“Uma partida inesperada”

Na manhã seguinte Hiccup acordou um pouco mais tarde do que esperava, ele desceu as escadas e encontrou seu pai na sala empacotando algumas caixas.

–Pai?? O que esta fazendo??

–Preparando a mudança.

–O que?? Nós vamos hoje??

–Sim, nós vamos, eu avisei que teríamos muito a fazer.

–Certo, mas, quando você disse que “teríamos muito a fazer” não sabia que era isto.

–Francamente Hiccup, o que você achou que fosse??

–Mas pai, e a escola?? eu tinha aula hoje.

–Esqueça a escola.

–Mas, e os meus amigos??

–Vai ter tempo para despedir-se deles.- disse Estoico se preparando para pegar outra caixa- Agora vá até a cozinha seu café esta pronto, fiz panquecas para você, são as suas preferidas não é?? E tem chocolate-quente com mine marshmellows, espero que goste.

Hiccup olhou atentamente para sala que estava lotada de caixas de papelão lacradas com fita adesiva, ele agradeceu o pai e foi para cozinha em passos lerdos onde um prato de panquecas com melado e uma caneca com chocolate quente e mine marshmellows o esperavam.

A cozinha tal qual a sala estava repleta de caixas escrito “frágil” e lacradas. Havia apenas uma, em cima da pia, que não havia sido fechada, ao lado dela jornais, ele sentou-se e dirigiu a caneca até a boca, ele olhou para o quintal branco pela neve do lado de fora da janela da cozinha, e de relâmpago lhe veio a imagem de Jack em sua mente.

“O que será que ele vai pensar quando eu não aparecer no ponto de ônibus??”- pensou Hiccup com sigo mesmo.

Hiccup comeu as panquecas e bebeu mais um gole do chocolate quente.

após termina o café , ele lavou a louça, embrulhou com os jornais que haviam lá, e a colocou na ultima caixa que faltava ser lacrada, depois se dirigiu a sala onde seu pai estava.

–Pai- disse ele melancolicamente- A ultima caixa da cozinha já pode ser lacrada.

–Okay, já estou indo! tomou seu café, filho??

–Sim, estava bom.

–Ótimo, agora, eu coloquei umas caixas no seu quarto para que você possa guardar suas coisas.

–Tá- respondeu Hiccup, e subiu para o quarto.

Hiccup abriu a porta do quarto e encontrou perto da sua cama cinco caixas, ele foi em direção a cama, pegou uma caixa, depois dirigiu-se até a escrivaninha , e pôs-se a guardar as coisas; pegou sua luminária e colocou na caixa, depois pegou seu caderno de desenhos e também o guardou; assim foi guardando na caixa as poucas coisas que haviam na escrivaninha, ajoelhou-se para organizar as coisas dentro da caixa, ao levantar-se para ver se tinha mais alguma coisa em cima da escrivaninha que devia ser guardada, deparou-se com um porta-retratos que continha uma foto dele ao lado de Jack, Merida e Rapunzel, todos estavam felizes, rindo juntos.

Hiccup olhou para o retrato e pensou em seus amigos e nos momentos bons que passaram juntos , uma lagrima escapa de seus olhos, escorrega por sua face, pendendo-se no queixo até ceder e pingar no vidro do porta-retratos.

–Jack-murmurou Hiccup

Ele olhou para o relógio do escudo do Capitão America pendurado na parede eram 11:00 e a esta altura Jack, Merida e Rapunzel já estariam na 4ª aula do dia; com muita dor no coração Hiccup colocou o porta-retratos no centro da caixa em cima do seu caderno de desenhos, enxugou o rosto com a mão, fechou as abas e lacrou com a fita adesiva que seu pai havia deixado em cima da cama.

Após ter terminado de empacotar todos os seus pertences Hiccup Descia novamente e parou no meio da escada , ele pegou o celular para ver as horas e notou que haviam 5 novas mensagens e que o celular estava no silencioso, as mensagens haviam sido envidas por Jack a aproximadamente três horas atrás.

“Por que você não foi pra escola?? Seu pai disse que você havia acabado de acordar e por isso iria demorar um pouco.

Eu esperei você no ponto mas você não apareceu.

Espero que esteja tudo bem.

Ass: Jack”

Todas as outras quatro mensagens eram apenas a mesma pergunta.

“onde esta você?? Você não vem??”

Hiccup desceu rapidamente e encontrou seu pai e os homens da mudança levando o sofá para o caminhão, Estoico estava parado na frente da porta.

–Cuidado com este sofá ele é praticamente uma RELÍQUIA- gritava ele

–Pai por que você não me disse que o Jack veio aqui??

– hã?? Como??

–Jack, pai, o Jack passou aqui e você mentiu pra ele.- disse Hiccup mostrando a mensagem do celular.

–Ah isso??- respondeu Estoico abaixando a mão do filho- Melhor deixar pra lá, de qualquer Jeito, o que esta feito esta feito.

–Eu não acredito que você fez isso.

– Hiccup acalme-se, não é necessário fazer todo este alarde, você vai pra uma escola nova, vai conhecer pessoas novas, pode arrumar novos amigos.

–Como é?? Novos??- Hiccup recua –Não é assim que as coisas funcionam pai. Pessoas são insubstituíveis.

Ele subiu correndo para o quarto, fechou a porta com força e jogou-se na cama.

A mudança terminou apenas as 13:30 da tarde o caminhão da mudança já havia ido embora.

Estoico sai da casa com as malas para coloca-las no carro, Hiccup estava logo atrás dele segurando a caixa com seus pertences nas mãos , ele para perante a porta e olha para traz.

–Tranque a casa Hiccup e entre no carro- gritou Estoico fechando o porta-malas.

–Só um minuto- Gritou Hiccup em resposta

Hiccup colocou a caixa no chão, fechou a porta, e a trancou com a chave em um único giro, após isso pendurou na porta um pedaço de papel, então, abaixou-se pegou a caixa e foi até o carro; colocou a caixa no banco de traz e entrou no carro sentando-se no banco da frente, Estoico liga o carro e da a partida, o carro avança rápido, foi então que Hiccup olhou para o espelho retrovisor e viu Jack cair ajoelhado no meio da rua, atrás dele estão Rapunzel e Merida que estão tentando acalma-lo.

Hiccup tira o cinto de segurança e coloca metade do corpo para fora da janela.

–EU SINTO MUITO- grita ele para os amigos que parecem não ter ouvido uma palavra se quer.

–HICCUP SENTE-SE DIREITO- gritou Estoico para o filho-NÃO POSSO DIRIGIR ASSIM.

Hiccup observa seus amigos parados no meio da rua diminuírem conforme o carro se afastava, antes que pudesse acenar, Hiccup foi puxado para dentro do carro por seu pai que insistia para que ele colocasse o cinto, ele sentiu seu coração doer, sua respiração falhar, era como se ele tivesse morrido ali naquela hora, inevitavelmente uma lagrima lhe corre pelo rosto e Hiccup sofre em silencio.