I Wish You Love escrita por hatsuyukisan


Capítulo 21
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Diante da decepção generalizada, inclusive a minha própria, "I Wish You Love" ganha um epílogo.
Revivalzinho básico.
Espero que gostem :*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/4598/chapter/21

Era uma quinta-feira estúpida e vazia. Yuki não tinha compromissos. Olhou pela janela e suspirou pesadamente. Acendeu um cigarro. Começara a fumar havia dois anos. A vida praticamente lhe impusera tal vício. Talvez fosse pela necessidade de um escape para toda aquela turbulência e estresse, ou talvez fosse simplesmente para irritar Hizumi. Naqueles quatro anos que se passaram, eles não casaram, não tiveram filhos, não saíram do apartamento para uma casa, enfim, nada mudou. Nem mesmo Hizumi.
  Foi no décimo quarto mês desde que Yuki havia voltado para Hizumi que tudo voltou a ser como antes. Pouco mais de um ano e o castelo ruiu, resumindo-se a pó em forma de sentimentos confusos. Yuki saíra em turnê e acabara conseguindo voltar dois dias antes. Ao chegar em casa no meio da noite, esperando surpreendê-lo com a sua presença, encontrou-o aos beijos com outra mulher, em sua própria cama. Um flash-back quase perfeito.
  Mas era tarde demais para voltar atrás. Yuki cedeu ao cansaço e fechou os olhos, fingindo não ver o que acontecia. Era incômodo demais deixá-lo, ir embora e recomeçar tudo. Era trabalhoso demais estar sozinha. Trabalhava demais, mal o via de qualquer forma. Não fazia diferença. E assim, indiferente, passou os três anos que a trouxeram até esta quinta-feira.
  As cinzas queimavam devagar. Yuki pensava em como seria se não tivesse desistido. Se não tivesse desistido do que sentiu por Kai, se não tivesse aberto mão do amor de Uruha, se não tivesse desistido da idéia de que Hizumi e ela nunca dariam certo. Talvez eles não tivessem sumido de sua vida como sumiram. Desde que assinara contrato com outra gravadora, não vira mais Uruha, muito menos Kai. Dois anos e meio. Esse tempo todo se passou e só os vira no Natal. Trocaram palavras ensaiadas e nada mais.
  Naquela noite em que recebeu a proposta de Nosaka Zenzo, Yuki não passou nem perto de imaginar que se tornaria a pessoa que se tornara agora. A alegria se limitava aos palcos. Encontrava-se presa no período mais amargo de sua vida. Assinou aquele contrato, esperando que aquilo lhe trouxesse toda a felicidade do mundo. E trouxe, por certo tempo. Mas é como dizem, quanto mais alto, maior a queda. A queda livre já durava três anos, e Yuki há muito se sentia perto demais do fundo do poço.
  A campainha tocou, fazendo Yuki lamentar a perspectiva da presença de outra pessoa. O sentimento não durou muito, já que quando abriu a porta deparou-se com a melhor amiga, Asuka, acompanhada do pequeno Takeshi, seu filho.
   - Tia Yuki! – o garoto atirou-se nas pernas da morena, abraçando-as.
   - Oi, Takeshi-kun. Como vai? – sorriu o melhor sorriso que pôde, afagando os cabelos do garotinho.
   - Bem! Meu pai volta hoje de viagem e disse que vai me trazer três jogos novos! – ele riu.
   - Nossa, seu pai é mesmo um grande cara. – riu, aproveitando para ver Asuka ficar levemente irritada com suas constantes referências a estatura de seu marido. – Entrem.
   - O Hizumi tá aí? – Asuka cochichou, ao entrar com o filho e se sentar no sofá.
   - Não. – a outra respondeu – Faz uma semana que não o vejo.
   - Tem certeza de que vocês moram juntos? – a ruiva até que tentou achar graça, mas era impossível.
   - E aí? Como tão as coisas? – a vocalista suspirou, tentando fazer a conversa rumar para outro lado.
   - Tá tudo bem. O Ruki tem trabalhado muito. Eles tão na Europa há um mês. Takeshi sente muita falta do pai. – Asuka ajeitou os cabelos do filho.
   - Sabe, Asuka... Eu sempre soube que você ia ter um filho. – a mais nova riu um pouco – Desde que você conheceu o Ruki, eu soube que vocês iam casar e ter um filho.
   - Quem diria, hã? Anos atrás eu fugia dessa coisa de casamento, hoje eu só consigo pensar que meu filho e meu marido são os melhores presentes que a vida jamais me deu. – olhou para o filho com carinho enquanto ele tirava seu vídeo game do bolso do casaco. – A vida dá muitas voltas, não dá?
   - Dá sim. – Yuki encarou o céu cinza, sem saber o que falar em seguida.
   - Yuki, eu não sei quantas vezes eu vou ter que te dizer isso nessa encarnação pra te convencer, mas sabe... O Hizumi não te faz bem. – disse a mais velha, tristemente.
   - Eu sei disso. – encarou os pés – Acredite, eu sei. Mas eu não tenho escolha, Asuka.
   - É claro que tem! Você pode colocar suas roupas numa mala e dar o fora daqui. Abandonar essa vida que só te machuca. É mais simples do que você imagina.
   - Não, Asuka. Eu não tenho pra onde ir daqui. Se eu for embora... O que eu vou fazer? Trabalhar até que não me reste nem mais um suspiro?
   - Não. Você vai ser feliz!
   - Não, Asuka, eu não vou! – Yuki levantou o tom de voz – Não de novo! As coisas não vão voltar! Meu tempo de ser feliz já passou, ficou na história. Só as memórias sobraram! Me resta me conformar com o que tenho e esperar que tudo tenha um fim! Porque nada vai voltar a ser como era antes!
   - Takeshi, filho... Por que você não vai lá dentro no quarto da tia Yuki jogar? – disse Asuka, pacientemente ao filho, que a obedeceu de imediato.
   - Desculpa, Asuka... Desculpa por ter me descontrolado na frente do seu filho. – a morena abaixou a cabeça, envergonhada.
   - Yuki... Deus sabe como eu me preocupo com você. – a ruiva se aproximou da amiga, segurando suas mãos. – Deus sabe como eu quero que você volte a sorrir.
    - Asuka...
    - Não me dê desculpas, Hatsuyuki. Eu sei o quanto ele te machuca.
    - O Hizumi não é o problema, Asuka. O problema não é ele me trair e mentir pra mim, nem as lágrimas que eu derramo. O problema são as coisas que não voltam mais. O problema são as noites nos braços do Uruha, são as palavras do Kai naquela tarde em Kamakura, são os beijos e o sorrisos, são as coisas que eu tinha sonhado pra mim. Tudo ainda dói tanto. E pior é pensar que um dia essa dor vai passar, que eu vou esquecer de tudo e nada mais vai importar. – engoliu em seco, tentando desfazer o nó em sua garganta – Eu não tenho mais pra onde correr, Asuka.
    - Yuki... – a ruiva lacrimejou, apertando as mãos da amiga entre as suas. – Eu quero te tirar daqui. Vem pra casa comigo. Você pode ficar lá até achar um apartamento pra você. Eu só não te quero aqui. Eu sei que você é forte o suficiente pra sair dessa. O que você acha?
    - Eu não sei, Asuka. – se levantou e foi até a janela, dando as costas para a amiga. Ponderou por alguns instantes. – Eu tento acreditar em você, mas é difícil. Eu confio em você, mas sou eu quem está vivendo a minha vida, sou eu quem sabe melhor do que ninguém como é vivê-la. Eu só... Eu preciso de algum tempo. Talvez não seja tão tarde assim. Mas não hoje. Eu ainda não sei o que fazer. Ainda não tô pronta pra deixar tudo pra trás.
    - Me avise quando estiver pronta. – Asuka se levantou – Você já é bem grandinha, Yuki. Te dei meus conselhos, cabe a você usar sua maturidade para decidir segui-los ou não. Preciso ir. O Ruki vai chegar em duas horas, vou levar Takeshi comprar um presente pra ele.
    - Tudo bem.
    - Takeshi... Vamos comprar o presente do seu pai? – a ruiva chamou e o filho veio correndo.
    - Vamos! – disse o menino, alegremente, enquanto sua mãe o pegava no colo. – Tchau, tia Yuki.
    - Até mais, Takeshi. – Yuki acenou.
    - Me ligue se precisar de alguma coisa, Yuki. – a mais velha saiu pela porta, levando o filho.
  Yuki se viu sozinha no apartamento vazio, mais uma vez. Não que já não tivesse acostumada com tal condição, mas parecia que dessa vez doía mais. Pensar em tudo que Asuka dissera era doloroso, mas ao mesmo tempo, não lhe parecia má idéia. Talvez devesse abrir mão de tudo e procurar um pouquinho de paz. Mas onde encontrá-la? Paz pertencia ao passado.
  Foi até a cozinha e serviu uma generosa dose de vodca em copo e então tomou-o de um gole só. Ouviu as chaves, o barulho do trinco, os sapatos sendo tirados, os passos em direção a cozinha.
    - Oi. – a voz dele ecoou no ambiente e Yuki nem ao menos se virou. Não se incomodaria em perguntar onde ele estivera durante todos aqueles dias, não importava. – Precisamos conversar.
    - Eu tô ouvindo. – murmurou, sentindo que ele se aproximara alguns passos.
    - Eu... Eu vou me mudar... – ele disse, baixinho, como se temesse ser ouvido.
    - E?
    - Eu... Eu vou... Casar.
  Yuki finalmente se virou de frente para o vocalista.
    - Deus sabe quanto tempo me levou para ter coragem o suficiente pra fazer isso, Hizumi. – ela disse, sem gaguejar, e então quando ele a encarou, esperando uma continuação, foi atingido com um tapa no rosto.
    - Você pode ficar com o apartamento - ele abaixou o rosto, como se demonstrasse que sabia ter merecido aquilo.
    - Olha pra mim. – ela disse, seca, ele obedeceu e ganhou um novo tapa. – Eu tenho nojo de você.
  E saiu sem dizer mais nada, deixando-o calado, enquanto ela arrumava as roupas dentro de uma mala. Talvez não tivesse mesmo pra onde correr, mas o que importava agora era simplesmente correr. Desceu as escadas sentindo que fora deixada pra trás. Até mesmo Hizumi encontrara uma solução para sua vida e ela não. Todos a sua volta pareciam ter arranjado suas próprias fontes de felicidade, menos ela. E se talvez um dia viesse a conseguir, sabia que iria desaparecer e perder a cor como tudo que lhe fez feliz.
  Entrou num táxi e quando o motorista a perguntou para onde deveria ir, ficou sem resposta. Pediu que lhe levasse a um hotel. Fechou os olhos e desejou que o mundo desaparecesse enquanto o motorista a levava pelas ruas de Tokyo. Só queria que aquele estado de dormência dolorosa em que sua vida se encontrava acabasse de uma vez. Em algum lugar em seu coração desejou que tudo acabasse por definitivo, a vida em si tomasse um fim de alguma forma. Não parecia haver saída. Era patético demais. Desceu do veículo e entrou no hotel. Sentia-se um fantasma enquanto preenchia a ficha e então um rapaz lhe mostrava o caminho até o quarto.
  Sentou-se na cama e encarou as paredes. Era difícil definir aquele sentimento. Se é que havia um. Parecia tudo tão vazio, como se estivesse gritando há horas e ninguém a ouvisse. Como se se desse conta de que estava definitivamente sozinha. Pensou em qual seria a próxima coisa a fazer. Não havia muito a perder. Não importava. Acendeu um cigarro, desejando sentir pelo menos alguma coisa. Que fosse raiva, tristeza, alívio ou até mesmo arrependimento, apenas queria sentir algo. Algo que preenchesse aquele vazio estúpido. Nem que fosse um simples pensamento incoerente que espantasse aquele desnorteio.
  Deitou a cabeça no travesseiro, tentando entender como seu coração ainda batia no meio de tudo aquilo. Mesmo que batesse devagar, ele ainda estava ali, agora como um simples órgão. Lembrou de sentir seu coração batendo forte contra o peito de Uruha naquela noite depois da visita à casa dos pais dele, lembrou de ouvir o coração de Kai quando recostou a cabeça em seu peito, lembrou de quando ele pareceu parar de bater diante da notícia do noivado de Kai e da visão de Uruha e Aoi em sua cama. E então de repente, se sentiu feliz. Feliz simplesmente por estar triste pensando no que passara. Feliz por ter conseguido definir um sentimento. Saudade.
  Uma idéia tola. Era insanidade, mas de qualquer forma, não importava mais. Se não naquele momento, nunca mais. Deixou o hotel e deixou que seus pés a levassem pelas ruas até aquele prédio conhecido. Encarou o botão da campainha. Era loucura, simplesmente, mas não queria ter que sentir saudades dele, não naquela noite. Talvez fosse uma decisão impensada de que se arrependeria depois, mas de que importava agora? Não sabia se ele estava em casa, sequer sabia se ele ainda morava ali ou não. Ponderou por alguns instantes, encarando os números apagados no botão, até que uma senhora apareceu, abrindo o portão para sair. A senhora sorriu para Yuki, gentilmente e segurou o portão para que ela entrasse. Talvez fosse melhor assim. Subiu as escadas pensando nas vezes que fizera isso antes, rindo, cambaleando, aos beijos e abraços. Encarou o corredor claro como se pudesse ver todas as cenas que vivera ali passando diante de seus olhos. Andou até o final dele e parou em frente a porta. Respirou fundo e bateu. Por um momento desejou que uma pessoa estranha aparecesse e lhe dissesse que ele não morava mais ali. Os passos soaram do outro lado da porta e seu coração voltou a bater forte, fazendo-a entender que ainda servia para algo além de bombear sangue. Em segundos arrastados, o barulho das chaves invadiu a mente de Yuki, a maçaneta se moveu e a porta finalmente se abriu, revelando um Uruha abatido e confuso.
     - Yuki? – ele murmurou, como se tentasse processar o fato de que ela estava mesmo parada ali diante de seus olhos, depois de todo esse tempo.
     - Tive um dia péssimo. Senti vontade de falar com você. Posso entrar? – disse, como se tivesse ensaiado aquilo.
     - Ãhn... Claro. – respondeu, ainda surpreso, deixando-a entrar.
     - Cadê o Aoi? – perguntou, enquanto olhava em volta, tentando reviver o que passara naquele lugar.
     - Em Mie. – ele engoliu em seco. – Quer beber alguma coisa?
     - Quero. Alguma coisa bem forte e sem gelo, de preferência. – deu um meio sorriso.
     - Leu meu pensamento. – foi até a cozinha, seguido dela, e serviu doses grandes de uísque em dois copos.
     - Obrigada. – sentou-se à mesa e tomou um gole da bebida, passando a observar o líquido no copo logo depois.
  Os dois permaneceram calados, com o mesmo olhar vago em ambos os rostos, acabando com seus copos em grandes goles. Ao ver os dois copos vazios, o loiro respirou fundo e voltou a enchê-los. Yuki tomou um sorvo grande e então disse:
     - A vida caçoa da gente, não caçoa?
     - O tempo todo. – respondeu, solvendo quase meio copo em um único gole.
     - O Hizumi vai casar. – murmurou, rindo tristemente, vendo-o rir também. – Mais uma das piadas da vida.
     - Quer ouvir uma?
     - Manda.
     - O Aoi quer adotar uma criança.
     - Essa é uma das boas. – ela riu de novo, tomando o último gole de seu copo, tendo-o novamente enchido logo que colocou-o na mesa.
     - Tô cansado das pessoas.
     - Sei como é.
     - Tô cansado do Aoi, tô cansado da minha irmã, tô cansado do nosso agente, tô cansado do meu vizinho e do cara da loja de conveniência. Tô exausto, Yuki. E se isso for uma piada, não tem a mínima graça.
     - Ninguém nunca me disse que ia ser desse jeito. – Yuki encarou os joelhos. – Os últimos quatro anos, minha vida passou por mim e eu nem vi. Eu a deixei passar.
     - Você não foi a única.
     - Será que é tarde demais pra vida, Kouyou? – olhou-o nos olhos. – É tarde demais pra um pouco de amor e glória pra fazer a vida valer a pena?
     - Nunca é tarde demais pra fazer a vida parar de rir da gente.


Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheure



Não me deixes,
É preciso esquecer,
Tudo se pode esquecer
Que já para trás ficou.
Esquecer o tempo dos mal-entendidos
E o tempo perdido a querer saber como
Esquecer essas horas,
Que de tantos porquês,
Por vezes matavam a última felicidade.


      - Mãe! Olha o Uryuu comendo sobremesa antes do almoço! – a menina denunciou o irmão gêmeo que encontrava-se sentado debaixo da mesa, devorando uma barra de chocolate.
      - Uryuu! Largue esse chocolate! – a mãe das duas crianças se abaixou e tomou o chocolate do filho – Anna, não seja dedo-duro! Vão os dois brincar lá em cima agora.
      - Tadaima! – a voz vinda da porta fez as duas crianças saírem em disparada em direção à porta.
      - Okaeri! – disseram em coro, se atirando nos braços do pai, desequilibrando-o.
      - Hey, cuidado, meus pestinhas. – ele sorriu, soltando as sacolas que tinha nas mãos.
      - Trouxe sorvete, pai?! – Anna agarrou-se à perna do pai.
      - Trouxe. – ele riu, vendo os dois filhos fuçarem as sacolas.
      - E os meus limões, Takashima? – Yuki apareceu na porta da cozinha, com as mãos na cintura.
      - Aqui, Takashima. – Uruha riu, apontando uma das sacolas à mulher.
      - Da próxima vez vê se vai mais cedo. – ela veio pegar as sacolas e então voltou à cozinha.
      - Ninguém nem chegou ainda, Yuki. – ele seguiu a esposa, vendo que os filhos correram para o jardim.
      - Mas logo vão chegar. E você sabe como eu odeio fazer tudo em cima da hora. – retrucou impaciente, tirando os limões da sacola.
      - Adoro o cheiro do teu cabelo. – disse, suave, abraçando-a por trás, cheirando seus cabelos.
      - Kouyou! Eu tô tentando brigar com você! – respondeu, quase sem conseguir conter o riso.
      - Desista. – beijou-lhe o ombro e então a campainha soou.
      - Eu disse! – Yuki apressou-se em terminar de fatiar os limões.
      - Eu atendo. – Uruha riu e foi até a porta, abrindo-a e deparando-se com Kai, Yuriko e Shoji.
      - E aí, Shima? – o baterista sorriu, dando um tapinha no ombro do loiro.
      - Entrem! Shoji, a Anna e o Uryuu tão lá no quintal. – disse Uruha, abrindo caminho para os amigos e para o garoto que fora apressado até o jardim, com uma bola debaixo do braço. – Venham, vamos até a cozinha.
      - Kai! Yuriko! – Yuki se virou ao vê-los chegarem. – Como vão?
      - Bem. – Yutaka sorriu. – Quer ajuda, Yuki?
      - Hoje não. – respondeu, gentilmente. – Já tá tudo pronto, apesar dos lapsos do meu marido. – riu.
      - Kai, a sua mulher reclama tanto assim? Porque sabe... Acho que a minha veio com defeito. – o guitarrista riu. 
      - Lá em casa sou eu quem cozinho, então eu entendo do que a Yuki tá falando. – a risada do baterista foi seguida do som da campainha. Mais uma vez Uruha foi atender a porta, encontrando Ruki, Asuka, Takeshi e Reita com sua noiva, Chiyo.
      - Taka-chan! – o loiro sorriu e abriu caminho para os amigos – Ue-chan!
      - Ue-chan? Faz uns dez anos que ninguém me chama assim. – o baixista riu.
      - Tô me sentindo meio saudosista hoje. – disse Uruha, guiando-os até a cozinha.
      - Asuka! – Yuki veio abraçar a amiga – Que bom que vocês, chegaram! Takeshi, as crianças estão lá fora.
      - Toma cuidado, filho. – Asuka sorriu ao ver o filho correr para o jardim.
      - Querem beber alguma coisa? – perguntou Uruha, já tirando copos do armário.
      - Quer ajuda? – Reita se aproximou, ajudando-o a servir os copos.
      - Então Chiyo, seu último domingo como uma mulher solteira, hã? – disse Yuki, aproximando-se da moça, fazendo-a sorrir.
      - Nem consigo acreditar que falta só uma semana. – ela encolheu os ombros.
      - Tá nervosa? – perguntou Yuriko.
      - Bastante. – a noiva do loiro mordeu os lábios.
      - Normal. – Yuki sorriu, tentando acalmá-la.
      - Você que o diga, né Yuki? – Asuka riu – Mas relaxa, Chiyo, tenho certeza de que você não vai entrar em pânico e desmaiar logo antes da cerimônia que nem a Yuki.
      - Hey! Isso era segredo! – a morena beliscou a mais velha.
      - Você desmaiou? – Uruha olhou para a esposa, rindo. – Meu Deus! Você desmaiou!
      - Tá vendo por que era segredo? Agora ele não vai mais me deixar em paz.
      - Claro que não! Você desmaiou! – o loiro ria.
      - Isso logo depois de ter dito: “Nervosa? Eu?! Nunca!” – a ruiva terminou de entregar a amiga.
      - Asuka, eu confiava em você. – Yuki cruzou os braços, contendo o riso. A campainha tocou de novo. – Deixa que eu atendo.
      - Deve ser o Aoi. – comentou Ruki. E ele não estava errado. Yuki abriu a porta e viu o moreno, sorridente, acompanhado de Nao, sua mulher.
      - Nao! Que barrigão! – disse Yuki assim que posou seus olhos sobre a moça. – Oi, Aoi. Entrem, entrem!
      - Somos os últimos? – perguntou Aoi.
      - São sim. Já tá todo mundo aqui. As crianças estão lá fora e nós estamos na cozinha, venham. – respondeu a dona da casa. – Nao, quer se sentar? Amor, pega uma cadeira pra Nao. – disse, ao chegarem na cozinha.
      - Aqui. – o Takashima prontamente puxou uma cadeira pra a moça que se sentou. – Quase pai, Aoi?
      - Quase. – o moreno sorriu e beijou os cabelos da mulher.
      - A sua vida vai virar de ponta cabeça. – disse Ruki vendo que seu filho voltava, acompanhado das outras crianças, e vinha lhe abraçar as pernas.
      - Ah, se vai... – Uruha sorria, enquanto ele e Yuki tentavam entender o que os filhos diziam.
      - Você nunca mais vai dormir do mesmo jeito, vai gastar metade do seu salário em fraldas. – completou Kai.
      - Ou até mesmo o seu salário inteiro, se você tiver dois. – disse o loiro. – Mas em compensação... – e pegou Uryuu no colo – Você nunca vai amar ninguém do jeito que você vai amar aquela coisinha pequena e fofa que se joga no seu colo e te chama de pai.
      - Nossa... – Nao lacrimejou e Aoi beijou-lhe o rosto.
      - Chiyo, - Reita abraçou a noiva – Nós sobramos.
      - Não por muito tempo. – a moça sorriu e beijou o baixista.
  O almoço foi servido e todos se sentaram à mesa, como costumava ser no Natal quando tudo estava bem. A família havia aumentado, as crianças corriam e brincavam pelo jardim enquanto os casais riam e conversavam à mesa. Tudo como deveria ser, sem complicações. Todos finalmente tinham a vida que mereciam, no tempo certo, na medida certa, com a pessoa certa. Nada mais era turbulento e confuso. Não diante daquela cena digna de filme, da mesa cheia e dos sorrisos sinceros em cada um dos rostos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu chorei, e vocês? Ç_Ç



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Wish You Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.