Toda a noite, era a mesma coisa. Clary se deitava, e toda a vez que se fechava os olhos para dormir, via ele. Seu rosto estampado em suas pálpebras, os olhos frios e o sorriso maléfico a encarando. Depois de horas se revirando, quando finalmente conseguia dormir, o rosto ainda não a tinha libertado. Ele estava em seus pesadelos. Todas as noites. Ela era obrigada a ver os mesmos olhos insanos e o sorriso vitorioso todas as noites. As vezes, ele a esfaqueava. As vezes, ele tentava usa-la, com seus ideais insanos. As vezes, eram ambos.

E não havia uma única noite em que Clary não acordava pulando da cama para o chão, tirando a lâmina serafim que guardava de baixo do travesseiro e já em posição de ataque, gritando a plenos pulmões seu nome. Demorava alguns segundos naquela posição para perceber que estava sozinha, no quarto escuro. Ela esperava as batidas de seu coração se normalizarem enquanto limpava as gotas de suor que haviam se acumulado em sua testa. Então se deitava novamente na cama, guardando cautelosamente a adaga serafim novamente embaixo de seu travesseiro e tentando voltar a dormir, mas a tortura recomeçava assim que ela fechava os olhos.

Sebatian. Apenas o seu nome a fazia tremer. Tremer de raiva e de medo. A raiva que a incendiava depois de tudo o que ele fizera com ela. Ela o odiava. A próxima vez que o visse, não hesitaria em enfiar uma lâmina serafim em seu coração. Mas, o nome também lhe dava medo. Um medo que ela lutava para conter, mas que a consumia. O medo que a fazia acordar todas as noite pulando na cama, chutando o ar. O medo que a dava aqueles pesadelos terríveis.

O que Sebastian havia feito com ela a aterrorizaria por anos. Ou até mesmo para sempre, escondido em algum lugar em seu subconsciente. Ele havia roubado Jace dela, o forçado a fazer coisas terríveis. Sebastian quase a estuprara ou matara. Sem contar que ele agora ele tinha um exercito inteiro de caçadores das sombras com poderes demoníacos a seus pés. E quase transformara Clary em um deles. Mas uma coisa ela prometera a si mesma. Sebastian um dia cairia, e ninguém nunca mais veria o sorriso arrogante em seu rosto. Nem que ela mesmo tivesse que mata-lo.