You are my destiny escrita por Noni, Vênus Salerinean, Yorihime Frances de Libra


Capítulo 3
Parte 3 – o fim mais do que apropriado...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459887/chapter/3

Parte 3 – o fim mais do que apropriado...

– Por Paola Tchébrikov



Não identificados durante o dia, temidos durante a noite. Vampiros eram vampiros, independente de onde estivessem.

Havia toda classe de vampiros: os mais fortes, os mais velhos, os transmutados, os maus, os indiferentes, os poderosos no mundo dos humanos. Mas independente de quem eram e o que faziam, vampiros são seres solitários. Geralmente estavam sozinhos...





— Eu sabia que você me era familiar — sussurrou Annabelle ao abrir os olhos. —, mas fui tola ao demorar em reconhecê-lo.

— Não está curiosa em saber no que eu transformei-te? — questionou o vampiro, sorrindo diabólico.

— Transformou? — questionou ela confusa.

— Olhe para a sua perna — sugeriu ele, assistindo ela sentar-se lentamente, procurando nas pernas o que ele referia-se, e arregalou os olhos ao ver a enorme marca.

— O que... — começou, totalmente em choque. — Você é louco! Eu uso a imagem do meu corpo para sobreviver! Como vou trabalhar com isso no corpo? — o desespero era palpável nas palavras dela.

— Eu te transformei em um vampiro — anunciou ele tragando seu cigarro.

Annabelle ficou minutos quieta, apenas ouvindo os sons ao seu redor – movimento de folhas de árvores, som de pneus, de grilos ao longe.

— Como disse? — questionou ela, abaixando os olhos para a marca em sua perna.

— É o que você ouviu. Agora você é uma vampira e eu sou seu mestre — disse ele simplesmente.

Ela passou vários minutos lá, fitando a parede escura, até erguer-se, pegar a pequena bolsa no chão e limpar sua roupa.

— Você está brincando, é claro que está! — disse rindo.

— Não, não estou. — discordou ele rapidamente. — Annabelle, venha até mim — ordenou propositalmente.

E, como se não fosse dona de seu corpo, Annabelle viu e sentiu suas pernas obedecerem voluntariamente ao comando do homem.

— Co-Como eu vou viver? — perguntou aflita quando parou ao lado dele.

— Normalmente, como você vivia antes — respondeu ele dando de ombros.

— Mas eu não posso sair no sol, nem entrar em igrejas... — começou ela a dizer, mas calou-se ao ouvir a gargalhada dele.

— Não, nada a ver. Você pode fazer tudo normalmente e, no estágio da sua transmutação, não tem nenhum poder. Só há uma coisa que pode matar um vampiro — comentou ele, tragando novamente seu cigarro.

— O quê? — questionou interessada, ele suspirou.

— Caso não esteja interessada em ser uma vampira, você vai precisar fazer algumas coisas, que te levarão à morte, claro — explicou ele, garantindo-se de que ela saberia de tudo antes de tomar uma decisão.

— Ok — foi a resposta apressada dela.

— A única coisa que pode matar um vampiro liberto é a chama de um deus. Para tornar-se um vampiro liberto, você precisa arrancar a minha marca de você. Depois que fizer isso, acenda uma vela e crie uma oferenda boa o suficiente para que o deus escute-a. Chame por Hefesto, o deus do fogo. Caso ele te ouça, diga que consuma seu corpo e torne-o em cinzas. É o único modo de matar um vampiro: desfazendo seu corpo usando chamas divinas — disse ele sumindo, deixando para trás seu cigarro aceso, que lentamente tocou o chão.

Annabelle ficou por vários minutos ali, pensando em tudo o que acontecera. Possuía a chance de viver, mas viver como um monstro? E sob as ordens daquele vampiro?

Não, nem pensar. Não iria submeter-se a viver pedindo esmola a ele. Será que teria que vê-lo periodicamente? Será que viveria pela eternidade?

Aguentaria ver todos ao seu redor envelhecerem enquanto ela vivia bem, permanecia jovem e bonita?

Não, Annabelle sabia que não conseguiria. Culpar-se-ia pelo resto de sua suposta eterna vida.

E foi pensando assim que ela caminhou naquelas ruas desertas e escuras até o hotel onde estava. Todos ao seu redor olhavam-na, como se soubessem o que ela era, e isso apenas fê-la apressar o passo, não querendo ser alvo da acusação das pessoas sobre algo que ela não havia decidido tornar-se, nem que pretendia continuar sendo.

Annabelle nunca seguira nenhuma religião, então não sabia como agradar um deus. Mas fez tudo como o vampiro dissera, pegando suas jóias, seus pingentes de ouro e, por fim, sua aliança de noivado, colocando tudo em um pote e saindo do prédio.

Achando que era melhor fazer aquilo em um lugar onde ninguém a visse, Annabelle entrou em um parque, indo até uma parte mais afastada, com várias árvores em volta de um grande lago.

Escondeu-se atrás de uma enorme raiz e começou os preparativos, erguendo uma prece ao seu modo.

Foram horas naquela reza estranha, mas nada. Então ela lembrou-se de que antes precisava retirar a marca de seu corpo. Com pesar e receio olhou para o círculo com o pentagrama e algumas letras, não hesitando, mas pensando que não precisaria ter passado por tudo aquilo se não tivesse encontrado seu noivo com outra, pedido alguns dias de descanso para seu empresário e ido para Milão, tentando espairecer.

Mas era tarde, e "não adiantava chorar o leite derramado". Engoliu em seco, colocando a faca na carne de sua coxa e cortando a área onde estava a marca.

A dor foi alucinante, como a dor da morte. Inspirou e expirou várias vezes antes de colocar tudo aquilo de lado e voltar a rezar, desejando fortemente em seu íntimo ser consumada pelo fogo de Hefesto.

Depois de tanto rezar e rezar, ela adormeceu, não vendo quando uma pequena chama começou a queimar em suas roupas, até que já houvesse consumado seu corpo e alma.





A pobre Annabelle morreu sofrendo por causa de sua situação, e o experiente vampiro, que observava tudo de longe, lamentou silenciosamente a escolha dela. Pela primeira vez em milênios ele havia decidido criar um transmutado, mas ele se recusara a não ser humano e tirou sua própria vida.

Era lamentável, mas inteligível o comportamento dela. Era uma moça, com um futuro promissor, uma carreira e uma vida inteira pela frente.

Bem, era. Agora era um fantasma de alguém que um dia possuiu sonhos, desejos e fantasias.

Annabelle não passara de mais uma fonte de vida para aquele vampiro.

Antonny Howard Grimhow Terceiro continuaria sua caçada por sangue e belas moças longe de suas casas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You are my destiny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.