No dia seguinte Hiccup dormiu até o meio; dia teria dormido até mais tarde com toda certeza se não tivesse sido acordado pelos berros de seu pai o chamava do quintal.

Ele foi até a janela e a abriu, ajoelhado no pequeno sofá a baixo dela e colocando parte do corpo pra fora.

– O que ??- Gritou Hiccup do quarto

– Desça aqui, desça, vamos.

Hiccup Desceu as escadas rapidamente preocupado com Banguela, se seu pai tivesse descoberto tudo, com certeza não hesitaria em expulsar o cachorro para a rua ou leva-lo para um canil; ele abriu a porta rapidamente indo para o quintal e saiu porta a fora pulando os degraus da pequena escada em um único salto, caindo em pé na neve.

– O que foi pai?? – Perguntou ele nervoso, ofegante e gaguejando.

Stoico franzia a testa e olhava para Hiccup com um olhar fulminante.

– O que pai?? Fala??

–Hiccup, pode me dizer o que seu casaco fazia jogado na neve??

Hiccup inclinou-se para o lado para ver atraz de Stoico se Banguela não estava la afinal não poderia movimentar-se tão rápido assim sem uma das pernas.

– Na neve??- questionou Hiccup olhando para todos os lados a procura de Banguela.

–É, você jogou seu casaco pela janela??

–Joguei??

–Afinal o que você tanto procura??- gritou Stoico virando-se para traz.

– AH, nada não pai, e então quando é que rola o café da manhã??

– Café??

Hiccup consentiu em um aceno de cabeça.

– Hiccup meu filho, são 12:20 não é hora para café, daqui a pouco teremos que sair para uma visita na sua nova escola, além disso tenho que ir pra firma, e você MOCINHO me deixou desempacotar 25 caixas SÓZINHO.

–Desculpa pai. – Disse o garoto com um olhar de arrependimento.

– Tudo bem meu filho, vamos entrar.- disse Stoico em um suspiro- Apenas cumpra com suas responsabilidades.

–Tudo bem pai.

Hiccup estava quase entrando em casa atrás de Stoico, quando ouviu um ganido vindo de um canto da casa, ele esperou o pai entrar e logo foi ver do que se tratava, ao se aproximar encontrou Banguela, feliz por velo, abanando a longa e negra calda.

Provavelmente o cachorro teria se arrastado até lá durante a noite.

– Então?? O que tem a dizer sobre isso??

Banguela latiu em resposta a pergunta, Hiccup se assustou e pediu silencio , ele olhou para Banguela mais uma vez e depois levantou-se, entrou em casa e foi para a sala.

Realmente, seu pai havia desempacotado todas as caixas sozinho.

Hiccup, ouviu seu pai lhe chamar.

–Eu já vou ! –gritou ele.

Hiccup subiu para o quarto abriu o guarda roupa e pegou um outro casaco, depois desceu rapidamente as escadas saiu para fora onde encontrou seu pai dentro do carro o esperando, Ele colocou o casaco e entrou no carro.

Stoico dirigiu até o colégio novo onde Hiccup iria começar a estudar, eles entraram todos estavam em aula no momento e ambos andaram até a diretoria, lá foram atendidos pela diretora do colégio, ela deu uns papéis para Stoico assinar, para confirmar a transferência de Hiccup para o novo colégio, feito isso ela os levou para um tour pela escola, mostrou a biblioteca (um dos lugares que Hiccup gostou muito), o refeitório , e quando estava mostrando as salas Hiccup sentiu uma vontade de ir ao banheiro.

–Siga reto e depois vire a direita.- disse a diretora educadamente.

Ele seguiu o caminho indicado e ao virar a direita esbarrou em uma garota alguns centímetros mais alta que ele, cabelos loiros, olhos azuis, e com uma expressão de raiva no rosto.

–Olha por onde anda, IDIOTA.- disse a menina empurrando Hiccup para o lado.

“Qual o problema dessa garota??”- perguntou-se ele.

Depois de ter ido ao banheiro e de o tour pelo colégio ter finalmente acabado, Stoico deu 50 dolares para Hiccup e disse.

–Infelizmente não poderei leva-lo para casa, mas pedi a Bocão que fizesse um tour com você pela cidade. Aproveite!! e compre os materiais escolares okay??

–Espera! O que?? Quem é Bocão?? E como assim não pode me levar para casa??

–Tenho que ir para a Firma esqueceu?? Bocão é o seu padrinho ele me ajudou a cuidar de você depois que sua mãe.... - Stoico fez uma pausa e desviou o olhar para o chão.

–É, eu sei.

– Bom, eu vou indo então.- disse Stoico entrando no carro- Até mais tarde filho.

–Até.

Stoico deu a partida e foi embora, Hiccup não queria esperar por Bocão, e voltar para casa sozinho estava fora de cogitação, então ele decidiu passear pela cidade sozinho.

No meio do caminho ele acabou tombando com um homem quase que de sua altura barba loira muito bem agasalhado ao respirar suas narinas bufavam e o ar liberado por ele esfriava na atmosfera gelada.

–Hiccup??

– Hum, eu te conheço??

–Bocão.- respondeu o homem estendendo a mão para cumprimentar Hiccup -Eu estava indo te buscar no colégio, por que não me esperou lá??

– ah isso?? Nada.

Bocão olhou desconfiado para Hiccup.

–Então esta bem. Venha vou leva-lo por um tour pela cidade.

Hiccup o acompanhou e Bocão ensinou a ele caminhos, e lhe mostrou lugares interessantes, o ultimo local a ser apresentado foi sua marcenaria, ele adorou aquilo e Bocão se ofereceu para ensina-lo um pouco sobre marcenaria e ferraria.

Hiccup aprovou a ideia, depois disso tudo ele foi com Bocão até a papelaria mais próxima onde comprou o material escolar.

Hiccup simpatizou-se com o padrinho, ele era simpático, engraçado, e parecia saber muito mais sobre ele que o próprio pai.

–Então gostou da cidade?

–É... é legal, é bonita, mas você não entende! Meus amigos estão lá, minha escola, onde eu deveria estar terminando este ano, esta lá, toda a historia da minha vida ficou lá. Eu não sou ninguém aqui.

–Eu sei que não é fácil, já passei por isso também.

–Passou?

– Sim, seu pai é meu melhor amigo e quando me mudei tive que deixa-lo lá, mas não deixamos de ser amigos por conta disso- disse Bocão com um sorriso - Ele me até me chamou para ser padrinho no dia do seu batismo e devo dizer que nada me fez mais feliz , porque ali no dia do seu batizado eu me dei conta que amigos nunca dizem adeus. Sabe Hiccup?? As vezes a distancia apenas fortalece as amizades, você vai ver.

Hiccup abaixou a cabeça, ee Bocão o levou para casa, Hiccup pegou as sacolas com os materiais e jogou tudo em cima da cama depois foi ver a foto que ainda estava no pequeno sofá a baixo da janela.

–Tomara que o Bocão esteja certo.- disse Hiccup colocando a foto na escrivaninha.

Ele ouviu latidos e logo desceu para dar de comer a Banguela que ainda estava no frio, no canto da casa, ele pegou uns biscoitos na cozinha e um copo de agua e levou para Banguela comer.

–Eu preciso comprar ração pra você, não da pra você ficar só comendo Oreos- disse ele fanzendo carinho no cão.

Hiccup se levantou e foi para quarto.

Ele deitou-se na cama e lembrou-se da garota ao qual esbarrara de manhã, ele sentia raiva crescendo dentro de si.

– BAKA- disse ele virando-se para o lado.