Eu corri o mais rápido que pude. Não conseguia respirar direito, mais continuei. Subi as escadas sem diminuir a velocidade.

Piso 1

Piso 2

Piso 3

Merda. Porque ele teve que comprar um apartamento no ultimo andar? Só depois do 3 piso que a ideia de pegar o elevador surgiu na minha cabeça. Não havia tempo. Meus pés latejavam toda vez que encostavam nos degraus.

Piso 4

Piso 5

Finalmente. Continuei seguindo em frente sentindo meu coração quase pulando pela garganta. Mais não podia parar.

O corredor do piso 6 era escuro, as lâmpadas no teto estavam quebradas. Portas se estendiam dos dois lados com números de metal enferrujados em cada uma. Fui direto para a ultima porta do lado esquerdo do corredor. O numero 627 estava pregado nela.

Senti um frio subindo minha espinha. Exatamente como tinha visto no meu sonho.

Sem pensar duas vezes chutei a porta com todas minhas forças. Ela se arrebentou, em parte porque já estava velha. Não sou tão forte assim.

O apartamento era pequeno, com um papel de parede desgastado que um dia foi floral. O lugar era composto por um sofá encapado em plástico no centro e uma pequena mesa de jantar com cadeiras há esquerda, também encapados. Um colchão estava na frente do sofá, e pelo jeito alguém tinha dormido nele.

Esse alguém era Max.

Me aproximei da cama improvisada. Congelei.

Havia uma mancha de sangue em cima do lençol. Ela era grande demais para ter sido um corte acidental. Max estava em algum lugar precisando de ajuda.

Comecei a vasculhar por alguma coisa, qualquer coisa que iria me ajudar a encontrar ele, mas nada.

Levantei o colchão. Bingo.

Um pedaço de papel dobrado se encontrava ali em baixo. Desdobrei-o com minhas mãos suando e comecei a ler.

"Jane, preciso ser rápido, ele devem saber onde estou. Eles já sabem de tudo. Do seu talento, de como eu a ajudei a fugir, de onde eu estou. Preciso que você se esconda, vá ao meu antigo apartamento, na minha agenda tem o endereço de um amigo chamado Will. Ele vai cuidar de você.

Eu não tenho para onde mais fugir. Quando você estiver lendo isso eu devo estar morto.

Sinto muito, queria ter protegido você, como um irmão deveria.

Max."

Agora minhas mãos estavam tremendo. Não conseguia sentir minhas pernas. As palavras dançavam na minha mente. ELES JÁ SABEM DE TUDO. NÃO TENHO MAIS PARA ONDE FUGIR. EU DEVO ESTAR MORTO. COMO UM IRMÃO DEVERIA.

Cai de joelhos no chão. As lagrimas escorriam no meu rosto como se nunca fossem acabar. Abracei minhas pernas e fiquei deitada, esperando a dor passar.