Severus,

    Desculpa-me a ausência. Finalmente os exames acabaram, e poderei voltar a dar-te toda a atenção que mereces. Sei que não foi justo, mas que me compreendes. Não sei se os exames me correram bem, mas agora já só resta esperar.

    Os meus pais responderam, e querem conhecer-te. Marquei um encontro para a próxima semana na casa deles. Importas-te? Não sei se será a melhor opção, mas é seguro.

    Tive uma ideia de algo que poderás fazer. Conto-te pessoalmente na visita que te farei amanhã à noite.

    Espera por mim,

              Hermione Jean Granger

Foi com aquele pequeno pergaminho que Severus voltou a ter notícias de Hermione. Soubera por Minerva que a sua namorada tinha andado muito nervosa na altura de exames, não a deixara esquece-lo mas também não a tinha pressionado.

As saudades que tinha da Sabe Tudo eram indescritíveis. O relógio que tinha na sala de estar marcava a meia-noite no exacto momento em que ouviu duas batidas suaves na porta da entrada. Era ela.

    - Hermione – “Os olhos dele brilham…”

    - Severus – Ela correu para abraça-lo.

    - Tinha tantas saudades tuas… - E puxou-a para um beijo, um beijo que matou a saudade. Pegou nela e sentou-os no sofá, ela encostou a cabeça no peito dele e inspirou o cheiro dele.

    - Perdoa-me não ter vindo mais cedo.

    - Eu conheço-te, não há nada para perdoar. Sei o quanto eram importantes estes últimos exames. Anima-te.

    - Senti tanto a falta destes braços, sinto-me em casa aqui.

    - Estás em casa.

    - A sério? – “Ela parece tão insegura… O que se terá passado?”

    - Esta casa é tua. – Ele segurou-a pelo queixo e obrigou-a a olha-lo nos olhos. – Nunca te perguntei directamente, mas… Queres vir viver comigo?

    - Quero. – Beijaram-se ternamente.

O beijo passou a urgente, e os seus corpos fundiram-se durante horas de amor. Hermione acordou nua ao lado dele e descobriu que era assim que queria acordar durante o resto da sua vida.

Aconchegou-se contra ele e acordou-o.

    - Bom dia.

    - Bom dia, – beijou-o ternamente - desculpa acordar-te.

Depois de um pequeno-almoço servido na cama, os dois continuaram deitados, abraçados e perdidos nos seus pensamentos.

    - Disseste na carta que tinhas uma ideia para eu ter ocupação… - A voz dele interrompeu o silêncio.

    - Ah sim, desculpa. Esqueci-me completamente. E que tal escreveres livros com um pseudónimo?

    - Hermione isso é um risco.

    - Severus, tudo na vida é um risco. E se for preciso eu dou a cara, apenas tens de te manteres ocupado. Vais ver que te sentes melhor. Até porque o teu nome está quase limpo.

    - Obrigada. – Hermione sabia que aquele agradecimento não era apenas pela ideia.

    - Estou sempre aqui. – E era verdade. – Na sexta acaba o ano lectivo, os alunos irão para casa no Expresso, pensei que poderíamos ir juntos. Desmaterializamo-nos, e jantamos com os meus pais. O que achas?

    - Tudo bem, mas será que eles vão gostar de mim? Hermione, eu… - Ela não o deixou continuar.

    - Não comeces, eles foram compreensivos nas cartas que troquei com eles, - mas Hermione desviou o olhar quando referiu os pais, Severus teve um mau pressentimento – só precisam de te ver.

Passaram o dia juntos, Hermione teve de voltar ao Castelo antes de jantar. Não iria arriscar chamar a atenção logo agora que estavam no final do ano lectivo.

Na próxima sexta de manhã voltariam a encontrar-se.