Benjamin das águas escrita por The Following Statue


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei também para fazer este, espero que gostem. >—______0



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Levantou-se desesperadamente para checar se ninguém estava acordado ou se ouvia barulhos. Nada, nenhum som sequer. Não havia ninguém por ali que estivesse acordado, era apenas ela. “Isso foi só um pesadelo. Só um sonho ruim, nada mais.” Pensou Leila, agitada.

Quando amanheceu, Leila espreguiçou-se e esfregou os olhos com força, respirou fundo e disse para si mesma: “Nada aconteceu. Só foi um mero pesadelo. Hoje, o dia vai ser lindo, como sempre.”. Sim, ainda estava assustada com o que teria sonhado. Será que era um tipo de mensagem? Um aviso? E por que Benjamin estaria envolvido nisso? Leila suspirou. Deu um curto “Bom dia.” Para a sua madrasta na cozinha e entrou no banheiro. Achou que se tomasse um bom banho, talvez, ela ficaria relaxada. Ao tomar o seu gelado banho, pensava o por que eles tiveram que se mudar para o campo e o que de bom havia nisso. “Aqui nem tem Wi-fi.” Deu uma risadinha ao pensar na frase.

Leila, após sair do banheiro, viu a sua madrasta olhando-a preocupada.

– Um tal de Benjamin passou aqui agora pouco, ele disse que queria falar com você. Quem é ele?

O rosto de Leila corou. “Por que aquele sem-vergonha veio até aqui para dizer que queria me ver? Que diabos ele pensa que é? Esse moleque já está me dando dores de cabeças. É melhor eu ver logo o que ele quer.” Pensou, furiosa.

– Ele... é seu namoradinho?

– Ele não é nada meu, é só um... um mero conhecido de alguns dias.

– Tudo bem, tudo bem.

“Intrometida.” Pensou Leila, virando o rosto e fazendo uma careta de desgosto. Entrou em seu quarto e se trocou rapidamente. “H’m... Ele não é má pessoa, mas também não é o cara cujo eu vou me casar.” Leila respirou fundo e saiu andando, um tanto aborrecida e passando pela cozinha com uma tamanha celeridade.

– Ô, moçinha! A senhorita não vai tomar café da manhã?

Leila andou de costas, refazendo os passos até voltar á ver sua madrasta.

– Eu não estou com fome. Vou comer no almoço, isso se eu estiver com fome também.

E saiu da casa num piscar de olhos. Para sua alegria, Benjamin já estava lá, sentado na aos pés da mesma arvore, com a mesma ocarina nos lábios, tocando a mesma melodia que ouviu antes, a doce e triste melodia. Apressou-se para encontrar com Benjamin, tentando não pisar no barro, ou buracos escondidos pelo mato alto, que entalariam seu pé facilmente. Ao vê-lá chegar, ele não demonstrou muita reação, não moveu um músculo, não abriu os olhos não interrompeu a música. Era como se ela não existisse. Leila sentou na pedra e ficou ali, encarando-o, esperando-o falar alguma coisa. Nada aconteceu.

– Ah... Benjamin? Soube que você queria conversar comigo, o que você quer?

Finalmente, esse tirou a ocarina da boca e olhou de cabeça baixa com os olhos para cima, em sua direção.

– Me diz uma coisa... Você confia mesmo em mim?

Os olhos da jovem arregalaram-se, “Confiança?” eles pareciam perguntar.

– Sim, por que não? Você parece ser um cara bem legal.

A expressão de Benjamin mudou. Encarou seriamente aquela a sua frente, com os olhos um tanto entristecidos, olhou para baixo e depois voltou os olhos de novo para ela.

– Você... acha mesmo? Acha mesmo que sou um cara legal?

Havia um misto entre triste e felicidade em suas palavras, falava com alegria, mas parecia que iria chorar.

– Mas, é claro! Às vezes, você é um pouquinho rude, mas não á nada de errado com isso. Talvez, por que você esteja conhecendo alguém novo e seja um tanto tímido e age na defensiva, não é?

A expressão de Benjamin revelava espanto.

– Bem, talvez. Talvez.

Leila decidiu abrir a boca para começar uma nova conversa, mas... Algo passou de relance em sua mente mas aquilo, pareceu fritar o seu cérebro.

“Você não deveria ter feito isso. Você... encontrou o terrível destino... não foi?” e ouviria um grito maior do antes era.

– Leila? Você está bem?

Benjamin estava com um sorriso, milagrosamente. Estava olhando firmemente nos olhos de Leila.

– Escute, Leila. Eu tenho algo muito importante á te perguntar. Talvez você não lembre dessa pergunta ou ache uma resposta para ela cedo, mas mesmo assim, eu vou ter que perguntar.

A maneira de que como ele á estava olhando se causava arrepios. “Pergunta? Quem tem que te perguntar algo aqui sou eu!!” pensou Leila, deixa a expressão de raiva aparecer.

– É uma pergunta simples. Eu pergunto, você responde. Como é... pra você... a sensação de estar debaixo d’ Água?

“Tia, você é uma mulher bem legal.”

– Quero dizer, qual é a sensação de estar rodeada por água? Água por toda parte?

Leila estava paralisada, como havia lembrado daquele pesadelo? Ela teria esquecido tudo sobre ele, e agora, Benjamin havia lembrado-a sobre tudo, tudo que aconteceu.

– Diga-me. Você tem nadado freqüentemente? Pois... Eu não me lembro mais como era boa a sensação de nadar, ter peixes ao seu redor...

Benjamin começou a chorar. Leila achou aquele momento muito estranho.

– B-Benjamin... O que houve?

“Não é tão legal quanto Matt...”

– D-Diga-me... Você... Você se lembra da ultima vez fora nadar? Q-Quem estava com você? Você estava sozinha? Ou foi com os seus... p-pais? Digo, você se lembra, não é?

– B-Benjamin, eu...

– VOCÊ SE LEMBRA, NÃO É? POR QUE...

“... Assustá-lo até a morte foi divertido.”

– ... POR QUE EU NÃO LEMBRO!!

– C-Calma, Benjamin... Por que você está chorando?

“Oh... É uma pena que ele não agüentou muito tempo, coitadinho.”

– IOHOHO... N-NÃO... N-Não é... Não é nada, É que...

As lagrimas caiam abundantemente dos olhos de Benjamin. O jovem parecia realmente estar triste e depressivo.

– S-Sabe... Leila... O mar é algo muito lindo. O mar, a cachoeira, a... represa... Mas, faz um grande tempo que eu não nado. Eu... meio que não posso nadar mais. Eu lembro que... quando eu era p-pequeno... Eu ia nadar com o meu pai e com a minha mãe, mas...

Um silencio se fez e uma brisa refrescou de leve os dois jovens.

– Mas...? O que foi? O que aconteceu?

– N-Nada. Ainda não está preparada para saber.

Benjamin enxugou as lagrimas com as costas da mão direita e segurou a ocarina com a outra. Leila pensou “Puxa, que momento estranho foi esse? Pobre Benjamin, talvez... talvez ele tenha um trama, talvez ele viu alguma coisa que não devia em algum mar, ou coisa e tal...”

“Paranóico á ponto do suicido, acredita?” Lembrava Leila. Aquela criança não saia de sua mente, quem será ela? Será que... teria algo haver com tudo isso?

– Me desculpe, Leila. Eu... extravasei um pouquinho, hehehe.

– T-Tudo bem. Sou sua amiga. Para o que precisar. Eu... Eu sinto muito, seja lá o que você viu ou o que aconteceu...

– Não. Não sente. Você não sente muito. Não peças desculpas ou coisas do tipo, eu não preciso disso. E... era só isso que eu ia te perguntar, se... se você confia em mim. Pode ir embora.

Leila levantou-se, um tanto amargurada e angustiada, virou-se e não olhou para trás. Não queria mais saber daquele menino idiota. Teria lhe oferecido tudo, amizade, confiança, companhia, mas parecia que ele recusava e era um tanto malcriado. Suspirou e pensou: “ Chega. Não quero mais saber dele.”

– Você encontrou um terrível destino, não foi?

Assustada, virou-se bruscamente, mas já não havia ninguém mais ali. Voltou-se em direção á sua casa e saiu correndo.


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Notas finais do capítulo

Esperem o próximo e espero que tenham gostado deste capitulo. Em breve, mais uma Fic.



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