PDV Kate.

Eu estava a animação em pessoa. O show seria uma ótima distração depois desse pequeno drama com o Elliot. É, eu gostei dele, achei ele gostoso, me segurei para não ir para cama com ele, mas alguma decisão certa eu teria que tomar na vida e essa foi uma das poucas. Meg estava relutante em dar uma chance para o Jamie, que ao contrário do Elliot, lembrou dela a semana inteira, mas se depender de mim, farei o que for preciso para que ela se dê uma chance de ser feliz. Ela merece e ele parece ser um cara legal.

Jamie estava nos esperando na entrada e quem fica imune a sua beleza? Acho que só um cego. Ele nos conduz até a casa de show e a banda de abertura está a todo vapor agitando o público. Lá estavam todos, inclusive Elliot. Tinha esperanças de que ele não viesse. Então, quer dizer que tempo para sequer me mandar uma mensagem não existe, mas está aqui? Falo por alto com todos e o ignoro completamente.

– Jamie ninguém vai sequestrar a Meg, não precisa mantê-la presa – Ryan o provoca e eu caio no riso. Sempre inconveniente.

– Ryan, cala a boca – ele responde se fazendo de bravo, contendo o riso e abraçando Meg mais forte. São lindos juntos.

– Você está a típica roqueira com essa roupa, adorei – a voz de Ethan é suave e ele está um pouco perto demais devido ao barulho.

– Eu pensei a mesma coisa quando escolhi – respondo rapidamente abrindo um sorriso. – Soube que você é produtor da banda. Eu gostei muito do som deles.

– Sim, eles têm talento e abrir o show da banda Kings of Leon é uma ótima oportunidade para divulgá-los. – Ethan é loiro, olhos azuis, porte atlético, sorriso enigmático e a barba por fazer o torna mais sedutor – Vou pedir algo para beber, me acompanha?

Antes de responder sinto um braço em torno de meus ombros. Elliot.

– Pode deixar que eu providencio o que ela precisar, Ethan. – isso não foi uma demonstração casual, com certeza ele só fez isso porque quer afastar o Ethan.

– Eu vou estar no bar, Kate – ele diz com arrogância evidenciando meu nome, ignorando o Elliot e vai até o bar. Ele me puxa para junto de si e encara as costas de Ethan. Voltando a atenção para mim, franze a testa e me solta aos poucos.

– Precisamos conversar. – murmura. Estava usando uma camisa branca aberta e calça jeans.

– Eu não tenho nada para falar com você. – resmungo.

– Não comece Kate, sei que está brava comigo, mas deixe eu me explicar primeiro! – exclama ele.

– Você não me deve explicações, agora com licença que o Ethan está me esperando.

Elliot fecha a cara e segura o meu braço um pouco forte. - Você não vai até lá com ele. – Quem ele pensa que é?

– Por favor, me solta. – digo nervosa.

– Não até conversarmos.

Anunciam o show principal e todos se aproximam para assistir. Elliot me leva até um canto mais escuro e privado e me encosta na parede.

– Porque me ignorou desde que chegou? – o seu rosto está perto do meu e apesar da raiva que eu estou sentindo, o seu cheiro me desarma.

– Eu só fiz com você o que fez comigo a semana inteira. – digo emburrada.

– Eu te ignorei a semana inteira? Katherine, eu estive atolado de trabalho a semana toda, eu tenho responsabilidades.

Eu o observo tentando se explicar e me seguro para não rir da cara dele. Ele tem responsabilidades? Bom saber. Eu quero ver até onde vai a sua cara de pau.

– É mesmo Elliot? Foi uma semana cansativa então?

– Foi... Tudo o que eu quero agora é ficar com você, e antes que diga não, saiba que eu sou um homem que não desiste facilmente do que quer. – ele afasta uma mecha de cabelo do meu rosto e me olha esperando uma resposta.

– Se dependesse dessa sua vontade de ficar comigo eu não estaria aqui, não é? Foi o Jamie que me convidou. – digo irritada.

– Kate... Eu fiquei sabendo de última hora, vim direto da empresa.

– É isso que queria me falar? Já terminou? – posso soar mal educada, mas hoje ele merece.

– Para com isso, para de me tratar assim com indiferença. – ele perde a paciência – Eu quero ficar com você, posso?

– Estou aq... – ele não me deixa terminar de falar aprisionando-me entre seus braços, quase não havia espaço entre nós. Eu não conseguia mais pensar em me preservar sentindo sua presença assim tão próxima. Ele me beija duro, com a quantidade ideal de agressividade, mordendo meus lábios e forçando a língua na minha boca, enquanto sua mão desce em direção ao meu bumbum. Eu fiquei extasiada e queria que ele não parasse mais. Desde o nosso jantar estou louca para ir com ele para cama e saber se o sexo é tão bom quanto o seu beijo. Fazia algum tempo que eu não tinha sexo e quanto mais ele atacava a minha boca mais eu o queria em mim, dentro de mim.

– Elliot. – gemo o seu nome.

– Kate... - Seu tom de voz autoritário me deixou excitada. Ele me segura firmemente pelos quadris, me aproxima mais e me obriga a sentir a sua ereção ao mesmo tempo em que ele abaixa a cabeça e “fode” a minha boca – Você é minha essa noite.

Não me importo mais com o fato dele não estar nem aí para mim. Não agora. Eu o quero desesperadamente. Eu posso fazer isso, não posso? Posso me divertir com ele sem o levar a sério e sem me envolver. Homens não prestam. Hoje eu não irei dormir com essa vontade reprimida de novo. Como eu podia sentir tanto tesão por alguém? Entre beijos e amassos decido parar, porque é inapropriado para o lugar.

– Elliot. - o chamo - melhor assistirmos ao show, depois terminamos isso aqui. - pisco e sorrio para ele um pouco sem fôlego.

– Definitivamente vamos terminar isso, você não vai fugir de mim hoje. – ele sussurra essa promessa no meu ouvido.

Elliot não desgrudou de mim o restante da noite. Entre provocações nossas, ele ficava trocando olhares nada gentis com o Ethan e isso me incomodou. Pedi para ele dar um tempo, mas se fez de desentendido. Depois de um show bem aproveitado e com o meu equilíbrio um pouco afetado pelas bebidas que tomei, aviso Meg e Blair que não me esperem.

– Megan. – eu interrompo sua conversa com o Jamie, enfim eles se entenderam. – Posso falar com você?

– Claro. – responde – Já volto Jamie.

Andamos um pouco à frente e sinto ela me analisando.

– Bebeu? – pergunta.

– Só um pouco. Não vou voltar para casa hoje, tudo bem? – digo rápido tentando minimizar a sua reação.

– Não? – pergunta confusa. – Vai para onde?

– Eu...Bem...Vou sair com Elliot. – respondo relutante já esperando a sua indignação.

– Katherine. – diz meu nome inteiro, péssimo sinal.

– Ele me explicou o que aconteceu essa semana, o motivo por ele não ter dado sinal de vida. – tudo bem que eu não engoli isso, mas ela não precisava saber que eu só queria ter uma noite de sexo bem aproveitada com ele e fazer o mesmo que fez comigo: esquecê-lo completamente durante a semana.

– E você acreditou? – Ela nunca concordaria com o que irei fazer, então preciso fingir.

– Acreditei Meg, ele é um dos CEOs, tem responsabilidades...

– Responsabilidades? Sério?

– Meg, não precisa se preocupar, eu sei me cuidar. – na verdade eu não sei não. Estou me deixando levar com a ideia de que uma noite de sexo com ele é tudo o que eu preciso, tentando fingir que aceito essa desculpa dele e que isso não me afetou. Nós não temos nada, ele não precisa me dar satisfação nenhuma, mas quem explica isso para os meus sentimentos? Eu preciso ser mais desligada, ele me atrai, ele me quer, eu o quero. Porque eu preciso complicar tudo? Posso ter uma noite incrível com ele, me divertir sem esperar romance, carinho e sem dar importância para essas trivialidades. Eu posso fazer isso? Sim, eu preciso tentar. Cansei de ser boba, não que eu tenha que ser uma prostituta, mas o que tem demais?

– Eu sempre vou me preocupar com você. – ela diz por fim.

– E eu com você. – a abraço – Te vejo amanhã. Boa noite. – sorrio e saio acompanhada pelo Elliot que estava me esperando impacientemente.

Ele me guia até o seu Porsche, que é mais que lindo e não resisto, a vontade de dirigi-lo é maior!

– Elliot. - chamo sua atenção.

– Sim?

– Posso dirigir o seu carro? - eu sei que sou um pouco petulante.

– Aaah.. - ele fica um pouco sem jeito, olha para os lados e não responde.

– Deixa, por favor!

– Esse carro não é para você Kate, ele é uma arma nas mãos erradas. Você bebeu, é um dos meus carros preferidos e eu não quero morrer hoje.

Então ele pensa que eu sou ruim de direção?

– Dê a chave a mim, você bebeu tanto quanto eu. - digo determinada. Mesmo reticente ele me dá, mas parecia dar o filho para o inferno - Os seus conceitos sobre mim estão muito errados.

Entro o mais elegantemente possível naquela nave, ajusto o banco, coloco o cinto e dou partida escutando o ronco do motor. Meu pai me ensinou a dirigir muito bem e eu amo velocidade. Na primeira vez que vi o seu carro foi paixão à primeira vista, mas não tive tanta cara de pau de pedir para dirigi-lo.

– Vá com calma. - ordena colocando o cinto e respirando fundo.

Ignoro seu aviso, checo os retrovisores e saio cantando pneus. Elliot fica assustado e eu rio da sua cara, enquanto corto os carros e mantenho a velocidade. Ele não tira os olhos de mim após perceber que eu sei o que estou fazendo e indica para onde eu devo seguir.

Sem demorar muito estaciono o carro e o manobrista vem buscá-lo.

– Boa noite Sr. Ackles. Senhorita. – cumprimenta-nos e leva o carro até a garagem.

– Vem. - Elliot me arrasta para dentro do hotel. Ele me encara por um momento e me puxa direto para o elevador.

O elevador está vazio quando ele me empurra com força contra a parede, segura meu rosto me olhando nos olhos.

– Você não imagina o quão sexy você estava dirigindo o meu carro. Por mim, eu te comia lá mesmo. - rosna e ataca a minha boca violentamente.

“Ooh I got a body full of liquor with a cocaine kicker

(Oh tenho um corpo cheio de licor com um pouco de cocaína)

And I'm feeling like I'm thirty feet tall

(E estou me sentindo como se fosse um metro mais alto)

So lay it down, lay it down

(Então deite, deite)

You got your legs up in the sky

(Você está com as pernas para cima)

With the devil in your eyes

(Com o demônio em seus olhos)

Let me hear you say you want it all

(Deixe-me ouvi-la dizer quer tudo isso)

Say it now, say it now..” (música 1.)

(Diga agora, diga agora)

O desejo só aumenta e eu o beijo com a mesma intensidade, passo a mão pelo seu cabelo e o puxo com força quando as portas se abrem. Ele não para o nosso beijo e vamos cambaleando até a porta de um quarto. Não vejo como abre a porta, só escuto ela batendo enquanto ele me pega no colo e enrolo minhas pernas em torno dele. Suas mãos se movem por todo o meu corpo apertando forte as minhas coxas.

– Eu não aguento mais não estar dentro de você. – ele diz ofegante.

Ele dava mordidas fortes no meu pescoço que com certeza ficariam marcadas amanhã. Não perdi tempo e enfiei as mãos sob sua camisa e fui tirando. Elliot arranca a minha roupa com pressa e me joga na cama subindo em cima de mim. Ele imediatamente abocanha meu seio e o chupa com urgência e agressividade dando mordidinhas, fazendo com que eu gema enlouquecida.

" Look what you doing, look what you've done

(Olha, o que você tá fazendo, olha o que você fez)

But in this jungle you can't run

(Mas nessa selva você não pode fugir)

Cause what I got for you

(Porque o que eu tenho pra você)

I promise is a killer, you'll be banging on my chest

(Eu prometo é matador, você vai explodir em meu peito)

Bang bang, gorilla..."

– Tem alguma ideia do que eu vou fazer com você? - murmura.

Sua língua encontra a minha. Enquanto ele mantém uma mão em meus cabelos, me mantendo imóvel, a outra me envolve intimamente. Ele movimenta seus dedos suavemente em círculos no meu clitóris e enfia um dedo após o outro.

– Você está molhadinha para mim, baby - ele geme de prazer e mantém sua boca nos meus seios enquanto me estimula.

Agarro seu cabelo com força o mantendo ali e arquejo querendo mais, pedindo mais. Eu não penso, estou totalmente entregue ao meu desejo. Sua boca desce pela minha pele mordiscando minha barriga, ele afasta as minhas pernas e sinto sua língua dentro do meu sexo. Minhas mãos percorrem sua pele avidamente, sua boca cobre o meu sexo sem pudor e sinto uma onda de calor a cada sucção. Ele me provoca e sinto um orgasmo vindo, e quando sua língua entra em mim, eu me perco gozando em sua boca com um grito abafado segurando os lençóis da cama. Antes que eu me recupere, sinto seu corpo suado e definido em cima do meu.

– Você é deliciosa Kate, sinta o seu gosto. - ele me beija rápido - Você me quer dentro de você?

– Sim - sussurro ainda perdida.

Ele coloca a camisinha e me invade rápido e forte, sem preâmbulos, me tirando suspiros e gemidos. Ele mete fundo, com brutalidade e cada vez mais rápido. Sua respiração é áspera e ele mantém seus olhos em mim a todo momento. Seu ritmo incessante e impiedoso me deixa extasiada e sinto aquela sensação crescendo de novo.

– Goza para mim, baby. - suas palavras ordenadas me levam ao clímax e eu gozo novamente sussurrando o seu nome.

Elliot mete de novo e joga a cabeça para trás estremecendo, gritando de alívio e me agarrando com força enquanto me preenche.

– Porra...- urra e cai em cima de mim. Não sei por quanto tempo ficamos assim, sem nos mover. Estou exausta. – Até que não foi tão mal assim.

O quê? Ele disse isso mesmo? Antes que eu possa falar qualquer coisa ele sai de mim lentamente me fazendo estremecer, vai até o banheiro jogar a camisinha fora e o escuto ligar a água do chuveiro. Espero alguns minutos e vejo que ele não sai de lá. Ele foi tomar banho, é isso? E sozinho? Depois do que me disse que não foi tão mal assim? Porque será que estou com a leve impressão de que fui apenas uma mera transa? Levanto da cama e pé ante pé sigo para a porta do banheiro. Dou uma espiada e o vejo de costas tomando banho tranquilamente. Porra! Ele está fazendo exatamente o que eu imaginei que estaria fazendo e sequer me convidou. Muito bem, estou duplamente indignada. Volto para perto da cama e me visto rapidamente. Será que estou fazendo muito drama? Poderia simplesmente ir até lá e tomar banho junto com ele e perguntar o que ele quis dizer sobre eu não ter sido tão mal assim. Não. Não farei isso. Jamais. O mínimo que ele poderia fazer seria me convidar, afinal, acabamos de transar loucamente, pelo menos eu achava que tinha sido loucamente.

“I've been ignoring this big lump in my throat

(Eu estive ignorando este nó grande na minha garganta)

I shouldn't be crying, tears were for the weak

(Eu não devia estar chorando, lágrimas são para os fracos)

The days I'm stronger, know what, so I say

(Nos dias que sou mais forte, "e daí", é o que digo)

That's something missing..” (música 2.)

(Isso é algo que falta)

Antes que eu possa mudar de ideia, pego minha bolsa e sigo para fora do quarto. Vou até o elevador e aperto o botão de chamada com tanta força que parece que sou uma fugitiva da polícia. O elevador finalmente chega e eu entro apertando igualmente com força o botão do térreo. Estou magoada demais e me sentindo usada por ele. Deveria ter seguido os meus instintos e o ignorado a noite inteira. Deveria ter ficado com Ethan. Deveria ter ouvido a Megan. Sempre faço tudo errado. Mas agora não posso voltar atrás. Saio do hotel com lágrimas nos olhos e entro no primeiro táxi que vejo na minha frente.

“ Whatever it is, it feels like it's laughing at me

(O que quer que seja, parece que está rindo de mim)

Through the glass of a two-sided mirror

(Através do vidro de um espelho de duas faces)

Whatever it is, it's just laughing at me

(O que quer que seja, está rindo de mim)

And I just wanna scream

(E eu só quero gritar)

...

“ I don't know where to go

(Eu não sei para onde ir)

I don't know what to feel

(Eu não sei o que sentir)

I don't know how to cry

( Eu não sei como chorar)

I don't know ow ow why

( Eu não sei por quê)

So what now?"

(E agora?)