Durante os primeiros anos de casamento o assunto filhos não foi citado por Peeta e nem por mim. Conforme fomos envelhecendo, sentia Peeta mais distante, imerso em pensamentos e com uma expressão indecifrável no rosto. Achei que era uma recaída por conta do veneno das teleguiadas que ainda circulava em sua mente, mas não era exatamente isto que lhe afligia.
Quando o vi admirando o pôr do Sol na varanda da nossa casa na Aldeia dos Vitoriosos, sentei ao seu lado. Ele me encarou e disse as seguintes palavras.
– Katniss eu quero ser pai.
Fiquei pasma, as lágrimas surgiram em meus olhos.
– Não posso Peeta. Não posso...
– Não pode? Katniss os Jogos Vorazes não existem mais. A paz reina em Panem, não há miséria, fome ou castigos. As pessoas são livres.
– Peeta eu tenho medo. Eu tenho medo de se mãe - gritei.
Depois de ter dito isto, saí correndo em direção a campina, Peeta não viera atrás de mim, ele sabia que eu precisava de solidão. Quando Haymitch me disse que poderia viver cem vidas e nunca merece-lo ele estava certo.
Em todos esses anos a única coisa que Peeta me pediu foi um filho, e eu neguei isso a ele. Quando chego em casa ele está dormindo, vou até o banheiro e jogo fora todos os remédios contraceptivos que tenho. Tomo banho, me troco e deito do lado de Peeta, ele logo percebe o calor do meu corpo e me envolve em seus braços.
Vou ama-lo por toda essa vida. E em outras também.