For Eternity escrita por lotusflower


Capítulo 1
O início


Notas iniciais do capítulo

Bom, gente... Mais uma one shot minha... Eu tenho esses surtos de criação no meio da noite e escrevo algo... haha Bom, essa é a história da Alice, descrita de um jeito bem básico pela autora, mas eu aprimorei tudo e saiu a For Eternity. Ela é a minha bebê e meu xodó... por favor, leiam com carinho e cuidem bem dessa fic, tá? Espero que gostem! Bjoks!

Ah! Leiam escutando The Perfect Life - Moby ft. Wayne Coyne. (Tema de Linda e Rafael de Amor à Vida)



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“Meu nome é Mary Alice Brandom e tenho 19 anos. Meu nome é Mary Alice Brandom e tenho 19 anos.”. Era assim que a pequena figura feminina de apenas 19 anos começava o seu dia cinzento no Lenox House Hospital, um asilo para doentes mentais, pois era a única coisa que tinha o luxo de lembra-se. Havia chegado no local de sua constante tortura há um mês atrás, quando sua vida desabara completamente. Desde pequena, Alice tinha pressentimentos, o dom da clarividência, mas quando suas visões começaram a ganhar magnitude, os boatos de que ela sofria de distúrbios psiquiátricos eram levados à sério. Era ignorada na pequena escola e por todo o vilarejo. Quando previu que sua mãe iria morrer, claro, ninguém acreditou. E depois que aconteceu, seu pai, o responsável pela morte da Sra. Brandom, resolveu se casar de novo. Alice tentava avisá-lo que a nova esposa queria apenas suas jóias, mas ele não deu ouvidos e encomendou a morte da menina também, que correu durante oito quilômetros até a casa dos tios no próximo vilarejo. Os tios, também descrentes da sua história e com rancor guardado devido aos rumores de que ela havia matado o primo, soltaram os cães atrás dela, obrigando Alice a correr mais 17 quilômetros até a casa do xerife. Lá, com tudo aceso, sua família já esperava por ela, com uma história totalmente diferente, e o xerife recebera dinheiro para internar a garota. Cynthia, a irmã 10 anos mais nova de Alice, era a única que não conseguia acreditar no que estavam fazendo com a rmã, visto que ela acreditava em tudo, mas à comando de Alice mesmo, se mantinha calada. Elas se despediram, com a promessa de se encontrarem novamente e Alice foi levada ao hospital.

O xerife contou ao diretor do asilo que a menina havia matado a irmã e a mãe e não houve discussões, Alice foi confinada à sala de proteção máxima, sem nenhum traço de dúvida da parte administrativa do estabelecimento.

A sala em que a garota se encontrava era branca quando foi construída, mas o mofo e a podridão agora tomavam conta das paredes e portas. Não haviam janelas, e somente uma lâmpada à gás iluminava fracamente o aposento. Alice tinha uma cama e um banheiro sujo à disposição, mas tinha horário para usá-lo, pois ficava na camisa de força o tempo todo. Tomava os medicamentos mais fortes da época e tinha direito à apenas 3 refeições miseráveis por dia, causa de seu emagrecimento repentino. Perto das duas da tarde, três enfermeiros apanhavam-na para a sessão de eletrochoque, e não ligavam muito para o tanto de voltagem que regulavam.

Num surto de febres tifoides, Alice teve o cabelo raspado relaxadamente e bem rente ao coro cabeludo, trocando os longos fios pretos por falhas.

E lá estava ela agora. Sentada na cama, com o olhar vago, os calcanhares e pulsos acorrentados nos pés da cama, as cicatrizes dos choques espalhados pelos braços. A luz fraca estava acesa e ela observava a parede suja. Alice tinha passado mais uma terrível noite tendo pesadelos perturbadores, ela gritava, urrava, esperneava, mas a única coisa que conseguia era mais medicamento. Um sorriso abria-se em seu rosto como sempre, já que as sessões de eletrochoque fizeram-na esquecer de toda a dor e sofrimento antigos. Suas visões vinham agora mais fortes, mais frequentes, porém mais alucinadas, por causa da química dos remédios e a atormentavam a todo minuto. “Meu nome é Mary Alice Brandom e tenho 19 anos.”, ela repetia inúmeras vezes até que foi interrompida pela porta pesada sendo aberta. Alice pôde ouvir.

A única visita que recebia todos os dias era a do zelador. Um vampiro que se aproveitava dos “esquecidos socialmente” que eram largados no hospital, para matar sua fome, porém ninguém sabia de seu segredo. Era um ser imaculadamente perfeito, com cabelos cor de mel e olhos estranhamente vermelhos que entravam na sala sempre um objeto diferente, que Alice sempre acertava o que era, antes de ser lhe mostrado. O zelador passou a fazer isso logo depois que descobriu que as previsões da garota eram sempre exatas. Aquilo era o mais perto que ela tinha de um amigo.

Num determinado dia, ele se abaixou e desacorrentou a garota que se o abraçou e se pôs deitada em seu colo. Ela deitou e sentiu as pernas extremamente gélidas e se encolheu. De repente, sentiu a dor mais aguda de toda sua vida, bem em sua artéria, pouco acima da clavícula. A dor era estonteante, tão aguda, que fizera o pequeno corpo de garota se retorcer em cima do leito. Os berros saíam entredentes, urros de pânico, de dor, mas ela não conseguia fazer nada. O zelador a deixou lá por alguns minutos, sofrendo até que ela se acalmou. Fechou os olhos e padeceu. O vampiro abriu a porta e carregou o corpo da menina para fora, avistou os enfermeiros montarem guarda e os tranquilizou.

“Estás morta.. Não suportou a medicação. Eu me livro dela.” E como ninguém se importava com ela, ele saiu com o corpo de Alice do Lennox House para doentes mentais e correu mais rápido do que tudo que Alice já tinha visto em vida, adentrando à floresta que cercava o lugar medonho.

Já bem longe, o zelador a largou no chão, encostada em um tronco de árvore.

“Mary Alice, vais ficar bem. Prometo-lhe. Mas tendes que fugir depois. Voltarás ao normal daqui dois dias.”

Ela não estava morta, mas seu corpo doía como se estivesse sendo eletrocutado debaixo d’água. Um borrão esvaiu-se por entre as árvores e o vampiro sumiu, deixando a pequena figura à esmo, no meio da floresta.

Três dias depois, os grandes olhos de Alice se abriram e ao invés de portarem o negro habitual, mostravam-se de um vinho flamejante e sua garganta ardia tanto que chegava a ser insuportável. Ela sabia que não estava normal. Sabia que havia algo de muito errado com ela. Sentia todos os cheiros possíveis, ouvia todos os sons inaudíveis antes e via até o menor dos micróbios pelo chão. Olhou à sua volta e não encontrou ninguém. Levantou-se numa agilidade descomunal e sentiu o arder de novo na garganta. Alice precisava de algo, mas não sabia o que era, até sentir o calor emanar de algum ponto na orla da floresta e pulsar até seus sentidos mais profundos, despertando um delírio incontrolável. Sem nem antes raciocinar, Alice correu, passa por entre as árvores como uma brisa descontrolada e viu um lenhador velho, que logo estava aos seus pés, destruído, e ela, com o queixo sujo de sangue. O que ela havia feito? No que tinha se transformado? Não tinha resposta para nenhuma de suas questões, mas percebera que a ardência em sua garganta havia passado e uma onda de alívio a invadira. Ao recostar-se numa árvore, seu olhar vagou e ela teve uma visão. A primeira depois de sua mudança sem explicações.

Um jovem major, loiro, corpulento, com o olhar intenso. Estava sendo morto e clamava por ajuda, no meio de outros seres que se comportavam como selvagens e o atacavam. Sua aparência era divina como a do médico que a tirara do hospício. Se viu matando todo os que rodeavam o jovem e o ajudava a se levantar. Era um lugar que ela conhecia, já havia estado antes. Levantou-se e correu até a estrada na qual sua mãe tinha sido morta e esperou. Sua garganta ardera novamente mais duas vezes e ela se viu colecionando gente morta aos pés, sem saber como fazia aquilo e desejando que não fosse culpa sua. Quatro dias depois, ainda sem suas respostas para o que havia de estranho nela, ela avistou o jovem correndo, sem destino, e parecia fugir de algo. Alice viu, alguns segundos depois, vários correndo tão rápido quanto ele, caçando-o.

Ela não pensou, nem teve tempo para isso. Seus instintos falaram mais alto e num piscar de olhos, já estava metida numa briga com outras 30 pessoas, tão fortes quanto ela, mas por mais estranho que parecesse, em alguns minutos, viu vários corpos destroçados à seu redor e se perguntou como fizera todo aquele estrago. Alice havia dizimado aquele pequeno exército.

Ela se virou para o loiro que estava cheiro de cicatrizes nos braços, escondido atrás de um toco de árvore.

Ele caminhou até ela e agradeceu, beijando-lhe a mão. Alice sorriu e olhou para o nada. Viu seu futuro muito claramente, sendo companheira daquele em sua frente e na companhia de mais duas mulheres e três homens que não conhecia ainda. Ficou feliz por seu dom vidente não ter se esvaído junto com as memórias de seu passado, mas pelo contrário, a clarividência estava bem mais poderosa.

“O que eu me tornei?” Ela perguntou, singela, quando o major se levantou.

“Não sabes?” Ele a olhou estranho e sorriu. “Somos vampiros. Meu nome é Jasper Whitlock. E o teu?”

“Alice...”

Eles caminharam até o vilarejo, escondidos, e Alice conseguiu roupas melhores do que o avental branco encardido do hospital. Agora que havia entendido o que tinha se tornado, entendeu porque se via caçando alguns leões e veados com Jasper. A figura loira que aparecia em suas visões, acolhendo-os era também um vampiro assim como todo o clã que o seguia e eles não caçavam humanos. Alice também não queria isso para si e começou a treinar seu vegetarianismo com Jasper, alguns meses antes de Carlisle os encontrar durante uma caçada com Esme e os adotarem.

E o sentido de sua vida entrou nos trilhos novamente. Tinha mais que um clã, tinha uma família, e um marido igual à ela, que a amava e cuidava dela, mesmo que ela não precisasse. Tratava-a como uma princesa, e por isso, Alice era grata por todo o sofrimento que tivera antes, pois tinha certeza que tudo aquilo era uma recompensa pelo que passara.

Estava ali, noventa e três anos depois de seu “renascer” e com a mesma aparência de antigamente, na clareira da floresta que cercava a casa de Carlisle em Forks, na companhia de Jasper.

“Alice?”

Ela olhou para ele, sorrindo.

“O que você viu?” Era a pergunta que ele sempre fazia quando ela se calava por tempo demais, já que a pequena tinha se tornado uma boa tagarela.

“Vi você me dando um beijo daqui alguns segundos.” Ela riu, seguida de Jasper e eles selaram um beijo, com os lábios frios e duros de vampiros.

“Eu te amo. Obrigada por ter me encontrado.” Jasper comentou em eu ouvido, colado à ela ainda. “Podia ter chegado antes, mas tudo bem.” Ele sorriu.

“Eu também te amo. Pro resto da minha eternidade.” Ela riu e deu-lhe um beijo, antes de saírem correndo atrás do veado que iam caçar.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Por favor, comentem! É importante pra mim e pra todos os escritores do site! Obrigada por lerem!! :) bjos e mordidas!



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