Uma jovem corria freneticamente, era seguida por quatro rapazes. Desesperada acabou por parar em um beco sem saída.
-Ora mais que jovem linda! Gostaria de saber se seu sangue é tão suculento quanto sua aparência. –Disse um dos rapazes com caninos à mostra. Bella estremeceu. Que diabos eram aqueles caninos? O grupo a encurralou e Bella intimamente sabia: era o seu fim. Bastou fechar os olhos por alguns segundos e as criaturas que iriam atacá-la estavam mortas. Viu de relance uma sombra. O desconhecido de olhos rubros como seus atacantes aproximou-se.
-Você está bem? –Perguntou o jovem discretamente lambendo as garras molhadas pelo sangue daqueles que friamente matou. Bella, aturdida, viu o jovem lhe estender a mão que não estava suja com o liquido rubro. Apesar do temor, ela pegou a mão estendida.
-Qual o seu nome?
Bella: Isabella... –Estava tremula.
-Não se preocupe. Não lhe farei mal. Eles a machucaram?
Bella: Não.
-Que bom. Melhor ter cuidado. –Depois de ajuda-la a se levantar o desconhecido dá seus primeiros passos para ir.
Bella: Obrigada. Ah! Qual o seu nome?
-Edward.
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Isabella Swan amava... Ah ela amava! Mas o seu amado, Edward Cullen, não era um rapaz comum. Ele era um vampiro! Claro que Bella sabia, Edward a salvou certa vez de ser morta por alguns vampiros depois que esta retornou da escola. O motivo de te-la salvado ela não sabia e nem se importava, a partir daquele dia em que fora salva passou a admirá-lo. Não demorou muito a amá-lo depois de um tempo de convivência.
Bella: Oi Edward. –Diz timidamente Bella. Ela o encontrou a caminho da escola, Edward sempre ficava em um parque próximo a casa dela.
Edward: Não deveria vir por esse atalho. Aqui é perigoso. –Alerta Edward levantando-se do banco onde estava sentado e ficando de pé ao lado da garota.
Bella: Mas esse é o caminho mais curto Edward! –Fala a jovem aparentando desagrado. Edward sorri. Ele tinha que admitir que adorava o rosto contrariado da moça.
Edward: Isso não é desculpa. É melhor caminhar mais só que em segurança do que andar pouco e correr o risco de ser morta. –Esbravejou Edward ao ver o modo como Bella o tratava como se ele tivesse dizendo asneiras. Bella sorriu com o semblante aborrecido do rapaz. Os dois passam a caminhar.
Bella: Vai me acompanhar até em casa?
Edward: Sim.
Bella: Não precisa se preocupar tanto comigo. Aliás, Edward... Por que você se preocupa tanto comigo? –Nesse momento Bella fitou o chão, os ouvidos atentos ao que Edward poderia dizer. Este se virou encarando-a, pegou levemente o queixo de Bella olhando-a com seus orbes rubros.
Edward: Por que você é um ser efêmero que pode sucumbir com qualquer coisa. É por isso que me preocupo com você. –Aquelas palavras deveriam alegrar o coração da jovem, mas não foi isso que aconteceu. Edward a chamava de fraca, era tudo isso o que ela entendeu e aquilo estranhamente doeu.
Bella: Eu sei que sou fraca, não precisa dizer isso o tempo todo.
Edward: Preciso sim. Assim você vai fazer o que digo. Vá direto para casa, a partir daqui é seguro. –Pegou outro caminho e Bella ficou prostrada ali olhando o vampiro desaparecer na penumbra. Logo chegou a sua casa.
“-Por que ele ficaria comigo? Ele não ia querer perder seu tempo com uma humana fraca como eu. Então seria inútil confessar o que sinto e esperar ser correspondida. Se eu pudesse...” - Pensou enquanto estava deitada na sua cama pronta para dormir.
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Assistiu aula por assistir. Saiu mais cedo do que o previsto alegando não estar bem. Ao invés de ir para casa parou no parque onde frequentemente encontrava Edward. Sentou-se em um banco. Se o encontrasse o que falaria? Ela não queria ser fraca. Se virasse uma vampira conseguiria beleza e imortalidade, não seria tão fraca, mas não era esse seu desejo. Então como ser forte, como ser imortal para quem sabe ser aceita por Edward? Ela não sabia. Olhou a bela tarde que fazia, lembrou-se de Edward. Há sete meses o conhecia desde que ele lhe salvou a vida e há cinco meses apaixonou-se por ele. A principio decidiu guardar para si este sentimento, mas já não estava suportando tal situação. No entanto o fato de ser humana era o que não deixava esta confessar o que sentia. Achava que só por ser de uma raça fraca levaria um fora do rapaz, por mais que este sentisse algo.
Bella: Se pelo menos existisse um modo de ser bela e imortal sem ser vampira... –Fechou os olhos. E de repente uma idéia, ou melhor, uma lembrança. –O Edward diz que sempre que quer informações ele vai a uma determinada biblioteca onde existem documentos específicos para vampiros, talvez tenha algo lá! –Levantou-se apressada. Não custaria nada a ela tentar encontrar algo que lhe dissesse como ser imortal sem se tornar uma vampira, não é?
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O local estava relativamente movimentado. Adentrou a biblioteca indo para os fundos. Um único corredor não possuía ninguém. Olhou um símbolo próximo a estante onde estavam vários livros, de acordo com o que aprendeu com Edward era um símbolo que identificava os vampiros, uma rosa com uma espada cravada em seu interior.
Bella: Certa vez Edward disse que o símbolo dos vampiros é este então aqui deve ser os arquivos específicos para vampiros. Melhor começar a procurar algo, mas antes preciso avisar que chegarei tarde. –Pegou o celular na bolsa, ligaria para sua mãe.
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Ela não havia passado no parque como de costume, nem estava na escola como constatou há alguns minutos.
Edward: Onde ela se enfiou? –O vampiro mostrava-se aborrecido. Não era do feitio de Bella simplesmente desaparecer. Passou a caminhar ao invés de simplesmente espera-la no parque.
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Bella: Então existe mesmo uma forma de transformar um ser humano em um imortal sem se transformar em vampiro? QUE BOM! –Deu pulos de alegria com a constatação e os olhos marejados mostravam claramente o quanto à descoberta a deixou feliz. –Nossa está tarde! Melhor ir logo para casa, ainda bem que avisei a minha mãe sobre meu atraso se não teria problemas! –Saiu rapidamente da biblioteca. Pegou o caminho que Edward sempre recomendava a ela.
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Bella: MÃE! CHEGUEI!
Renée: Já estava preocupada Bella. Quando disse que chegaria tarde não imaginei 10h00min da noite!
Bella: Desculpe. É que eu fui a biblioteca para fazer umas pesquisas e perdi a noção do tempo. Vou tomar um bom banho agora e depois comer algo. –Subiu as escadas. As informações colhidas não saiam de sua cabeça. Uma pedra chamada rubi de sangria tinha o poder de dar imortalidade ao seu usuário. Esta pedra está localizada em uma igreja católica em algum lugar de Seattle.
Bella: Com as férias de verão chegando posso pedir a mamãe para ir para Seattle passar uns dias com meu pai Charlie. Ai vou a tal igreja católica procurar a pedra! –Adentrou o aposento, ao acender o interruptor e olhar para próximo da janela assustou-se.
Bella: EDWARD!
Edward: Estava a sua espera. Onde esteve? –Este mostrava sinais claros de irritação.
Bella: Ah eu... Eu fui à biblioteca pesquisar algumas coisas para a escola. Avisei a minha mãe que chegaria tarde. –Sentou-se na cama. –O que houve? Parece aborrecido.
Edward: Eu... Eu pensei que tinha acontecido algo a você. Só isso. –Em momento algum a olhou. Bella emudeceu.
Bella: Você está sempre preocupado comigo. Isso é por que sou uma humana fraca, não é? –Mostrou-se entristecida. Edward aproximou-se.
Edward: É. Mas também por que eu...
Bella: Mas eu estou bem então pode ir sossegado. Agora vou me arrumar para dormir. Amanhã agente se vê. –Deu um meio sorriso. Edward a olhou confuso, mas saiu. –Eu vou me tornar uma imortal Edward, ai você não me verá apenas como a humana fraca que precisa proteger.
Edward, já em seu palacete, olha pela sacada de seu quarto a vista da cidade.
“-Não consegui dizer a ela...” - Entra o aposento fechando a porta da sacada assim como a cortina.
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Bella: AH FINALMENTE FÉRIAS DE VERÃO!
Angela: E ai amiga para onde você vai?
Bella: Vou para Seattle ficar na casa do meu pai. E você?
Angela: Vou ficar por aqui mesmo ajudando meus pais na loja de conveniência.
Bella: Boa sorte então. –Bella passa a caminhar em direção a sua casa. Passou pelo parque vendo uma figura conhecida sentado em uma mureta. –Oi Edward! –Sorriu gentilmente.
Edward: Oi. –Desceu da mureta caminhando lado a lado com Bella.
Bella: Estou de férias.
Edward: Que bom.
Bella: Vou viajar para Seattle para visitar meu pai. –Edward parou.
Edward: Seattle?
Bella: Sim. Não sei quanto tempo vou passar, mas acho que volto antes do final das férias.
Edward: Por que para Seattle?
Bella: Por nada. É que faz tempo que não vejo minha tia e fui para Seattle quando pequena. Quero voltar para lá.
Edward: Aquele não é um lugar seguro. É um ponto onde concentram-se vampiros.
Bella: Não se preocupe, eu não vou me meter em locais perigosos. –Sorriu divertida, mas Edward não mudou sua expressão.
Edward: Fui a biblioteca ontem.
Bella: Sério? O que foi fazer lá?
Edward: Pesquisar algumas coisas. A responsável pelo local me falou que a pouco tempo atrás uma jovem foi para lá e adentrou a sessão apenas para os de minha raça. A descrição que ela me deu da pessoa é idêntica a sua. –Olhou para Bella.
Bella: Acho que ela se equivocou. Eu fui para lá, mas pesquisei coisas da escola. Talvez eu tenha entrado por engano no corredor onde tem artigos específicos para vampiros.
Edward: Não foi para lá a procura de outra coisa? –A olhou desconfiado.
Bella: Claro que não! –Sorriu tentando conter o nervosismo. –Como você é desconfiado!O que eu faria lendo documentos que só interessam a vampiros?
Edward: Que seja. Antes de chegar a sua casa quero lhe entregar uma coisa.
Bella: O que? –Edward pega algo de sua sobrecasaca colocando nas mãos de Bella. –AH QUE LINDO! –Olha fascinada para o cordão com um grande pingente em forma de coração. Edward o pega das mãos de Bella colocando no pescoço da mesma.
Edward: Não tire do seu pescoço, é para lhe dar sorte. –Edward dá um meio sorriso em seguida caminha para o lado oposto. –TENHA CUIDADO LÁ! –Fala para que Bella escute, esta sorri.
“-Quando eu retornar serei uma outra pessoa. Confessarei o que sinto a você, Edward.” –Vai para casa.
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Charlie: Você está linda! Quanto tempo não nos vemos? Seis meses?
Bella: Mais ou menos isso. Como está?
Charlie: Bem. Vamos nos divertir muito. –Charlie ajuda a filha com a mala e as duas vão em direção ao carro da tia para seguirem para a sua casa.
Bella: Pai, tem alguma igreja católica aqui?
Charlie: Tem. Fica no centro. É a única aqui, mas está abandonada.
Bella: Gostaria de vê-la. É que é um projeto das férias de verão.
Charlie: Não sei se é bom. Aquele lugar é muito estranho. Dizem que é mal assombrado.
Bella: Eu não tenho medo disso! –Ela pensou em Edward, se o pai soubesse que ela era próxima de um vampiro não diria algo tão bobo como fantasmas em uma antiga igreja.
“-Tenho que procurar atentamente nessa igreja!” –Constata Bella.
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Estava deitado em sua cama, o olhar vago. Algo estava errado, ele sabia. A responsável pela biblioteca não só confirmou a ida de Bella até a ala onde existia apenas arquivos destinados a vampiros como pediu a xeroz de um livro com amostras de relíquias pertencentes a grandes vampiros... Algo lhe ocorreu.
Edward: Em Seattle existe uma relíquia chamada rubi de sangria. Será que... ESSA NÃO!
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Estava em frente a igreja. Apesar de ser de manhã aquele ambiente era tenebroso como sua tia havia dito.
Bella: O local está fechado para reforma, mas acho que consigo entrar sem problemas. –Abriu uma porta de madeira que cercava o local adentrando a igreja. Por sorte trouxe uma lanterna e logo estava na parte principal da igreja, a luz do dia adentrava timidamente passando pelos vitrais. De alguma forma aquele ambiente a deixava temerosa. Pegou um papel do bolso onde mostrava o rubi de sangria. Ligou a lanterna olhando atentamente o espaço.
Bella: Essa igreja é pequena, vai ser fácil procurar. -Caminhou até o altar, pensou que aquele seria o primeiro lugar a esconderem algo. Ao se aproximar sentiu o chão frágil, o assoalho de madeira estava podre. Antes que pudesse sair o chão cedeu e Bella caiu. –AHHHHHHHHHHHH!
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Levantou-se cambaleante, a lanterna estava próxima, não havia quebrado. Contemplou a altura que caiu, definitivamente não conseguiria sair daquele buraco. Ao focar melhor o espaço pode constatar que estava em uma galeria abaixo da igreja, seu instinto dizia que aquele poderia ser um local onde o rubi de sangria poderia estar. Caminhou pelo local temerosa, mas a vontade de conseguir seu objetivo lhe dava forças. Sentiu o tornozelo, tinha torcido.
Bella: Esse lugar é maior do que eu pensava. Vou procurar por aqui depois procuro lá em cima.
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O telefone toca, Charlie o atende.
Charlie: Alô? Oi Renée... A Bella saiu. Ela foi visitar uma igreja... Tudo bem eu aviso. –Charlie desliga. –Que estranho a voz dela estava mais grossa do que o normal. Será que ela tava rouca? Vai ver era isso.
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Não encontrou nada, a galeria não era tão grande como imaginava.
Bella: Tenho que sair daqui. Acho que vou ter que ligar para pedir ajuda, não vou conseguir subir com o tornozelo desse jeito. –Segurou o celular, mas ao vê-lo... –AI MEU DEUS O CELULAR QUEBROU!
-Nunca imaginei que uma presa cairia aqui no meu covil. Huhuhuhu! –Não conseguiu virar para ver quem pronunciava tais palavras na penumbra. Mas tinha que se virar, quando o fez sentiu algo cortar sua carna, eram as garras daquele ser.
Bella: AHHHHHHHHHHHHHHH! –A dor era insuportável, não demorou a desmaiar sentindo seu sangue ensopar as vestes.
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Os olhos cor de chocolate abriram-se, tudo o que via era um teto bem decorado.
Bella: Que lugar é... Esse?
Edward: Você está no meu quarto de hotel. –Era Edward que estava bem a sua frente. Sentou-se com dificuldade.
Bella: Eu to sonhando? Como você pode estar aqui?
Edward: Eu sabia que você estava aprontando algo. Entrar naquele local... Era pedir para ser atacada.
Bella: É mesmo eu... Ué eu tinha sido gravemente ferida! –Tateou o tórax, não havia nada lá.
Edward: Você deveria estar morta. O vampiro que a atacou perfurou seu tórax.
Bella: Então como eu... VOCE NÃO ME TRANSFORMOU EM VAMPIRA NÉ?
Edward: Não. Eu disse que o colar lhe daria proteção. -Bella olhou o colar. O pegou entre os dedos. Sentiu que poderia abrir o pingente e tamanha foi a sua surpresa ao ver que dentro do pingente em forma de coração havia uma pedra rubra.
Bella: É o rubi de sangria! Mas como...
Edward: É uma relíquia que acabou por ficar na minha família. Para um vampiro não tem utilidade, mas para um humano é algo incrível e necessário. Pensei que acabaria por mante-la em algum lugar de minha morada até conhece-la. Temendo que algo acontecesse com você eu a dou a você. Felizmente isso a salvou hoje.
Bella: Obrigada, mas... Eu... Edward?
Edward: O que foi?
Bella: Por que está me dando isso? –Ao visualiza-lo sentiu algo tocar gentilmente seus lábios num carinho continuo. Demorou um pouco para corresponder ao beijo, jamais imaginou que o rapaz dos seus sonhos agisse dessa forma. Quando Edward se afastou, Bella o olhou aturdida.
Bella: Edward...
Edward: Eu não quero perde-la para o tempo Bella. Por isso eu... Eu lhe entrego esta jóia para te-la sempre ao meu lado mesmo sem saber se o que sinto é correspondido. –Viu os olhos de Bella derrubarem algumas lagrimas. –O que eu disse não a agrada?
Bella: Claro que agrada seu bobo! É que eu não pensei que seria assim. Depois de ver o que fiz para ter a imortalidade e ser aceita ainda me pergunta se eu sinto algo ou não? – Edward sorri abraçando Bella.
Edward: A eternidade... Eu a condeno a te-la, mas ficará ao meu lado.
Bella: Eu aceito essa pena pelo meu amor a você, Edward.
Fim.