Capitulo um: a professora de matemática é um monstro!

Não é porque eu odeio matemática que a minha professora me atacou, na verdade eu ainda não entendi muito bem o que aconteceu, ela ganhou asas e dentes afiados e partiu para cima de mim. Acho melhor eu começar a contar essa historia desde o inicio...

Naquele dia eu estava sentada no pátio da escola em Quebec, Canadá, era a ultima semana de aula antes das férias de verão. Estava tentando ler um livro sobre mitologia grega, coisa que eu adoro, mas era complicado por causa da minha dislexia, as palavras pulavam da pagina e se embaralhavam todas o que fazia eu levar mais de meses para ler um livro de cem paginas. O pior é que eu não conseguia ficar parada ali por muito tempo, eu me levantei fechei o livro e andei um pouco, minha mãe fala que é porque eu tenho um caso serio de hiperatividade, é que eu não consigo me concentrar sentada em uma sala de aula por muito tempo, motivos porque minhas notas são baixas... quer dizer... na media...

A única coisa que me deixava mais calma eram as aulas de educação física, eu gostava de correr e escalar cordas, odiava fazer flexões e abdominais, e o pior é que parece que o professor fica em cima de mim. Ele era um velho com barba branca, usando calça de ginastica e moletom azul claro. Ele é maluco, as vezes fica gritando “morram” para os alunos, o que não era nada intimidador, mas parece que os alunos tinham medo de um velho maluco que pode te bater com um taco de baseball ou te jogar uma bola de vôlei na cara.

Naquele dia eu agradeci a minha professora de matemática a senhorita Rachel por me arrancar da aula de educação física, o treinador Hedge ia passar como aula uma serie de 100 abdominais, ainda mais quando se tem aula com os alunos do segundo ano. Ah cara, eu não queria que o Rick Osment me visse fazendo abdominais.

Quem é Rick Osment? Em que mundo você vive? Ele é o menino mais lindo de toda a escola, alto, loiro de olhos azuis como p céu, musculoso e tinha dentes perfeitos, um sorriso perfeito. Graças a Deus que a senhorita Rachel me tirou dali.

Ela me levou para uma sala vazia no segundo andar, me forçou a sentar. Ela me odeia e eu odeio ela é simples nossa relação, sempre passa provas horríveis para os alunos e comigo, ah, ela sempre me dava zero mesmo que eu tenha acertado a questão.

Era uma professora que era difícil de dizer quantos anos tinha. Seus cabelos eram negros presos em um coque bem firme, incrível como não tinham nenhum fio de cabelo em pé, sua pele era bem branca, tinha um nariz pontudo e rugas nos olhos, andava curvada e parecia frágil, mas eu não ia querer me meter em uma briga com ela. É de dar medo quando ele te fuzila com aqueles olhos pretos, hoje, tinham um brilho estranho.

- quem diria – falou a professora andando de um lado para o outro – uma das minhas piores alunas, como fui lenta em demorar a perceber.

- ah, desculpe senhorita Rachel – falei ficando em pé – eu não estou entendo muito bem. Ate que fico grata por me arrancar da aula de educação física hoje, mas é que eu ainda não entendi o porque de me trazer ate a sala de aula.

- bah! Então me agradece? – ela começou a rir alto, uma gargalhada parecida com de bruxas.

- legal... você está mais estranha do que o normal...

- tudo bem querida – ela passo as mãos pelos meus cabelos – pode me dizer aonde está, que te deixarei em paz.

- se procura sua juventude vá em frente me mate, porque eu não sei – respondi. Francamente eu não sei qual é a dela, será que bebeu alguma coisa? Ou delirou de vez?

- engraçada – falo. Percebi que suas unhas eram mais compridas do que eu imaginava e estavam pintadas de preto, na verdade elas pareciam bem afiadas, sua mão passou pelo meu pescoço e suas unhas perfuraram minha pele – ate que para uma semideusa você é bem bestinha – ela apertou meu pescoço e me ergueu no ar.

- o que...?

Ficou difícil de respirar, tentava me livrar das garras da professora maluca balançando minhas pernas, mas era inútil, a única coisa que consegui foi derrubar uma carteira. Ela começou a rir e me jogou para o fundo da sala, minha costa bateu na parede e eu deslizei ate o chão, tudo estava rodando, mas pude ver a professora ganhando asas de morcego.

Voltei para o inicio, ela voou para cima de mim e eu me arrastei para longe, ouvi a professora gritar, ela agarrou meu pé e me ergueu de cabeça para baixo o que não ajudou a melhorar minha tontura. Cara a professora conseguiu ficar mais feia ainda, tinha dentes de tubarão, seus cabelos ainda estava presos em um coque, mas seus olhos estavam vermelhos sangue e ela tinha asas de couro parecendo um morcego, suas unhas eram garras muito afiadas.

- aonde está? Me diga! – gritou na minha cabeça.

- eu não sei do que está falando – gritei – mesmo que soubesse nunca ia te falar!

- morra – ela me jogou, mais uma vez bati de costas na parede, mas estava perto da porta, consegui ficar em pé e fugi dali, mas antes peguei um apagador cheio de pó de giz e atirei na cara da senhorita Rachel. Sempre quis fazer isso. Passei pela porta e corri ate o ginásio com sorte a aula de educação física ainda estava rolando, precisava de ajuda, para ela ter me levado para longe é porque não queria testemunhas.

Abri a porta do ginásio, os alunos ainda estavam deitados no chão fazendo força ouvindo o treinador gritar na cabeça deles “mais rápido” a cada cinco segundos. Fiz o maior barulho quando cai por cima do cesto de bolas de basquete, ainda via tudo girando o chão parecia ficar mais fundo.

- Hilton o que é isso? – gritou o treinador, eu olhei para ele, que vinha me ajudar a ficar de pé, fiquei aliviada, mas foi ai que ouvi um rugido e uma porta ser arrancada com tudo. Olhei para trás e vi a professora de matemática voar em minha direção com suas garras bem afiadas querendo meu pescoço – Hilton o que você fez? – gritou mais uma vez o treinador, ele me puxou e saiu correndo.

Pelo menos eu não era a única a ver a professora voar, posso garantir que não estou ficando maluca. Ele me levou para o outro lado do ginásio, passei cambaleando por Rick Osment que terminava sua serie de abdominais. Ele me olhou sendo levada pelo treinador e saiu correndo atrás de nós quando viu a porta do ginásio se abri e por ela passou a professora Rachel.

- Osment! – gritou o treinador para ele – cuide disso!

Eu não entendi mais uma vez o que aconteceu, vi Rick tirar do bolço da calça de ginastica uma caneta dourada muito bonita, daquelas que se qualquer empresário tem em sua mesa, com um clique ela cresceu e se transformou em uma espada com o cabo de ouro cintilante e sua lamina parecia brilhar, ela tinha a cor bronze.

Queria ficar e ver mais, porém o treinador me levou para longe dali, a porta do ginásio se fechou e eu me vi no meio do corredor dos vestuários masculinos, vi um monte de meninos só de toalha correndo de um lado para o outro jogando as roupas de um menino que corria para pega-las. Quando os meninos nós viram correndo abriram caminho, uns se esconderam, jamais iam imaginar que hoje uma menina ia passar por ali com o treinador maluco.

- treinador o que faz aqui? – perguntou um dos meninos, ate que ele tinha um físico bonito, a toalha era pequena e... o que eu estou pensando? O que esta acontecendo aqui? Me soltei dos mãos do treinador que me olhou furioso.

- mais tarde Max – gritou o treinador – Hilton vamos! – mais uma vez ele segurou na minha mão e me tirou daquela tortura, eu não aguentava mais ver meninos seminus na minha frente.

Quando estávamos mais uma vez no pátio da escola o treinador soltou minha mão, ele olhou para os dois lados, com sorte os alunos estavam todos em aula, não havia ninguém no corredor.

- Hilton pode me explicar o que aconteceu lá dentro? – perguntou o treinador.

- ah! Eu é que sei? A professora maluca me atacou!

- creio que minhas suspeitas estavam certas – comentou o treinador velho ignorando meu comentário.

- sobre o que? Sobre a professora ser maluca? Ou de eu ser doida?

- nenhuma das duas – respondeu ele serio – Hilton você é uma semideusa e aquilo é uma fúria.

- eu estou pirando – suspirei me sentando no banco perto da fonte da escola – só pode.

- não, você está na melhor maneira possível, quer dizer, depois de bater a cabeça duas vezes creio que ate um deus ia ficar tonto.

- você faz alguma noção do que acabou de falar? – perguntei. Antes que ele pudesse responder, ouvi maus portas se quebrando e uns gritos, tinha certeza de que vinham do vestuários masculino, quando olhei para a direção que vinha os gritos pude ver voando atrás do garoto loiro a fúria, assim que era chamada?

- Osment! O que significa...

Ele ia falar isso se um garoto não tivesse voando em cima dele, os dois rolaram ate baterem do outro lado do pátio da escola. A fúria parou na minha frente sorrindo, mostrando todos os seus dentes de tubarão.

- meu doce que bom que nos encontramos de novo – falou me cercando. Comecei a andar para trás, mas duas garras perfuraram meus braços, quando me virei vi outra fúria.

- é essa que sabe sobre aquilo? – perguntou a segunda fúria que resolvi chama-la de feiosa numero dois.

- ela diz que não sabe, mas temos técnicas para refrescar a memoria dela – falou a minha professora esticando um chicote de couro, tentei fugir, mas a feiosa numero dois me agarrou com força.

Ouvir o estalo daquilo já fez a minha boca começar a se mexer, queria gritar, mas antes de eu emitir qualquer ruído o céu ficou claro, ouve uma explosão em cima de mim, consegui me abaixar e tapar os ouvidos, seria outra fúria? Me perguntei. Quando abri meus olhos o que vi na minha frente foi um monte de pó dourado.

- o que você fez com minha irmã? – gritou a feiosa numero dois olhando para trás.

Pude ver Rick em pé com uma lança de ouro nas mãos. em cima dele havia uma nuvem de tempestade com raios. Ele apontou a lança para a feiosa numero dois e um raio a atingiu em cheio a transformando em pó dourado.

Quando estava tudo bem, ele abaixou a lança com um movimento ela virou uma caneta, o treinador estava em pé do lado dele, mas agora estava sem as calças de ginasticas e eu pude ver que ele tinha cascos e uma perna peluda, deixei escapar um grito, os dois olhos caíram sobre mim.

- uau que luta – falou o treinador – muito bem Osment, bom trabalho com os raios – Hedge deu uns tapinhas nas costas do menino que sorriu timidamente e coçou a cabeça – Hilton! – ele se virou para mim, temia que ele também fosse um monstro, então dei um pulo e fiquei em pé, pronta para gritar ou correr – como se sente?

- monstro! – gritei socando o treinador que segurou meu braço, gritei mais uma vez o acertando com um chute. Ele caiu no chão gemendo de dor. Rick viu aquilo e começou a rir alto.

- ele não é um monstro – falou ajudando o treinador a ficar de pé – é um sátiro, é amigo – explicou Rick ainda rindo alto.

- Hilton! – rosnou o treinador – vai pagar 100 flexões pela chute!

- ah claro – concordei ironicamente – mas antes, alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?

- sim, sim – concordou o treinador empurrando Rick – Osment faça o favor, vou comprar algo para comer enquanto isso.

Ele olhou para o treinador e depois suspirou, ele era tão lindo que não me importava em ficar sozinha com ele por um tempo. Sentamos em um banco perto da fonte e ele começou a contar uma historia sobre Gaia e Urano que tiveram os filhos titãs e um deles, Cronos cortou o pai em vários pedaços e os jogou no Tártaro, depois disso os titãs reinaram em paz, quer dizer, mais ou menos. Cronos teve filhos com uma ninfa, mas ele com medo de ser traído como traio o pai comia todos os seus filhos.

O mais novo, Zeus, a mãe ficou com pena de entrega-lo para Cronos e o enganou. Zeus cresceu e treinou, ficou forte e enfrentou o pai, o fatiando e jogando no Tártaro, esquisito foi que, quando Zeus abriu a barriga do pai tirou de lá de dentro os irmãos, juntos eles formaram o Olimpo e se tornaram deuses e deusas de lá, vivendo em harmonia com os mortais.

Os deuses geralmente (frequentemente, como Rick colocou) por uma noite saem do Olimpo e vem ate o mundo dos mortais e tem filhos, esses são metade deuses e metade mortais, são chamados de semideuses ou de meio sangue.

- entendeu? É o que você é... seu pai, ou sua mãe é um deus – falou Rick sorrindo.

- mais ou menos – respondi – bem se alguém na minha família é um deus, essa pessoa seria meu pai, pois eu nunca o vi.

- ótimo, meio caminho andado – comentou ficando de pé.

A parte do boa do meu dia foi essa. Fugi da aula de educação física para que Rick Osment não me visse fazendo abdominais, fui atacada pela minha professora de matemática maluca, consegui fugir, fui salva pelo meu treinador estranho, fui atacada de novo por outra fúria igual a professora de matemática e fui finalmente salva por o menino mais lindo da escola, depois disso fiquei sentada em um banco tendo uma aula de historia básica sobre deuses da mitologia grega. Uau, meu dia foi incrível.

- o que faremos agora? – perguntei.

- temos que te levar para o único lugar seguro do mundo para semideuses – respondeu Rick sorrindo. Já posso morrer feliz, conversei com Rick Osment.

- e existe um lugar desses? – tentei não parecer idiota fazendo essa pergunta.

- sim – ele tentou não rir – mas fica meio longe daqui... – ele olhou para o céu. O sol brilhava lá em cima, um belo dia de verão – bem, vamos logo, não temos o dia todo, dois semideuses juntos, vai atrair mais monstros.

Ele foi na frente e eu o segui. Encontramos com o treinador e ele conseguiu tirar agente da escola bem mais cedo do que o costume. Subimos no velho carro barulhento do treinador.