstro ultimamente? 

— Não o vejo desde a noite em que voltamos — respondeu Harry. — Você estava expulsando o Monstro da cozinha. 

— É... – disse Sirius franzindo a testa. — Sabe, acho que essa foi a última vez que o vi também... deve estar escondido em algum lugar lá fora. 

— Ele não poderia ter ido embora? — perguntou Harry. — Quero dizer, quando você disse “fora”, será que ele não pensou que você queria dizer fora da casa? 

— Não, não, elfos domésticos não podem ir embora a não ser que ganhem roupas. Estão presos à casa da família. 

— Eles podem sair de casa se realmente quiserem — contrapôs Harry. — Dobby saiu da casa dos Malfoy para me dar avisos há três anos. Tinha de se castigar depois, mas ainda assim saía. 

Sirius pareceu ligeiramente desconcertado por um momento, então disse: 

— Vou procurá-lo depois, imagino que o encontre lá em cima, se acabando de chorar em cima dos calções velhos da minha mãe ou coisa parecida. Naturalmente pode ter se escondido no armário de ventilação e morrido... mas não devo alimentar esperanças. 

Fred, Jorge, Ellie e Rony riram; Hermione, porém, pareceu censurá-lo. 

Depois do almoço natalino, os Weasley, Ellie, Harry e Hermione estavam programando visitar mais uma vez o Sr. Weasley, acompanhados por Olho-Tonto e Lupin. Mundungo apareceu em tempo de provar o pudim de Natal e a sobremesa, tendo conseguido pedir um carro “emprestado” para a ocasião, pois o metrô não funcionava no dia de Natal. O carro, que Harry duvidava muito que tivesse sido obtido com o consentimento do dono, fora ampliado por dentro com um feitiço, como o do velho Ford Anglia da família Weasley. 

Embora externamente tivesse tamanho normal, dez pessoas, afora Mundungo no lugar do motorista, podiam se acomodar com conforto dentro dele. A Sra. Weasley hesitou antes de entrar – Harry sabia que sua desaprovação a Mundungo conflitava com o seu desagrado em viajar sem auxílio da magia – mas, finalmente, o frio que fazia na rua e as súplicas dos filhos venceram, e ela se sentou de boa vontade no banco traseiro, entre Fred e Gui. 

A viagem até o St. Mungus foi muito rápida porque quase não havia tráfego nas ruas. Um punhadinho de bruxas e bruxos andava furtivamente pela rua, de outro modo deserta, a caminho do hospital. Harry e os outros desceram do carro, e Mundungo virou a esquina para aguardá-los. Eles foram displicentemente até a vitrine onde havia o manequim vestido de náilon verde, então, um a um, atravessaram o vidro. 

A recepção assumira um ar agradavelmente festivo: os globos de cristal que iluminavam o St. Mungus haviam sido coloridos de vermelho e dourado, transformando-se em gigantescas bolas natalinas iluminadas; ramos de azevinho emolduravam todas as portas; e árvores de Natal brancas cintilavam em todos os cantos, cobertas de neve mágica e pingentes de gelo, e no alto uma estrela dourada. O local estava menos cheio do que da última vez, embora, a meio caminho do quarto, Harry se visse empurrado para o lado por uma bruxa com uma laranjinha entalada na narina esquerda. 

— Briga de família, eh? — disse a bruxa da recepção dando um sorriso pretensioso. — A senhora é a terceira que vejo hoje... Danos Causados por Feitiços, quarto andar. 

Encontraram o Sr. Weasley recostado na cama com os restos do almoço de Natal em uma bandeja sobre o colo e uma expressão acanhada no rosto. 

— Tudo bem, Arthur? — perguntou a Sra. Weasley, depois que todos o cumprimentaram e entregaram os presentes. 

— Ótimo, ótimo — respondeu ele, um pouco animado demais. — Você... hum... não viu o Curandeiro Smethwyck, viu? 

— Não — respondeu sua mulher, desconfiada — por quê? 

— Nada, nada — tornou ele aereamente, começando a desembrulhar a pilha de presentes. — Bom, todos passaram um bom dia? Que foi que vocês ganharam de Natal? Ah, Harry... isto é absolutamente maravilhoso! — Acabara de abrir o presente de chaves de parafuso e fio de solda que o garoto lhe dera – Jorge e Ellie estou tão felizes por voces dois! - O Senhor Weasley apertou carinhosamente a mão de Ellie - Finalmente meu filho, finalmente... 

Fred, Rony, Hermione, Gina e até mesmo Harry não conseguiram segurar as risadas, Jorge e Ellie os olharam zangados. 

A Sra. Weasley não parecia inteiramente satisfeita com a resposta do marido. Quando ele se inclinou para apertar a mão de Harry, ela deu uma espiada nas ataduras sob sua camisa. 

— Arthur, trocaram suas ataduras! Por que trocaram suas ataduras um dia antes, Arthur? Me disseram que não precisariam trocá-las até amanhã. 

— Quê? — exclamou o Sr. Weasley, parecendo um tanto assustado e puxando as cobertas para cobrir o peito. — Não, não... não é nada... é... eu... 

Ele pareceu esvaziar como um balão sob o olhar penetrante da Sra. Weasley. 

— Bom... não se aborreça, Molly, mas Augusto Pye teve uma ideia... ele é o Curandeiro Estagiário, sabe, um rapaz ótimo e muito interessado em... hum... medicina complementar... quero dizer, alguns remédios tradicionais dos trouxas... eles chamam de pontos, Molly e dão muito certo nos... nos ferimentos dos trouxas... 

A Sra. Weasley deixou escapar um grito agourento, algo entre um grito e um rosnado. Lupin se afastou da cama em direção ao lobisomem, que não tinha visitas e observava tristemente o grupo que rodeava o Sr. Weasley; Gui resmungou alguma coisa, pretextando ir apanhar uma xícara de chá, e Fred e Jorge se levantaram de um pulo para acompanhá-lo, sorrindo. 

— Você está querendo me dizer — ela elevava a voz a cada palavra, aparentemente sem se dar conta de que seus acompanhantes estavam procurando um lugar para sumir — que anda se metendo com remédios de trouxas? 

— Me metendo não, Molly, querida — disse ele em tom de súplica — foi só... só uma coisa que Pye e eu quisemos experimentar... só que, infelizmente... bom, nesses tipos de ferimentos... não parece funcionar tão bem quanto esperávamos... 

— O que significa...? 

— Bom... bom, não sei se você sabe o que... o que são pontos. 

— Parece que você andou tentando costurar a sua pele — disse a Sra. Weasley com uma risada seca — mas nem você, Arthur, poderia ser tão burro... 

— Acho que também vou querer uma xícara de chá — disse Harry, ficando em pé. 

Hermione, Rony, Ellie e Gina quase correram para a porta com Harry. Quando a porta se fechou, eles ouviram a Sra. Weasley gritar: “COMO ASSIM, ESSA É A IDEIA GERAL?” 

— É típico do papai — disse Gina balançando a cabeça quando seguiam pelo corredor. — Pontos... é mole... 

— Bem, sabe, eles funcionam com ferimentos não-mágicos — disse Hermione, querendo ser justa. — Suponho que alguma coisa no veneno daquela cobra os dissolve ou coisa parecida. Onde será que fica o salão de chá? 

— Quinto andar — disse Harry, lembrando-se do letreiro atrás da bruxa na recepção. 

Eles foram andando pelo corredor, passaram por portas duplas e descobriram uma escada desconjuntada ladeada de mais retratos de Curandeiros de cara cruel. Quando subiam, os vários Curandeiros chamaram os garotos, diagnosticando males estranhos e sugerindo remédios horríveis. Rony ficou seriamente ofendido quando um bruxo medieval gritou que ele tinha um caso grave de sarapintose. 

— E o que é isso? — perguntou ele, zangado, enquanto o Curandeiro o perseguia por mais seis quadros, empurrando os ocupantes para o lado. 

— É uma doença gravíssima da pele, jovem senhor, que vai deixá-lo marcado de bexigas e ainda mais horrendo do que já é... 

— Olha só quem está falando! — exclamou Rony com as orelhas ficando vermelhas. 

—... o único remédio é tirar o fígado de um sapo, atá-lo firmemente ao seu pescoço, e na lua cheia o jovem senhor fica nu em uma barrica de olhos de enguia... 

— Eu não tenho sarapintose! 

— Mas as feias marcas em seu rosto, jovem senhor... 

— São sardas! — disse Rony furioso. Ellie caiu na gargalhada— Agora volte para o seu quadro e me deixe em paz! — Ele se virou para os outros, que estavam decididos a se manter impassíveis. 

— Que andar é esse? - perguntou Ellie. 

— Acho que é o quinto — disse Hermione. 

— Não, é o quarto — contestou Harry — mais um... 

Mas, ao chegar ao patamar, ele parou de chofre, arregalando os olhos para uma pequena janela recortada nas portas duplas que marcavam o início de um corredor com o letreiro DANOS CAUSADOS POR FEITIÇOS. Um homem os espiava com o nariz colado no vidro. Tinha cabelos louros ondulados, olhos azul-vivos e um grande sorriso fixo que revelava dentes ofuscantemente brancos. 

— Caracas! — exclamou Rony, olhando também para o homem. 

— Ah, minha nossa — exclamou Hermione de repente, parecendo ofegar. — Prof. Lockhart! 

O antigo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas abriu as portas e se encaminhou para eles, usando um longo roupão lilás. 

—Ah não - gemeu Ellie, recebendo olha de desaprovação de Hermione 

— Ora, alô, vocês aí! — chamou. — Imagino que queiram o meu autógrafo, não é? 

— Ele não mudou nadinha! — murmurou Harry para Gina, que sorriu. 

— Hum... como vai, professor? — falou Rony, se sentindo um pouco culpado. 

Fora sua varinha defeituosa que afetara assim a memória de Lockhart, e ele fora parar no St. Mungus, mas como, na hora do acidente, o bruxo estava tentando apagar permanentemente as memórias dos garotos, a pena que Harry sentia era limitada. 

— Estou muito bem, obrigado — respondeu o professor exuberante, puxando do bolso uma pena de pavão já muito amassada. — Então, quantos autógrafos vocês querem? Agora aprendi a fazer escrita simultânea, sabem! 

— Hum... no momento não queremos nenhum, obrigado — disse Rony, erguendo as sobrancelhas para Harry, que perguntou: 

— Professor, o senhor pode ficar passeando pelos corredores? Não devia estar na enfermaria? 

O sorriso desapareceu gradualmente do rosto de Lockhart. Por alguns momentos, ele mirou atentamente o rosto de Harry, depois disse: 

— Nós já nos encontramos antes, não? 

— Ah... encontramos. O senhor costumava ensinar Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts, lembra? 

— Ensinar? — repetiu ele, parecendo ligeiramente perturbado. — Eu? Ensinando? 

Então o sorriso reapareceu em seu rosto tão inesperadamente que assustou. 

— Ensinei tudo que você sabe, espero, não? Bom, que tal aqueles autógrafos, então? Vamos dizer uma dúzia, para vocês poderem distribuir aos amiguinhos, e ninguém ser esquecido? 

Mas nesse instante apareceu uma cabeça à porta no fim do corredor e uma voz chamou: 

— Gilderoy, seu garoto travesso, onde é que você anda? 

Uma Curandeira de aspecto maternal, usando uma guirlanda de pingentes de Natal nos cabelos, saiu depressa pelo corredor, sorrindo calorosamente para Harry e os outros. 

— Ah, Gilderoy, você tem visitas! Que beleza, e no dia de Natal! Sabem, ele nunca recebe visitas, coitadinho, e não consigo imaginar por quê, ele é tão gracinha, não é? 

— Estou dando autógrafos! — disse Gilderoy à Curandeira, com outro sorriso cintilante. — Eles querem muitos, e não aceitam não como resposta! Só espero que tenhamos fotografias suficientes! 

— Escutem só ele — falou a Curandeira, segurando o braço de Lockhart e sorrindo carinhosamente para o bruxo como se ele fosse uma criança precoce de dois anos. — Ele era muito conhecido há alguns anos; temos esperanças de que esse gosto pelos autógrafos seja um sinal de que sua memória esteja voltando. Querem vir por aqui? Ele está em uma enfermaria fechada, sabem, deve ter escapulido enquanto eu entrava com os presentes de Natal, normalmente a porta fica trancada... não que ele seja perigoso! Mas — e ela baixou a voz e sussurrou: — é um perigo para ele mesmo, Deus o abençoe... não sabe quem é, entendem, sai por aí e não consegue se lembrar como voltar... que bom vocês terem vindo vê-lo. 

— Ah — fez Rony, apontando inutilmente para o andar de cima — na verdade, estávamos... ah... 

Mas a Curandeira sorria para eles ansiosa, e o murmúrio com que Rony disse “tomar uma xícara de chá” se perdeu. Os garotos se entreolharam impotentes e acompanharam Lockhart e a Curandeira pelo corredor. 

— Não vamos nos demorar — disse Rony em voz baixa. 

A Curandeira apontou a varinha para a porta da Enfermaria Jano Thickey e murmurou: “Alorromora.” A porta se abriu e ela entrou à frente, segurando com firmeza o braço de Gilderoy, e o acomodou em uma poltrona ao lado da cama. 

— Esta é a nossa enfermaria para doenças prolongadas — informou a Harry, Hermione, Ellie e Gina em voz baixa. — Para danos permanentes causados por feitiços. É claro que com tratamento intensivo, com poções e feitiços e um pouco de sorte, podemos obter alguma melhora. Gilderoy parece estar recuperando alguma consciência; e conseguimos uma melhora sensível no Sr. Bode, parece estar recuperando a capacidade de falar bastante bem, embora ainda não fale uma língua reconhecível. Bem, preciso terminar de entregar os presentes de Natal, vou deixar vocês conversarem. 

Harry olhou ao seu redor. A enfermaria apresentava sinais inconfundíveis de ser uma casa permanente para seus pacientes. Havia um número maior de pertences pessoais perto das camas do que na enfermaria do Sr. Weasley; a parede em torno da cabeceira da cama de Gilderoy, por exemplo, estava empapelada com fotos dele, todas sorrindo com dentes à mostra, acenando para os recém-chegados. Ele autografara várias delas em uma caligrafia infantil e desajeitada. No momento em que a Curandeira o deixou na poltrona, Gilderoy puxou para perto uma pilha de fotos, apanhou uma pena e começou a assiná-las febrilmente. 

— Você pode colocá-las no envelope — disse Gilderoy atirando no colo de Gina, uma a uma, as fotos autografadas, à medida que as assinava. — Não estou esquecido, sabe, não, ainda recebo muitas cartas de fãs... Gladis Gudgeon escreve semanalmente... eu só queria saber por quê. — Ele se calou, parecendo ligeiramente intrigado, em seguida sorriu e voltou a assinar as fotos com renovado vigor. — Suspeito que seja apenas pela minha beleza... 

Um bruxo de rosto macilento e ar triste estava deitado na cama oposta contemplando fixamente o teto; resmungava sozinho e parecia inconsciente de tudo o mais. Duas camas adiante havia uma mulher com a cabeça inteira coberta de pelos; Harry lembrou-se de uma coisa parecida que acontecera a Hermione no segundo ano de escola, embora, felizmente em seu caso, o dano não tivesse sido permanente. A um extremo da enfermaria, tinham corrido cortinas floridas em torno de duas camas para proporcionar aos ocupantes e suas visitas um pouco de privacidade. 

— Tome, Agnes — disse a Curandeira animada à mulher de cara peluda, entregando-lhe uma pequena pilha de presentes de Natal. — Está vendo, você não foi esquecida. E seu filho mandou uma coruja avisando que vem visitá-la hoje à noite, então, é uma coisa boa, não é? 

Agnes soltou vários latidos fortes. 

— E, olhe só, Broderico, mandaram-lhe um vaso de planta e um lindo calendário com um hipogrifo diferente para cada mês; isso vai alegrar as coisas, não acha? — disse a Curandeira, e se aproximando do homem que resmungava, colocou uma planta muito feia, com longos tentáculos, sobre o seu armário de cabeceira, e pregou o calendário na parede com a varinha. — E... ah, Sra. Longbottom, a senhora já está indo embora? 

Harry virou a cabeça depressa. As cortinas em torno das duas camas no extremo da enfermaria tinham sido abertas e dois visitantes vinham pelo corredor que dividia as camas; uma velha bruxa de aparência formidável, usando um longo vestido verde, uma pele de raposa comida de traças e um chapéu cônico enfeitado com o que era, sem erro, um urubu empalhado, e, acompanhando-a com uma expressão totalmente deprimida... Neville. 

Com um clarão de instantânea compreensão, Harry percebeu quem deviam ser as pessoas nas camas do fim da enfermaria. Olhou para todos os lados aflito procurando uma maneira de distrair os outros para que Neville pudesse sair da enfermaria sem que o vissem nem lhe perguntassem nada, mas Rony também erguera a cabeça ao ouvir o nome “Longbottom”, e, antes que Harry pudesse impedi-lo, chamou: 

— Neville! 

Neville se assustou e se encolheu como se uma bala tivesse acabado de passar por ele de raspão. 

— Somos nós, Neville! — disse Rony animado, levantando-se. — Você viu...? O Lockhart está aqui! Quem é que você estava visitando? 

— Seus amigos, Neville, querido? — perguntou gentilmente a avó do garoto, examinando os quatro. 

Neville pareceu desejar que estivesse em qualquer outro lugar do mundo, menos ali. Um colorido vermelho-arroxeado foi subindo pelo seu rosto gorducho, e ele tentou evitar fazer contato visual com qualquer um deles. 

— Ah, sim — disse a avó, fitando Harry e estendendo a mão enrugada que lembrava uma garra para ele apertá-la. — Sim, sim, eu sei quem você é, é claro, Neville fala muito bem de você. 

— Hum... obrigado — disse Harry apertando a mão estendida. 

Neville não ergueu os olhos, fixava os próprios pés, o rubor em seu rosto aumentando sem parar. 

— E vocês dois são obviamente os Weasley — continuou a Sra. Longbottom, oferecendo regiamente a mão a Rony e depois à Gina. — Eu conheço seus pais... não muito bem, é claro... são boa gente, boa gente, ah voce deve ser a Ellie Avery! Neville me contou que voce possui uma grande paixão por ele – Ellie abriu a boca abismada, a Sra. Longbottom deu uma piscada para ela como se a encoragasse, Rony e Gina não seguraram as risadas, Neville estava vermelho -... e você deve ser Hermione Granger? 

Hermione parecia muito surpresa que a Sra. Longbottom soubesse seu nome, mas apertou-lhe a mão assim mesmo. 

— Neville me contou tudo sobre você. Ajudou-o a sair de alguns apuros, não foi? Ele é um bom menino — disse lançando ao neto um olhar de severa apreciação do alto do nariz — mas receio dizer que não tem o talento do pai. 

E ela indicou com um aceno brusco de cabeça as duas camas no fim da enfermaria, fazendo o urubu empalhado no chapéu tremer assustadoramente. 

— Quê? — exclamou Rony, parecendo admirado. (Harry queria pisar o pé do amigo, mas isso é muito mais difícil de fazer sem ninguém notar quando se está usando jeans em vez de vestes.) — É o seu pai que está ali, Neville? 

— Que é isso! — exclamou a Sra. Longbottom com severidade. — Você não contou aos seus amigos o que aconteceu com seus pais, Neville? 

Neville deu um suspiro profundo, olhou para o teto e balançou a cabeça. 

Harry não se lembrava de ter sentido mais pena de alguém, mas não conseguia pensar em algum jeito para ajudar Neville a sair daquela situação. 

— Ora, não é nenhuma vergonha! — disse a Sra. Longbottom zangada. — Você devia sentir orgulho, Neville, orgulho! Eles não deram a saúde e a sanidade para seu único filho ter vergonha deles, entende! 

— Eu não sinto vergonha — explicou Neville com a voz fraquinha, ainda olhando para qualquer lado menos para Harry e os outros. 

Rony agora estava nas pontas dos pés para espiar os pacientes nas duas camas. 

— Bom, você tem uma maneira engraçada de demonstrar! — disse a Sra. Longbottom. — Meu filho e a mulher — continuou ela virando-se com arrogância para Harry, Rony, Ellie, Hermione e Gina — foram torturados até a insanidade pelos seguidores de Você-Sabe-Quem. 

Hermione e Gina levaram as mãos à boca. Ellie olhou preocupada para Neville. Rony parou de esticar o pescoço para dar uma espiada nos pais de Neville, e pareceu mortificado. 

— Eles eram aurores, sabem, e muito respeitados na comunidade bruxa. Excepcionalmente talentosos, os dois. Eu... sim, Alice, querida, que foi? 

A mãe de Neville viera andando lentamente pela enfermaria de camisola. Já não tinha o rosto cheio e feliz que Harry vira na velha fotografia de Moody com os participantes da Ordem da Fênix inicial. Seu rosto estava fino e cansado agora, os olhos pareciam grandes demais e seus cabelos tinham ficado brancos, ralos e sem vida. Ela não parecia querer falar, ou talvez não fosse capaz, mas fez gestos tímidos em direção a Neville, segurando alguma coisa na mão estendida. 

— Outra vez? — disse a Sra. Longbottom, parecendo um tantinho cansada. — Muito bem, Alice querida, muito bem... Neville, apanhe, o que quer que seja. 

Mas Neville já esticara a mão, em que a mãe deixou cair uma embalagem de Chicles de Baba e Bola. 

— Muito bem, querida — tornou a avó de Neville num tom falsamente animado, dando palmadinhas no ombro da mãe do garoto. 

Mas Neville disse baixinho: 

— Obrigado, mamãe. 

A mãe voltou vacilante para o fundo da enfermaria, cantarolando para si mesma. Neville olhou para os outros, uma expressão de rebeldia no rosto, como se os desafiasse a rir, mas Harry achava que nunca vira nada menos engraçado na vida. 

— Bom, é melhor irmos andando — suspirou a Sra. Longbottom, calçando longas luvas verdes. — Foi um prazer conhecer vocês. Neville, ponha a embalagem na cesta, a esta altura ela já deve ter-lhe dado o suficiente para empapelar o seu quarto. 

Mas, quando saíram, Harry tinha certeza de ter visto Neville guardar a embalagem do chicle no bolso. A porta se fechou. 

— Eu nunca soube — disse Hermione com cara de choro. 

— Nem eu — disse Rony com a voz meio rouca. 

— Nem eu — sussurrou Gina. 

—Muito menos eu – Ellie tinha o olhar perdido. 

Todos olharam para Harry. 

— Eu sabia — confirmou ele abatido. — Dumbledore me contou, mas eu prometi não repetir para ninguém... foi por isso que Belatriz Lestrange foi mandada para Azkaban, por usar a Maldição Cruciatus nos pais de Neville até eles enlouquecerem. 

— Belatriz Lestrange fez isso? — sussurrou Hermione, horrorizada. — Aquela mulher de quem o Monstro guarda a fotografia na toca? 

Fez-se um longo silêncio, interrompido pela voz zangada de Lockhart. 

— Olhem, eu não aprendi escrita simultânea à toa, sabem! 

Os dias passaram mais rápido do que Ellie desejara, não queria voltar para Hogwarts tão cedo, queria ficar mais tempo com o seu pai, o relacionamento deles estava excelente, assim como o dela e de Jorge. Eles haviam passado por algumas enrascadas graças a Fred que adorava coloca-los em mal lençóis diante a Sirius. 

—O Jorge já te chamou de sogrinho? - Fred perguntou a Sirius enquanto todos estavam sentados na sala de estar – Bom ele deveria, o negocio entre eles está bem sério... 

—Fred! – Ellie berrou indignada, fazendo todos na sala rir. Jorge mais uma vez parecia petrificado, Fred mandou um beijo para Ellie. 

—Sabe, eu passo muito tempo com os dois – começou Fred novamente - Se o senhor quiser, eu posso lhe manter informado... 

—Seria ótimo - Sirius disse dando um sorriso para Ellie que revirou os olhos e depois fechando a cara para Jorge que empalideceu. 

—Então, eu como o seu informante, me sinto no dever de lhe dizer – Fred começou, e Ellie já sabia o que veria a seguir, começou a andar em sua direção, mas foi parada por Tonks, que a prendeu forte – Jorge e Ellie foram pegos se amassando num armário de vassouras em Hogwarts... 

—COMO É QUE É? - A senhora Weasley se pronunciou, fazendo Ellie corar. 

—Ah, a ironia – Lupin disse do canto caindo na gargalhada. 

—Eu te mato Fred Weasley – Ellie sibilou para Fred que segurava a risada. 

—JORGE WEASLEY! – Sua mãe se virou para ele que parecia a ponto de desmaiar - O que o senhor estava fazendo com a pobre Ellie dentro de um armário de vassouras! 

—Estavam se pegando mamãe - Rony entrou na brincadeira, mas acabou levando um pisão de Hermione. 

—Espere aí Molly, eu queria poder acreditar que a Ellie é a coitada nessa história - Sirius se levantou e deu dois tapinhas no ombro de Fred – mas ela é minha filha... 

—Não, senhor Black! – Jorge se pronunciou pela primeira vez, todas as cabeças se viraram para ele - O culpado nessa historia sou eu... 

—Bom, então nesse caso – Sirius coçou o queixo como se estivesse pensando em algo muito sério - Corre! 

Jorge praticamente voou para fora da sala, todos caíram na gargalhada, até mesmo Ellie que foi para perto do seu pai. 

—Eu gosto dele – Sirius piscou para ela – Mas dessa ele não vai se safar... - Dizendo isso ele correu atrás de Jorge. 

—Mione? 

—Hm? - A morena gemeu enquanto lia um livro. 

—Você já disse para algum garoto que o amava? - Ellie escondeu a cara de vergonha. 

—É você quem tem experiencias com garotos aqui não eu – Hermione abandonou o livro que lia e foi para a cama de Ellie. 

—Eu nunca disse – Ellie enfim olhou nos olhos castanhos de Hermione – Eu sempre fui meio a versa a isso, eu sei lá, não acreditava... 

—Mas agora? 

—Mas agora, com Jorge é diferente – Ellie começou a mexer em seus cabelos, Hermione sabia que ela estava nervosa – Eu o amo, eu o amo desde que o conheci, ele é meu amigo, eu o amo como eu te amo, ou amo ao Harry, Fred e ao Rony... 

—O seu amor por ele é diferente Ell... 

—Exato! - A loira arregalou os olhos – E é isso que me assusta. 

—Jorge te ama Ell... 

—Do mesmo jeito que eu o amo? 

—Claro que sim! Vocês são namorados! - Hermione riu – E pelo amor de Merlin, esse garoto é apaixonado por você, desde a primeira vez que a viu! 

Ellie também caiu na gargalhada com Hermione. 

—Não se preocupe Ell – Hermione pegou a sua mão - Quando estiver pronta, vai sair naturalmente... 

—Vai sair naturalmente o que? - Jorge aparatou no quarto das meninas. 

—Eu já te falei que não é para aparatar aqui! - Ellie tentou esconder o nervosismo. 

—Foi mal namorada rabugenta – Jorge se assustou com a reação de Ellie - Não é como se estivessem sem roupa ou algo do tipo... 

—Dessa vez – Hermione o olhou feio. 

—Certo, dessa vez – Jorge disse constrangido a Hermione – O jantar está pronto! 

—Podia ter batido na porta! - Ellie mesmo assim protestou. 

—Hermione, essa não é a minha namorada, quando a achar a verdadeira me avise – Jorge disse brincando e Hermione riu. 

—Jorge! - Ellie ia lhe dar um tapa, mas ele a puxou e a beijou. 

—Pensando bem Mione, é ela mesma, o mesmo bafinho de queijo – Ele a abraçou apertado. 

—Há há, falou o bafo de chulé - Jorge a pegou no colo e começou a girar pelo quarto. 

—Vocês são fofos – Hermione disse num sorriso, e depois fez uma cara estranha – E nojentos, já estou descendo Ell... 

—Te vejo daqui a pouco Mione. 

Jorge enfim parou de girar Ellie pelo quarto e os dois aterrissaram na cama da loira. Jorge ficou a encarando de uma forma diferente, Ellie reparou, quando ia dizer algo Jorge a cortou. 

—Obrigada por estar aqui. 

—Meu pai está aqui Jorge – Ellie respondeu o obvio. 

—Não - Jorge revirou os olhos e fez cócegas em Ellie – Estar aqui comigo Ellie, é o nosso primeiro natal como namorados... 

—Como você é brega Jorge! - Ellie riu. 

—Cala boca Diarreia! 

—Você prometeu que não ia mais me chamar assim! Meu cabelo não tem cor de diarreia... 

—Parece a do Fred... 

—Jorge! - Ellie começou a gargalhar. 

—Ei, eu só estou brincando – Ela a puxou para mais perto novamente – A cor do seu cabelo é lindo, você é linda – Jorge estava nervoso – O que eu estou querendo dizer Ell – Ellie sentiu borboletas em seu estomago – Obrigada por ser minha namorada. 

Não era o que ela esperava, mas ainda assim. Ela estava feliz. 

—Fred me paga para ser sua namorada água de salsicha. 

—Começou - Jorge saiu da cama – Você tá muito engraçadinha hoje em? 

—Eu tenho o melhor namorado do mundo – Ellie abraçou Jorge – Obrigada por estar aqui comigo hoje. 

—Sempre que precisar Ell. 

 


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Notas finais do capítulo

PAIXÃO ETERNA POR ESSE FINAL, bafo de queijo.

Gente eu vou diminuir e muito as partes do livro na fanfic, eu tenho que fazer issoooooo. Mas eu tive que colocar essa parte do Neville porque quando eu descobri fiquei muito chocada, e isso não é muito falado no filme, achei que merecia estar aqui.

GENTE, vcs querem que eu poste? Que eu termine essa história? Então por favor comentemmmmmmm, de verdade, tanta gente acompanhando e favoritando e eu recebo quatro comentários por capitulo, e é muito chato eu estar reclamando disso aqui, porque essas quatro lindas pessoas que comentam são guerreira que não desistem da Ellie e do Jorge e merecem a história.

UM GRANDE ABRAÇO DE UMA SONSERINA PRA VCS ♥

ps: quem aí assiste twd? ♥ ♥



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