– Degél... quer dizer então que nunca deixou de me amar?

– Nunca. Você já deveria saber...

– Eu queria acreditar, mas do jeito que você falou pareceu que realmente me odiasse.

– Em momento algum eu disse que te odiava.

– Automaticamente quando uma pessoa diz que não te ama mais você pensa que ela te odeia.

– Mas eu odiaria se eu dissesse que te odiava, o que eu não fiz.

– Ok, eu entendi.

– Pode me dar licença? – o aquariano se afastou

– Onde vai?

– Tenho que resolver uma coisa com meu filho.

– Eu te espero então.

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O aquariano mais velho foi até o andar de baixo a procura do filho, o encontrou sozinho, afinal seus companheiros havia saído para comprar coisas, na biblioteca lendo um livro.

– Camus... – o mais velho parou em pé atrás da poltrona onde o menor estava

– Oi Degél.

– Posso falar contigo?

– Claro.

– Bem... eu queria te pedir perdão.

– E pelo que?

– Bom, desde pequeno eu exigi tanto de você. Nunca eu te amei como você merecia, peço que me desculpe.

– Pai... – o ruivo estava totalmente surpreso, sabia o pai que tinha, sabia também que ele era orgulhoso para pedir desculpas ou mesmo admitir que errou

– Sim, eu errei. Quero reparar esse meu erro. Filho, você me perdoa?

– ...

– Eu quero recomeçar com você meu filho, te amar como deveria. Deixa?

– Você ainda pergunta? Pai... eu te amo.

– Eu também te amo meu filho, muito.

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Fiu Fiu! O som de um assovio chamou a atenção de Mú, Milo, Shaka, Hyoga e Shun que passavam por um beco.

– Oi. – Dimitri estava encostado à parede

– O que faz aqui maldito?! – Hyoga perguntou num misto de surpresa e impaciência

– Vim buscar o Shun.

– Experimenta encostar um dedo seu no meu filho. – o indiano ameaçou

– Saiam do meu caminho agora e talvez eu poupe vocês quando a hora do julgamento chegar...

– Pare de dizer bobagens. – o tibetano ficara impaciente

– Como ousa?!

– Cara, sai daqui antes que eu resolva mandar o seu traseiro para a lua. – o grego disse calmo

– Façam-me rir. Eu sou a bota, vocês o inseto.

– Cala essa boca. – Com isso Milo desferiu um soco no rosto do mais jovem o fazendo cair no chão

– Seu insolente. – Os olhos de Dimitri tomaram uma coloração totalmente prateada, todos com a exceção de Shun caíram no chão já agonizando, estes conseguiam ouvir uma melodia um tanto agonizante (N/A: Interessados em ouvir a melodia: http://www.youtube.com/watch?v=5AJqXP6uOA8).

– Pare com isso! – Shun pediu com a mão sobre o peito de Hyoga

– Você será o primeiro a perder a cabeça Alexei Hyoga. – o moreno aproximava-se a passos lentos

– Pare, por favor! Não os machuque. – o virginiano parou a frente dos amigos

– Desculpe meu príncipe, mas eles querem nos atrapalhar.

– Deixe-os... – Shun olhou mais uma vez para Hyoga e os outros sobre seu ombro – Eu irei com você.

– Shu-Shun! – Hyoga disse com um esforço aparente

– Então me dê à mão, torne-se meu aliado. – o filho de Hades estendeu a mão

– Shun! – Shaka e Mú gritaram num uni solo sofrido

– Desculpa. – o garoto de cabelos verdes segurou a mão que lhe era oferecida, os dois jovens sumiram e os que a pouco sofriam agora caiam em uma espécie de sono

“Shun, onde você foi? Por que fez isso Shun? Volta pra mim...” Os pensamentos do russo não eram outros, escutou ao longe alguém lhe chamando, pensou que fosse Shun mas logo reconheceu a voz. Era Milo quem o chamava.

– Hyoga! Acorda filho! – como em um susto o loiro se sentou no chão ofegante – Graças aos Deuses!

– O que? O que aconteceu? Onde está o Shun?

– Ele... – seu pai começou a falar, mas ao olhar viu que Mú estava agarrado ao marido que passava a mão por seus cabelos no intuito de acalma-lo

– Pai, ele foi mesmo? – o menor segurou o grego pelos ombros – Me diz! Foi?!

– Calma Hyoga! –

– Não, não... não. – Hyoga abraçou o pai o mais forte que conseguiu

Todos os Jamanthys se encontraram no centro e contaram o terrível acontecimento aos companheiros.

– Que droga! – Ikki bufou irritado – Eu devia estar lá pra ajudar!

– Estou me sentindo inútil... – Shiryu disse – Meu amigo foi raptado e eu não pude fazer nada pra evitar.

– Nada podia ser feito. – Shion disse com os olhos fechados num tom conformado

– Do que você está falando?! – Hyoga perguntou

– Vamos para casa, lá eu e o Shion contaremos tudo...

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Chegando a grande casa, todos entraram depressa e seguiram os mais velhos até a biblioteca, Milo contou o acontecido ao marido que ficou totalmente perplexo.

– Bem, olhem ali! – o loiro apontou para a parede onde estava um pergaminho

– Esse... – Mime arregalou os olhos

– É o Shun? – o russo olhou detalhadamente a foto, era Shun, mas atrás desse tinha uma sombra que não o pertencia.

– Sim, esse é o Shun. Eu e o Shion já sabíamos disso, Shun tem uma sombra atrás de si.

– E de quem é essa sombra? – Afrodite perguntou

– Hades, ele sempre esteve ao lado de Shun, desde seu nascimento. – o pai de Mú

– Dio mio! – Matteo disse – E não tem como fazer com que ele se afaste?

– Pensamos que seria possível fazer isso depois que o matássemos, mas ele reviveu, e a sombra continuou. – Dohko disse

– E se matarmos ele de novo? – Seiya perguntou

– Talvez haja uma chance de assim tudo termine. – os dois disseram em coro

– Bem, alguém aí tá afim de matar uns lobisomens? – Hyoga perguntou

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– Ora, ora... quem temos aqui. – uma voz desconhecida para o jovem ecoou pelo salão onde estava

– Quem está aí?

– Eu sou um velho amigo do seu clã.

– Quem é você?

– Isso não importa. Mas sabe por que está aqui?

– Não, eu não sei.

– O dia do julgamento. Você será o nosso condutor até o mundo de trevas e morte.

– Do que está falando seu louco?

– Bem... Você é como eu.

– Eu não sou como nenhum de vocês. Não diga bobagens!

– Na verdade está enganado. Todos aqui tinham vida, eram felizes... até que vocês os Jamanthy estragaram tudo, destruíram tudo o que éramos e conhecíamos.

– Isso é bobagem, nunca faríamos uma coisa dessas.

– Rhun... o leão vestido de cordeiro.

– Me diga, o que eu tenho a ver com a destruição do mundo?

– Já ouviu falar da lua de sangue?

– O que é isso?

– Ela ocorre uma vez a cada geração. Nessa noite é quando podemos finalmente nos libertar dessa metade racional que nos faz sentir culpa. Viramos criaturas sanguinárias.

– Matar. É isso o que vocês chamam de libertação?

– Sim, você não sabe o peso que sai de nossas costas. Mas isso só é possível se houver um sacrifício.

– Que sacrifício?

– A morte de um clã imortal.

– Você!

– Eu!

– Não pode fazer isso.

– Verdade, eu não posso. Mas o senhor Hades pode.

– Diga-me logo seu nome!

– Minos. – a criatura semelhante à Radamanthys saiu das sombras

– Minos? Eu já ouvi falar de você.

– Fico lisonjeado.

– Não deveria, o que me disseram a seu respeito foram coisas terríveis.

– MINOS! – a voz de Dimitri ecoou pelo lugar

– Sim?

– Saia daí agora.

– Como quiser. – assim como surgiu, Minos desapareceu

Por algumas horas Shun ficou sozinho naquele lugar, agora iluminado apenas pela luz da lua que passava por um vitral no teto, até que o rapaz que o levara apareceu na companhia de seu pai.

– Há quanto tempo Shun...

– Hades.

– Saudades?

– Nenhum pouco.

– Por que? Deveria gostar do seu sogro...

– Do que está falando?

– Você se casará com Dimitri.

– Nunca.

– Não duvide de minhas palavras.

– Só duvido quando eu não deixo que elas se concretizem.

– É mesmo?

Uma nevoa negra surgiu ao redor de Dimitri, seus cabelos começaram a flutuar e entre seus fios surgiu a imagem dos Jamanthy, estavam na sala, Hyoga dizia “Temos que ir resgatar o Shun, ele precisa de nós!”, Aiolos o repreendia “Nós precisamos de um plano, se atacarmos assim... nada funciona.”

– Como você consegue? – Shun olhou para Dimitri

– Eu não sou fraco como pareço ser. E como meu pai disse, nunca duvide de suas palavras.

– Malditos! Deixem eles em paz!

– Para isso você vai ter que fazer uma coisinha para mim. – um sorriso diabólico brotou nos lábios de Hades que se aproximou a passos lentos de Shun

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Os pais de Hyoga mandaram ele ir descansar um pouco, o loiro tinha passado por muita coisa naquele dia, além do mais, se ele ficasse acordado acabaria fazendo besteira.

Sonho de Hyoga On:

– Vem me pegar Hyoga! – o loiro voltara a ser criança e um Shun mais novo corria a sua frente

– Hey! Espera aí!

– Me pegue Hyoga! Corre! – o mais jovem continuou a correr, ele foi seguido pelo russo até uma floresta com arvores negras, o mais velho parou a entrada daquele lugar macabro e Shun entrou

– Shun! Sai já daí!

– Vem me pegar Oga! – o mais novo havia desaparecido apenas sua voz podia ser ouvida

– Onde você está? – hesitante o loirinho entrou na floresta e começou a procurar pelo namorado/melhor amigo

– Estou aqui! – o olhar do loiro se voltou para cima, Shun estava mais velho e sobre o galho com manchas negras por todo o corpo

– Meu Zeus!

– Vem me pegar! – o rapaz pulou em cima de si

Sonho de Hyoga Off.

O loiro sentou em sua cama suado e ofegante, aquele sonho parecia ter sido tão real.

– Preciso ajudar o Shun logo, estou com um péssimo pressentimento.

Continua...