You are my destiny escrita por Noni, Vênus Salerinean, Yorihime Frances de Libra


Capítulo 1
Parte 1 – o estranho da lanchonete...




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459887/chapter/1

You are my destiny

Parte 1 – o estranho da lanchonete...

– Por Paola Tchébrikov



O que é um vampiro?

Dizem as lendas mais antigas ser um ser noturno que, no ponto mais alto da lua, vaga pelas ruas escuras, à procura de uma presa. Seja homem ou mulher, velho ou jovem, bonito ou feio, gordo ou magro, não importa. O que ele quer fazer é sugar o sangue de sua vítima, até a última gota, sem hesitar.

Você já viu um ser desses? Já foi alvo de um? Não? Então você tem sorte. Contar-lhe-ei a história de uma bela dama que, infelizmente, não teve a mesma sorte...





Era um dia ensolarado de primavera, ora, as folhas novas e saudáveis enfeitavam a cidade de Milão, repleta de rostos calorosos e sorrisos gentis, algo típico daquele povo.

Annabelle, a bela e gentil Annabelle, com seu vestido florido e despojado, chapéu para proteger-lhe do suave sol da tarde e sandálias baixas, caminhava pelas ruas, procurando um lugar fresco a agradável para sentar-se e saborear um delicioso chá.

Seus olhos azuis, em tom de violeta, com leves riscas de tonalidades mais claras, encontraram uma mesa vazia de uma lanchonete com aparência sofisticada e agradável. Seus olhos brilharam de contentamento e, andando em direção à pequena mesa de dois lugares, puxou levemente a cadeira, notando um leve movimento atrás de si.

— Uma turista? — uma voz masculina e suave, com um leve sotaque local, pronunciou-se, congelando-lhe os sentidos. Fingindo não ouvir, ou não conhecer a língua daquele local, sentou-se, chamando o garçom com um leve movimento de cabeça.

Pediu um suco natural e alguns petiscos leves, apenas o lanche da tarde, o recomendado por seu nutricionista. O pedido não demorou a chegar, e enquanto mordiscava um biscoito, observou sob a aba do chapéu um homem observá-la. Em passos calmos ele pôs-se a aproximar-se dela, parando em frente a sua mesa, observando-a.

— Em que posso ajudá-lo? — perguntou educada, olhando-o com olhos mansos e um doce sorriso nos lábios.

— Achei que você não fosse capaz de me entender — comentou semicerrando os olhos.

— Por que sou uma turista? — questionou um pouco seca.

— Porque você não me respondeu quando lhe fiz uma pergunta — havia certo tom de acusação em sua voz. Dando de ombros, Annabelle respondeu:

— Achei que não fosse comigo — e, pegando seu copo de suco, tomou um gole.

A insinuação de que era o momento de ele se retirar foi clara, mas o homem permaneceu lá, encarando-a com olhos analíticos.

Respirando fundo discretamente, a moça de curtos e sedosos cabelos negros procurou no fundo de sua alma paciência para enfrentar aquela situação.

— Está de férias? — ele perguntou, acenando para o garçom. Annabelle levou vários minutos para entender o que ele pretendia, mas quando entendeu, não conseguiu evitar um torcer de lábios.

— Você parece estar — disse não conseguindo esconder sua irritação. Ele deu de ombros enquanto um garçom aflito aproximava-se da mesa.

— Vou querer só um café preto, forte e sem açúcar — ele nem se dispôs a olhá-lo.

— Sim, Senhor Grimhows. Sua companheira deseja algo mais? — questionou prontificado.

— Estou satisfeita com o que já pedi, obrigada — agradeceu sorrindo levemente.

Os segundos seguintes passaram-se com os dois em silêncio – após o garçom sumir como fumaça. Ele observava-a, enquanto ela fingia estar sozinha ali. Não conversaria com aquele estranho, não lhe daria esse gostinho, nem se ele fosse a única pessoa capaz de ouvir e entender no mundo – preferia falar com macacos, elefantes ou formigas.

— Pergunto-me o que uma bela dama como você faz neste fim de mundo — disse ele levemente.

Annabelle não conseguiu evitar encará-lo intrigada. O que ele queria dizer com aquilo? Que ela tinha cara de quem não gostava daquele tipo de lugar? Ou que era fútil?

Crispou os lábios.

— Quero dizer, com tantos lugares para ir, você escolheu logo aqui? — corrigiu-se diante da expressão dela.

— Eu gosto daqui — replicou dando de ombros —, teria escolhido outro lugar se esse fosse o caso, mas o clima daqui me é muito satisfatório.

— Entendo. Milão recebe, mensalmente, centenas de turistas. É um ótimo lugar para se descansar. Do que você estava fugindo ao vir para cá? — questionou ele ousado.

— Não estava fugindo de nada. — respondeu calmamente, tomando um gole de seu suco para que engolisse as palavras que vinham à sua mente. — Eu precisava de um descanso da minha vida de modelo, só isso.

— Você é uma modelo? — questionou surpreso, aceitando de prontidão quando o garçom apareceu ao seu lado com a xícara de café que pedira.

— E por que não seria? — indagou com as sobrancelhas arqueadas.

— É só que... bem, nem toda moça bonita consegue tornar-se modelo, é natural. Então não pensamos em um primeiro momento que alguém que se destaca por sua imagem seja de fato alguém que se destacou por causa dela — explicou paciente, levando o café aos lábios.

Annabelle torceu o nariz ao sentir o cheiro do café forte e sem açúcar. Tomava alguns goles da bebidas, mas sempre ele mediano e doce, se fosse com leite podia até ser mais amargo, mas nunca forte.

— Não gosta de café? — perguntou ele divertido ao ver a expressão dela.

— Não forte e amargo — respondeu de prontidão, comendo um de seus biscoitos. Ofereceu um a ele por pura educação.

— Então prefere ele fraco e doce? — indagou curioso. — E não, obrigado — apontou com o queixo para o biscoito, dispensando-o.

— Prefiro uma taça de vinho branco e fino — discordou elegantemente, terminando de beber seu suco e comer os biscoitos.

— Digno de uma modelo, não? Novamente eu me pergunto o que você faz por aqui — comentou ele para si mesmo.

— A conversa está muito boa, mas eu preciso realmente ir. Meu hotel fica um pouco longe daqui — confessou ela, erguendo a mão para chamar um garçom, pedindo a conta.

— Não precisa, eu pago — ele tentou detê-la, segurando-lhe a mão, mas Annabelle sorriu acenando negativamente, voltando a chamar o garçom.

— Eu comi, eu pago — murmurou enquanto pegava o dinheiro dentro da pequena bolsa de mão que carregava.

— Tudo bem. — disse rendendo-se, vendo que ela era do tipo orgulhosa. — E quando eu poderei vê-la novamente?

— Desculpe minha indelicadeza, Senhor, mas eu realmente preciso ir — comentou ela, levantando-se e fitando-o calmamente.

Aquele homem diante de si, belo, de pele morena, cabelos negros levemente ondulados e olhos verdes profundos poderia ser o caminho da perdição, o sonho de consumo de qualquer mulher, mas Annabelle não sentia algo bom nele. Parecia que ele emanava negativismo.

Com um acenar de mão ele dispensou-a, pegando o jornal na mesa para folheá-lo, desprezando-a.

Annabelle deu graças a Deus pelo interesse dele ter sumido e virou-se, caminhando a passos rápidos na direção da rua e logo sumindo.

Ela não foi capaz de ver o par de olhos vermelhos que seguiam seus movimentos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "You are my destiny" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.