Revenge - Sobrevivência escrita por Cherrys moon
1
Emily Thorne acaba de entrar no avião. É um modelo pequeno com capacidade para apenas dois passageiros, além do piloto. Victoria já estava sentada com um livro no colo. Emily se sentou na outra poltrona, colocou o cinto de segurança e os fones no ouvido. Certamente não havia intenção de nenhum tipo de conversa de ambas as partes. O piloto entrou no avião e perguntou se estava tudo em ordem. Elas não responderam, mas Emily balançou a cabeça afirmativamente e ele percebeu que era melhor partir imediatamente.
Os motores foram ligados e o avião decolou. Emily olhou pela janela e viu Daniel acenando da pista. Enquanto o avião subia, a imagem de Daniel foi ficando cada vez menor até desaparecer por completo. Emily olhou para Victoria. Ela estava focada em sua leitura, e Emily achou que era melhor assim, se cada uma ficasse na sua, elas não iriam discutir. Emily ajeitou os fones no ouvido, ligou seu i-Pod e inclinou a poltrona para uma posição mais confortável. Em pouco tempo ela adormeceu.
2
Emily sonhou com sua infância. Era um dia quente de verão, e ela estava na praia construindo castelos de areia com seu melhor amigo Jack.
— Meu castelo é mais alto que o seu — Disse a pequena Emily
— Não por muito tempo. — respondeu Jack começando a cavar a areia com mais força para construir uma nova torre em seu castelo.
Emily escutou uma voz conhecida.
— Crianças olha o que eu trouxe
Emily olhou para trás e viu seu pai David Clarke trazendo duas taças de sorvete. A pequena Emily largou as pazinhas de plástico com que moldava seu castelo e correu até o pai.
— Papai venha ver o meu castelo. — disse Emily pegando um dos sorvetes.
David se aproximou e sentou-se na areia com as crianças entregando o outro sorvete a Jack
— Estão ótimos — disse David analisando os castelos — vocês podem ser grandes engenheiros no futuro.
David deu um beijinho na filha e se levantou
— Continuem brincando, qualquer coisa estou lá dentro — disse David caminhando de volta para casa.
Emily continuou melhorando seu castelo, quando de repente um cachorrinho veio correndo e pulou no colo dela derrubando todo o empreendimento que a garota tinha levado horas para construir.
— Sammy. — gritou Emily — Você destruiu meu castelo
Sammy pareceu não entender a chateação da dona e começou a lamber as bochechas da menina que estavam cheias de sorvete.
— Sai Sammy. — disse Emily parecendo estar realmente chateada
— Agora o meu castelo é maior. — gabou-se Jack
— Por pouco tempo. — disse Emily enquanto enchia os baldinhos de areia para construir um novo castelo. — Dessa vez vou construir uma fortaleza, nem o Sammy vai conseguir destruí-la.
Talvez Sammy não conseguisse mesmo destruir o novo castelo da menina, mas algo mais forte o destruiria.
Emily sentiu o chão tremer
— O que esta acontecendo? — perguntou ela olhando assustada para Jack
— Eu não sei — respondeu Jack segurando as mãos de Emily para tentar acalma-la.
O chão tremeu com mais força e o castelo de Jack também desmoronou.
— Papai socorro. — gritou Emily se levantando assustada
Ela tentou correr, mas o chão parecia ser feito de gelatina e ela caiu. Jack tentou ajuda-la, mas ele também estava muito assustado sem saber o que estava acontecendo. Emily olhou para sua casa e a viu desmoronar. David apareceu correndo e gritando pela filha
— Emily, Emily
3
Emily despertou de seu sonho assustada e com a respiração a mil. Tudo pareceu ser muito real, ela ainda estava sentido o chão tremer e ouvia alguém chamando seu nome. Mas não era seu pai
— Emily acorda. — gritou Victoria sentada na outra poltrona
Emily ainda se sentia perdida, mas lembrava-se de que estava no avião com Victoria rumo a Los Angeles. Tudo estava realmente balançando.
— O que esta acontecendo? — perguntou Emily apertando o cinto de segurança
— Eu não sei — respondeu Victoria — mas é a turbulência mais forte que já vivi.
De repente a voz do piloto surgiu no alto falante do avião
— Senhoras mantenham a calma, mas temos um problema com o avião. Uma das turbinas parou de funcionar e estamos perdendo altitude
O coração de Emily gelou. Ela olhou pela janela e tudo o que conseguiu ver foi o mar. “Vamos morrer” pensou Emily. Ela olhou para Victoria que parecia estar muito assustada também.
— Estou vendo terra a alguns quilômetros — disse a voz no alto falante — mas não vejo um local onde eu possa tentar um pouso de emergência.
— E o que sugere que façamos? — perguntou Victoria olhando para Emily.
O piloto deu as instruções
— Peço que com cuidado afrouxem o cinto de segurança e olhem embaixo do assento. Vocês vão encontrar uma mochila, coloquem-na nas costas e apertem todas as fivelas.
Emily e Victoria começaram a obedecer às ordens do piloto
— E como uma mochila pode nos ajudar? — perguntou Victoria
— É um paraquedas. — respondeu Emily que já tinha conseguido pegar a mochila
— O que? — disse Victoria atônita.
Victoria parou imediatamente de procurar a mochila em baixo do assento.
— Você espera que a gente salte do avião? — questionou ela olhando para o alto falante
— É a única chance que temos. — respondeu a voz do piloto
4
Victoria olhou para Emily e viu que ela já tinha colocado a mochila de forma perfeita. Emily tinha prendido todos os feixes em volta do corpo e estava ajeitando a cordinha que sai da mochila de modo que ficasse de fácil alcance. Emily tirou os óculos de proteção que estavam no bolso externo da mochila e Victoria se perguntou como ela sabia perfeitamente o que fazer.
—Você já fez isso? — perguntou Victoria que ainda não tinha conseguido colocar a mochila da forma correta.
— É já tive uma experiência parecida. — respondeu Emily sem entrar em detalhes.
Emily seguiu até o assento de Victoria para ajuda-la com a mochila.
— Coloque seu braço aqui — disse ela
— Por que esta me ajudando? perguntou Victoria
— Também sei ser gentil. — respondeu Emily — As vezes
Emily ajudou Victoria a colocar a mochila da forma correta e lhe entregou os óculos de proteção. O avião continuava a tremer e Emily acabou escorregando. A voz do piloto surgiu novamente no alto falante
— Vou descer o avião o máximo possível. Fiquem prontas para saltar
— E você? — perguntou Emily se recuperando do tombo
— Vou saltar logo depois de vocês. — respondeu o piloto
Emily seguiu com cuidado até a porta do avião, que ainda estava fechada. Ela olhou para Victoria que estava sentada e tinha colocado o cinto de novo.
— Não consigo fazer isso. — disse Victoria extremamente pálida
— É claro que consegue. Venha. — disse Emily estendendo a mão
5
O avião pareceu estar descendo de bico e Victoria se segurou no assento o mais forte que conseguia. De repente o avião pareceu se estabilizar e a voz do piloto surgiu novamente.
— Esta na hora. — disse ele — Saltem e nadem para a terra firme.
A porta lateral do avião se abriu deixando entrar um vento cortante. Emily ajeitou os óculos e a mochila.
— Temos que fazer isso — disse Emily soltando os cintos de segurança de Victoria
Emily e Victoria caminharam até a porta do avião. Emily colocou a corda do paraquedas nas mãos dela
— Depois de saltarmos você só precisa puxar isso — instruiu ela
A voz o piloto surgiu pela ultima vez
— É agora. Pulem
Emily pegou Victoria pela mão e as duas saltaram do avião.
Enquanto caia, Emily soltou a mão de Victoria e puxou a cordinha que abre o paraquedas. Ela sentiu um tranco e a velocidade da queda diminuiu drasticamente. Emily olhou para baixo e viu Victoria caindo a toda velocidade.
— A corda. Puxa a corda. — gritou Emily mesmo sabendo que era impossível Victoria ouvir.
Por alguns segundo Emily pensou em como contaria aos Grayson que Victoria estava morta. Ela deu um suspiro e fechou os olhos por alguns segundos. Quando os abriu novamente ela viu algo amarelo se abrindo como se fosse um grande guarda chuvas. Victoria finalmente tinha aberto o paraquedas
6
No avião o piloto ainda estava colocando sua mochila paraquedas. Ele tinha passado os últimos minutos tentando estabilizar a aeronave e deixa-la o mais próximo possível da terra firme para que as passageiras conseguissem saltar com a maior segurança possível. Era esse o dever de todo piloto, prezar pela segurança de seus passageiros.
Agora que elas já tinham saltado, ele começava a se preparar para saltar também, mas enquanto apertava as fivelas da mochila ouviu um estrondo. Uma das asas do avião tinha se soltado e a aeronave caia numa velocidade maior. O desespero tomou conta do piloto. Mesmo com todo o treinamento que tivera ele não estava preparado para uma situação daquelas. Ele olhou pelo visor e viu que o avião não sobrevoava mais o mar e estava indo em direção a uma montanha. Ele não viu ou ouviu mais nada.
7
Victoria pousou no mar. A água estava fria e o enorme paraquedas preso em seu corpo a estava incomodando muito e dificultando o nado. Alguns segundos depois Emily também aterrissou na agua. Emily rapidamente conseguiu se livrar do paraquedas e nadou até Victoria para ajuda-la a se soltar.
—Você esta bem? — perguntou Emily
— Depende do que você entende por bem — respondeu Victoria
Emily ficou feliz com a ironia de Victoria, era sinal que ela estava em seu estado normal.
Emily e Victoria nadaram até a praia. Elas ficaram felizes por chegarem na areia e poder sair da água gelada do mar.
— Obrigada. — disse Victoria em um tom baixo. — Por ter me ajudado a saltar
Emily não acreditava no que estava escutando. Victoria estava mesmo agradecendo a ela?
— Não foi nada – respondeu Emily.
Elas ficaram em silencio em por alguns minutos, enquanto recuperavam o fôlego. Emily viu uma fumaça saindo da montanha e concluiu que foi lá que o avião caiu.
— Você viu se o piloto conseguiu saltar? — perguntou Emily
— Eu não vi nada. Estava em pânico. — respondeu Victoria
Emily avistou os paraquedas boiando no mar e se levantou.
— Podemos precisar daquilo. — disse Emily enquanto corria para o mar
Victoria não entendeu o que ela estava fazendo e ficou apenas observando.
Emily nadou até o paraquedas mais próximo e o pegou. Ela teve um pouco de dificuldades em conseguir carrega-lo enquanto nadava, mas não desistiu. Pouco depois, Emily voltou a praia arrastando o paraquedas.
— Por que pegou isso? — perguntou Victoria
— Isso pode ser muito útil. — respondeu Emily. — Podemos utilizar as cordas e o paraquedas em si pode nos servir de abrigo
— Abrigo? — perguntou Victoria visivelmente assustada. — Como assim abrigo? Quanto tempo você acha que vamos ficar aqui?
— Eu não sei. Respondeu Emily — Mas é melhor nos prevenirmos
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