Teen Banshee escrita por Mr Cookie


Capítulo 1
Wide Awake


Notas iniciais do capítulo

HEEEEY! O/ Eu sou o Mr. Cookie e você está assistindo a Disney Chanel! Brincadeira, haushaus! Bom, essa é minha primeira fic e conto com vocês para me criticarem/elogiarem/falarem como está a fic! Se divirtam!



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Estou bem acordada

E agora está claro para mim

Que tudo que se vê

Nem sempre é o que parece

— Wide Awake, Katy Perry

— Está tudo bem, Lydia? — a mãe perguntou, sem nem ao menos tirar os olhos da estrada. Lydia enxugou mais uma lágrima persistente com a manga da jaqueta jeans da Colcci e sorriu tenuemente.

— Ótima, nada que um pouco de rímel e sombra não resolva — ela disse, erguendo o queixo e sorrindo de maneira altiva.

Mas aquela não era a verdade. Ela estava péssima. Havia deixado amigos, uma história e uma vida. Ela sabia que nunca mais seria a mesma de antes, aquela Lydia que só tinha olhos para homens e bolsas da Gucci — apesar de ainda ter uma queda enorme pelas Louis Vuitton’s.

Enfrentou muitos desafios em Beacon Hills e descobriu verdadeiros amigos, que estiveram com ela até o fim. Quando se despediu de Allison, ambas acabaram derramado algumas lágrimas discretas. Scott a abraçara carinhosamente na última vez que o viu, protetor como sempre. Com Aiden nem se encontrara; uma ligação e nada mais para dar adeus e pôr fim ao, hum, affair sexual. Mas quando foi se despedir de Stiles, ele rompeu em um choro incontido. Só parou quando ela lhe deu o último beijo.

Lembrar dos amigos também a fazia lembrar do pai. No último dia em que o vira, ele tinha vindo até ela com o rosto apertado de tristeza, o choro só reprimido com muito custo.

Lydia ainda não entendia o porquê dos pais terem se separado. Os dois alegavam que o amor um pelo outro havia acabado, mas nenhum dos dois haviam tido casos depois da separação, e ela via amor no olhar que eles trocavam.

Enfim, mesmo que os pais dela ainda se amassem, de nada adiantou. O pai ficou em Beacon Hills, e ela logo estaria mais distante dele do que nunca.

Lydia respirou fundo e colocou os fones de ouvido. Ela recomeçaria sua vida, dessa vez mais madura e forte, bem acordada.

Quando abriu os olhos, ela estava em um lugar escuro e frio. Tão frio que saíam nuvens brancas de seu nariz e boca. Lydia olhou para todos os lados, visualizando somente um feixe de luz que iluminava um pouco do espaço. Aos poucos a visão dela foi se acostumando e logo ela viu um papel de parede desgastado nas paredes, uma cama, uma TV antiga e um garoto sentado no meio do lugar. Ele abraçava os joelhos e se movia para frente e para trás.

O medo estava tão forte em Lydia que seu coração quase saía pela boca. Ela ficou parada onde estava, e logo outro vulto surgiu da escuridão, do vácuo. Sombras pareciam circundar o garoto, enquanto o vulto se aproximava. A respiração de Lydia parecia começar a falhar.

As sombras começaram a desaparecer, deixando o feixe de luz iluminar mais um pouco os ombros curvados do garoto. O vulto estava perto o bastante para tocá-lo. O que quer que fosse estendeu as mãos sobre o garoto e um círculo roxo brilhante surgiu no chão.

Lydia tentou avisar o garoto, mas nada saiu. Tentou, tentou e tentou. Ele não estava vendo aquilo, parecia hipnotizado.

Asas que tinham o formato das de um morcego surgiram da figura. Ela viu as mãos se alongarem o bastante para virarem garras. E então, num rápido momento, a coisa o atacou. Um grito mais forte que qualquer coisa saiu da garganta de Lydia.

— Lydia, querida, acorde! — dizia alguém, sacudindo-a levemente. Lydia acordou, o coração ainda batucando e o corpo tremendo. Viu os cabelos loiros acobreados cortados em um chanel grande e os olhos azuis sorridentes da mãe. Ela a olhava preocupada.

— O que aconteceu? — Lydia perguntou, ofegando. Ainda sentia o frio daquele lugar arrepiando os cabelinhos da nuca.

— Você gritou, meu amor. — A senhora Martin estava quase desesperada.

— Alguém, alguém vai morrer — foram as únicas coisas que a ruiva conseguiu dizer.

— Não foi nada, filha. Foi só um pesadelo, agora você está acordada, agora ele não pode mais te fazer mal!

Lydia tentou acreditar naquela verdade, mas lá no fundo, bem no fundo, sabia que estava errada.

— Está muito tarde para continuarmos a dirigir, então eu liguei para o motorista do caminhão de mudanças e ele me disse que tinha um hotel aqui perto. — dizia a mãe, depois de duas horas sem nenhum diálogo. A noite já caía no céu, e aquilo só aumentava o terror interno no corpo de Lydia. — Achei melhor te avisar antes de chegar porque... — Ela crispou os lábios para dentro. Lydia a olhou um tanto boquiaberta. Levou quatro segundos para que a garota entendesse.

— Borrada? — ela perguntou num tom sofrido.

— Muito — a senhora Martin concordou.

Lydia desceu rapidamente a pala de sol do carro e viu o desastre em sua face, que estava mais pálida que nunca, com os olhos verdes fundos e proeminentes.

— Ai, meu Deus, estou com Hiperpigmentação Periorbital.

— Com o quê?!

— Olheiras.

— Ah! — a mãe exclamou, contendo um sorriso.

Ela ficou retocando a maquiagem por muito tempo, tanto que nem viu que o carro já estava se aproximando do hotel. Mesmo ali, fazendo o que gostava, seu estômago ainda revirava de medo. Quando a senhora Martin estacionou, sendo seguida pelo caminhão de mudanças, Lydia ainda não havia acabado.

— Vamos, querida! Já chegamos!

— Pode ir na frente — respondeu, olhando fixamente em seus próprios olhos no espelho, enquanto passava sombra.

— Ok, mas não demore muito, amada. E não se encha de sombra. Não quero minha filha transformada em um zumbi. — E bateu a porta, indo na direção do hotel com o salto batucando o chão.

Lydia revirou os olhos, os segurando dessa vez para passar um pouco de lápis de olho.

— Claro, adoro sair por aí parecendo com a Taylor Momsem.

A menina passou um batom vermelho, um pouco de pó nas bochechas depois de cuidar das olheiras e fez um biquinho de covinhas para o espelho. Todos veriam uma menina superficial, linda e descolada, não uma…. Banshee, que sonhava com pessoas morrendo e achava corpos.

Quando pensou naquilo, o sorriso falhou consideravelmente. Ela levantou a pala de sol com rapidez, como se aquele movimento pudesse eliminar os pensamentos ruins. Só então ela percebeu o quanto estava errada.

Em letras vermelhas fluorescentes estava escrito ''MOTEL'' e em azul claras e cursivas, ''Glen Capri''. Ao lado do slogan várias suítes pregadas umas às outras seguiam em uma construção de dois andares numa cor amarelo clara com escadas e grades vermelhas desgastadas. Um calafrio percorreu o corpo de Lydia. Ela estava, novamente, no motel amaldiçoado, onde ela, Stiles e Allison tiveram que salvar Scott, Isaac, Boyd e Ethan de se matarem.

O coração dela batia tão rápido que chegava a machucar. Lydia saiu do carro balançando a cabeça. Não havia nada para ela ter medo. Tudo o que tinha acontecido era por causa de Darach, por causa do wolfsbane; aquela druida vadia estava morta agora, e o pesadelo que tivera não passaria da sua cabeça. Não haveria mais sacrifícios ou mortes.

O Ford Fusion da mãe estava estacionado ao lado de um ônibus escolar. Instantaneamente, as lembranças invadiram a garota. Parecia-se muito com o de Beacon Hills, mas na placa estava escrito Mist Valley. Era a mesma cidade para onde ela iria se mudar. Provavelmente, ela refletiu, estavam fazendo uma excursão para algum ponto histórico da Califórnia.

Lydia andou os poucos metros de piso entre a entrada do motel e o carro. O lugar tinha o mesmo papel de parede desgastado e velho, com o mesmo quadrículo de vidro e a mesma velha dentro dele, os olhos verdes claros e os cabelos brancos em total desconexidade com o tubo de traqueostomia na garganta. Ela foi até a mãe que estava conversando com a idosa.

— Mãe, você não me disse que estávamos na cidade de Fairvale! — ela sussurrou exasperada.

— É claro que não, amada. Nem sabia o nome daqui.

— Primeiro, desde quando a senhora fala como uma britânica? E segundo, não podemos ir para outro hotel?

A mãe entortou a boca enquanto recolhia duas toalhas e um sabonete com a chave do quarto.

— Não, amada, esse é um dos únicos daqui. Já paguei e essa senhora não devolveria o dinheiro por nada.

— Não mesmo — a velha disse com aquela voz extremamente rouca e assustadora. Ela sorriu. — Já não nos vimos antes, jovenzinha?

— Eu já me hospedei aqui. Eu e muitas outras pessoas da minha idade — a garota respondeu, dando ênfase nas últimas palavras.

— Ah, sim! Os meus amuletos da sorte! Logo depois que vocês foram embora, os suicídios aconteceram bem menos.

Lydia engoliu a seco e olhou rapidamente para os números que pendiam no fundo do cubículo. Não havia mais 198 e sim 200, o que queria dizer que mais duas mortes ocorreram desde o dia em que se despediu do lugar. Isso só podia significar uma coisa: Darach morto não queria dizer fim das mortes.

Quando se virou, a mãe a olhava com nítida estranheza.

— Eu já vou para o quarto. Você vêm? — ela perguntou.

— Vou pegar um lanche e já vou.

A mãe assentiu com a cabeça.

— Estamos no 201 — a senhora Martin disse, virando-se para ir até a escada que levava ao quarto.

Lydia congelou por um instante e depois saiu a passos largos até a máquina de lanches, sem ao menos se virar para a velha. Mesmo sem vê-la, podia sentir aquele sorriso assustador a persegui-la.

Não tinha muita gente na fila, só um garoto ruivo e sardento com a cara fechada. Na verdade, não tinha muita gente perambulando no motel. A maioria dos estudantes estavam dentro de seus quartos, e, se tivesse alguém a mais ali, não daria as caras na noite, com certeza!

Lydia quase se arrependeu. Estava morrendo de fome — não tinha comido nada desde que saiu de casa —, mas andar por aqueles corredores cheios de portas a trouxera mais ao passado e ao pesadelo do que nunca. Logo agora, que só queria ter uma vida nova, sem nenhum resto de medo e lembrança.

Enquanto esperava o garoto franzino digitar os números e pegar as seis baboseiras que tinha pedido na máquina, uma garota adentrou a fila logo atrás dela. Tinha cabelos negros que corriam ondulados até o cotovelo e um par de lindos olhos verdes. Lydia até a veria como uma colega se não fosse por seu estado: dentro de um suéter branco que ia até o joelho com os dizeres ''I Love Coffe'' (O ''I'' e o ''Coffee'' pretos, sendo que saiam fumacinhas negras da última palavra, e o ''Love'' em forma de coração) e com o rosto e cabelos totalmente sem cuidados. A garota pareceu não perceber o olhar de reprovação de Lydia, porque deu um sorriso contido como se estivesse cumprimentando-a.

— Você não é daqui também, né? — a esquisita perguntou, logo depois de Lydia se virar.

— Não — respondeu, não com um tom mal-educado, mas um que terminava o assunto. Se fosse há alguns meses, Lydia falaria algo realmente maldoso e sairia desfilando.

A esquisita não se deu por vencido.

— Meu nome é Hanna. E o seu?

— Lydia. — Dessa vez o tom estava mais seco e cortante.

— Aqui é bem assustador, não?

''Você não faz ideia!'', pensou Lydia.

— Hum — ela grunhiu, concordando.

— Você não é de Mist Valley, não é? Quer dizer, você parece bem rica, e lá só tem uma escola particular, a Mistiness High School, e você não veio com a gente para a excursão até o Parque Nacional de Yosemite, e eu nunca te vi por lá….

''E espero nunca me ver'', pensou Lydia.

— Hum.

Que diabos o garoto estava fazendo que não pegava logo a droga do lanche e deixava Lydia pegar o dela e ir embora para longe daquela estranha?!

— Amei os seus sapatos.

— Hum.

O sardento finalmente saiu da frente da máquina com uma montanha de baboseiras nas mãos e ela pôde pedir o dela. Digitou alguns números rapidamente, um para uma batata frita qualquer e outro para um chocolate da Hershey's.

— Mas sabe, você tem cara de espanhola. Você habla mi língua?

— NÃO!

Lydia catou as batatas fritas e saiu bufando de raiva pelo corredor. Era só o que faltava! Uma estranha, uma estranha para irritá-la logo hoje!

— Ei, Lydia! Você esqueceu seu chocolate!

Lydia parou de repente quando ouviu os passos daquela Hanna correndo na direção dela. ''Não a mate, Lydia'', sussurrava para si mesmo, tentando controlar a respiração, ''Não avance no pescoço dela''.

— SEU CHOCOLATE! — a garota não gritava, berrava, e cada vez ficava mais alto conforme chegava perto da ruiva. — Esqueceu seu chocolate, Lydia!

— Escuta aqui, garota!...

A voz de Lydia parou subitamente. Vozes atingiram a mente dela. Foi tudo tão rápido que ela mal pôde prever.

''Sua tia está morta, Richard!'', dizia uma voz masculina grave. ''O quê?!'', era a voz de um adolescente, aveludada porém jovem. ''Você matou ela! Se você não tivesse fugido, ela não teria entrado no ritual!'', o adulto dizia, a voz carregada de raiva. ''E-eu não... Eu juro que não queria!''. ''Sua tia agora está enterrada por não querer! A culpa é sua! SUA!'', dessa vez a voz berrou tão alto que Lydia teve de tampar os ouvidos.

Quando recobrou os sentidos, ela estava sentada no chão frio e sujo do hotel com as mãos tremendo e o coração palpitando. Ela sentia alguém balançá-la.

— Lydia! Lydia, você está bem? — Era Hanna. Sua face estava pálida também, a voz desesperada.

— Alguém vai morrer hoje se não impedirmos — Lydia disse, ainda muito assustada.

— O quê?! O que você viu?

— Eu tenho o dom de aparecer em lugares com corpos, mas hoje eu tive uma visão, e nela tinha uma coisa matando outra — ela disse. Nem hesitou em revelar os seus segredos para uma desconhecida. Salvar a pessoa era mais importante.

A menina dos olhos verdes a olhava meio surpresa. Lydia segurou nos ombros dela, tentando arranjar força o bastante para terminar de falar.

— E agora eu ouvi o passado de alguém. Você precisa me ajudar.

— Eu acredito em você. Mas precisamos saber quem é que vai morrer, porque têm quase cinquenta jovens aqui.

— Tinha um homem e ele disse um nome. Era Richard.

A face de Hanna se fixou numa expressão de puro terror. Ela arregalou os olhos e quase se engasgou quando disse:

— É o meu irmão!


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Notas finais do capítulo

E então, pessoinhas lindas? O que acharam da fic, da Lydia, do suspense, do café que tomaram hoje? Espero que tenham gostado! Eu, particularmente, sou fã de Teen Wolf e uma compilação de vídeos me inspirou a fazer essa fic. Link:http://www.youtube.com/watch?v=1CnqtmERRwQ Assistam e inspirem-se também! o/ Comentem o que acharam da fiction, please. Vou ter a maior felicidade em respondê-los. Preciso saber como ele está para fazer o melhor para vocês. :)